Olá Colegas do pedal, após alguns dias de repouso, aqui estou Eu para fazer um resumo da nossa aventura......então aqui vai;
1 ª etapa ( Santa Maria da Feira/ Ponte Lima)
O ponto de encontro foi marcado para as 7: 00h na zona mais marcante da nossa Cidade, o Rossio com a Igreja a servir de pano de fundo.....Após o reunir das tropas ( 4 ), partimos em direção a S. João de Ver, pois parece que à última hora surgiu um novo colega.......... Já na padaria tomamos o tradicional café e siga que se faz tarde. Nada melhor para começar, do que ver a 1ª seta amarela, parece impossível que nunca tenha reparado naquela seta á mais tempo, pois moro e passo por lá n de vezes. Com o coração aos saltos e a adrenalina no seu expoente máximo, lá seguimos em direção ao Porto ( Sé). Chegados ao Porto, o tal colega foi comprar a credencial dele, pois nós já tínhamos a nossa ( organização) Então no Porto, como é óbvio a foto da praxe e siga que se faz tarde. Destino seguinte seria a Maia, mas cuidado com esse percurso para quem vai a Santiago, caminho perigoso, alguns kms em sentido contrario e as passadeiras nem sempre são sinal de respeito por parte dos automobilistas ( fica o aparte ). Ao chegarmos á Maia, foi hora de tomar o 2 º café do dia e o respectivo reforço de calorias juntamente com o carimbo na credencial. O calor fazia-se sentir, mas nada como as belas paisagens que fomos devorando, para nos fazer esquecer o calor intenso que se registrava. Chegados a Barcelos era hora de falar com o Sr. Galo e pedir gentilmente se nos autorizava uma foto com a Sua importante figura, ao qual não nos respondeu, entendemos o seu silencio como um sim. Já era hora de almoço e por indicação do tal colega, fomos almoçar onde ele sugeriu. Estivemos parados cerca de 2:30, mas até soube bem. Com o almoço nas nossas barriguitas era hora de seguir viagem até ao nosso destino do dia, Ponte Lima. A viagem desde Barcelos até Ponte de Lima é engraçado, pois o cheiro á terra é inconfundível e única, mas não é nada exigente, por isso chegamos bem cedo á pousada da juventude onde fomos muito bem recebidos pelas Mnas da recepção, deixo uma especial nota á Mna Sara que mesmo não me garantindo, disponibilizou 5 toalhas para que pudéssemos tomar banho, o nosso muito obrigado. Após tomar banho e lavar a roupa para que ainda pudesse secar( levei 3 mudas de roupa mas ainda assim preferi lavar pois poderia precisar dela caso chovesse nos dias seguintes, coisa que não veio a acontecer) com a roupa lavada e as coisa tratadas fomos jantar no Sabores do Lima, onde fomos mais uma vez bem servidos, aliás, no Norte para se comer não há Pai. Com isto tudo já era tarde mas ainda houve tempo para um cafezito numa esplanada, café esse que foi maléfico na minha noite de sono, ou falta dele, pois não preguei olho, a ansiedade, o cansaço e o factor novidade fizeram com que tivesse uma noite de cãoooo.
2ª etapa( Ponte de Lima/ Pontevedra)
Estava a ver que nunca mais chegava á hora para sair da cama, mas mesmo devagar lá chegou e como já tínhamos tudo pronto da noite anterior foi só tomar um duche rápido e um pequeno almoço também ele rápido e seguir para a praça para o café da ordem. Café tomado, era agora hora de começar o dia temido por muitos e também por mim, pois seria o dia da Labruja. Os primeiros kms foram muito engraçados mas muito diferentes do 1º dia, piso algo escorregadio ,com muita lama e pequenos riachos. Paragem seguinte seria no viveiro das trutas para logo de seguida parar no café Nunes, onde gentilmente a D. Márcia Nunes nos carimbou a nossa credencial. Ai começava já a cheirar a labruja. Subindo, descendo mas sobretudo subindo....eis que aparece quase do nada a Labruja. Fotos da praxe e siga por lá acima. Devo confessar que dou razão a quem diz que a labruja não passa de uns valentes metros com a bike ás costas ou a empurrar a mesma. Acredito que para quem leva alforges pesados seja bastante mais difícil, mas como Eu optei por levar pouco peso nas costas e pouco peso no alforge, não foi nada difícil. Após a subida realizada era hora de descer e ai é preciso cuidado, pois num ápice catrapus e acabou por acontecer isso mesmo , mesmo no final da descida mesmo em frente ao albergue de Rubiães um colega nosso achou que o passeio estava a ser um pouco chato e decidiu então beijar o chão, mas nada de grave e até deu para rir um pouco com a situação. Um pouco mais á frente nova paragem para mais um café e mais um carimbo, para chegarmos por volta das 11:30 a Valença para o almoço. Como era cedo dois colegas nossos decidiram ir cortar o cabelo ( é verdade ) enquanto que os outros foram cuidar das máquinas com a preciosa ajuda da Dona do Restaurante Vira Milho, que nos preparou um excelente repasto. Com a barriga cheia e com as máquinas em excelente estado era hora de passar para terra de Nuestros Hermanos e prosseguir caminho. Mais uma pequena paragem para a foto da praxe em frente ao símbolo Espanha e se seguida nova paragem no albergue de tuí e de Mos para novas carimbadelas. Durante todo o caminho fomos avistando paisagens fantásticas, uma delas é logo a seguir a tuí uma imagem em granito do Apóstolo Santiago, fantástico de verdade. O caminho até Porrino foi mesmo o pior, com muitos camiões e uma reta imensa com muito vento frontal. Bom restava-nos fazer o caminho até Redondela e depois até pontevedra, que pelos nossos cálculos daria para chegar lá por volta das 18/18:30 ( horas espanholas) mas o impensável aconteceu. Numa descida em direção a Redondela, numa curva apertada um carro veio contra mim, completamente contra a mão. Não sei o que vos dizer, apenas me ocorre dizer que via a morte á minha frente e acreditem que tive tempo de pensar nisso. Após o impacto que o carro me deu ainda fui para cima de um muro de terra que tinha meia dúzia de pedras, mas que foram suficientes para me rasparem no cotovelo e de seguida ( e segundo os meus colegas as cambalhotas sucederam-se) a 1 ª reação foi com o estado dos meus ferimentos, mas como vi que estava a conseguir levantar-me preocupei-me logo de seguida com a bike, pois queria terminar a minha jornada. O Condutor Espanhol pediu desculpa e prontamente ligou para as autoridades que demoraram um pouco a chegar. Como vi que aparentemente poderia seguir caminho tanto fisicamente bem como mecanicamente falando embora estivesse todo cheio de hematomas e feridas e a bike com roda empenada, alforje rotos e demais prejuízos que só mais tarde me apercebi, após preencher a declaração amigável fui-me embora com a promessa á guardia civil de que, em pontevedra se não me sentisse melhor, iria ao hospital. Tal não se veio a verificar pois no hotel foram bastante sensíveis e preparam um quantidade de gelo e produtos médicos para minorar as minhas condições debilitantes. Já com o banho tomado e menos dorido tanto fisicamente bem com mentalmente, fomos jantar, mas o tal colega novamente achou que seria o dia ideal para andar á procura de um restaurante que conhecia e com isso fez-me andar a caminhar durante algum tempo ao frio e Eu sem poder, até que um colega mais esclarecido se fartou de tal situação e disse que ia ao 1º restaurante que visse e assim foi. Infelizmente existem pessoas que 1 º olham para eles 2 º olham para eles e em 3º ......também olham para eles.......raça de gente. Após o jantar decidiram tomar um café rápido a caminho do hotel e comprar agua e lá fomos, e já quando todos tinham tomado o café e Eu já ia a caminho da saída olho para trás e vejo o indivíduo do costume com um copo de vinho a saborear o momento e olha para mim e levanta o copo, bem naquele momento passei-me com a falta de respeito, vim cá para fora descarregar a minha fúria e esperei por eles até que fomos para o hotel. Durante o jantar tínhamos combinado, satisfazer duas situações a dois colegas diferentes, a 1 ª era parar em Padron e comer o tradicional bocadilho e a segunda era assistir á missa do peregrino, pois gostava mesmo de assistir ainda para mais depois do que me tinha acontecido. Já podem imaginar o que aconteceu.
3ª etapa ( Pontevedra/ Santiago Compostela)
Saímos cedo de Pontevedra para tomar o pequeno almoço e de seguida percorrer um trajecto lindíssimo por entre as vinhas, bem, arrepiante. Chegados a Padron fomos então comer o bocadilho e mais uma vez o “sr sabe tudo” decidiu tomar um vaso de vinõ para acompanhar o seu bocadilho, resultado, penou o resto do caminho. Pura e simplesmente não andava, agora o que não sei era se não andava porque não queria ou porque não podia. Chegados a Santiago e passando as ultimas duas paredes, fiz questão de esperar pelo grupo para que pudéssemos entrar juntos na Catedral. Como ia atrás deles e não sabia para onde iam, e fui atrás, até chegamos á oficina do peregrino por volta das 12:20. Ainda daria tempo da bênção mas já estava conformado com a não ida á missa. Bem fiquei frustrado e triste, mas de certo não faltarão oportunidades . Um conselho vos dou, vejam sempre com quem vão, mais vale sozinho do que mal acompanhado. Outro conselho é de que 3 dias chega e sobra para o caminho, mas para quem quer fazer uma peregrinação á séria o ideal são 4 dias. Em suma, mesmo com os problemas que vos contei adorei fazer o caminho e SOU HOJE UMA PESSOA MAIS RICA.............abraço a todos.