Specialized Stumpjumper FSR Pro 2008

fg

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A ESCOLHA
Nos já longos aninhos que levo de BTT há, pelo menos, uma coisa que eu aprendi: nunca digas “desta água não beberei”.
Porque durante a nossa vida é normal que a gente vá aprendendo e mudando de opiniões, o que em tempos nos pareceu indiscutivelmente certo, pode agora não o ser. E, quem sabe, daqui a uns tempos….
Quer-se com isto dizer que aquelas velhas e intermináveis discussões acerca do que é que é melhor, HT ou FS, alumínio ou carbono, single speed ou multi speed, discos ou v-brakes, marca X ou marca Y, não fazem realmente sentido.
No fundo, lá bem no fundo, as bicicletas (BTT neste caso) são todas iguais: servem maioritariamente para nos divertirmos, e cada um é que sabe aquilo que mais o diverte hoje (que pode não ser o que o divertia ontem, nem o mesmo que o vai divertir amanhã).
Eu comecei com uma rígida total em aço, de marca nacional, com a qual passei momentos espectaculares. Tive depois uma em cromoly, semi-rígida com suspensão de elastómeros e o espantoso curso de 4cm à frente, bem linda. Nessa altura começaram a aparecer as suspensões totais - também experimentei, e dei-me bem ! Com o andar dos tempos (outra maneira de dizer que sou um cota) acabei por vender a máquina de suspensão total e virar-me para uma em titânio, semi-rígida, claro. Excelente bicicleta.

Agora, resolvi voltar a comprar uma FS….por coincidência na mesma loja onde há quase duas dezenas de anos tinha adquirido a tal nacional. Quem haveria de dizer!? Mas desta vez, mantenho a titânica cá em casa….é uma para as segundas , quartas e sextas e outra para as terças, quintas e sábados. E ao domingo, que é na verdade quando mais vezes pedalo, logo se vê.
Depois de alguma pesquisa no mercado, como é natural, e também de um acompanhamento do que se passa na “cena” do BTT actual, resolvi que o que me convinha era uma máquina mais polivalente que a minha Airborne. Não valeria a pena, portanto, adquirir uma FS tipo cross country puro e duro, pois ficaria com duas bicicletas muito parecidas. Um desperdício, até porque as biclas estão caras e o dinheiro não cresce nas árvores. Uma coisa com muito curso de suspensões também não estava nos meus horizontes porque, para além do excesso de peso para o tipo de BTT que faço (gosto de descer mas também gosto de subir), as minhas “unhas” não chegam para tirar partido das capacidades de tal “viola”.
120mm era a resposta. É a resposta em que as principais marcas de bikes actualmente investem. Um bom complemento para a titânica com 80, e só à frente.

Como comecei por escrever, as bikes, ao fim e ao cabo, são todas iguais. Há apenas quem goste mais de umas que de outras, por boas ou más razões, isso é com cada um. As hipótese mais fortes que coloquei inicialmente – ainda em 2007 - foram a Specialized Stumpjumper FSR , a Trek Fuel EX, a Mondraker Factor e a Lapierre X-Control. Sempre tive mais inclinação para a Stumpy, não só porque, como todos, sou influenciado pelo marketing, mas também porque experimentei-a e gostei bastante. Mas continuava com algumas dúvidas. Até que apareceu o modelo de 2008 e pronto… foi tiro e queda ! O factor paixão é o mais importante, queiramos ou não. A escolha estava feita.
Specialized Stumpjumper FSR Pro 2008. Linda de morrer.
Para quem ainda não desistiu de ler este tópico, depois de tanto paleio “a puxar ao sentimento” aqui ficam as primeiras impressões sobre a bicicleta. Sempre que se justifique, tentarei ir actualizando a informação e espero contar também com a participação de outros proprietários deste modelo.



OLHA-SE PARA ELA E
É bonita. A cor preta (já tradicional no modelo Pro) é espectacular e não é o primeiro nem o segundo que julgam que a bicicleta é de carbono…. O novo quadro em alumínio M5 está muito “curvilíneo” e fluido, no estilo da novidade do ano passado – a Enduro SL. O amortecedor mudou de posição, resolvendo assim as críticas aos modelos anteriores que se referiam à interrupção do tubo vertical e dificuldade em baixar o selim sem cortar o espigão e à exposição do antigo local do amortecedor à lama projectada pela roda traseira. Os homens de Morgan Hill tanto estudaram, procurando a solução para estes problemas, que acabaram por desenvolver um modelo completamente novo….
Os acabamentos são de uma qualidade acima de qualquer suspeita. Basta olhar. Os rolamentos nos pontos de rotação são selados e metem respeito. O balanceiro que faz de charneira da suspensão traseira é uma peça escultural. Os componentes e acessórios transpiram qualidade e em todos há design e estética apurada. As próprias rodas DT Swiss são um modelo “customizado” para a Specialized. O que também acontece com os pedais de origem, da Crank Brothers. Mas esses, eu troquei-os logo na aquisição por uns Shimano 540, pois são os que sempre usei nas outras bicicletas, evitando assim ter que andar a mudar de sapatos conforme a montada. Cá está uma daquelas questões de gosto pessoal… Já agora : a outra alteração que fiz logo na compra foi a montagem de um kit tubeless. Eu, que dantes era um bocado renitente quanto ao tubeless, estou completamente rendido. Há mais de dois anos que não tenho que parar por causa de furos. Converti-me. Ainda no que respeita às rodas : apenas não me agrada o excesso de repetições da marca ao longo dos aros; se fossem um bocadinho mais discretas, não ficava mal. O kit tubeless é o Joe’s No-Flats. Resultou bem e não tenho tido fugas de ar.
Numa das primeiras voltas, furei. Ouvi o “sssss”, continuei a pedalar e o líquido cumpriu a sua função com rapidez e eficiência.


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Observemos então com mais pormenor as especificações da máquina :

Quadro FSR em liga M5, tamanho M, tubos totalmente manipulados com tecnologia ORE, pivôs e olhais de amortecedor com rolamentos selados, 120mm de curso, específico para disco, montagem directa do desviador dianteiro
Amortecedor Specialized AFR com válvula Flow Control, Brain Fade ajustável, pré-carga de ar e recuperação
Suspensão dianteira Fox série32 F120 RLC, 120mm de curso, ajuste da compressão e retorno, bloqueio ajustável, coluna em alumínio
Caixa direcção Cane Creek Lanusse, 1 1/8", alumínio com inserções de 10mm, com rolamentos selados
Avanço Specialized com inclinação ajustável , oversize, forjado e maquinado
Guiador Specialized XC low-rise, oversize, em carbono, 6 graus de elevação, 8 graus de recuo, 640mm
Punhos Specialized XC com aperto rápido
Travões Magura Marta, hidráulicos, disco de 185mm à frente e de 160mm atrás (por ser tamanho M)
Desviador dianteiro Shimano M770 XT, top swing, fixação directa DMD à escora
Desviador traseiro SRAM X-0, caixa média em carbono
Manípulos mudanças triggers SRAM X-0, carbono/alumínio
Cassete Shimano M760 XT, 11-34D
Corrente SRAM PC-971
Pedaleiro Shimano M-770 XT
Pratos 22A/32A/44D, 4 parafusos 104/64mm
Eixo Shimano M-770 XT
Pedais Shimano PD M-540 (por substituição dos originais Crank Brothers Smarty, exclusivos para a Specialized)
Aros DT Swiss XR 4.2, 24mm com olhais, 28/32 furos, com kit tubeless (originalmente vêm com câmaras de ar)
Cubo dianteiro Specialized Hi Lo disc, 28 furos suporte de disco e flanco CNC, rolamentos selados, apertos rápidos DT RWS de 9mm
Cubo traseiro DT Swiss específico para a Specialized com roda livre Star Rachet em alumínio e apertos rápidos DT RWS em alumínio de 10mm, 32 furos
Raios DT Swiss Super Comp 2.0/1.7/1.8 inoxidaveis, com cabeças em alumínio
Pneus Specialized S-Works The Captain 26x2.0", 120 TPI, compatível com tubeless, composto duplo
Selim Specialized Phenom 130, carris em titânio
Espigão selim Thomson Elite directo com cabeça de 12 graus, 367/410mm
Aperto espigão Alumínio 7050 anodizado com aperto rápido
Peso (verificado) com pedais Shimano540, kit tubeless e líquido : 11,8 kg



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AOS COMANDOS
Comecemos pelo “cockpit”: o avanço, para além de ser bonito, tem a possibilidade de regulação interna da inclinação entre +16 e -8 graus, o que permite uma personalização bastante polivalente. O guiador é em carbono e tem uma largura que me agradou logo ao primeiro contacto, bem como a sua angulação e o excelente tacto dos punhos specialized. Contrariamente ao que li recentemente numa revista estrangeira, acho as manetes Magura Marta bastante ergonómicas, mesmo para quem tem mãos pequenas como eu, e aquela côr vermelha é fenomenal. Os triggers X-0 são uma novidade para mim. Ainda pensei em trocá-los por uns punhos rotativos (o meu sistema preferido), mas, para já ficam – não há que ter medo de coisas novas. São precisos e fáceis de operar. Não criam conflitos de espaço com as mãos. A única coisa que não é “perfeita” é o excesso de curso para passar dos pratos mais pequenos para os maiores, no manípulo maior do lado esquerdo. Quando experimentei os dual-levers também rápidamente me adaptei e gostei. Agora, e mais uma vez, não vejo razões para que tal não aconteça. Também aqui não há sistemas melhores nem piores. Eu não sou esquisito…

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O selim, apesar de leve (190g segundo a marca) e “fininho”, é surpreendentemente confortável e também me adaptei rapidamente a ele. A maior volta que realizei neste primeiro mês de utilização, foi de cerca de 75km em piso duro, e não houve queixas…Não me parece mal referir ainda que é uma peça bem bonita, criada a partir do topo de gama de estrada, mas com as devidas adaptações para o uso em BTT, aos níveis de conforto e resistência.
A posição do nosso corpo sobre a bicicleta, se não é a ideal anda lá perto. Temos a sensação de não estar em cima da bicicleta, mas sim de fazermos parte dela, se é que me faço entender. Isto é mais notório, evidentemente, quando começamos a pedalar. Comparando então com a “velha” Airborne, nem vos digo nada…mas também não é surpresa! Penso que tal se deve aos ângulos (68,6º à frente e 74,5º atrás) relativamente diferentes do habitual em modelos deste tipo de outras marcas. Toda a geometria da bicicleta tende a promover, por um lado, a estabilidade (com estes ângulos e a distância que tem entre eixos) mas também a manobrabilidade através da redução do comprimento das escoras em relação ao modelo do ano passado. Claro que a rigidez do quadro, a qualidade das rodas e da suspensão também influenciam fortemente este tipo de comportamentos, mas disso falaremos mais à frente.

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A nível de suspensão, esta bicicleta tem muitas possibilidades de escolha de regulação. Não estamos em presença do modelo topo de gama, em que a simpatia e cumplicidade entre o AFR traseiro e a FutureShock dianteira, ambos com o sistema Brain, é o grande trunfo. Todo um sistema pensado em integração e consonância global. De qualquer modo, na Pro de alumínio, o ajustamento também me parece fácil. A Fox F120 RLC consegue aproximar-se da necessária “sincronização” com o amortecedor e o seu sistema de válvula de inércia. Há até quem goste de usar a Fox sempre bloqueada, regulando a seu agrado o limiar de desbloqueio (aquela “coisinha” azul na parte de baixo da bainha direita da suspensão), para uma condução mais “racing”. Não é o meu caso…prefiro andar com ela mais “solta” e muito raramente uso o bloqueio.


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VAMOS LÁ ENTÃO DAR UMA VOLTINHA
No dia da “estreia” não choveu, mas nos dias anteriores isso tinha acontecido e havia lama com fartura nos trilhos do Parque Florestal de Monsanto, local de “baptismo” da bicla. Custa muito vê-la toda suja logo nos primeiros momentos de pedalação…. mas, por outro lado, temos desde início um mais vasto conhecimento das suas características. Fiquei logo bem impressionado com o agarre dos pneus The Captain em subidas enlameadas e com o bom “contorno” das irregularidades que o Brain traseiro proporciona. Mas o melhor foi a descer !!! Conhecem aquela sucessão de singles que começa ao pé do tribunal, passa junto ao campo de tiro, segue depois ao lado de uma vedação e vem até aos Pupilos ? Com raízes e pedras bastante traiçoeiras nestes dias de humidade e lama ? Pois dei por mim a descer aquilo muito mais depressa do que com a rígida em dias secos…. espectáculo! Como nesse primeiro dia saí de casa logo a pedalar, também me pude aperceber que os pneus são razoavelmente rolantes em alcatrão, fazendo muito menos atrito que os modelos que equipavam as Stumpys de anos anteriores (de acordo com utilizadores desses modelos). O primeiro contacto “em acção” foi muito fácil e rápidamente fiquei com aquela sensação de já conhecer a bike há longo tempo. Cuidado! À-vontade a mais pode ser perigoso….
Os Magura, apesar de ainda não estarem “acamados”, começaram logo a travar bem e com um tacto muito parecido aos XTR a que estou mais habituado. Os triggers são impecáveis e o X-0 é rapidíssimo. Nunca o tinha experimentado “a sério” e só não digo que fiquei surpreendido com a eficácia do desviador, porque já lhe conhecia a fama.
Quanto às regulações das suspensões, segui as indicações da marca (CD e site oficial) : o SAG foi ajustado ainda na loja e experimentei uns “cliques” no Brain e na Fox à volta dos valores médios, para começar a escolher a “minha” afinação. Nada de grandes mexidas, nem muitas invenções. Aquilo não é para andar a alterar todos os dias. Já tenho visto para aí muita malta que anda mais preocupada com os “rebounds” e com as “low compressions” do que com o divertimento e a beleza dos trilhos. Não é o meu género….sou adepto da simplicidade, sem rejeitar a tecnologia que temos disponível, evidentemente. Mas com parcimónia (grand’a palavrão) e sentido meramente utilitário.

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CONHECÊ-LA MELHOR
Depois desta primeira e de outras voltas em Monsanto, também já levei a Stumpy a Sintra e às zonas de Belas, Carregueira e de Malveira/Mafra, ou seja, aos locais onde mais frequentemente pedalo com os meus companheiros do pedrAmarela. Percursos, orografias e pisos bastante diferentes, portanto.


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1. PUXANDO POR ELA
A Stumpjumper FSR Pro transmite-nos uma sensação de leveza e de disponibilidade muito “racing”, não muito distante de uma bike de XC puro e duro. Consegue ser, ao mesmo tempo, estável, fácil de manobrar e rápida a responder a acelerações. Reage muito bem quando nos levantamos do selim e atacamos aqueles momentos finais de uma subida em que não queremos perder velocidade. Dou muitas vezes por mim a utilizar relações mais pesadas do que esperaria… e sem o sentir. Ainda por cima os manípulos X-0 não têm indicador do carreto engrenado… Pedalando “em crenques” e balançando a bicicleta nota-se, evidentemente algum bombeio, que pode ser evitado bloqueando a Fox à frente e rodando atrás o controlo do Brain para a posição mais “dura”, que não bloqueando totalmente, se aproxima bastante das reacções de uma rígida. Como disse atrás, raramente usei estas regulações, até porque pedalar muito tempo seguido em pé não é a situação ideal para este tipo de bicicletas. E também não costumo andar com ela em estrada, a não ser por pouco tempo.
Em trilhos rápidos, especialmente em singles onde haja constantes mudanças de direcção e aquelas alternâncias sobe/desce que conseguimos fazer sempre “a dar-lhe”, a Stumpy sente-se muito à vontade e estimula-nos a “abrir”. E com confiança, porque os Magura respondem sempre bem e as travagens não interferem em nada com o triângulo traseiro graças ao conhecido sistema horst-link. É também bastante fácil, devido ao baixo peso, puxar pelo guiador e dar pequenos saltos sobre obstáculos que nos apareçam, quando vamos rápido. Divertidíssima.
Nos pisos como os que encontramos nas zonas de Belas e Carregueira, mais duros e pedregosos que Sintra, é “sempre a direito”, as pedras são engolidas pela suavidade dos 120mm. Mais rápido e mais confortável que nunca. As reacções são bastante previsíveis e a bicicleta parece corrigir os eventuais pequenos erros de condução. Há até o perigo de se “desaprender de andar de bicicleta”….

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2.MONTANHA ACIMA
Subir ? Bem, subir não é fácil em nenhuma bicicleta. Depende muito das perninhas do ciclista…
Vejamos então: as subidas longaaaaaaas em bom piso não são realmente o paraíso para esta bicicleta, aí têm vantagem evidente as “crosscountristas” verdadeiras. Mas atenção ! Uma pequena vantagem, apenas. A Stumpjumper é realmente leve, mas a geometria obriga-nos a ir muito inclinados para a frente quando a coisa fica mesmo inclinada. Um exemplo, para os que conhecem o local: subir os estradões de Sintra que vêm de Gigarós para os Capuchos – faz-se bem, mas com o queixinho muito mais perto do guiador que numa bicicleta com suspensão mais curta. Nos primeiros dias senti alguma impressão nos músculos posteriores dos braços. Falta de hábito, rapidamente ultrapassável. Nas pernas, nada de novo! Facilidade onde antes havia facilidade; empeno onde havia empeno….
Subidas técnicas, com mau piso: aí sim, grande à vontade. O Brain é mesmo “cerebral”, cola a roda traseira a tudo e os pneus The Captain parecem ter ventosas. Servindo-me outra vez de um exemplo em Sintra – a subida completamente escalavrada e cheia de pedras e água a correr a seguir ao Rio Velho na direcção da Quinta do Carmo, estão a ver ? Há tempos passei lá e fui o único do grupo que não teve que desmontar por falta de tracção. E havia lá quem tivesse mais força que eu (eram todos, diga-se de passagem…) e bicicletas mais leves. Situação muito semelhante voltou a acontecer, dias depois, numa subida muito técnica e bastante inclinada, com alguns “degraus”, na zona de Negrais. Descontando a fanfarronice (quando os “pedras” lerem isto vou ouvir das boas!), a verdade é que neste tipo de subidas física e tecnicamente difíceis a Stumpy é mesmo uma mais valia. Espectáculo.

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3.MONTANHA ABAIXO
Descer ? Aí é que está o problema – é que eu já não tenho idade para grandes maluqueiras e tenho que ter muito cuidado com o poder de sedução que esta “black beauty” exerce sobre quem com ela se deixe embalar pela força da gravidade. Meu Deus, e que força da gravidade !
“Point and shoot”, como dizem os americanos, ou “larga os travões”, se quiserem.
É uma bicicleta muito estável, com uma boa distância entre eixos, um magnífico ângulo de direcção, um tubo superior curto e o centro de gravidade baixo. O que proporciona uma posição de condução que nos transmite confiança nas descidas e reduz a fadiga. Há apenas que ter cuidado em alguns locais com obstáculos que possam bater no pedaleiro, pois este está a uma distância relativamente pequena do solo. A Fox, como disse atrás, é muito suave, reage bem aos pequenos choques, não afunda nas travagens e é muito rígida nas inclinações. O Brain traseiro regulado a meio ou abaixo de meio dos cliques, engole tudo e responde com rapidez e suavidade. Parece exagero, mas tenho que repetir que as rodas e os pneus são também um dos grandes trunfos desta bike – inclinas e nada de reacções inesperadas, travas e os “capitães” colam ao chão. Grande Ned Overend e seus sábios conselhos! Pedras, valas, raízes…é sempre a direito (com limites, claro…).
Trialeiras difíceis, gaps, drops, saltos…. não são bem a minha especialidade e por isso não me atrevo a dar opinião. Mas que ando tentado a experimentar umas sensações novas, lá isso ando! I just need the guts.
E pronto, para já é tudo. Depois digo mais qualquer coisa.
Entretanto, qualquer dia dá-me na telha e começo a montar uma single speed em cromoly…. É que eu gosto de bicicletas. Ou melhor : eu gosto mesmo é de andar de bicicleta. E pedalar nesta Stumpy é um gozo do caraças, desculpem a franqueza !

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fotos em movimento: Pedro Ferreira​
 

Pax

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Excelente máquina fg!! :clap: :clap: :clap:

E excelente análise também! Grandes pormenores no teu relato! Só faltou mesmo sentir o vento na cara...
 

vacalouca

Member
Ah bom, esperava por este post desde que tinha visto a foto na galeria :D

E bem que valeu a pena a espera,tal a qualidade da análise (e da burra) :wink:
 

andrextr

Active Member
Grande análise. Li tudo e até parece que comecei a gostar mais da Stumpy eheh :mrgreen:

Quando a vi no "Gostas da tua menina" também pensei que fosse de carbono!

Boa maquina isso agora quer é experimentar as "novas sensações" :twisted: :mrgreen: :mrgreen:
 

pepo

New Member
A minha bike de sonho! Quanto à análise, simplesmente soberba, uma escrita deliciosa e muito sensorial. Parabéns!
 

jonypaul

New Member
Eu cá sei a opinião de outra pessoa :mrgreen:

- Stora, o seu marido comprou ali um maquinão...
- 1??? tenho a casa cheia de bicicletas!

Parabens pela compra, está muito porreira. Eu também pensei que fosse de carbono, mas tanto faz, continua a ser uma máquina.

Parabens também pela GRANDE análise!
 

Bravellir

New Member
Quero uma :mrgreen: não a sério, quero mesmo :mrgreen:


O célebre "it's not about the bike" acabou de ganhar um novo significado para mim. Sim, não é sobre a bicicleta, é sobre a paixão que ao fim de vinte anos ainda nos faz sentir como se o Pai Natal tivesse vindo ontem. É sobre a paixão de andar de bicla.

Obrigado :clap: :clap: :clap:
 

JCSC

Member
Perfeito perfeito era ser Trek :mrgreen: , parabens pela "maquinazinha".

Este relato é seriamente candidato a ser fechado pela ASAE ou mesmo pelo importador, pois está acima dos parametros exigidos pelas revistas da especialidade.

Boas pedaladas, titânicas ou totais. Agora já podemos fazer um "picanço" a descer da Peninha ao Abano, para tirar tempos. :lol:
 

Alf

Active Member
Bem, após ler esta análise, não sei bem o que sinto. Vontade de pedalar com certeza. Até confesso que senti vontade de experimentar a máquina, pela descrição do dono...
Mas mais importante, fez-me lembrar o que é e deve ser para nós o BTT. O prazer que dá andar de bicicleta, e não deve nunca ser uma obrigação. Divertir-se, acima de tudo, nas descidas e nas subidas.

Gostei da análise, sincera, vê-se mesmo que o dono gosta mesmo dela. Dá impressão que com muitas voltas transforma o condutor no homem mais feliz do mundo.

Essa cor nas bicicletas é intocável :mrgreen: É essa e a cor da outra que tens lá em casa :D

Parabéns, pela análise e pela bicicleta.
 

sinais

New Member
há qualquer coisa neste tópico que teima em não abrir (será para não ficar tentado?)...e como não há duas sem três, só à terceira e que o firefox não rebentou.

FG, que contes muitos kms em cima dela...e nós também :!:
 

JorgeSantos

New Member
FG Nothing is forever :wink:

Que importa que seja a bike da "moda", que importa que chamem a marca de castradora, até podia nem ser fã da marca,( mas sou) que depois de ler esta tua Primeira análise passaria de certeza a sê-lo.

Num outro dia de uma semana qualquer elegi como possivel melhor tópico um "Relato de Pedalada" de nome "Só" pelo som que me transmitiu, pela beleza e pela simplicidade. "Só" por isso que me transmitiu considerei-o o melhor......

Na mesma linha de pensamento e de opnião, considero esta a melhor análise alguma vez feita neste fórum. Simplesmente genial e inovador o conceito que criaste na apreciação da Bike.

Para quê ver a preto e branco se posso vir aqui e ver a cores :mrgreen:

Acima de tudo admiro a tua juventude e a paixão com que falas deste desporto que nos faz "mover" e acreditar que quando se gosta , gosta-se mesmo.

Quem me dera chegar "aí" e ter a mesma paixão pelo BTT como a que tenho hoje.

Parabens e obrigado por partilhares.

Josant



-
 

Phalhas

New Member
Mais do que a bike o FG consegue de uma forma simples explicar o prazer que tem em andar de bike, o resto veio por acréscimo

É simples, puro prazer...Faz-nos sentir crianças outra vez...



Diverte-te como sempre fazes e que tenhas sorte.

Grande abraço.

Rui

ps. temos de combinar uma volta para testes, lol...
 

miguelromao

New Member
excelente análise Fernando.

Dá gosto ler o que escreveste, mostra todo o teu conhecimento que tens sobre as bicicletas e o seu mundo.:clap:
Mas, mais gozo é ver-te em cima dela com um sorriso (orelha a orelha) de um autêntico captain dos trilhos a papar tudo o que aparece à frente.



Parabéns
 

track

New Member
Parabéns !

Sem duvida a melhor análise que já li ! Simplesmente fabulosa, fez-me relembrar as bikes que já tive e o prazer imenso que sinto todos os fim de semana quando pego na minha Stumpjumper.


Um abraço
 

Ludos

Benevolent dictator for life
Staff member
Aye aye captain! :mrgreen:

Bem, por onde começar?!

Por aqui parece-me bem:

JCSC said:
Perfeito perfeito era ser Trek :mrgreen:

:twisted: :twisted: MUAHAHAHA (para ser interpretado como risada maléfica! :lol: )

Li a análise nem tanto pela bike em si, até porque como muita gente sabe não morro de amores pelo S (ah e tal mas já tiveste uma! pois é... para dizer mal tem que ser com fundamento :twisted: :lol: ), mais que não seja para contrariar e fazer pirraça aos que se renderam aos produtos da marca.
Mas dizia eu, li a análise porque já sabia que ia sair algo completamente emotivo, o que aliado aos teus conhecimentos empíricos e teóricos (achei piada ao argumento do Horst Link :evil: Foste dominado pelo marketing :evil:), só poderia resultar numa coisa com pés e cabeça, e tronco claro... ah e membros... e... erm, uma coisa fixe, vá! :lol:

Parabéns Fernando, como o Bravellir disse, não tem que ver com a bicicleta, talvez por isso é que nunca teste algum de revista alguma ou site especializado poderá transmitir a satisfação e prazer que nós temos com as nossas bikes pessoais, que foram fruto das nossas escolhas pessoais, as sensações transmitidas não me são estranhas, já as conheço dos 4 anos "liquidos", por isso a inveja não é muita, mas a vontade de pegar na liquid e ir pedalar está ao rubro!

Roubando a frase a um grande amigo meu :twisted:

Dessas ou das outras, com HT's ou FS's, discos ou VB, tubeless ou não: Boas pedaladas!

Um abraço
 
Parabéns, bela máquina... Excelente relato da máquina e suas caracteristicas, aliás com relatos assim corremos o risco de deixar de andar de Bike pois eu depois de o ler tive uma sensação que eu que tinha dado aquelas voltas, senti tudo o que o "fg" sentiu da Bike dos caminhos, da tracção, suspensões... Parece que já andei numa :mrgreen:. Agora também já sei como começa o adultério, sim confesso fiquei "apaixonado" e a "mulher" é de outro :oops:.

Um Abraço
 

nautilus

New Member
Parabéns pela maquina que tens, sem duvida que deve ser uma louca descer com essa menina.

Isso é que foi uma teste drive completo , os rapazes da "TN", :zezus: deveriam pagar te pelo teu depoimento.

Eu sei quando te referes,” com o sistema Brain, é o grande trunfo” :mrgreen: pois eu tenho uma Epic. :wink:

Muitos parabéns pela bela mota que compraste. :lol:
 

coelhone

New Member
Grande máquina sim senhor.
Mas essa análise é que me partiu todo, excelente relato a tal ponto que até me esqueci que estava no trabalho.
Disfrute essa aquisição, pois assim se vê quem sente o btt.
 
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