Hello Malta,
Durante esta pequena pausa na análise da CoilAir 2008, percorri mais alguns kms, o que me permitiu retirar mais algumas conclusões e tentar limar algumas "arestas" mais vivas no comportamento da bike.
Em primeiro lugar, e algo que deveria ter feito logo no primeiro dia, foi acertar a pressão dos pneus :mrgreen: A que estava foi acertada (ou não) pela loja, e estava um pouco baixa, e portanto, custava bastante rolar.
Mesmo com a pressão mais elevada, os Maxxis Advantage revelam-se uma pequena desilusão. Apresentam um importante grau de resistência ao avanço no asfalto, em piso de terra molhado (pesado) e em lama (parecem que colam), pelo que dão cabo das pernas (que o diga na Retorta, pois era só lama), até porque são muito largos.
Pelo contrário, nas subidas muito íngremes de mau piso, tipo pedras e raízes, agarram até bastante bem (claro que o sistema de suspensão também dá uma boa ajuda), com excepção das pedras lisas e molhadas (verdete), mas aí não deve haver milagres, a não ser os Kenda Navegal.
Já a a curvar os Advantage não incutem a confiança que precisamos, principalmente nas descidas mais rápidas, onde passamos por cima de tudo e nem estamos a ver muito bem onde pomos a roda. Dá a sensação, e não só, que vai saír de frente em qualquer curva em que nos inclinamos mais um pouco. Já para não falar nas descidas em estradões de bom piso em terra seca, em que parece que vamos resvalar à mínima curva. Por isso já lá não estão.
Neste momento estão, provisoriamente, uns Kenda Nevegal 2.1, que tirei da Mondraker, enquanto não chegam os Maxxis Hi-Roller 2.35!
Depois de ler alguns artigos em revistas e alguns tópicos aqui no Fórum, achei que seriam os mais indicados para uma bike enduro e diminuir um pouco a resistência ao rolamento.
Depois, acertar melhor a pressão do Fox RP2. Na altura deixei o amortecedor com um SAG demasiado generoso, pelo que praticamente andava sempre na posição de propedal (que tem o nível 3) e só o abria para fazer as descidas a curtir.
Com um SAG de 25%, mantenho agora o Fox na posição de aberto em quase todas as situações, passando para o propedal apenas nas subidas muito acentuadas ou em subidas longas em bom piso, em que se nota mais o martelar dos pedais.
Como complemento, ajustei o pequeno amortecedor do "Magic Link" para o meu peso de 85 kg e para permitir à bike adoptar a geometria mais baixadora quando estamos precisamente a... baixar (descer). Para tanto bastou rodar o pequeno manípulo para apertar ao máximo o tal amortecedor.
Depois, e numa tentativa (que para mim se tem revelado acertada) de tornar a bike ainda mais polivalente, substituí os pratos e o bash da pedaleira. Assim, em vez dos 24/36/bash, tem uns mais normais 22/32/44.
Até nem ficou mal.
Como uso a CoilAir para tudo (claro que não faço FR nem DH), com grandes subidas para depois curtir a descer, passeios domingueiros e "sabadeiros", raids e passeios organizados, torna-se mais facil percorrer e ultrapassar um maior número de adversidades e alterações do relevo.
Por exemplo, fiz o raid à Lama na Retorta com a CoilAir já com os três pratos. Foram 45 kms em que só não subi uma "ravina" mesmo no final, pois já estava bastante cansado (e mesmo que não estivesse não me estava a ver conseguir subir aquilo).
Bom, e então que é que ganhei com isto?
Para já, com o acerto das pressões dos pneus e amortecedor, ganhei menor resistência ao rolamento (avanço) e maior facilidade a subir (principalmente se levasse o Fox aberto). Depois ganhei em conforto. Com o Fox em Propedal, não era aquele "sofá". Apesar de absorver os impactos, torna a bike bastante mais dura. Apesar do aumento da pressão, em posição aberta o Fox permite um conforto excelente e, ao mesmo tempo, pedalar sem bombeio e desperdício das nossas forças. Depois, a descer aquilo devora tudo, é impressionante a facilidade com que passas por cima das pedras, valas, raízes, etc. e ainda pedalas para ganhar mais velocidade, sempre à procura de uma lomba que te catapulte para mais um salto (voar, mas baixinho :mrgreen
, e sempre podemos saltar umas escadinhas :twisted:
Quanto ao pedaleiro, já referi a maior facilidade a subir (prato de 22) e maior "ponta" com o de 44, desde que as pernas acompanhem :!:
Com os Kenda Navegal 2.1 a bike ganhou em quase tudo. Rolam melhor que os Advantage, pois são bastante mais estreitos, sobem bem todas as traialeiras, dão toda a confiança a descer. Aliás, no Domingo, numa descida bastante inclinada de gravilha, resolvi abusar e esticar por lá abaixo, e chegado à curva, onde normalmente travava muito e punha o pé de lado para compensar o escorregar dos pneus, fiquei :shock: :shock: pois ia muito mais depressa do que o costume e os pneus não escorregaram nada. Depois lá me lembrei que tinha os Kenda e... tudo explicado. Em que é que a CoilAir perdeu com os Kenda :?: Na estética :!: :!: :mrgreen: Realmente com suspensões de 160mm à frente e 170 mm atrás, os 2.1 ficam muito estreitos e perdem-se lá no meio, parecendo que a bike tem pneus de neve, como os carros de rallye :mrgreen:
Bem, depois falaremos da Marzocchi 55 TST2 e dos travões, ok?
