Dia 13 de junho de 2012-Minde- "A pedra d´Aire"
Já estava resolvido a direcionar os percursos no PNSAC para a Serra de Aire onde pouco conheço e, nesta ideia, tinha planeado fazer um percurso baseado nos anteriores raids de Minde, acrescentando um, ou outro,
“pozito” a mais do que eu conheço por ali.
No entanto, quase à última da hora, ficou disponibilizado o
track do
“Raid de Minde 2012” que, dizia-se, trazia umas novidades com um trilho novo e fantástico. tendo o
track original do Raid cerca de 42 km, decidi colocar-lhe mais uns quilómetros em cima para a coisa se aproximar dos 50 km.
E assim, com o track um pouco modificado e carregado, lá saímos de
Minde, junto à igreja e entrando quase imediatamente na
Polje de Minde onde o percurso, plano e rápido, disposto entre arvoredo de pequeno porte e acompanhados pela escarpa enorme da
Costa de Minde, são divertimento garantido p´ra quem, como eu, aprecia percursos rápidos.
Chegávamos assim em bom ritmo ao
Poio onde fizemos uma paragem para observação mais atenta e foto a registar o momento.
Do Poio de Minde, brota, em anos de chuva abundante, muita da água que escorre para a Polje e que acaba por ajudar a transformá-la numa enorme lagoa, com cerca de 3 quilómetros e onde, pasme-se, chegam a existir, nessa ocasiões, eventos de canoagem !?!
Saídos de aqui foi começar a trepar quase sem descanso pelos caminhos “entre murados” e de piso composto de pedra mais sólida que escorregadia e sombreados, quase invariavelmente, por feios eucaliptais
Sem nota que mereça registo, passámos por
Vale de Barreiras, depois pelas eólicas e pelo aeródromo de
Giesteira e depois de bordejarmos a A1 durante uns quilómetros passámos para o lado Este da mesma, enveredando em direção a
Lameiras e
Casalinho Farto.
Pela zona circundante, ainda se percorreu, em ascensão, um trilho encastrado entre profusa vegetação e que nos deixou perto da subida do dia…
A subida para o
Covão do Milho que depois, por sua vez, nos liga ao topo da serra d´Aire é uma
coisa demoníca !!!
Esta subida tem, quase permanentemente, 20 % de inclinação, é composta de cascalho, seixos roliços, gravilha e todo o tipo de pedra solta.
Nestas condições, se aplicamos muita força para vencer a subida, a roda traseira derrapa, no inverso, se seguimos devagar fica difícil manter o equilíbrio devido à incerteza do piso.
Foi assim, uma ascensão dolorosa e, mesmo que quando feita, em grande parte, com a bicicleta servindo de muleta, não diminuiu a dificuldade porque até a pé se escorrega, tal é a profusão de
pedaços movediços e soltos de pedra, de fragmentos de calhau, de bifaces, unifaces, seixos e o "Diabo a sete" em 80 % da maldita ascensão !!!
É a única subida, que conheço até hoje, que merecia gravilha ou mesmo ser alcatroada ou jamais ser utilizada para BTT.
Chegamos ao alto da serra e aos seus quase 675 metros de altitude com uma sensação entre a
fúria e a
frustração !!!
Sabíamos que, para de ali descer, nos era prometido um
single track divinal mas eu já tinha receio que assim fosse, pois não queria que, para chegar ao paraíso de um si
ngle track, tivesse de passar pelo purgatório de uma subida daquelas, única forma de ali chegar.
E imbuídos deste espírito entrámos nesse
single track que nos deixaria na localidade de
Vale Alto.
Este trilho é quase a continuação
endemoninhada da subida mencionada anteriormente; uma mistura de pedra solta, seixos e gravilha e onde a técnica de pouco vale porque podemos querer meter a roda num sítio que logo a mobilidade do terreno nos envia para outro que pode não ser o ideal ou pior, aquele a evitar.
Numa dessas ocasiões, tive sorte porque caí para cima de uns carrascos e só ficaram os arranhões.
Estava com receio que o ST fosse algo extraordinário mas ainda bem que aquele corresponde à subida anterior e não merece repetição !!!
Largados em Vale Alto, de novo o percurso é insípido e monótono, entre alcatrão e estradão e só depois de subirmos ao
Covão do Coelho é que se nos apresenta um
single track que merece encómios. Um trilho ziguezagueante em ligeira descensão ou mesmo plano, apertado qb e composto de pedra fixa onde sabemos o que contar e composto por um ou outro
drop sem grande profundidade, embora exigindo esforço às suspensões.
Acabou este trilho quase numa ponte sobre a a1 e de aí foi só descer até Minde para terminar um percurso de 47 km com cerca de 1050 metros de acumulado de subidas mas que
não pretendo, na totalidade,
repetir.
Para quem é
masoquista, aqui fica o
track de GPS:
percurso: Minde- "A pedra d´Aire"-2012