Sistema Brain em qq quadro?

Xure

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Boas!

Já aqui foi dito e redito que o propedal não é um bloqueio. O rp23 tem uma função de "ligar" de "desligar" o pro pedal, ou seja usa-se o propedal activo ou desactivo.
Dentro do setup de propedal activo tem 3 posiçoes 1,2,3, que basicamente torna o propedal mais ou menos sensivel. Ou seja na posição 3 fica mais duro e menos sensivel, 2 intremedio e 1 mais sensivel. Algumas pessoas dizem que se sente algum bombeio, na posição 1, coisa que eu não sinto no meu quadro. Quadro esse que de origem trazia um fox float, ou seja um fox sem qq tipo de afinação.
Depois tem a rodinha vermelha para regularo rebound.

Portanto a ideia a reter é que se usares o pro pedal "desligado", vais ter o bombeio normal de um amortecedor normal, se usares activo independentemente do nivel do propedal escolhido, vais sentir o amortecedor a trabalhar apenas com forças ascendentes ou seja forças que venham da roda por causa do terreno e não forças que venham de cima, como por exemplo a tua pedalada.

Já testei uma stumpjumper com o brain e a sensação que me dá é que o brain faz o amortecedor activar com o terreno, ou seja desces umas escadas e ele activa o amortecimento, acabas as escadas e ele fica novamente com o setup normal, não sendo isso nenhum bloqueio, o que na minha opinião é fantastico. Com o rp23 ou com outro rp com o brain, não vejo qq necessidade de amortecedores com bloqueios.

Quanto á questão do uso do propedal estragar amortecedor, não te preocupes pois aquilo existe para se usado. Eu já me esqueci algumas vezes de desactivar o propedal em descidas mais agressivas e aquilo desce na mesma, amortecendo o terreno embora mais seco do que de fosse desactivado, e ainda não o estraguei por isso.

Abraço.

Ps- Acredito plenamente que mesmo numa bike do "continente" o rp23 cumpra a sua função, porque o amortecedor é mesmo mto bom. Claro que se usares um quadro da santa cruz o blur lt, por ex, o sistema é tão bom que não precisas de nenhum rp23, porque simplesmente não bombeia.
 

fitty77

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Raposinha, o que chamas a um amortecedor que consegue gerir o seu funcionamento em função do piso por onde anda? Não será um sistema activo? Assim como o brain também o é. Da mesma forma, um que não o faça, ou seja, um com bloqueio puro, é um sistema passivo. Parece-me claro que os sistemas de suspensões activas (sector automóvel) que referes nunca para aqui foram chamados, por isso não vale a pena estar a alimentar grandes confusões, maiores do que aquelas que já para aqui vão.... Se bem que os paralelismos poderiam ser mencionados, mas não interessa estar a mencionar nada para alimentar mais polémicas. Contudo digo-te que as suspensões activas, não existem apenas em carros de F1 (e nem têm que ser em viaturas), e nem sempre têm que ter electrónica... Mas isso sim dava pano para mangas.

Tdasbikes, mas quem é que falou em bloqueios, ou diferentes ajustes do bloqueio em relação ao RP23. Lê com atenção o que foi dito.... O sistema de ajuste, com o pro-pedal ligado, funciona como o ajuste da sensibilidade do brain da Specialized, isto para não confundir muito mais a conversa, é assim que funciona. Na boa.

Sangas, digo-te assim, tenta lá por o melhor quadro de todos, mais o amortecedor que quiseres, com um gajo que não tem força nas canetas para ver se mesmo assim consegues ter um conjunto eficaz.... Eh pá, já estamos para aqui a entrar por caminhos que nada interessam para esclarecer duvidas... Mas é óbvio que um bom amortecedor é importante, assim como uns bons pneus, umas boas rodas, etc. Tudo influi no comportamento da bike.
 

Raposinha

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Não, se fosse activo não precisaria de tantas regulações manuais, acho que o RP23 é um amortecedor muito eficaz, um dos melhores mas não se adapta conforme o piso onde anda. O que a Fox conseguio fazer foi uma boa separação entre movimentos lentos e rapidos ou seja mesmo em propedal consegue ter uma boa absorção do terreno.

Suspensão activa para mim seria um amortecedor que por exemplo "sentiria" que a bike estava num declive a 10% a 8Kmh e que em função desta informação aumentaria a compresão para evitar o bombeio ou por outlo lado que torna-se a compresão mais livre se "sentisse" a bike a descer a velocidades mais elevadas.
Isto é que é suspensão activa.

Cumprimentos
 

P.M.

Member
O sistema Brain e Propedal têm pressupostos (e funcionamentos) diferentes.

O brain é uma válvula on-off e que abre com um movimento externo. On, e não existe movimento no amortecedor, pois as passagens de ar e óleo estão fechadas. Off e o sistema abre e funciona como um amortecedor normal. O sistema retorna à posição inicial (bloqueado) após a recuperação (e o circuito fica fechado). Depois tens o ajuste de sensibilidade, que ajusta a força necessária para que o sistema comute (ou seja, passe de bloqueado para desbloqueado).

O Propedal é uma restrição à compressão (ou seja, ao movimento de compressão do amortecedor). Com maior restrição, aumenta a resistência ao movimento (de baixa velocidade) e dai reduzir o bombear do pedalar. Nunca será um bloqueio nem similar, pois existe sempre movimento (pode é ser um movimento tão pequeno e lento que pode ser confundido com o funcionamento do brain). O ajuste dos vários níveis de propedal serve para variar a resistência à compressão. De notar que os rp23 só têm ajuste de baixa velocidade. Os DHX é que têm a separação de alta e baixa velocidade.

Seria possível, por exemplo teres num brain o sistema propedal e assim ajustar a taxa de compressão e velocidade do amortecedor quando em funcionamento... Mas talvez se tornasse demasiado complexo...


Espero não ter sido confuso... Tentei manter a explicação o mais simples possível...

P.M.
 

Raposinha

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Ufá, tava a ver que não aparecia aqui ninguem com a mesma opinião que eu.

Concordo inteiramente com o que o P.M. escreveu.

Cumprimentos
 

tdasbikes

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Boa tarde uma vez mais,

P.M.
Boa explicação, já entendi as diferenças.

Fitty77
Não entendi a forma hostil com que te referiste a dúvida que coloquei, ou porque ficaste ofendido.
Só pedi esclarecimentos, coloquei questões.
Parece-me exaltação a mais para um debate técnico (quase parecia um debate entre adeptos do Sporting e Benfica, neste caso specialized vs FOX).

Desculpem o off-topic


Boas pedaladas
 

fitty77

New Member
tdasbikes said:
Boa tarde uma vez mais,

P.M.
Boa explicação, já entendi as diferenças.

Fitty77
Não entendi a forma hostil com que te referiste a dúvida que coloquei, ou porque ficaste ofendido.
Só pedi esclarecimentos, coloquei questões.
Parece-me exaltação a mais para um debate técnico (quase parecia um debate entre adeptos do Sporting e Benfica, neste caso specialized vs FOX).

Desculpem o off-topic


Boas pedaladas

Tdasbikes, peço desculpa se entendeste que eu entendi isso, ou melhor te respondi de forma hostil... Não foi minha intenção, podes acreditar. Na net falamos e lemos, sem ver as caras ou ouvir os tons de voz que cada um expressam, e isso pode criar situações de má interpretação, como foi esta. Mais uma vez, peço desculpa se de alguma forma te ofendi e reforço que não foi de modo algum minha intenção.
 

fitty77

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PM, obrigado pela explicação. Contudo, e na prática, face à pedalada, como se comportam ambos os sistemas?

Pelo que sei, o que se pretende com o brain é reduzir aquilo que uma suspensão traseira prejudica a pedalada. Quando o amortecedor é chamado ao serviço, ele funciona. Com o RP23 em pro-pedal, limitas a resposta do amortecedor a forças de baixa velocidade e dessa forma a suspensão traseira prejudica menos a pedalada. Não é a mesma coisa? É certo que a amplitude de abertura do amortecedor não é a mesma, mas para XC e maratonas penso que, na prática (reforço isto, na prática), seja mais que suficiente, e quando não for, sempre podes abrir o pró-pedal.

No entanto duas notas: Dizes que face à pedalada o RP23 se mexe e eu diria que sim, depende é do sag e da posição do pro-pedal, porque como disse ele não bombeia. Outra coisa é em relação à válvula de inércia do brain. Em teoria, o amortecedor estaria fechado mesmo que uma pessoa ande aos saltos em cima da bike, sendo que o mesmo só abre quando a válvula de inércia recebe um impacto ascendente, correcto? Mas numa Epic que experimentei, em alcatrão e fazendo eu próprio força descendente no quadro, ele abria... Por isso, pergunto se na prática, o que realmente lá temos não é mesmo uma limitação de fluxo, como acontece com o RP23 e se a carga descendente não poderá também fazer abrir o amortecedor... Ou então a Epic estava com o Brain avariado.
 

P.M.

Member
Boas,

Tens razão em relação à questão do brain. Isto porque, a questão da pancada ser ascendente ou descendente é principalmente marketing :mrgreen:
Creio que o posicionamento dele (angulo e o facto de estar na escora traseira) faz com que seja mais sensivel (talvez a melhor palavra seja susceptivel) às pancadas vidas de baixo que ao movimento que o corpo faz de compressão na bicla, mas o conceito básico de funcionamento, é que a válvula abre quando a força aplicada é superior que a força da mola que mantém o sistema fechado.

A grande diferença é exactamente o funcionamento inicial. O brain está sempre bloqueado até ser desbloqueado, os rp está sempre activo mas com maior ou menor sensibilidade. Nas primeiras versões o brain era muito menos sensivel e esta diferença era notória. Agora acredito que seja bastante menor...

Uma nota que me esqueci no post anterior, é que todos os amortecedores fox já trazem Propedal desde 2004, incluindo o brain. A diferença está nos setting de fábrica.

P.M.
 

fitty77

New Member
Raposinha said:
Não, se fosse activo não precisaria de tantas regulações manuais, acho que o RP23 é um amortecedor muito eficaz, um dos melhores mas não se adapta conforme o piso onde anda. O que a Fox conseguio fazer foi uma boa separação entre movimentos lentos e rapidos ou seja mesmo em propedal consegue ter uma boa absorção do terreno.

Suspensão activa para mim seria um amortecedor que por exemplo "sentiria" que a bike estava num declive a 10% a 8Kmh e que em função desta informação aumentaria a compresão para evitar o bombeio ou por outlo lado que torna-se a compresão mais livre se "sentisse" a bike a descer a velocidades mais elevadas.
Isto é que é suspensão activa.

Cumprimentos
Raposinha, na boa. Andas a ver muitas coisas.... Em mecânica ou noutra área qualquer, o nivel de complexidade com que se fala das coisas, tem que ser relativizado. Um pneu de um carro de mão não é mais complexo do que um pneu de um F1, ou de dumper das minas, ou de um Boeing qualquer, mas continua a ser um pneu. Tu podes não o considerar como sendo merecedor dessa designação por ser tecnologicamente menos evoluido, mas para outras pessoas poderá sê-lo (diria mesmo que deverá sê-lo).

Repara que o que tu mencionas, é até um sistema de suspensão activa adptativa, isto se quiseres mais preciosismos. Por acaso até tenho um carro ali na garagem que funciona mais ou menos dessa maneira (enfim, um tudo nada mais complexo e não é que interesse, mas para que conste é um Citroen C5). No entanto, tens que entender que qualquer coisa que altere o seu funcionamento com as condições do piso, é um sistema activo.

Um Brain é um sistema activo, porque, usando o que já foi dito e aceite, a válvula de inércia lê o terreno e altera o seu funcionamento, e o RP23 usa a própria compressão para ler o terreno e alterar a sua reacção.... Assim como uma suspensão Fox RLC também o é, como as Fox X o foram, como uma Durin SL é e isto apenas para citar alguns exemplos. Use-se o método que se usar, desde que algo leia o terreno e altere o seu funcionamento ou a maneira de reagir, isso para mim é um sistema activo. Se é mais ou menos complexo, mais tecnologicamente avançado ou mais robusto.... é quase semântica.

Mas tens que diferenciar isso de um bloqueio puro, que em nada se altera, passe por onde passar e isso, tens que concordar que é um sistema passivo. Entendes? Isto serve apenas para distinguir as duas coisas pela forma de funcionarem e não se são ou não sistemas merecedores dessa designação. Não podes é dizer que um bloqueio puro é um sistema passivo e um brain também.... Porque isso, se vires bem, é errado. Foi apenas por aí que falei nisso (se fosse agora não o tinha feito apenas para não colocar mais confusão aqui...).

:wink:

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fitty77

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P.M. said:
Boas,

Tens razão em relação à questão do brain. Isto porque, a questão da pancada ser ascendente ou descendente é principalmente marketing :mrgreen:
Creio que o posicionamento dele (angulo e o facto de estar na escora traseira) faz com que seja mais sensivel (talvez a melhor palavra seja susceptivel) às pancadas vidas de baixo que ao movimento que o corpo faz de compressão na bicla, mas o conceito básico de funcionamento, é que a válvula abre quando a força aplicada é superior que a força da mola que mantém o sistema fechado.

A grande diferença é exactamente o funcionamento inicial. O brain está sempre bloqueado até ser desbloqueado, os rp está sempre activo mas com maior ou menor sensibilidade. Nas primeiras versões o brain era muito menos sensivel e esta diferença era notória. Agora acredito que seja bastante menor...

Uma nota que me esqueci no post anterior, é que todos os amortecedores fox já trazem Propedal desde 2004, incluindo o brain. A diferença está nos setting de fábrica.

P.M.

Ya, mas não achas que o comportamento face à pedalada é idêntico? Ou seja, na prática, e na sua utilização, não vai ser idêntico? É que a vantagem que eu vejo no brain, para mim, é poder-se usar o curso todo assim que ele abre, mas o RP23 apresenta curso suficiente e sensibilidade suficiente em pro-pedal para funcionar bem nas descidas, tanto que eu nunca o passo para aberto mesmo nas descidas longas e/ou complicadas que se encontram em maratonas e circuitos de XC (que aliás é o terreno onde uma Epic deverá ser usada). Aliás, acho que o seu comportamento, ao ser linear, não cria surpresas que o brain pode criar. Para além disso, o factor peso pode ter importância (mas isso já foi discutido e tem a importancia que tem...) bem como poderá haver alguma inércia entre o momento em que a pancada se dá, o tempo de abertura do brain e tempo até que essa abertura seja transmitida e sentida no amortecedor e tempo de actuação do amortecedor, fazer com que a reacção se dê num momento em que a sua necessidade poderá já não ser necessária.

Desculpem ter voltado ao assunto, mas foi apenas uma resposta ao PM :mrgreen: mea culpa.....
 

P.M.

Member
Ola,

Parece que já falamos de tudo menos do post inicial... Bem, a culpa também é do criador do tópico que desapareceu sem dizer nada... LOL
Não, não os acho iguais. Para mim, a grande diferença é exactamente esse comportamento no inicio de curso (separemos assim a questão). Não esquecer que o desbloqueio do brain é ajustável e a força necessária será sempre superior à induzida pela pedalada.
Nos rp isso não é possivel! Pode-te parecer que ele não mexe e tal, mas acredita que sim. O objectivo do propedal não é bloquear ou similar um... É "apenas" controlar a compressão...

P.M.
 

350plus

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Correndo o risco de acrescentar um bocado de mais de offtopic (embora a discussão esteja interessante) deixo aqui a minha opinião sobre a nomenclatura dos sistemas.

Segundo as definições clássicas, quer o Brain quer o Pro-Pedal são adaptativos. Adaptam o parâmetro de damping em face de informações obtidas por sensores. Sejam remotos como no Brain, ou integrados na válvula de inércia do amortecedor como o Pro-pedal. É somente uma questão de qualidade/local de captação da informação de entrada. Mesmo o recente SIMON da Cannondale é mais um tipo diferente de adaptativo, embora com capacidades de ajuste mais rápidas acima dos 2 primeiros.

Sistemas activos simplesmente não existem para as bicicletas e mesmo nos carros são pouco práticos. Requerem actuadores e energia externa (daí vem o nome "activos") para colocar a roda numa posição pré-calculada pelo software em função do input de acelerometros e outros sensores.
 

fitty77

New Member
A sério, não podemos considerar que uma suspensão activa, é apenas os sistemas que se encontravam há alguns anos na F1. Acho isso uma ideia errada. A meu ver, qualquer sistema de suspensão que altere alguma coisa no seu comportamento, em função de qualquer que seja o input, é um sistema activo, mais ou menos complexo, isso não interess, mas é activo. Considerar que uma suspensão apenas é activa se tiver o mapeamento do seu comportamento controlado por um computador em função de várias variáveis acho um conceito errado. Pode haver apenas uma variável, dez ou mil, ser um sistema puramente mecânico, ou com integração de variáveis e processá-las sei lá quantas vezes por segundo com não sei quantos actuadores, mas todos eles serão activos.

E já agora, porque é que em carros esse sistema é pouco prático? E outra coisa, energia externa, numa suspensão, é coisa que não falta (não tem que ser eléctrica, por exemplo)... Basta saber usá-la.... Como já é feito.....
 

350plus

New Member
fitty77, obviamente que estás no teu direito de discordar da nomenclatura, mas de facto é este o critério de separação que é usado para fazer a distinção na literatura e na prática.

Sistemas adaptativos (por vezes chamados semi-activos): controlam o nível de damping e/ou a constante de mola em tempo real.
Sistemas activos: controlam a posição exacta da roda

Não é uma questão de semântica nem pretende ser, apenas nomenclatura.

E reforço a minha ideia que os sistemas activos são complexos de implementar e praticamente condenados neste tempo de economia e redução de peso. O sistema da Lotus consumia até 8 cavalos, e o interessante sistema da Bose anda há anos sem comprador. Com as regulações apertadas da EU e dos EUA sobre emissões e consumos de frota ninguém se pode dar ao luxo de queimar cavalos nestes sistemas. Tens razão quando dizes que sistemas regenerativos podem recuperar um bocadinho da eficiência, mas sabemos que introduzem sempre um nível de complexidade extra. O problema é que os sistemas actuais de mola/amortecedor apresentam uma relação peso/custo/funcionalidade imbatível.

Ligando ao tema das bicicletas, penso que o próximo passo lógico será mesmo o tomado pela Cannondale, abandonar os sensores puramente mecânicos e respectivas válvulas de inércia e transitar para soluções mais electrónicas que cedam informação a actuadores para modificar os parâmetros de amortecimento. Neste momento vemos uma servo-válvula no SIMON, talvez vejamos um sistema Magneto-Reológico em possíveis iterações futuras. De qualquer modo ainda é preciso evolução séria no campo das baterias para que estes sistemas se possam considerar uma alternativa viável aos Brains e Pro-pedals.
 

fitty77

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350Plus, consideras apenas que para ser um sistema activo, tem que se controlar a posição da roda e dizes que isso é assim em termos de literatura. Não creio. Repara que por exemplo o sistema da Citroen que é chamado de hidractiva (não me refiro aos primeiros sistemas que eram passivos e apenas alteravam a altura do carro por acção do condutor), não faz nenhum ajuste da posição da roda, mas sim da dureza da suspensão em tempo real e com isso, a posição da carroçaria. É um sistema activo (daí o nome) tendo havido mesmo versões chamadas de Activa (versão do Xantia). Logo, se formos pela nomenculatura e dauilo que é assumido em termos técnicos, não vamos lá.

E em termos de facilidade prática do sistema, bem, o sistema foi comprado pela Rolls Royce, Mercedes, sendo que os modelos de mais alta gama de quase todas as marcas, que têm suspensões (que para mim são activas) derivam desse sistema (embora em muitos casos tenham perdido complexidade e tornado sistemas puramente mecânicos, e nesses casos, volta a haver intervenção humana para alterar o setting e esse mantem-se durante todo o tempo, ou seja, passaram a passivos), embora se tenha recorrido mais a sistemas pneumáticos.

Claro que os sistemas que referes, é diferente, mas apenas por serem mais complexos. Falaste nesses casos, outros haverá, mas que dizer por exemplo dos sistemas usados na F1? O Circuito era mapeado e a suspensão sabia a dureza e a posição da roda que deveria ser empregue em cada roda em cada posição do circuito. Mas se fores ver bem, isso conseguia-se da mesma forma que se faz nos outros carros, aumentando a altura ao solo e/ou as variáveis de amortecimento, autonomamente. Se me disseres que é um sistema mais complexo, concordo. Mas todos eles são activos. A palavra activo está para a industria como algo que altera autonomamente o seu comportamento sem intervenção humana. Se é um computador, se é uma válvula, ou se é outra coisa qualquer a controlar isso, isso pouco importa.

Pode é haver sistemas activos mais complexos, e outros menos complexos e claro que aí concordo. Mas algo que altera o seu comportamento sozinho, seja usando sensores e computadores e energia eléctrica e hidráulica e pneumática e que controlem amortecimento e altura ao solo e posição de cada roda em tempo real (e por aí fora com quantas mais variáveis poderemos imaginar), ou seja usando válvulas e as energias envolvidas no próprio movimento duma suspensão e que controlem apenas o amortecimento (e nem é preciso ir muito longe, os amortecedores em causa neste tópico, fazem-no), fazem alguma coisa autonomamente, e por isso, em minha opinião, são activos. Olham para o meio e adaptam-se a ele, todos eles. Podem controlar um ponto, ou mil, mas adaptam-se. Claro que respeito a vossa opinião, mas não concordo.
É como dizer que um com putador tem que ter placa de som, MB, gráfica, processador, memória, placa de rede (etc), e que o primeiro computador que foi feito, que não tinha wireless (por exemplo) não era um computador.... c'um caraças, era um computador menos evoluido, mas era um computador. Desculpem a comparação, mas é apenas para colocar um ponto de vista.

Desculpem os "e" seguidos, mas era só para reforçar a ideia.... :mrgreen:
 

Raposinha

New Member
Boas

fitty77 said:
Pelo que sei, o que se pretende com o brain é reduzir aquilo que uma suspensão traseira prejudica a pedalada. Quando o amortecedor é chamado ao serviço, ele funciona. Com o RP23 em pro-pedal, limitas a resposta do amortecedor a forças de baixa velocidade e dessa forma a suspensão traseira prejudica menos a pedalada. Não é a mesma coisa? É certo que a amplitude de abertura do amortecedor não é a mesma, mas para XC e maratonas penso que, na prática (reforço isto, na prática), seja mais que suficiente, e quando não for, sempre podes abrir o pró-pedal.

O objectivo de ambos os sistemas é o mesmo, diminuir o bombeio induzido pela pedalada no entanto a eficiencia energetica de ambos os sistemas é diferente sendo que no caso do RP23 á sempre perca de energia ao passo que no brain essa perca deverá ser perto de zero quando está totalmente fechado.
A melhor suspensão para XC/Maratonas é não ter suspensão procurando o maior rendimento energetico teórico possível, na maior parte do tempo nem suspensão da frente é necessario quanto mais a de trás.


fitty77 said:
No entanto duas notas: Dizes que face à pedalada o RP23 se mexe e eu diria que sim, depende é do sag e da posição do pro-pedal, porque como disse ele não bombeia. Outra coisa é em relação à válvula de inércia do brain. Em teoria, o amortecedor estaria fechado mesmo que uma pessoa ande aos saltos em cima da bike, sendo que o mesmo só abre quando a válvula de inércia recebe um impacto ascendente, correcto? Mas numa Epic que experimentei, em alcatrão e fazendo eu próprio força descendente no quadro, ele abria... Por isso, pergunto se na prática, o que realmente lá temos não é mesmo uma limitação de fluxo, como acontece com o RP23 e se a carga descendente não poderá também fazer abrir o amortecedor... Ou então a Epic estava com o Brain avariado.

O brain funciona com uma mistura de sistemas, valvula de inercia e restrição de fluxo hidraulico, na epic que experimentaste o brain deveria estar regulado para uma posição mais aberta o que faz com que a força do fluxo hidraulico abra a valvula mesmo que esta não receba um impacto é o chamado "flow control". Na imagem abaixo publicada podes observar que o botão azul controla uma agulha conica que é precisamente a tál restrição hidraulica.


soc09-specialized-cut_04.jpg



Se quiserem despender mais um tempinho podem ver aqui mais em pormenor o funcionamento do brain.


http://www.youtube.com/watch_video?v=ns76kFy14ZM


Back to off topic, hehehe

Cumprimentos
 

fitty77

New Member
Raposinha, percebi a segunda parte do que disseste, e era realmente a ideia que tinha em relação ao brain, que mesmo sem um impacto, ele poderia abrir com uma carga descendente (por exemplo a pedalada, ou um esforço provocado pelo rider), denotando então a tal restrição de fluxo que mencionaste. É provável que a Epic que experimentei tivesse o brain numa posição mais aberta, sinceramente foi há algum tempo e não me lembro.

Também concordo com o que dizes em relação ao Brain ser mais eficaz quando fechado que o RP23 (se bem que a tal passagem de fluxo poderá denotar que não seja um sistema puramente fechado nestas circunstancias), mas quando em aberto, é menos eficaz pois apresenta-se como um amortecedor sem qualquer restrição ao bombeio, ou seja, se estivermos num terreno muito irregular que provoque a abertura constante do brain (ou constantes aberturas), a pedalada sai de alguma forma prejudicada. Estamos de acordo nisto?. Claro que isso depois consegue-se combater com a sensibilidade, da mesma forma que os diferentes settings do pro-pedal vão anular a desvantagem em terreno mais regular (que é onde poderá perder pela tal diminuta oscilação face à pedalada).
 
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