vacalouca said:Bom tempo para uma pequena análise agora que a máquina já rola há uns 100kms :twisted:
Por partes:
Quadro/amortecedor
Não sendo o mais leve do segmento (cerca de 3.5kg com amortecedor), acaba por compensá-lo com uma excelente rigidez e capacidade de absorção; por mais que tente, não noto nenhuma torção digna de registo e posso dizer que trilhos em que penava com a rígida, agora passo com um sorriso na cara 8) O bombear sentado é nulo (o que não implica que não continue com sensibilidade suficiente para ir digerindo as irregularidades do terreno) e apenas em pé e martelando os pedais se sente alguma oscilação. Como em qualquer quadro com curso apreciável, é notória que o rendimento é bem maior sentado do que em pé portanto.
O amortecedor, apesar de apenas ter regulação do rebound e de pré-carga, é de uma suavidade impressionante; a falta de regulações nota-se na facilidade com que esgota o curso em pequenos drops (uma bottom-out air chamber como tem a forquilha calhava aqui mesmo b), mas o facto de não ter regulação de propedal ainda não se revelou problemática. Anda pelos 190psi (o melhor compromisso até agora), mas é susceptível de mudança.
Suspensão dianteira
A maior dor de cabeça até agora. Vindo de duas suspensões a molas, a quantidade de câmaras de ar desta suspensão leva a alguma confusão no início. São 3 no total (uma para a pré-carga, uma para regular a progressividade no fim do curso e uma para o TST2 que possui um valor fixo e que não deve ser alterado). O facto do funcionário da Marzocchi que criou as tabelas de pressões estar provavelmente embriagado quando o fez também não ajuda. Só para terem uma ideia, as pressões que uso agora são cerca de metade das tabeladas e mesmo assim ainda não uso o curso todo, mesmo em drops para flat de mais de 1m e aterrando de frente :s A ideia de que possa ter óleo a mais também não me escapou...
Não tem sido fácil por esta menina ao meu gosto (se calhar também vim mal habituado duma excelente Fox Vanilla RLC 130), mas já está com um trabalhar muito melhor do que quando a montei. Conta com 551cms de altura do eixo ate à coroa, o que proporciona um ângulo de direcção por volta dos 67º quando seleccionado o curso máximo. Isto é excelente em zonas muito técnicas e inclinadas, mas torna a direcção bem mais nervosa nas subidas, e tem-me dificultado o “levantar” da mesma em saltos/drops, pois tem mais 5 cms de altura que a minha Fox referida anteriormente. O facto do ângulo de direcção ser mais relaxado também permite maior estabilidade em zonas rápidas, mas acaba por tornar a bicicleta um pouco mais lenta de reacções em singles mais técnicos.
O ATA é muito bonito no papel (regulação de 120-160mm de curso), mas na prática revela-se pouco prático e acaba por originar diferentes regulações de compressão consoante o curso escolhido (que é como quem diz menos curso = menos sensível). Por estas razões tenho usado o curso nos 160mm salvo raras excepções.
Rodas
Até agora têm-se portado bem, mas apesar de estarem a ser usadas (e bem) ainda não passou tempo suficiente para poder tirar mais conclusões. O ruído do cubo traseiro é no mínimo…ensurdecedor, hehe. É impossível alguém no trilho não nos ouvir quando vamos lançados…
Há quem diga que parece um relógio suíço a trabalhar, há quem diga que parece um enxame de abelhas que nos vai a perseguir. Eu digo que parece que nos vai a perseguir um enxame de abelhas com a precisão de um relógio suíço :mrgreen:
Transmissão
Os shifters X7, o desviador X7 traseiro e o desviador XT dianteiro já são velhos conhecidos. Do conjunto X7 a opinião mantém-se: brusquidão mas funcionamento a toda a prova. O XT, pela primeira vez desde que o comprei que estou contente com o funcionamento dele, pelos vistos não se dava era bem com o antigo quadro. O pedaleiro XT tem funcionado sem problemas, idem para a cassete XT e corrente PC991.
Travões
A opinião que já trazia mantém-se: progressivos e suaves quanto baste, mas se precisar também bloqueiam a roda quando é preciso. O disco dianteiro empenou e apesar de com um alicate ter aliviado um pouco a situação não me parece que volte a ser o mesmo. Talvez uma hipótese para mudar para 180mm no futuro e sossegar o Amukinado :mrgreen:
Sobre o resto do material não há grande coisa a dizer: o avanço e o guiador são exemplos de rigidez, os pneus continuam excelentes (apesar do traseiro com mais de 2000kms já não ter o grip doutros tempos, especialmente em travagem) e o selim está-se a revelar uma dolorosa adaptação depois do “sofá” a que estava habituado (embora julgue que o pior já passou).
Enfim com cerca de 100km, são estas as impressões que consegui reunir. Estejam à vontade para comentar ou pedir esclarecimentos
Tal como te disse ontem na voltinha, acho que devias mudar pelo menos o pneu dianteiro, pois esse relevo para o tipo de bicicleta que tens, nao me parece muito indicado, se quiseres posso te emprestar o meu de origem para testares, e vais ainda te sentir mais seguro a descer, principalmente os trilhos mais tecnicos em Sintra.
Para a semana vamos fazer a voltinha do Abano, um bom teste para as Reigns 2 e 3. :lol: Com descida desde a Peninhaaaa ao Abanoooo.
Parabens a bicicleta é muitaaa "louca".