Re: Fim de semana termina na Vasco da Gama
Caro Bruno,
Ainda não tinha lido a tua ultima mensagem mas tinha passado um tempinho a pensar no assunto
e como é que era possível a bicicleta se soltar com tanta facilidade desse suporte.
Ora acho que é a conjugação de dois factores ..... concepção do suporte em sí e
a roda da frente ir a "saltitar" ...... passo a explicar e para tal é necessário visualizar
o design do Vertik 225 e até comparar-lo com o design dos suportes da Atera, Montblanc
e Thule.
O suporte Vertik 225 pode ser visualizado na pagina 9 do ficheiro .pdf da Norauto no link seguinte:
http://www.norauto.pt/images/pdf/porta_bicicletas.pdf
Os suportes Atera, Montblanc e Thule podem ser visualizados em:
http://www.futuraline.pt/suportesbike.htm
Então qual é a diferença fundamental a nível de concepção ?
Observem que no Vertik 225 a pinça do braço agarra o quadro nos
dois lados. Pela foto dá a impressão que se o quadro da bicicleta for
estreita (estilo uma bicicleta tubo 1" daquelas de aço) que a própria
geometria da borracha não permite que o quadro escape para cima.
Mas e para um quadro mais largo ? Dá me a impressão que a única
coisa que evita que a bicicleta fuja cima e trás serão as cintas e o
atrito borracha-quadro na pinça que segura o quadro.
Ora nos suportes Atera GiroAF, Thule FreeRide 530 e ProRide 591,
a própria geometria das pinças evita que o quadro possa subir e fugir
para trás. Até a Thule FreeRide 530 (a mais semelhante a nível de concepção)
reduz significantemente o tamanho da pinça em cima para evitar a "fuga"
da bicicleta. Na Atera Giro AF e Thule PRoRide a bicicleta só pode quanto
muito sair para o lado, e obviamente no caso do quadro ser maior do
que os limites impostos pelas marcas. Em nenhum dos Suportes,
Atera GiroAF, Thule FreeRide, Thule ProRide ou Montblanc Barracuda,
a borracha tem como função evitar que a bicicleta fuja do ponto de vista
conceptual. A borracha nesses suportes está lá para não danificar o
quadro.
Quando as borrachas do Vertik 225 estão novas, provavelmente o atrito
borracha-quadro é extremamente elevado e é improvável que o quadro
se solte do suporte. Mas se a borracha estiver muito tempo exposta
ao sol, é provável que altere as suas propriedades e já não possa ofereçer
atrito suficiente. Neste caso aquilo que deveria evitar que a bicicleta fuja
para trás deveria ser a cinta da frente. Não me parece que o Vertik 225
tenha aprovação CITY CRASH TEST (deve ter aprovação da norma
mais antiga TUV - enquanto que a Atera Giro AF, Thule FreeRide e Thule
ProRide tens todos aprovação City Crash Test ... não consegui verificar
se a Montblanc Barracuda tambem passou nos City Crash TEst ou não).
Só puxando sem que haja vibração é pouco provável
que a roda da frente saia. Mas se a cinta não tiver bem presa e a roda
andar aos saltos aí sim talvez os impactos consecutivos sejam suficientes
para soltar a roda. A pinça não tem a geometria necessária para evitar
a fuga da bicicleta para cima, e lá se vai a bicicleta.
Mas aí podes sempre afirmar que verificaste bem que a cinta da frente
estava bem apertada. Mas e se tiveste um furo lento a frente ?
No principio a roda estaria bem apertada mas passado alguns kms podia
estar a oscilar a soltar a cinta.
Pensei nisso tudo e pode não passar duma teoria, mas de facto achei
curioso porque há milhares desses suportes vendidos mas não há
milhares de bicicletas a soltar-se desses suportes. É necessário uma
conjugação de factores para que isso aconteça e julgo que há uma
forte probablidade de ter sido a conjugação trágica dum furo lento
na roda da frente que levou a bicicleta a oscilar e vibrar a frente,
com o facto que a borracha das pinças que seguram o quadro
estar mais resequida e não ofereçer tanto atrito (já que a geometria
da pinça em sí só não evita a fuga para cima e trás).
Teorias .... mas acho que posso ter acertado na questão
Boa sorte na resolução desse problema,
Navid "Fura - KungFu"