lobo solitario
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Da varanda do meu retiro em Turiz avisto, ao fundo, a serra da Cabreira com a sua cumeada enfeitada com geradores eólicos. Há muito que conheço esta serra, ainda antes dessas torres terem levado a melhor e transformado os caminhos esquecidos, que levavam ao Talefe, em estradões rolantes. Apesar de conhecer essa mancha montanhosa no horizonte, há um monte mais singelo, decorado com uns imensos calhaus graníticos no seu topo, que se avista entre a Cabreira e a minha varanda. Nunca soube o seu nome. Resolvi, por outras razões, olhar os mapas da zona e ganhei, relativamente a essa massa granítica, a curiosidade suficiente para desenhar um track que testei no Domingo. Tomando-a como azimute da viagem, passa-se pelo rio Homem com destino a Amares.
O caminho já estava marcado de regressos vários de S. Pedro de Fins. Desse modo, a progressão foi rápida. Passei pelo mosteiro de Rendufe, rendido aos seus encantos.
Mais à frente, no lugar do Pilar, suspeitei estar a usar a Geira, apesar de apenas este marco adulterado o sugerir.
Os canídeos, esses, estavam-se marimbando.
Em Amares comprei pilhas para o GPS, que a inércia deste Janeiro tinha feito descarregar, e admirei a sua igreja matriz dedicada à Nossa Senhora do Amparo.
Mirei de soslaio este monumento pouco vistoso em memória do templário amarino filho da Gontrode e fundador de Tomar, cidade que lhe dedicou uma estátua mais condigna.
Lá em cima, uma capela mantinha-se precariamente no maciço. Pensei no pároco de nomeação definitiva do lugar, falando ao dono da pedreira: "Meu filho, acho que já chega! Não achas que a Nossa Senhora está já com vertigens?"
Ao fundo avistei a silhueta familiar de S. Pedro de Fins.
O caminho seguinte foi determinado pela possibilidade de atravessar o Cávado.
Não havendo muitas pontes, a que mais servia era, também, muito interessante: a Ponte do Porto ou de Prozelo. Segundo apurei, terá origem Medieval. Não sei dizer. Outros dizem que foi construída sobre as fundações de uma ponte romana. Sei que é lindíssima.
Da ponte já se vislumbrava o destino final:
Continuando, tomei a estrada asfaltada até Monsul onde comecei a subir a encosta. Ainda explorei alguns caminhos mais técnicos mas a única coisa que aconteceu foi molhar os pés ao ter que fazer uma dúzia de metros por um caminho que era também uma ribeira. Nada que não tenha já acontecido. Com o pezinho molhado lá continuei.
O ataque verdadeiramente dito ao monte deu-se por alturas de Sobradelo, por um estradão escalavrado e de inclinações, por vezes, absurdas. Entre piso esfarelado, regos profundos e degraus exigentes, lá fui subindo. Poderia mentir e dizer que fiz a subida toda montado mas ninguém me iria acreditar.
Negociando pequenos troços a empurrar a Titânia Soraia lá atingi a estrada que acede à capela ou santuário de S. Mamede. S. Mamede é, também, o nome que o povo dá ao monte (ou serra) embora a sua designação oficial nas cartas do IGEOE seja de serra de S. Mamede de Penafiel. Os militares sempre gostaram de complicar. Eles e os padres.
No topo tentei aquecer os pés enquanto comia uma barrita cujo prazo de validade terá expirado no camel-back ao longo dos últimos meses de passeatas. O santuário e uma cruz encarrapitada num poio granítico faziam-me companhia.
Mais acima, outros poios de granito estavam eriçados de metal telecomunicativo.
A decisão revolvia, agora, em torno da escolha do trajecto de regresso. Poderia fazer a espantosa descida que tinha sido a penosa subida. Optei, no entanto, por explorar um pouco melhor a zona. Depois de descer a Portela e testar vários becos sem saída, lá ficou desenhada uma descida interessante até próximo de Friande.
Aí, próximo da base do monte, entrei novamente em asfalto que foi o piso que usei durante quase todo o regresso.
Não foram 62 Km de beleza estonteante embora tivessem sido 1500m de desnível interessante.
O caminho já estava marcado de regressos vários de S. Pedro de Fins. Desse modo, a progressão foi rápida. Passei pelo mosteiro de Rendufe, rendido aos seus encantos.
Mais à frente, no lugar do Pilar, suspeitei estar a usar a Geira, apesar de apenas este marco adulterado o sugerir.
Os canídeos, esses, estavam-se marimbando.
Em Amares comprei pilhas para o GPS, que a inércia deste Janeiro tinha feito descarregar, e admirei a sua igreja matriz dedicada à Nossa Senhora do Amparo.
Mirei de soslaio este monumento pouco vistoso em memória do templário amarino filho da Gontrode e fundador de Tomar, cidade que lhe dedicou uma estátua mais condigna.
Lá em cima, uma capela mantinha-se precariamente no maciço. Pensei no pároco de nomeação definitiva do lugar, falando ao dono da pedreira: "Meu filho, acho que já chega! Não achas que a Nossa Senhora está já com vertigens?"
Ao fundo avistei a silhueta familiar de S. Pedro de Fins.
O caminho seguinte foi determinado pela possibilidade de atravessar o Cávado.
Não havendo muitas pontes, a que mais servia era, também, muito interessante: a Ponte do Porto ou de Prozelo. Segundo apurei, terá origem Medieval. Não sei dizer. Outros dizem que foi construída sobre as fundações de uma ponte romana. Sei que é lindíssima.
Da ponte já se vislumbrava o destino final:
Continuando, tomei a estrada asfaltada até Monsul onde comecei a subir a encosta. Ainda explorei alguns caminhos mais técnicos mas a única coisa que aconteceu foi molhar os pés ao ter que fazer uma dúzia de metros por um caminho que era também uma ribeira. Nada que não tenha já acontecido. Com o pezinho molhado lá continuei.
O ataque verdadeiramente dito ao monte deu-se por alturas de Sobradelo, por um estradão escalavrado e de inclinações, por vezes, absurdas. Entre piso esfarelado, regos profundos e degraus exigentes, lá fui subindo. Poderia mentir e dizer que fiz a subida toda montado mas ninguém me iria acreditar.
Negociando pequenos troços a empurrar a Titânia Soraia lá atingi a estrada que acede à capela ou santuário de S. Mamede. S. Mamede é, também, o nome que o povo dá ao monte (ou serra) embora a sua designação oficial nas cartas do IGEOE seja de serra de S. Mamede de Penafiel. Os militares sempre gostaram de complicar. Eles e os padres.
No topo tentei aquecer os pés enquanto comia uma barrita cujo prazo de validade terá expirado no camel-back ao longo dos últimos meses de passeatas. O santuário e uma cruz encarrapitada num poio granítico faziam-me companhia.
Mais acima, outros poios de granito estavam eriçados de metal telecomunicativo.
A decisão revolvia, agora, em torno da escolha do trajecto de regresso. Poderia fazer a espantosa descida que tinha sido a penosa subida. Optei, no entanto, por explorar um pouco melhor a zona. Depois de descer a Portela e testar vários becos sem saída, lá ficou desenhada uma descida interessante até próximo de Friande.
Aí, próximo da base do monte, entrei novamente em asfalto que foi o piso que usei durante quase todo o regresso.
Não foram 62 Km de beleza estonteante embora tivessem sido 1500m de desnível interessante.
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