Parece que ainda foi ontem que nos metemos nesta aventura mas realizámos no passado 9 de Abril de 2006 a 4ª edição do Passeio de BTT “Nos Trilhos do Ceireiro”.
Inicialmente, nunca nos tinha passado pela cabeça que este evento tomasse as actuais dimensões . De facto, ano após ano, como que duma peregrinação os betetistas ocorrem em massa para apreciar a beleza dos nossos trilhos, gesto que nós agradecemos pois sem a presença de todos o nosso esforço seria em vão.
No Sábado com o palco montado, e que palco! Um verdadeiro paraíso para os betetistas, com singletracks, lama, subidas, descidas e zonas rolantes, ainda com a de adrenalina à “flor da pele” resolvemos ir descansar (pelo menos tentámos) para estarmos em forma para a jornada de BTT do dia a seguir.
No Domingo bem cedo, dirigimo-nos para o local da concentração desta feita no Campo de Futebol da A.H.C.R. Beselguense e ainda mal despontavam os primeiros raios de Sol já os primeiros participantes chegavam, e de bem longe!
Num ápice, assistimos a uma ”invasão de campo” num primeiro assalto por carros, carrinhas e camiões e num segundo pelas bicicletas, desde a bicicleta de último modelo até à bicicleta comprada nos hipermercados.
Com um total de 300 inscritos, compareceram na linha de partida 272 atletas vindos de todo o país, desde os mais experimentados, até ao praticante domingueiro.
Depois de dados alguns conselhos pela organização, pelas 9h15 fizemo-nos ao caminho, passando primeiro pelas ruas da freguesia, vivendo a Beselga um amanhecer diferente com bicicletas a circular pelas suas ruas.
À saída da povoação deu-se o primeiro grande congestionamento, devido a um singletrack com cerca de 300m. Este trilho tinha tanto de encantador como de perigoso, sobretudo para aqueles que tinham os “pés presos”, exigindo um grande equilíbrio. E muitos foram os que recorreram ao auxílio do pé no chão para evitar acidentes.
Mas pensamos que valeu bem a pena a espera, pois a paisagem dos castanheiros no Soito do Poço merece toda a nossa atenção.
Mais abaixo, um congestionamento na passagem pela Ribeira da Dama. Era quase impossível fazer aquela travessia sem pegar na “menina” ao colo, mas houve quem o fizesse. Não valia a pena reclamar, porque afinal era só um bocadinho e no máximo com 20 kg às costas, as bicicletas sofrem muito mais pois carregam-nos durante muito mais tempo!
Mas o pessoal mostrou-se muito bem disposto!!!
Aí encontrámos um moinho, e tivemos a possibilidade de admirar esta magnífica obra humana e a limpidez das águas da ribeira juntamente com a viçosa vegetação que povoa as suas margens.
Já do outro lado da margem, o ritmo de andamento era livre, pois o percurso estava devidamente marcado. Uns mais afoitos partiram a um ritmo mais intenso, outros aproveitaram a beleza das paisagens para tirar fotos e descontraírem.
Depois passámos por uma grande laje
No Quintinho, calcorreámos um singletrack com uma paisagem soberba com vegetação a tombar para o caminho transportando-nos para outras épocas da história. As pedras dificultavam o avanço como que querendo obrigar-nos a contemplar esta magnífica paisagem.
Houve tempo para tudo!
Depois de algumas subidas e zonas rolantes, chegámos a um dos momentos altos do passeio, uma descida com cerca de 5km desde a estrada de Castainço, com passagem pelos Vidoeiros e Pedrógão até muito perto da Beselga. Tudo começou numa zona rolante transformando-se numa descida acentuada com uns saltos pelo meio fazendo despoletar a adrenalina.
Os participantes, desceram a grande velocidade não facilitando a vida aos fotógrafos, e os saltos eram "do melhor", mas perigosos.
Depois de uma descida "imprópria para cardíacos" e de alguns kms em zona plana para recuperar os sentidos, o destino era o ponto mais alto da serra do Sirigo (989m) onde teria lugar o reforço. Até lá uma penosa subida com 3 kms parecia querer tirar-nos o apetite.
A paisagem que se podia apreciar deste sítio apresentava-se como uma adjuvante nesta “peregrinação”. O esforço era visível no rosto dos participantes, assim como o grande sorriso à chegada às “ventoinhas” , local onde foi servido um substancial reforço para retemperar as forças e finalizar a outra metade do espantoso percurso.
Como sempre acontece, ao fim de uma subida, há sempre a respectiva descida. No recomeço tivemos uma descida bem rápida e divertida até às Antas. Passámos por alguns soutos e ladeámos o rio Torto durante alguns kms, para além de ser uma zona rolante e lindíssima, apreciámos uma vez mais límpida água do rio.
Daqui, seguimos em direcção ao Menir (Maria Pais) e depois, uma subida pouco acentuada com alguns piques pelo meio, com a lama, muita lama a dificultar o avanço até ao cimo da Serra dos Buracos. Se a lama nos incomodou, os jipes de apoio sofreram muito mais pois ficaram atascados sendo preciso ajuda para os remover do local. A descer a serra mais lama, obrigando-nos a abrandar para escolher o melhor caminho a tomar.
Passada esta "chafurdice" era preciso ter braços para mais uma estonteante descida até ao fundo da serra, com os regos causados pela chuva a obrigar a uma atenção redobrada.
Atravessámos a ribeira do Covelo e acabámos esta aventura no Campo de Futebol.
As bicicletas chegaram num estado lastimável. Depois de as lavarmos e termos tomado banho dirigimo-nos para o salão da Junta de Freguesia para o outro "desafio". À semelhança do passeio este também estava dividido em 2 etapas.
A primeira ainda cá fora, e descontraídos à conversa sobre as peripécias vividas no passeio, fomos fazendo o "aquecimento" de uma forma gradual recomendado pelos especialistas, com umas saborosas entradas regadas com os mais preciosos néctares.
Feitos uns alongamentos de estômago e com a temperatura corporal a subir, passámos à ofensiva em ritmo mais acelerado, “atacando” as travessas de carne (variada) de churrasco, de arroz de feijão e salada, bebidas variadas, não esquecendo as sobremesas e para finalizar café e “cheirinho” fazendo esquecer os eventuais “empenos” do passeio.
Chegada a hora de cada um rumar a casa, foram entregues os diplomas de participação e lembranças a todos.
Aos participantes agradecemos a presença onde destacamos o mais novo (10 anos) e o mais velho (73 anos) e às presenças femininas pelo facto de todos terem chegado ao fim.
Agradecemos também, a todas as pessoas exteriores à Direcção, aos Bombeiros Voluntários e GNR de Penedono pelo auxílio prestado. Os nossos agradecimentos ainda à CPCCRD, FPCUB, IPJ, INATEL, J.F. de Beselga, Águas Serra da Estrela e C.M. de Penedono pelo apoio prestado à Associação.
Como foi anunciado no Passeio,
no dia 15 de Outubro de 2006 realizaremos a 2ª Maratona de BTT “Nos Trilhos do Ceireiro”, garantidamente com novos trilhos e novas paisagens.
Até lá a Organização deseja boas pedaladas!