Crónicas de um Bravo do Pelotão por Terras Helvéticas

AFP70

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Boa tarde companheiros (as),

Venho por este meio e de forma a sossegar alguns dos (as) seguidores (as) deste tópico, informar que no dia em que decidir encerrar o mesmo, quer por falta de motivação, falta de tempo, falta de aventuras, falta de companhia, eventual regresso deste Bravo à Terra Madre, eventual deslocalização para outro país, eventual morte do artista, etc…, esta decisão será aposta neste mesmo local (by myself or someone else), eheheh…

Como até agora nunca tal me passou pela cabeça e como bem frisa o RTC, neste momento é impossível rolar em alta montanha (nem com schwalbe tires amigo Jocas22, eheheh…), optei por procurar outras paragens.

Vai daí resolvi dar uma saltada à Terra da Maria (as minhas Caraíbas para fugir às agruras invernais das Terras Helvéticas) onde pretendia efetuar pelo menos 3 voltas com a malta.

O povo d’aqui diz que Braga é o penico do céu, mas eu diria antes que o Minho é o penico de Portugal uma vez que desde que aqui cheguei ainda não consegui apanhar um dia sem chuva.

Sendo assim, no próximo sábado (em princípio bom tempo, a ver vamos…) irei poder dar azo à minha imaginação com uma aventura digna de registo e de relato e que será colocada online logo que possível.

Till there and keep enjoying ;),

Alexandre Pereira
Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…
 

AFP70

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Boas Companheiros (as),

Eis um “preview” do que será a próxima crónica. Esta volta foi realizada em Portugal, ver post anterior e aquelas montanhas lá ao fundo são o nosso querido Gerês.

Conseguem ver o arco-íris?

Como sempre, a crónica será postada a seu tempo, nos locais do costume (Site BDP, Facebook, Fóruns de BTT).

Cumprimentos,
Alexandre Pereira

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AFP70

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Bom dia ao Fórum!

De regresso às Terras Helvéticas e estando a cair neve, aproveitei a ocasião para fotografar os homens que em minha opinião são uns autênticos heróis. Os famosos “Bike Boys” de Lausanne, isto porque pedalar nestas condições, a saber com neve, temperaturas de -5 a -10ºC e com biclas de roda fininha não é para todos…

Ei-los em plena ação.

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P.S: Agora que me encontro libertado das obrigações familiares, tentarei durante os próximos dias postar a crónica em falta alusiva à volta efetuada por Terras Lusas.
 

AFP70

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A caminho da Serra do Maroiço passando por Santa Marinha…

Uma vez que já não rolava há perto de dois meses, resolvi que estava na hora de fazer uma visita para os lados da Terra da Maria, sim a da Póvoa de Lanhoso, onde o clima é mais ameno. Vai daí, meti-me num avião e dei um pulo à Terra, questão de por a conversa em dia com a malta e família e desenferrujar a ossatura.

Se nas Terras Helvéticas estou impedido de rolar em alta montanha devido à neve e baixas temperaturas, aqui o mal era a chuva e respetivos vendavais. De três voltas planeadas (sofro como sabem do pecado da gula) apenas consegui realizar uma e mesmo esta foi “in extremis”.

Avisadas as tropas e alguns amigos, o camarada Pereira encarregou-se de delinear um track à altura dos Bravos, isto é, digno de registo. Compareceram à chamada os camaradas do costume, ou seja o Pereira e o Viegas. Como disse alguém “Minho is the potty of Portugal” pelo que este foi o motivo avançado por todos aqueles que não quiseram participar (agora salivem porque o dia não esteve assim tão mau).

O trilho delineado arrancava em Castelões (175 mts) seguindo-se uma visita à capela de Nossa Senhora do Monte (376 mts), à Ermida da Srª. do Monte (515 mts), à capela de Santa Marinha (600 mts), ao Alto de Morgair (893 mts) e daí far-se-ia o regresso à base.

Grande parte das zonas por onde iriamos passar eram já nossas conhecidas, pelo que o trilho desenhado serviu somente para testar novas ligações e pôr à prova as nossas capacidades físicas, que no meu caso estavam uma lástima como vim a constatar.

Devido à chuva que caiu no último mês, encontramos muitas secções do trilho com elevados índices de perigosidade, obrigando a cuidados redobrados e por vezes a desmontar.

Como disse, não me encontrava nos meus dias ou para melhor entendedor, a minha forma estava uma “shit”, pelo que após termos vencido a caminho de S.Miguel do Monte uma parede de 3 kms com quase 400 mts de desnível e sabendo de antemão (voltas passadas) a “coça” que iria levar até atingir o Alto de Morgair; resolvi sensibilizar os meus camaradas para uma alternativa que perpassava na minha mente.

Estávamos a 675 mts e com cerca de 28 kms percorridos quando tomamos a decisão da alternativa e em boa hora o fizemos pois permitiu-nos fazer a descer um trilho que normalmente sempre efetuamos em sentido contrário. Foram cerca de 8 kms de pura diversão e é nestes momentos que compreendemos o porquê da malta fugir aos nossos convites tal qual o diabo foge à água benta, eheheh…

Eis parte dos registos do dia… (restantes encontram-se na página Bravos do Pelotão, ver crónica Nºtrinta e oito).

Não, não estamos no Soajo. Esta chapa foi tirada no início da volta (175 mts) em Castelões, não o do queijo, mas sim o da famosa tasca “O Luís”, onde se come o melhor bacalhau grelhado com batatas a murro. (Amigo Luís, deves-me dinheiro pela pub, eheheh…)
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Início das hostilidades.
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Passagem por cima do rio ???.
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Agora que pelos vistos já há dinheiro para TGVs liberte-se dinheiro para a conservação do património, neste caso, esta ponte.
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Bonita floresta de álamos mais conhecidos em Portugal por choupos.
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Atravessamos algumas aldeias interessantes. Aqui perto de Vila Nova.
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O nosso destino final (monte central). Até ao momento apenas tínhamos feito 3 kms.
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As cores do Inverno nesta zona.
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Por vezes os trilhos que surgem no Google Earth e que servem de base às nossas aventuras acabam por desaparecer no terreno como viemos a constatar neste caso (ossos do oficio). Pois é, o trilho levar-nos-ia a três poças de água utilizadas pelos “labradores” para armazenamento e rega. Shit happens. OK, toca a regressar atrás e encontrar uma alternativa ao trilho desenhado. Nada de desesperar porque BTT é isso mesmo.
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Como diz o povo “há males que vêm por bem”, pois este infortúnio permitiu-nos descobrir um trilho novo, recentemente aberto por uma retroescavadora. Pena ser a subir. Foram cerca de 800 mts com ela à mão para vencer um desnível de 150 mts e que afinal não passava muito longe das três poças anteriormente mencionadas.
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O castelo da Póvoa de Lanhoso a +/- 7,5 kms e o miradouro de São Mamède a +/- 11 kms (em linha reta).
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O preto e o vermelho fazem um bom contraste na paisagem circundante.
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Aqui fui obrigado pelos meus camaradas de armas a optar pelo caminho da esquerda.
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Mais uma propriedade em ruínas. Quiçá com a nova política do estado em querer transformar-nos em agricultores de elite, esta propriedade volte novamente ao tempo áureo.
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Capela de Nossa Senhora do Monte a 376 mts na freguesia de Gondiães e o castelo da Póvoa de Lanhoso em pano de fundo. No passado os caçadores mais viciados da zona, diziam às esposas todos os domingos que iam à missa a Gondiães (em muitas aldeias os párocos mais conservadores continuam a realizar a primeira missa pelas 06h00 da manhã).
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A caminho da Ermida da Srª. do Monte.
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Ermida da Srª. do Monte (515 mts).
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Planalto muito bonito com trilhos fantásticos.
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Mais do mesmo.
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O Maroiço (893 mts no Alto de Morgair), o nosso destino final, mas calminha que ainda tínhamos de passar pela capela de Santa Marinha.
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Capela de Santa Marinha (600 mts). Como devem calcular não fomos pela estrada asfaltada, escolhemos um trilho muito melhor, eheheh…
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Académica VS Benfica. O empate técnico é um resultado justo.
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Os três mosqueteiros junto à capela de Santa Marinha. Pereira (Man in Black), O homem das Terras Helvéticas (Blue Guy) e Viegas (Benfica Lover, even in his goat).
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As nossas fiéis amigas. Acreditem que somente após tirar a chapa me apercebi da disposição milimétrica intencional das cabras.
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Ao fundo o nosso próximo destino (eólicas do Maroiço). Ainda não tínhamos efetuado metade da volta.
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Santuário do Sameiro a +/- 13 kms em linha reta.
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Os castanhos são a tonalidade dominante.
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Santa Marinha ao fundo na parte central da foto (já eras…).
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Muitos kms ainda nos separam do nosso destino.
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Zona de descidas alucinantes feitas com redobrado cuidado pois os trilhos estavam uma lástima por culpa da chuva.
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Só para terem uma ideia do grau de inclinação.
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Mesmo neste estado, conseguimos fazer estas descidas com alguns percalços à mistura, nada a que já não estejamos habituados.
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Aqui sim, tivemos de desmontar porque estes regos (não aqueles que estão a pensar) tinham quase 1 mt de profundidade. Numa zona de 100 mts, pudemos confirmar a força das enxurradas que assolaram esta zona nestas últimas semanas.
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Ao fundo Luílhas. Ao contrário dos meus camaradas, vi-me grego para aqui chegar, talvez devido à falta de treino (mais de 2 meses sem rolar) e fui eu (sim, acuso-me publicamente) o causador da alteração ao trilho inicialmente previsto “sorry guys”.
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Em épocas passadas já rolei com estes mesmos camaradas nessa zona (Maroiço e Alto de Morgair) pelo que a partir d’aqui sabia o que me aguardava para atingir esses locais. Se a isto somarmos o facto de para aqui chegarmos termos vencido uma parede asfaltada de 3,5 kms com perto de 400 mts de desnível (gosto tanto de asfalto como o diabo gosta de água benta, mas nesta zona não havia alternativas). O somar destas duas situações conduziram-me à mudança de planos, o que se veio a confirmar como tendo sido uma boa opção, pois acabamos por realizar a descer um trilho que habitualmente efetuamos em sentido inverso.
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“Somewhere over the rainbow, Blue birds fly, And the dreams that you dreamed of, Dreams really do come true ooh ooooh”. Quem nunca viu o Feiticeiro de Oz?
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São Mamède nunca deixou de nos acompanhar ao longo da volta.
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As Terras Helvéticas são conhecidas por num mesmo dia termos as 4 estações, mas ao longo da volta acabamos por sofrer as agruras do tempo, daí somente terem respondido à chamada apenas 2 Bravos (os mais duros e viciados neste desporto).
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Foram cerca de 8 kms sempre a descer, de puro divertimento com muitas zonas técnicas.
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Senhora da Fé a +/- 14 kms e o Talefe a +/- 18 kms (em linha reta).
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No final da volta o contador indicava 36,5 kms e 1.380 mts de acumulado de subida.

Aos suspeitos do costume (Pereira e Viegas) quero aqui deixar o meu agradecimento pela companhia e aos restantes apenas posso dizer que melhores dias virão (sem chuva).

Tal como na vida, o caminho faz-se caminhando ou neste caso rolando, pelo que devemos estar preparados para tirar o máximo partido das alterações que eventualmente tenhamos de efetuar ao inicialmente programado e quiçá em muitas ocasiões não somos surpreendidos do resultado final.

Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira
Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…
 

salgado52

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Fotos espectaculares sem dúvida,aliadas a uma das regiões mais bonitas do nosso "Puto"o Minho.Camarada Alex,quer dizer então que o sôr Pereira e o outro amigo lhe deram uma "coça"gostava de estar lá para me rir.Um abraço ao mano e bom regresso a terras helvéticas.

Abraço

JAndrade
 

AFP70

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Boas amigo JAndrade,

Já conhece o amigo Pereira e o homem não é desses, aliás era bem capaz de me vir a empurrar isto se eu estivesse mesmo para dar as últimas (espírito de grupo, ninguém fica para trás).
Eu é que vinha em sofrimento físico e mental, pelo que antecipei-me antes de atacar a última subida que com certeza me iria matar, eheheh…
A baixa de forma não perdoa nas nossas voltas.

Já vi que hoje se divertiu no V BTT Rota do Azeite (vou acompanhando o rescaldo que V.Exª abriu :D), continue, pois estes momentos já ninguém nos pode tirar.

Um abraço,
Alexandre

P.S: Já me encontro na Schweiz e agora vou pensar no que fazer nos próximos fins-de-semana, eheheh…
 

AFP70

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Boa noite avlis66,

Como esta volta vai sofrer alterações em virtude de algumas partes (menos boas) irei mal a mesma seja repetida pelos restantes camaradas, repertoria-la no cardápio de voltas existente na página Bravos do Pelotão. Na devida altura essa informação será colocada online neste tópico.

No entanto se desejar o track alusivo a esta volta (realizada na crónica), basta que me envie uma PM para o email (ver assinatura).

Cumprimentos,
Alexandre Pereira
 

AFP70

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Caros (as) companheiros (as),

Serve este post para informar que a partir de hoje temos mais uma volta catalogada (Volta Nº49), realizada ontem pelos restantes camaradas que se encontram em Portugal na companhia de alguns companheiros dos “Toupeirinhas do pedal”

Para aceder às diferentes rúbricas da volta nº49 basta clicar nos seguintes links: Track | Altimetria / Análises | Fotos.

Na Ermida da Srª. do Monte
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No Alto de Morgair (Serra do Maroiço)
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Cumprimentos,
Alexandre Pereira
 

AFP70

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O pagador de promessas foi ao São Bento da Porta Aberta…

Marguerite Yourcenar escreveu "Quando se gosta da vida, gosta-se do passado, porque ele é o presente tal como sobreviveu na memória humana" e eu acrescentaria que o nosso passado, tarde ou cedo acaba por nos apanhar.

Este início de crónica vem a propósito de numa noite bem “regada” passada entre amigos aquando da minha estadia em Portugal, alguém ter sugerido realizarmos uma caminhada (peregrinação) a iniciar na Póvoa de Lanhoso (230 mts), passando pelas Cerdeirinhas (550 mts), pontes do Rio Caldo (175 mts) e finalizando no santuário do São Bento da Porta Aberta (300 mts), tal qual como nos velhos tempos.

A última vez que fui a pé ao São Bento da Porta Aberta foi nos idos anos 90, mais concretamente em 1992 e nesse ano fui lá 3 vezes (duas de bicla, recentemente adquirida na altura e que ainda tenho e uma a pé, portanto nesse ano tive a minha conta).

A minha relação com o santuário do São Bento da Porta Aberta remonta à minha infância, é nestas alturas quando recordamos o passado que constatamos o poder que a família tem sobre o crescimento do individuo e na sua formação como pessoa. Obrigado pais e avós!

Como esta aventura não estava programada, não trouxe das Terras Helvéticas as minhas botas de caminhada, pelo que fui de ténis (erro de principiante e fatal conforme virei a descobrir).

Por norma caminho a bom passo e os meus companheiros acompanharam o ritmo e passados 4h00 tínhamos chegado ao destino, tendo percorrido +/- 23 kms.

Eis parte dos registos do dia… (restantes encontram-se na página Bravos do Pelotão, ver crónica Nº039).

O miradouro de São Mamède a 720 mts.
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Que cores…
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Aquela casa ali em baixo pertence a um jogador da famosa República das Bananas e mais não digo sob pena de represálias, eheheh…
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A vila do Gerês ao fundo na encosta.
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As famosas pontes.
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O meu desejo não era ir por ali, mas os meus companheiros obrigaram-me e viemos a descobrir que pouco ou nada ganhamos neste desvio (valeu a paisagem).
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Um homem rústico como eu gosta de coisas rústicas e “mai” nada!
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“I will always love Gerês till I die”.
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Agora entendem o porquê do tal craque ter construído naquele local. Isto tudo é só para alguns afortunados. “Life is such a bitch”.
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Conseguem ver o miradouro da Pedra Bela (800 mts). Com águas destas, quem precisa de praia?
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Quem participou na II maratona do Gerês alembra-se…
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Foi por este santuário (o antigo) que aceitei o desafio. A nossa história de amor existe desde que sou gente (boas recordações).
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Já perdi a conta às vezes que subi e desci estes trilhos com os meus camaradas Bravos do Pelotão.
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As pontes do Rio Caldo, vistas a partir do santuário.
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Já sei o que estão a pensar. As minhas amigas foram almoçar, eheheh…
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Acreditem que ainda ponderei se deveria ou não relatar esta crónica uma vez que a mesma não trata de nenhuma aventura em BTT ou caminhada em alta montanha, mas o poder do Gerês abateu-se sobre a minha cabeça e não deixou que vos privasse destas belíssimas chapas.

Como disse anteriormente baldei-me, levei uns ténis e mal comecei a descer das Cerdeirinhas para as pontes do Rio Caldo senti umas dores nos dedos grandes dos pés, isto sempre que tocavam na ponta do ténis (parte em contacto com a unha). Esta dor foi uma constante até finalizar a volta. Quando cheguei a casa e tirei os ténis, qual não é o meu espanto ao verificar que entre a unha e a pele logo por debaixo desta, tinha-se formado em cada um dos dedos uma grossa bolha de água e sangue. Foi de tal forma intensa a fricção imposta pela cadência que as unhas tinham “recozido”, dando a impressão que a qualquer momento se iam desprender do dedo, para além de estarem com uma cor avermelhada tipo como se alguém me tivesse dado uma martelada.

Durante quase uma semana não pude calçar nada com exceção das minhas botas de caminhada (irónico não acham?), isto porque o peito do pé fica preso e devido à forma de balão na biqueira, as unhas nunca ficam em contato com a mesma; para além de ter de fazer diariamente uma massagem à base de sal e óleos. Quase a fazer um mês, as unhas continuam vermelhas (se fosse Verão ainda ditariam eventualmente uma nova moda, eheheh…).

Não sei se repararam numa das fotos que os ténis na sola são azuis, pois essa mesma sola descolou-se por completo, tendo os mesmos ido parar a uma “oficina” para serem novamente recauchutados.

Aprendi a lição, caminhadas só mesmo com calçado apropriado.

Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira
Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…
 

salgado52

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Amigo tu não paras mesmo,umas vezes em cima "dela" outras vezes sem ser em cima "dela" afinal qual o "combustível"que o amigo consome,eh!eh!eh!

Parafraseando um amigo que conheço,e que realiza umas belas crónicas "Por Terras Helvéticas" também eu já fui muito feliz em alguns locais dessas belas fotos!!!

Grande Abraço....
 

AFP70

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Boas Salgado52,

A malta vai fazendo os possíveis para manter o interesse dos users no tópico, daí a variedade, eheheh…

Como disse alguém "A felicidade está em conhecer os nossos limites e em apreciá-los" e como sabe a felicidade não se pode comprar, mas pode ser partilhada…

Eu por aqui e vossemecê por aí com os famosos NGPS e outros. Acredite que não se vai arrepender em participar no circuito que a malta dos Superfraquinhos está a preparar (esse pessoal não brinca e então o António (Grande, e é mesmo em todos os aspetos, eheheh…). Os locais por onde vai passar são do melhor, digamos que assim vai poder completar o seu mapa do Gerês e arredores.

Um abraço e divirta-se,
Alexandre Pereira
 

AFP70

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Boas BikeTrepaTudo,

Obrigado. Veremos o que o futuro nos reserva. Irei como sempre ao sabor do tempo e da inspiração.

Um abraço,
Alexandre Pereira
 

AFP70

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Boas Companheiros (as),

Eis um “preview” do que será a próxima crónica. Esta foi a minha primeira volta do ano em alta montanha (de muitas espero) e serviu sobretudo para testar o meu último investimento (vejam se adivinham). Sem esses apêndices não há voltas dignas de registo para ninguém, eheheh…

Como sempre, a crónica será postada a seu tempo, nos locais do costume (Site BDP, Facebook, Fóruns de BTT).

Cumprimentos ;),
Alexandre Pereira

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AFP70

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A minha primeira vez com raquetes…

Como sabem as minhas incursões em montanha durante o período invernal (queda de neve) sempre foram escassas, isto devido ao facto de não ter equipamento à altura. Já algum tempo que tinha decidido adquirir logo que possível uns apêndices que me permitiriam caminhar na neve, vai daí, investi numas raquetes da marca TSL, modelo 226.

Após imensa recolha de informação e conversas com lojas especializadas, optei por este modelo, isto porque me permite fazer caminhadas até aos 3.000 mts para além de possuir um mecanismo de engate rápido e ainda um sistema traseiro que permite que em zonas de forte inclinação possamos caminhar como se de uma zona horizontal se tratasse.

Sendo um leigo na matéria e para não fazer figuras tristes (sempre subjetivo), achei de bom-tom fazer esta primeira experiência numa zona não muito difícil e abaixo dos 1.500 mts, tendo a escolha recaído sobre “Les Pléiades” que já conhecia minimamente (ver crónica Nº017).

Realmente o sistema traseiro que nos ajuda a vencer terrenos de grande inclinação funciona lindamente, assim como o sistema de aperto rápido. O único senão quando caminhamos em longas distâncias na neve é que para além do nosso peso ainda arrastamos 3 Kg (botas + raquetes).

Após alguns kms percorridos e três “quase quedas” motivadas por folga nos apertos rápidos (quando caminhamos as raquetes por vezes chocam entre elas), parei para tentar perceber o que estava mal e não é que constato que os apertos ao invés de estarem do lado de fora estavam do lado de dentro. Os “Rookies” têm destas coisas, toca a mudar as raquetes de pés.

Ao longo da caminhada apercebi-me de alguns pormenores técnicos, ou seja, escolher de preferência caminhar em terrenos com “poudreuse” macia isto porque não nos enterramos e até parece que voamos (sensação de flutuação); se bem que as raquetes na sua base possuam 6 pitões em ferro para aderir ao gelo, o certo é que nesse tipo de terreno o pé sofre pois a raquete não consegue manter uma posição horizontal e estamos sujeitos a entorses. Caminhar na neve e em locais inclinados sem “sticks” revela uma grande falta de bom senso, pois estes são uns excelentes auxiliares.

Eis parte dos registos do dia… (restantes encontram-se na página Bravos do Pelotão, ver crónica Nº040).

Apresento-vos as minhas novas amigas TSL 226. Espero com elas poder aceder a lugares por mim nunca dantes “navegados”.
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Ponto de partida do meu périplo “Les Pléiades” a 1.350 mts. Este local já foi devidamente “cronicado” na aventura nº017 e por incrível que pareça quase na mesma data. Ele há coisas…
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Com temperaturas de -10ºC só mesmo camuflado desta forma. O “red” nestas alturas é a cor da moda.
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Enquanto caminhava e sendo esta zona percorrida por imensas pistas de ski (7), cruzei-me com imensos indivíduos que de humano só tinham mesmo a posição bípede. Aqui compreendi que existe uma posição altiva dos “skieurs” em relação aos “randonneurs”. Digamos que temos de navegar em águas separadas.
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Irei passar naquela mancha branca de neve ao fundo da foto.
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Fui obrigado a cruzar nesta fase inicial da volta por diversas vezes as pistas. É um perigo porque a malta vem com muita velocidade e o equipamento que tinha colocado na cabeça (tapa orelhas e gorro) conduziam a uma diminuição acentuada da audição.
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Sabia tão bem um lumezinho…
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“Châlet-Saint-Denis” a 810 mts.
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Não, não era o único…
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Já andei de “bicla” naquela zona.
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O dia apresentava-se com muito nevoeiro, o que dificultava a obtenção de pontos de referência. Aqui ainda visível “Les Dents de Lys” a 2.014 mts.
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Imensa área de “poudreuse”. Não parece, mas é a descer e com alguma inclinação (ver próximas fotos). Assinalei a vermelho um “randonneur”. Caminhar na neve ainda “virgem” é do melhor, tal é a sensação de flutuação.
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“Le Moléson” a 1.974 mts.
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Adoro estas imensas áreas a céu aberto. Como cantava o David Bowie “This is not America”.
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Fi-lo a descer…
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Como já frisei a dificuldade d’orientação na neve é mais que muita, uma vez que perdemos “les points de repère” do relevo (para onde quer que olhemos tudo é similar), mas a sorte (nem sempre) é que existem as tão famosas placas amarelas.
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A última da volta, isto para não vos saturar.
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Vejam se adivinham o que está mal nesta foto. Os “rookies” cometem erros de palmatória, eheheh…
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Estas são as minhas zonas favoritas.
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Este caminho embora simpático à primeira vista é constituído somente de gelo (neve pisada e que se transformou em gelo), a evitar no futuro.
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Pois é, estou na zona deles, daí o respeitinho. Não posso fazer nada uma vez que o meu caminho cruza o deles em perpendicular.
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Maravilha, 27% de inclinação a descer, mas como sempre, tarde ou cedo vou ter de subir.
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Isto é o aspeto de como fica uma mão a -10ºC. Sofri para tirar fotos uma vez que as luvas grossas impediam de disparar. Enquanto estiver vermelha é bom sinal, chato era se estivesse preta, eheheh…
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A caminho do meu destino.
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Olá amigos sejam bem-vindos.
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“Uma casa na pradaria” versão “winter”.
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A caminho da casa do clã Ingalls. Alembram-se?
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Ao longe, dois amadores de fim-de-semana! E porquê? Perguntam vocês.
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“Randonneur” digno desse nome, utiliza “sticks” de caminhada e acreditem que não é por uma questão estética.
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Cada macaco no seu galho! Nada de misturas.
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Zona bastante íngreme no meio de densas florestas.
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Adoro o efeito da neve pousada nos pinheiros.
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Nesta zona perdi-me tendo de fazer cerca de 2 kms para regressar ao ponto de partida. Trata-se de uma zona em socalco em que se perde por completo a noção da direção a seguir já que estamos rodeados de pinheiros.
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Tempo de regressar à base. Assinalado a vermelho o local por onde passa o comboio que nos conduz às “Pléiades”.
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Na foto anterior o meu destino final parecia mais perto, a sorte é que não me canso destas paisagens.
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Tirei esta foto para que tenham uma ideia da quantidade de neve existente (aquele pau laranja do lado direito da foto mede 2.00 mts).
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Para uma primeira experiência, adorei, aliás fiquei viciado e já só penso na próxima.

O único senão da volta foi realmente a temperatura de -10ºC que se fazia sentir assim como o intenso nevoeiro que impedia ver pontos de referência e que em alguns casos motivou enganos no trilho a seguir.

No final, esta volta saldou-se em 12,5 kms de caminhada, 583 mts de acumulado de subida, tendo apenas atingido os 1.400 mts de altitude máxima.

Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira
Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…
 
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