Aventura caminho francês de Santiago de Compostela

camber29

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Muito bom.

Algo a seguir e fazer um dia... :)

Abraço, parabéns pela aventura e obrigado pela partilha.

Faz que vale a pena!
Mas eu se fosse hoje não o teria feito em 7 etapas.
Para se curtir bem o caminho, no mínimo faria 9 ou 10 etapas. É o ideal. ;)
 

camber29

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Etapa 2 – Pamplona – Navarrete

Em Pamplona acabamos por não pernoitar em nenhum albergue. Isto porque andamos à procura de uma lavandaria para lavar e secar as nossas roupas. Ficamos numa pensão meia mal amanhada, mas lá deu para passar a noite. Não houve problemas em arrumar as bicicletas numa arrecadação da pensão. A ASAE ia ter muito trabalho nesta pensão! :cool:

Duas dificuldades adivinhavam-se para esta etapa, em primeiro a saída de Pamplona e depois o já esperado, Alto do Perdón. Este seria o primeiro obstáculo totalmente cumprido em trilho, pois a subida aos Pirinéus tinha sido, em parte por alcatrão.

Não foi fácil a subida, principalmente devido ao empedrado bastante pronunciado. Não raras vezes foi necessário desmontar.

Já no alto, tiraram-se as respetivas fotografias e preparou-se tudo para a frenética descida. Esta começa com muita pedra e muito pronunciada, mas depois fica mais suave, quer na inclinação, quer no tipo de piso, entramos em valores de velocidades mais condizentes com os nossos objetivos.

O tipo de paisagem passa a ser algo monótona: grandes áreas de cultivo, que por acaso nesta altura do ano estavam verdejantes. Almoçamos e logo depois passamos pela “Fuente del Vino”. Aproveitou-se para molhar o bico!

A etapa terminou em Navarrete uma pequena localidade pacata onde ficamos mais uma vez, muito bem!

Dados da etapa:

Distância total: +120 Km
Tempo total: + de 9 horas
Em movimento: + de 8 horas
Vel. Média em mov. 12,9 Km/H
Acumulado: + 1600 m

E as fotos:











 

camber29

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Etapa 3 – Navarrete – Rabé de la Calzada (Burgos)

Etapa muito fixe. Passaram-se por algumas localidades engraçadas e foi bem rolante.

Avistam-se muitos peregrinos a fazer o percurso a pé. Apesar do trilho ser, na maior parte do percurso, bastante largo, os gritos de aviso da nossa passagem são imperativos: “Bici! Bici!” ao que se segue: “Buen camino!”. Isto é dito umas largas dezenas de vezes ao dia!

Fazer o caminho de bicicleta é uma aventura, mas ainda assim é relativamente rápida e com alguma descarga de adrenalina a espaços. Mas para quem faz a pé é um desafio quase sobre humano. Uma loucura!

“Isto até Burgos é sempre a descer!” foi a frase mais repetida nesta etapa pelo nosso companheiro recorrente nestas andanças. Esqueceu-se foi que para descer é preciso subir! Lá fomos nós aos 1150 metros de altitude. E ainda antes de chegar a Burgos ainda tivemos que trepar mais uma parede, cujo o piso, para não facilitar estava pejado de pedras. Mais uma vez, já bem quase a chegar lá acima, houve necessidade de desmontar das bikes.

Finalmente começou a “descida até Burgos” que tanto nos prometeram. O piso é rolante e aquilo está mesmo a pedir. Alcançamos outro ciclista que ia bastante mais leve do que nós. Foi sempre a abrir. Não foi até Burgos... Mas quase! :cool:

Entretanto deparamos com uma terriola meia engraçada e um albergue ao fundo. Tocamos à porta e colocamos as condições todas que tínhamos para ficar, a saber: preço, jantar, sitio para as bikes, pequeno almoço, lavar a roupa e secar! A todas as nossas condições a resposta foi favorável. Íamos mesmo ficar! :p

O melhor ainda estava para vir. Fizeram-nos um jantar caseiro, bebemos vinho tinto de jarro (fresco!!!), fomos acompanhados por uma família de italianos que também estava a fazer o caminho de bicicleta, fomos convidados a ir a uma festa de anos numa casa lá ao lado… Enfim, tratamento 5 estrelas que nos ofereceram. Incrível mesmo, qualquer próxima vez que volte a fazer esta aventura, a paragem em Rabé é obrigatória!

Impecáveis a Clementina, o Zé Maria e o outros irmãos todos. Aproveitamos para lavar e secar toda a nossa roupa, ficamos novos!

Dados da etapa:

Distância total: 124,24 Km
Tempo total: 9 horas
Em movimento: 8 horas
Vel. Média em mov. 15,5 Km/H
Acumulado: 1473 m
 

Medroso#78

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Boas,

.....Mas que aventura caro camarada "camber29". Muito obrigado pela partilha. Pena mas não tenho coragem para tal..... Quem sabe um dia. :)
 

meia dose

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bom dia:

fiz à dois anos Burgos - Santiago e tenho um familiar que o fez completo mas não sei se fez o mesmo plano de escalas. realmente o segundo plano parece mais equilibrado, tendo em atenção a subida da Cruz de Ferro e o Cebreiro.
já agora, como vos correram? a descida da Cruz de Ferro ainda se faz em pedras e calhaus? a subida do Cebreiro por estrada ou trilho?
aproveitem e vejam o diario em estoirabikes.com

cumprimentos e boas pedaladas
João Lourenço
 

camber29

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Medroso#78
Boas,

.....Mas que aventura caro camarada "camber29". Muito obrigado pela partilha. Pena mas não tenho coragem para tal..... Quem sabe um dia. :)

Rs14
Divinal. Adorava fazer este caminho mas tenho receio que eu e a minha burra não aguentemos !​

Tudo se faz, tudo se aguenta... É preciso é ter um bom plano e realista.
Se não der para se fazer em 7 faz-se em 10 ou 12.

Mas façam que vale mesmo a pena! ;)
 

camber29

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bom dia:

fiz à dois anos Burgos - Santiago e tenho um familiar que o fez completo mas não sei se fez o mesmo plano de escalas. realmente o segundo plano parece mais equilibrado, tendo em atenção a subida da Cruz de Ferro e o Cebreiro.
já agora, como vos correram? a descida da Cruz de Ferro ainda se faz em pedras e calhaus? a subida do Cebreiro por estrada ou trilho?
aproveitem e vejam o diario em estoirabikes.com

cumprimentos e boas pedaladas
João Lourenço

Seguimos sempre pelos trilhos.
Mesmo quando apareciam as setas a indicar o caminho para as bikes, nós seguimos sempre pelo caminho original (pedestre).
A descida da Cruz de Ferro... Só para quem lá vai! É uma hora a descer e a partir pedra. :cool: Do melhor que há!
Já li o vosso diário é realmente temos algumas coincidências!
 

camber29

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Etapa 4 – Rabé de la Calzada (Burgos) – Leon

A etapa do terror!

Esta era previsivelmente uma etapa bastante plana, rolante e monótona. Pelo que a estratégia era faze-la numa etapa só. O problema é que para o fazer tinha que se adotar uma toada um pouco mais rápida do que o habitual.

Fizeram-se 175 Km e digno de registo praticamente apenas uma subida valente, mas sempre em bom piso. Logo após a subida, uma descida com um pendente de inclinação ainda superior! Sempre a abrir.

Avistamos muitos peregrinos, muitos orientais, muitos brasileiros, alguns norte americamos e os "nuestros hermanos" em maioria, como é óbvio.

De repente à nossa frente surge uma montanha jeitosa. Reparamos que o caminho vai sempre aos zingue-zagues à volta dela. Pergunta-mo-nos: "Temos que subir aquilo tudo?" A resposta seria afirmativa!

Nestas subidas longas e pronunciadas, a nossa velocidade é pouco superior à de quem a faz a pé, pelo que o contacto com os peregrinos pedestres é mais demorado. Aqui acontece uma cena que viria a repetir-se noutra subida noutra etapa... De repente sinto uma lufada, tudo parecia mais fácil... Ainda cheguei a pensar: "estou a apanhar uma ventania pelas costas?!". Afinal não! Estava a ser empurrado por um peregrino! :cool:

De resto a etapa foi algo monótona e já mais para o fim o piso também não ajudava. Foi nesta etapa que começaram a surgir as primeiras mazelas físicas: joelhos, tornozelos, costas e inevitavelmente os “traseiros”.

A chegada a Leon não foi nada fácil, teve que se circundar toda a zona industrial, depois subiram-se umas ladeiras esquisitas e até chegar ao centro demorou-se algum tempo. Fisicamente já tudo pedia descanso. Ainda fomos à boleia por um ciclista local que nos foi a abrir caminho. Os 2 primeiros sítios para nos alojar estavam cheios o que desmotivou grandemente o pessoal. Finalmente lá se arranjou um sitio para ficar.

Era hora de tomar banho e comer!

Dados da etapa:

Distância total: 175,42 Km
Tempo total: 10 horas
Em movimento: 9 horas
Vel. Média em mov. 19,5 Km/H
Acumulado: 1086 m
 

super.byke

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boas amigo camber29, lembro-me perfeitamente dessa subida com os 12%, era à saída de Castrogeriz (à esquerda ficava um parque heólico enorme, se não me engano o maior de Espanha). A descida dos 18% é muito fixe, mas mais fixe ainda foi a descida da Cruz de Ferro com aquela pedra toda, dos sigles mais fixes que fiz...
agora uma etapa com 175km, hui hui... isso é que foi de "malucos" :)...
Concordo contigo, para mim a parte menos interessante da viagem é entre Burgos e Leon... ;)
venha lá o resto do relato :) e as fotos... para matar saudades ;)
 

camaleao

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Fazer o caminho de bicicleta é uma aventura, mas ainda assim é relativamente rápida e com alguma descarga de adrenalina a espaços. Mas para quem faz a pé é um desafio quase sobre humano. Uma loucura!

:bompost:
Já fiz o caminho das duas formas e estou perfeitamente de acordo com o que dizes aqui. Tenho exactamente o mesmo sentimento.
Prefiro fazer de bici.:cool:
 
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