Já tive umas pastilhas orgânicas nuns shimano 525, atrás, e duraram perto de 500Km. Antes da última volta estavam como novas!
Na última volta, de 15Km, a início estava tempo bom e já não chovia à umas semanas. Quando comecei a pedalar estava tudo seco, até se levantava pó ao passar a bicicleta. Ao fim de 5 minutos estavam os trilhos cheios de lama e areia molhada, que a início formava uma camada superficial no solo e se colava aos pneus, ao ponto de o pneu da frente quase não passar no arco da suspensão. Como havia umas descidas algo técnicas e a aderência não era grande coisa, quando a chuva começou a fazer poças e regos no chão comecei a notar um funcionamento estranho do travão de trás. Chiava, sentia-se areia entre as pastilhas e o disco e a manete afundava bastante, de tempos a tempos. Quando cheguei ao fim da volta já travava muito pouco e a manete quase tocava no punho. Nunca tinha ficado tão porco a andar de bicla! Eu e o meu chasso parecia que tínhamos andado a rebolar na lama :mrgreen:
As pastilhas gastaram quase até ao ferro, e havia areia agarrada ao resto da superfície de travagem e lama dentro da pinça, a cobrir a mola e o pino que a segura e até entre as pastilhas e os pistons. Os afundanços na manete eram o resultado do sistema a adaptar-se à areia, que fazia afastar os pistons a início, mas que, ao se partirem os grãos de areia com a força de travagem faziam afundar a manete.
Nesta mesma volta à frente tinha umas BBB metálicas(iguais às A2Z), num Hope mono mini e, apesar de terem roçado bastante, ao ponto de chiarem quando não tocava na manete, chegaram ao fim sem se notar nenhum desgaste adicional. No entanto, tive que limpar bem a pinça e voltar a (des)centrá-la, porque um dos pistons lembrou-se de recolher um bocadinho mais que o outro. Depois de uns Km, uns dias mais tarde, os pistons centraram-se sozinhos e tive que voltar a centrar a pinça. Só que o pino soltou-se uns dias depois e perdi-o, junto com uma das pastilhas e a mola, a abrir numa descida.
Para evitar os problemas de desgaste que tinham as pastilhas orgânicas shimano que tinha atrás passei a usar umas Quad, semi-metálicas. Duram muito mais tempo, mesmo na lama, e a manete fica mais firme, menos esponjosa.
À frente, tive que comprar umas originais hope, pois as da concorrência não traziam molas exactamente iguais, nem o pino. Estas vidraram, passado pouco tempo, e em seguida foram contaminadas com óleo. Meti-lhes diluente celuloso e passei-lhes uma lixa grossa. Ficaram quase como novas, mas não gostaram da lixa nem do diluente, e foram à vida num instante.
Depois usei umas clark's, semi-metálicas, que travavam espectacularmente, à segunda vez que premi a manete, só com um dedo, fiz uma égua :shock: Isto com um disco de 160... Dizia na caixa que já vinham pré-acamadas, mas nunca pensei que fosse mesmo assim. Mas depois apanharam óleo e foram-se. Assim que arranje a suspensão(
http://www.forumbtt.net/index.php/topic,36278.0.html ) , de onde saíu o óleo, vou meter umas novas clark's.
Conclusão:
As pastilhas metálicas e semi-metálicas(quase todas) duram mesmo muito tempo, mesmo que apanhem muita lama.
As orgânicas podem tambem durar bastante tempo, embora não tanto como as metálicas e semi-metálicas, mas apanhando lama comem-se muito rapidamente.
Conclusão mais importante:
Não deixem as pastilhas apanhar óleo! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
Dos 7 ou 8 pares de pastilhas que já tive, só consegui gastar um par até ao fim sem nunca as contaminar com óleo. Por mais que se limpem, com acetona ou diluente, mesmo que as reguem com álcool e lhes passem uma lixa, nunca volta a ser como antes. Este tem sido, para mim um problema muito maior que a durabilidade(ou falta dela) das pastilhas.
Com um disco com muitos buracos(grandes de preferência) umas pastihas travam sempre alguma coisa, mesmo que cheias de óleo. Tenho um disco Ashima ARO-02 180mm, umas pastilhas quad semi-metálicas numa pinça shimano 485 que pinga óleo vindo dos vedantes da suspensão, pela mangueira do travão, e escorrer óleo para o disco. O disco está preto de tanto óleo :shock: e, apesar de não dar para sacar éguas, ainda trava o suficiente para dar umas voltas em segurança.
Com um disco shimano RT75, que tem buracos pequenos, e umas pastilhas orgânicas :arrow: assim que apanha óleo, mesmo que não se veja a olhar para o disco ou para as pastilhas, mais vale travar metendo um pé no chão :!: Como o óleo não tem buracos no disco por onde se escapar, forma uma película entre a pastilha e o disco que torna o atrito quase inexistente.