Caríssimos,
Foi a primeira vez que fui do Porto até Alte para uma prova de BTT. Fui-me preparando nos últimos 6 meses para os 100km e ...acabei a fazer os 50, e não, não foram as pernas que suplicaram que acabasse mais cedo!
O percurso estava excelente, muito rolante, boas marcações, e a orientação pelos elementos da organização sem falhas a apontar. Comecei devagar, a pensar nos 100km e segui sempre "nas calmas", e aqui fica a minha primeira observação: "os campeões de fim de semana, conduzem de forma agressiva..."
Com piso escorregadio e baixa visibilidade devido à chuva e lama a entrar pelos olhos dentro, era vê-los a abrir por ali fora, a fazer ultrapassagens agressivas, daquelas em que se mandam mais dois para a valeta, enfim ... se são assim tão competitivos inscrevam-se na federação e vão para a competição.
Não me admirei por isso de ver o primeiro acidente sério ao fim de 3 km. E sei que não foi o único, por isso faço um apelo à moderação, para não coleccionarem mais cicatrizes ou arranjarem algo mais sério e irreversível.
Adorei o percurso, muito bonito, o "singletrack" na ribeira estava difícil, devido à lama, mas soberbo.
Os abastecimentos cumpriram com o mínimo, vou prevenido, por isso comi uns figos só por vontade de recordar os sabores algarvios.
Numa aldeia tão bonita como Alte acredito que seja difícil encontrar um local que possa albergar uma estrutura com as dimensões actuais. Concordo com as críticas à passagem simultânea de carros, atletas a chegar, outros em sentido contrário para ir lavar a bike, mas aceito que seja difícil coordenar tudo isto.
Agora, o festival de dorsais perdidos no monte, essa foi nova para mim! O meu lá deve ter ficado prós lados de Paderne, por isso fui desclassificado, LOL.
A minha bike começou a queixar-se lá para o km 30 e assim prosseguiu a matraquear queixumes até à divisória, as pastilhas de travão já tinham praticamente desaparecido e foi então que me decidi a ficar apenas com um gostinho da maratona de Alte.
Resumindo, gostei muito, aprendi que é melhor levar óculos, uns guarda-lamas a condizer e vestir um equipamento daqueles mais escuros, o meu vai ter que ser lavado 50 vezes até recuperar a sua cor original!
Não tomei banho, nem almocei, como bom burguês fui para o hotel lavar-me e comer. Um grande bem haja para o Alte Hotel!
Fiquei com vontade de repetir pro ano, mas com sol. É sempre bom regressar a Loulé e à companhia dos amigos de pedaladas do Sul.