Titanium Core
New Member
Viva!
Sábado passado montei uns XT2008 na minha burra, e tal como já foi referido por outros users neste forum, também eu fiquei decepcionado com a sua prestação. Achei-os moles e esponjosos, e a manetes tinham simplesmente demasiado curso.
À partida sabia que esta "fraca" performance não se devia a um mau sangramento, portanto atribuí-a ao simples facto de serem novos em folha e ainda não terem a rodagem feita (pastilhas por acamar, rotores virgens, etc) e decidi continuar com o meu andamento normal. Estreei-os nos trilhos de Freeride do Jamor.
A verdade é que passadas 4 ou 5 descidas, a diferença era já notória e apesar de ainda ter demasiado curso nas manetes para meu gosto, a diferença na potência de travagem era brutal. Nesta altura senti-me tentado a explorar as regulações das manetes (Free Stroke e Lever Reach), mas como não tinha os manuais à mão, nem tão pouco Internet para consultar fabricante e foruns, deixei-me estar quieto...
Já em casa, apliquei-me a estudar os manuais que os acompanham, e mais importantemente, os foruns da especialidade (nomeadamente o sub-tópico BRAKE TIME dos foruns do MTBR.com, na minha opinião um dos melhores sítios para se consultar em caso de dúvida!) e fui testando na prática os resultados das afinações.
E o que aprendi foi o seguinte:
O Lever Reach - regulaçao no corpo da própria manete na forma de botão rotativo - ajusta a proximidade da manete ao guiador, sem interferir com o curso total que é necessário para travar. Ou seja, quanto mais aproximarmos a manete, mais ela se vai chegar ao guiador para conseguirmos a potência total. Se a deixarmos completamente distendida, temos a sensação que o travão fica menos esponjoso mas isto é uma ilusão, porque o que muda realmente é o ângulo em que a manete fica no fim do seu curso e a distância ao guiador, parecendo que se movimentou menos. Na minha experiência pessoal, descobri que prefiro deixá-la o máximo afastada, por razões que irei descrever na parte do Free Stroke.
O Free Stroke - regulação da relação curso da manete/distância percorrida pelos pistons - ajusta verdadairamente o "feeling" do travão, mexendo directamente com o movimento que os pistons fazem relativamente ao apertar da manete. Pelo que pude compreender, é aqui que surgem as vantagens da tecnologia Servo Wave. Ao desapertarmos o parafuso Free Stroke, reparamos que a manete se aproxima ligeiramente do guiador (à semelhança do ajuste Lever Reach, mas não tão acentuado) e reparamos que o "feeling" da manete perde alguma suavidade no seu movimento (nos foruns há quem descreva esta sensação como que se houvesse até areia no eixo da manete, e eu concordo), mas ao mesmo tempo a manete chega ao ponto máximo de travagem com um curso mais pequeno. Chega mesmo a aproximar-se daquela sensação de "On - Off" dos Avid, por exemplo.
Feitas estas experiências e ajustes, cheguei a algumas conclusões que passo a descrever:
No meu caso pessoal (peso 82kg, tenho uma rígida e faço sobretudo Freeride ligeiro, saltos e passeios ali pelo paredão de Carcavelos), acho que o ideal é o Lever Reach fechado, ou seja, a manete completamente distendida, e o Free Stroke com 2 voltas completas, o que aproxima cerca de 5mm a manete do guiador, e lhe dá uma firmeza no toque muito agradável, mas sem nunca chegar à tal sensação de prisão ou "areia" no eixo, nem aquele "ligado - desligado" de outras marcas. Modulação ideal e potência inalterada. Por outras palavras, PERFECT!!!
Vale a pena salientar que estou a usá-los com os rotores XT2008 de 203mm, frente e trás, e que como todos sabemos o diâmetro do rotor influencia directamente o comportamento dos travões.
Estéticamente (e agora entramos no campo do subjectivo) agradam-me bastantem especialmente a tampa em alumínio do orifício por onde entra o piston, e o design dos discos. Se bem que os travões hidráulicos da nova linha SLX da Shimano ainda me apelem mais!
Pontos negativos
- Penso que em travões desta gama seria lógico incluir um terminal de cabo tipo "banjo" como é utilizado noutras marcas. Não penso que será por aqui que "o gato irá às filhoses", mas o terminal destes XT parece-me algo frágil em comparação a outros.
- Penso também que a Shimano esteve mal em incluir parafusos com cabeça Phillips, quer na afinação do Free Stroke, quer na tampa do êmbolo da manete. Faz-me um bocado de comichão imaginar aqueles parafusos algum dia ficarem com a cabeça moída. Sinceramente acho que a velha cabeça sextavada é ideal nestes casos
Foi uma das melhores compras que já fiz, e com este post espero ter ajudado outros que estejam indecisos entre esta e outras opções.
Boas pedaladas!
Sábado passado montei uns XT2008 na minha burra, e tal como já foi referido por outros users neste forum, também eu fiquei decepcionado com a sua prestação. Achei-os moles e esponjosos, e a manetes tinham simplesmente demasiado curso.
À partida sabia que esta "fraca" performance não se devia a um mau sangramento, portanto atribuí-a ao simples facto de serem novos em folha e ainda não terem a rodagem feita (pastilhas por acamar, rotores virgens, etc) e decidi continuar com o meu andamento normal. Estreei-os nos trilhos de Freeride do Jamor.
A verdade é que passadas 4 ou 5 descidas, a diferença era já notória e apesar de ainda ter demasiado curso nas manetes para meu gosto, a diferença na potência de travagem era brutal. Nesta altura senti-me tentado a explorar as regulações das manetes (Free Stroke e Lever Reach), mas como não tinha os manuais à mão, nem tão pouco Internet para consultar fabricante e foruns, deixei-me estar quieto...
Já em casa, apliquei-me a estudar os manuais que os acompanham, e mais importantemente, os foruns da especialidade (nomeadamente o sub-tópico BRAKE TIME dos foruns do MTBR.com, na minha opinião um dos melhores sítios para se consultar em caso de dúvida!) e fui testando na prática os resultados das afinações.
E o que aprendi foi o seguinte:
O Lever Reach - regulaçao no corpo da própria manete na forma de botão rotativo - ajusta a proximidade da manete ao guiador, sem interferir com o curso total que é necessário para travar. Ou seja, quanto mais aproximarmos a manete, mais ela se vai chegar ao guiador para conseguirmos a potência total. Se a deixarmos completamente distendida, temos a sensação que o travão fica menos esponjoso mas isto é uma ilusão, porque o que muda realmente é o ângulo em que a manete fica no fim do seu curso e a distância ao guiador, parecendo que se movimentou menos. Na minha experiência pessoal, descobri que prefiro deixá-la o máximo afastada, por razões que irei descrever na parte do Free Stroke.
O Free Stroke - regulação da relação curso da manete/distância percorrida pelos pistons - ajusta verdadairamente o "feeling" do travão, mexendo directamente com o movimento que os pistons fazem relativamente ao apertar da manete. Pelo que pude compreender, é aqui que surgem as vantagens da tecnologia Servo Wave. Ao desapertarmos o parafuso Free Stroke, reparamos que a manete se aproxima ligeiramente do guiador (à semelhança do ajuste Lever Reach, mas não tão acentuado) e reparamos que o "feeling" da manete perde alguma suavidade no seu movimento (nos foruns há quem descreva esta sensação como que se houvesse até areia no eixo da manete, e eu concordo), mas ao mesmo tempo a manete chega ao ponto máximo de travagem com um curso mais pequeno. Chega mesmo a aproximar-se daquela sensação de "On - Off" dos Avid, por exemplo.
Feitas estas experiências e ajustes, cheguei a algumas conclusões que passo a descrever:
No meu caso pessoal (peso 82kg, tenho uma rígida e faço sobretudo Freeride ligeiro, saltos e passeios ali pelo paredão de Carcavelos), acho que o ideal é o Lever Reach fechado, ou seja, a manete completamente distendida, e o Free Stroke com 2 voltas completas, o que aproxima cerca de 5mm a manete do guiador, e lhe dá uma firmeza no toque muito agradável, mas sem nunca chegar à tal sensação de prisão ou "areia" no eixo, nem aquele "ligado - desligado" de outras marcas. Modulação ideal e potência inalterada. Por outras palavras, PERFECT!!!
Vale a pena salientar que estou a usá-los com os rotores XT2008 de 203mm, frente e trás, e que como todos sabemos o diâmetro do rotor influencia directamente o comportamento dos travões.
Estéticamente (e agora entramos no campo do subjectivo) agradam-me bastantem especialmente a tampa em alumínio do orifício por onde entra o piston, e o design dos discos. Se bem que os travões hidráulicos da nova linha SLX da Shimano ainda me apelem mais!
Pontos negativos
- Penso que em travões desta gama seria lógico incluir um terminal de cabo tipo "banjo" como é utilizado noutras marcas. Não penso que será por aqui que "o gato irá às filhoses", mas o terminal destes XT parece-me algo frágil em comparação a outros.
- Penso também que a Shimano esteve mal em incluir parafusos com cabeça Phillips, quer na afinação do Free Stroke, quer na tampa do êmbolo da manete. Faz-me um bocado de comichão imaginar aqueles parafusos algum dia ficarem com a cabeça moída. Sinceramente acho que a velha cabeça sextavada é ideal nestes casos
Foi uma das melhores compras que já fiz, e com este post espero ter ajudado outros que estejam indecisos entre esta e outras opções.
Boas pedaladas!