Quedas Perigosas

Renatogas

Member
Boas.
Algum tempo que esta situação me anda a perturbar, por isso decidi criar este Tópico, a ideia é para alertar, com tudo o respeito aos organizadores das provas,porque sem elas o BTT não tinha piada, e claro para todos nós que nos julgamos, Marinheiro, Marinho ou até mesmo Absalon.
Hoje foi participar numa resistência bastante participativa, tinha de tudo, pessoal Amador e “Profissionais”, estava tudo muito bem organizado, havia uma parte bastante técnica que ao fim de 2 horas estava ali uma zona bastante perigosa, eu próprio alertei o staff da prova que se encontravam mais abaixo, para pôr alguém no local para alertar, porque estava bastante perigoso, para espanto meu na volta a seguir já estava lá um “colega” muito mal tratado, esteve no local a ser assistido pelos bombeiros quase 40 minutos.
Nós por vezes, e eu falo por mim com o passar do tempo ganhamos muita confiança em cima da bicicleta talvez esteja aí o problema ou o cansaço!!??
Não sei……apenas vos posso dizer, será que vale a pena?
Participarmos em provas muitas das vezes muitas delas sem seguros que aceitam inscrições no dia, como se pode fazer apólices de seguros assim?
Como já referi em cima não estou a criticar nenhuma organização, apenas Alertar os perigos que por vezes todos nós corremos num domingo competitivo ou até menos em lazer, lembrem-se sempre, no dia a seguir é dia de trabalho e temos família.

Acima de tudo DIVIRTAM-SE em cima duma bicicleta.:D

Abraço e Bons trilhos
Renato Gaspar
 

Kaiser Mafra

Elos Rápidos
O que eu posso dizer é que o seguro não dá para tudo. Se tivermos de ficar em casa de baixa, nem quero pensar nisso. Conforme escreves-te no post no dia seguinte é dia de trabalho. O btt não é o nosso ganha-pão. A familia e o trabalho vem em primeiro. Para mim o btt é uma forma de descontrair.

Boas pedaladas,

Filipe Queirós
 

Skyforger

New Member
Não querendo fugir muito ao tema do tópico, mas este assunto fez-me lembrar um comentário que li algures neste forum e que dizia que o BTT é cada vez mais uma competição entre carteiras e que existem lobbies entre os organizadores de provas e as lojas de materiais para bicicletas, fundamentando essa opinião na excessiva dureza que os eventos organizados têem vindo gradualmente a apresentar! Quando li isto achei a ideia algo descabida e continuo a achar, no entanto tem o seu quê de razão!Longe de concordar com a questão dos lobbies e de entrar por eventuais teorias da conspiração, o que é certo é que já senti diversas vezes na pele aquilo para que o autor do tal tópico alertava! Ainda há pouco tempo partcipei numa Meia Maratona e posso dizer que a cheguei a casa totalmente empenado, assim como a bicicleta! Eu demorei uns dias a recuperar, a bicicleta foi directa para o mecânico e lá voaram mais uns euros para fora da carteira. No final da dita prova dei por mim a perguntar: mas será que havia necessidade de tamanha dureza para um percurso de meia maratona? Quando digo dureza nem me refiro à quantidade de subidas, porque com essas posso eu bem, refiro-me antes à qualidade dos trilhos escolhidos, estupidamente técnicos e desnecessariamente perigosos. Quem define estes percursos esquece-se do simples pormenor que nem toda a gente tem grandes máquinas de suspensão total e que deverá fazer-se um esforço por adequar o percurso ao comum praticante de BTT e não a amantes do enduro ou do downhill. Confesso que senti grandes dificuldades em determinadas partes do percurso tal a porrada que estava a levar em caminhos onde nem a pé é boa ideia passar. Quem se inscreve neste tipo de eventos, e principalmente na meia maratona, é essencialmente pessoal sem objectivos competitivos, sem grande experiência e aptidão técnica, apenas pelo puro prazer e parece-me descabido meter as pessoas em risco por nada! Obviamente cada um sabe de si, e eu sei que prefiro não me inscrever neste tipo de eventos porque o "MEU" BTT não é este! Não pretendo a cada fim de semana deixar a bicicleta num estado lastimável, gastar rios de dinheiro em manutenção e empenar o corpo todo de forma quase inconsciente! Uma coisa é uma dor muscular derivada do esforço, outra coisa são as costas e braços com problemas devido à quantidade de porrada que levam numa destas provas e que, a longo prazo, conduzem a problemas mais graves. Eu não estou para isso, o BTT é apenas mero lazer e prazer e na 2ªfeira tenho de estar em condições para ir trabalhar, para dar toda a atenção à minha familia,etc... Acho que em termos de eventos organizados entrámos numa lógica de tornar a coisa o mais dura possível, não sei se por uma questão de afirmação de qualquer coisa, mas o que é certo é que isso faz com que esse tipo de eventos se tornem menos democráticos e muito mais perigosos, cada vez mais atractivos apenas a quem tem uma grande máquina que amorteça muita porrada, a quem tem muito dinheiro para deixar no mecânico e a quem não pensa no dia seguinte. Na organização de uma prova (seja passeio, meia maratona, raid, etc..) terá de imperar o bom senso e procurar adequar o percurso ao tipo de participantes a que está destinado. Depois é vermos pessoal que só vai ali para se divertir estatelado no chão e com lesões que só lhe trazem problemas à vida! Para amadores como eu, o BTT está longe de ser a coisa mais importante da vida e neste momento prefiro fazê-lo sozinho ou com um grupo de amigos com o qual possa escolher o percurso a seguir e equacionando todos os riscos do que meter-me que nem um doido por percursos desajustados das minhas (e de muitos como eu) capacidades e objectivos. O dinheiro custa a ganhar e a saude é para preservar! E como disse atrás, andar a levar porrada e a correr riscos desnecessários não faz parte do "MEU" BTT!
 
Esse é também o meu maior receio, nas poucas vezes que vou a maratonas e passeios! Já tomo o cuidado de partir sempre no fim, para dar todo o espaço e avanço do mundo a quem quer competir a todo o custo! Há pessoal que vai para eventos, como se estivessem numa prova de Downhill! Já vi casos de pessoal, que fazem as subidas a pé ou a muito custo, param no cimo uns minutos para descansar ou reagrupar o seu grupo; e depois lançam-se a toda a velocidade nas descidas a gritar "Sai da frente!", sem respeito nenhum pelos outros! Muitas vezes um indivíduo ou sai da frente e do trilho em 1 ou 2 segundos, ou arrisca-se a ser abalroado por alguém a 60 ou 70 km/h! Num passeio em 2009, sem classificações, fui tocado na roda de trás 2 vezes no espaço de 5 minutos, pelo mesmo indivíduo e na segunda caí e felizmente parei com a cara a um palmo antes de um monte de silvas! Sinceramente, é por estas coisas que já não me admiro nada, quando vejo relatos de eventos em que 2 ou 3% dos participantes vão parar ao hospital! :(
...
Sempre andei na minha vida por todos os tipos de terrenos, excepto esses tipos de trilhos totalmente extremos, frequentes nos eventos de BTT modernos, que acho que só servem para espatifar material e que só serão do agrado de pessoas com boa capacidade económica! Só passei a frequentar esses tipos de trilhos nos últimos dois anos, em Maratonas e Passeios de BTT! Acho que numa maratona de 80 km podem perfeitamente colocar 10 ou 15km assim para diferenciar os melhores competidores! Mas percursos totalmente extremos em toda a extensão do evento, e muitas vezes não cicláveis, não gosto muito! Houve eventos, até bem organizados por excelentes organizações; a que fui no passado; mas não volto lá, porque sei que é só espatifar material! E eu até ando lá só mesmo para chegar ao fim, nos últimos lugares, com a satisfação pessoal de concluir!
Aliás, nestes percursos extremos, acho que cada vez mais o Btt em Portugal é uma competição entre contas bancárias e não entre capacidades físicas, técnicas e mentais de desportistas! Um indivíduo pode ser boas pernas, bons pulmões, boas técnica e boa motivação psicológica; mas se não tiver excelente material caro, como bicicleta leve e resistente, boas suspensões, pneus aderentes, suplementos e alimentos energéticos (e sabe-se lá que mais); dificilmente conseguirá resultados! E noto que há um "lobbie" que pressiona cada vez mais as organizações para definir percursos, em que BTT é apenas sinónimo de percursos extremos (lamaçais, descidas alucinantes com piso escorregadio e pedregulhos soltos; grandes saltos que rebentam quadros, raios e aros; caminhos estreitos à beira de precipícios ou hipotéticas grandes quedas em altura, chão cheio de tojos e silvas onde os furos abundam, etc...)!:confused::confused:
...

Deixo aqui algumas partes do comentário que publiquei no Tópico "Tu não és um Bttista!", há umas duas semanas atrás!
Quando utilizei o termo "lobbie", não foi no contexto de teorias de conspiração entre organizadores e comerciantes de material! Estava a referir-me e a pensar no pessoal que, no exemplo da secção "Promoção de Eventos", anda sempre a pedir aos organizadores mais dificuldades e mais dureza! Por vezes, a quem não gosta de percursos extremos, colocam rótulos de "Estradista", "Bttista de Estradão" e outros adjectivos que chegam a colocar em causa a masculinidade dos indivíduos!

Sinceramente, houve eventos com percursos extremos a que fui no passado e a que dificilmente lá voltarei, por dois motivos:
- Segurança! Mesmo tomando várias precauções pessoais, não me sinto lá seguro! Acho alguns troços desses percursos muito perigosos e arriscados!
- Economia! Mesmo sendo eu um utilizador de material barato, o desgaste e os estragos que esses percursos provocam na bicicleta, são para mim incomportáveis! Para mim a bicicleta é um veículo de lazer e simultâneamente utilitário, logo quero que ela dure o mais possível!

E é impressão minha, ou algumas das chamadas "provas amadoras locais", têm percursos que no geral são bastante mais extremos do que algumas das maratonas oficiais federativas da taça de Portugal de XCM? Pensem nisso! :mrgreen::mrgreen::mrgreen:
 

markpainel

New Member
bem tb ando de bike e em situações que acho perigosas não arrico desmonto da bina pq o btt não é o meu ganha pão e ficar em casa por causa de uma queda não pode ser e depois como é?
O dinheiro para as despesas?
gosto muito de btt mas tenho uma casa para sustentar.
 

gigas1001

Utilizador Banido
Boas,bem,nem sei o que diga ,concordo com tudo o que voces aqui dizem,realmente o dia a seguir é dia de trabalho e por vezes esquecemos isso,eu pessoalmente tenho sempre muito cuidado,mas tambem não me posso esticar muito,comecei á pouco tempo a praticar btt,não tenho tecnica nem pratica,mas ja tenho ouvido relatos de quedas bem feias de pessoal que a meu ver não teem consciencia nenhuma,na serra de Sintra ha pessoal que nos estradões a descer atingem altas velocidades,na minha opnião este pessoal não teem consciencia nenhuma,uma queda nestas circunstancias em estradões com muitos regos e muito escorregadios e é uma ida ao hospital na certa!
Acho que o btt para nós amadores,o mais importante de tudo é o convivio,diversão,e a pratica de um desporto saudavel ao ar livre!
 

oliana

Active Member
As quedas fazem parte deste desporto, assim como de outros radicais. Sabermos arriscar mais ou menos vai da nossa consciência, capacidade ou disponibilidade. Arriscar com perigo fazêmo-lo todos os dias noutras situações a que nos passam despercebidas. Ao volante dum automóvel ou no trabalho por exemplo. E muitas delas com basteante mais perigo para a nossa vida. A adrenalina faz parte deste desporto e é por isso que muitos o procuram. Andar na estrada tambem é perigoso e é aí que têm acontecido a maior parte dos acidentes fatais. Resta que cada um tenha a consciência do perigo em todas as situações. Fazê-lo sem isso é muito mais perigoso. Arriscar e ter a noção do que se está a fazer é o primeiro passo para evitar o pior. Ao mesmo tempo ter respeito pelos outros ao nosso lado que podem ser envolvidos sem terem culpa alguma. Tudo pode acontecer mesmo com todos os cuidados. Não vivemos numa redoma de vidro á prova de riscos.

Arriscar, faz parte da vida. A vida toda ela é um risco. É muito fácil sair dele.

Boas pedaladas...com cabeça.
 
Boa tarde. Como já referido atrás, o BTT deve ser encarado como lazer, pois não é o ganha-pão da maioria do pessoal. Agora falando por mim, não à coisa que me dê mais gozo do que ir aos limites, ou seja arriscar em cima de uma bike!!!! É a dita adrenalina. À 3anos tive uma queda valente num dia que fui andar sozinho, bom pensei tou lixado!!!Cai de costas a 40km/h vai lá vai nem conseguia respirar. Bom mas cá estou a contar isto. Arriscar mas com moderação!!!!
Cumprimentos
 

essence_s

New Member
Boas,concordo com quase tudo o que foi dito.
Muitos têm razão em dizer que as provas e passeios estão cada vez mais dificeis e por vezes nem sequer ganham piada por isso.è um bocado como qualquer passeiozeco ter na maior parte das vezes kms desnecessários só para prolongar a coisa.
Aos Organizadores:
Façam coisas com principio, meio e fim decentes.
Aos praticantes:
Vão apalpando terreno, nem sempre tudo o que parece, é.Não vale a pena arriscar tanto as vezes, por tão pouco.
 
Volto a deixar aqui umas palavras...

Não estou contra a dureza em termos de quilometragem ou subidas! Estou contra percursos desnecessariamente extremos que:
- Espatifam e desgastam em demasiado o material, injustificadamente!
- Colocam em risco a vida e a integridade física dos participantes, quando não há nada em disputa que o justifique! Dou o exemplo de trilhos estreitos, sinuosos e escorregadios; ladeados por precipícios, grandes quedas hipotéticas em altura e diques ou barragens (perigo de queda e afogamento)! E descidas alucinantes, com piso escorregadio e instável (como pedras soltas)! Algumas descidas até são perigosas para fazer a pé, por ausência de pontos de apoio! :( :(

Nas provas de BTT do tipo de Maratonas e Raid's, o equipamento de protecção obrigatório resume-se a um capacete simples! No Downhill, as protecções obrigatórias incluem capacete integral, joelheiras, cotoveleiras e em alguns casos protecções para a coluna vertebral! E no Downhill, os participantes têm a pista toda por conta deles durante uns 3 a 5 minutos, fazendo as descidas sozinhos, não havendo o perigo de quedas provocadas por toques, abalroamentos ou atropelamentos entre participantes!

Então porque é que algumas organizações colocam percursos iguais aos de Downhill, em Maratonas?


Acho também degradante passar numa descida perigosa, e ver lá em baixo um grande grupo de pessoas, a incentivar quem desce na bicicleta (fazendo-os esquecer os riscos), e a insultar quem desce apeado, por precaução e segurança! Muitas não fazem parte das organizações nem estão lá para prestar auxílio! Estão para se divertir a assistir à possível desgraça alheia, tal como os espectadores dos Coliseus Romanos e os abutres das savanas africanas! :( :(

Pelo que tenho acompanhado do BTT em Portugal desde 2007, ainda não faleceu ninguém devido a quedas em altura ou afogamentos! Já houve pessoas a falecer devido a problemas cardíacos após provas ou em atropelamentos em treinos!

Contudo, já tive conhecimento de vários casos de praticantes de Btt que tiveram quedas graves, de que resultaram várias semanas em unidades de cuidados intensivos hospitalares, vários dias em estado de coma e sequelas físicas e cerebrais graves, para toda a vida!

Há um ditado tipicamente português que diz: "-Casa arrombada, trancas à porta!"! Como quase sempre acontece por cá, só quando alguém tiver a infelicidade de falecer, é que as pessoas vão começar a ver estes pormenores com atenção! :( :( :(
 

Nozes

Active Member
Meus amigos,o que para uns é um desafio extremo,pode para outros não passar de uma banalidade.
Só coloco aqui uma questão: O que é mais perigoso,um singletrack retorcido,com árvores e pedras,feito a 15km/h,ou um estradão largo,com regos e pedra solta,feito a 50km/h?
Das pouca maratonas que fiz,as partes que me pareceram mais perigosas foram SEMPRE os estradões a descer.Portalegre,Alte são dois exemplos.Em Alte lembro-me de ir muito cansado,meio dormente,já perto do fim num estradão a descer e olhar de relance para o conta kms,marcava 62km/h...se algo corresse mal,correria mesmo muito mal.

É claro que para um principiante ou para alguém que nunca procurou desenvolver a técnica certas secções podem parecer extremamente difíceis...mas para outros essas mesmas secções podem muito bem ser o único divertimento que encontram em todo o percurso.Apenas a práctica,começando devagar e evoluindo,fará passar essa ideia.

Qualquer bike decente hoje em dia é segura para a práctica de btt,é estável e tem bons travões,além de aguentar muita porrada.Essa coisa de a bike ir parar à oficina porque o passeio tinha descidas técnicas a mim não me entra.
 

Skyforger

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É certo que em tudo na vida corremos riscos, podemos ter uma acidente de automóvel ou escorregar nas escadas quando vamos despejar o lixo...o factor risco está obviamente presente no nosso dia a dia, é dele indissociável e é até saudável que assim seja. Mas se o pudermos minimizar ajuda! Como o amigo Oliana disse e muito bem, cada um deverá ter a consciência dos riscos que pretende correr, numa maratona ou num qualquer outro evento ninguem obriga ninguem a descer aquela descida perigosa como se não houvesse amanhã. Caberá a cada um ter consciência das suas capacidades e dos riscos que poderá correr...o problema é que essa consciência falta a muito boa gente. Actualmente, tendo-se preparação fisica ou não, toda a gente compra uma bicicleta, o respectivo equipamento e lança-se para o mato para passado um dia dizer que pratica BTT desde pequenino. A adrenalina, o orgulho ou a pura idiotice leva a que muitos bttistas não meçam os riscos inerentes à actividade que praticam e, sem qualquer aptidão técnica ou equipamento para tal, lançam-se em aventuras que muitas vezes correm mal! Falando por mim, julgo que sei medir até que ponto me sinto seguro em cima de uma bike e quando sinto que a coisa pode correr mal ou que não tenho confiança naquilo que vou fazer ou desmonto ou simplesmente vou mais devagar. Encaro o BTT como lazer e não posso pôr em risco toda a estrutura da minha vida (familia, emprego) por uma estupidez que me passou pela cabeça quando resolvi descer aquela descida cheia de pedras soltas sem usar travões...só para sentir a adrenalina...que se lixe a adrenalina! É por isso que cada vez menos me apanham em eventos organizados, isto porque a maioria assemelha-se cada vez mais a enduro ou downhill do que propriamente a cross country. Como o Bruno E. Santos disse e muito bem, se querem adrenalina façam downhill e aí já há uma série de regras e protecções obrigatórias adaptadas à perigosidade da modalidade. O que se assiste em muitas provas é que os percursos estão desajustados do tipo de utilização que se pretende. E atenção que isto acontece com muito mais frequência em eventos organizados pela associação lá da freguesia do que em provas oficiais. E para além dos riscos para a integridade física dos participantes há a vertente já referida do desgaste que percursos desse género imprimem nas nossas bicicletas. Tendo em conta que não sou rico para andar constantemente a comprar material, que gosto de estimar aquilo que me custou muito a comprar e que, acima de tudo, zelo pela minha integridade física e por tudo o que ela envolve, retiro muito mais prazer de um passeio por trilhos cicláveis que me levem a locais que dificilmente conheceria de automóvel a um ritmo descontraído e de pura contemplação do que a fazer descidas vertiginosas ou a meter-me com a bike onde nem a pé é seguro passar...para isso não praticava BTT, vendia a bike que tenho, uma HT, e arranjava uma de downhill...
 

Skyforger

New Member
Qualquer bike decente hoje em dia é segura para a práctica de btt,é estável e tem bons travões,além de aguentar muita porrada.Essa coisa de a bike ir parar à oficina porque o passeio tinha descidas técnicas a mim não me entra.

Em ti não entra mas entrou na minha carteira! Espera, se calhar é a minha bike que não é decente e o melhor é ir passear para a ciclovia! Define bike decente. Aqui entramos no que já foi dito atrás, certos percursos assemelham-se mais a uma competição entre carteiras do que entre atletas.
 

Nozes

Active Member
No meu ponto de vista,encontram-se no mercado hoje em dia bicicletas na ordem dos 500 e poucos euros que permitem praticar btt em segurança.
Aborrece-me a ideia que "querem adrenalina,façam downhill",sinceramente.Então uma maratona tem de ser apenas sofrimento,apenas subidas,é isso?Por acaso já assististe a uma prova de downhill ou viste um percurso a sério?
Aborrece-me também o facto de não terem argumento para a minha explicação do que acho mais perigoso,que são os estradões e as altas velocidades a descer.
Já no tempo em que todas as bikes eram totalmente rígidas e travavam mal,haviam os que desciam a pé quando não se sentiam à vontade ou não queriam arriscar.Não vejo porquê é que hoje em dia terá de ser diferente.
No teu caso,procuras estradões sem dificuldades técnicas.Eu procuro singletracks a subir e a descer,com muitas dificuldades técnicas.Outros quererão outra coisa.Há espaço para todos,penso eu.
 

Skyforger

New Member
Então segundo esse ponto de vista a minha bike já é bem decente e não foi por isso que deixou de ter de ir para o mecânico após uma meia maratona mais dura. Isto só para concluir que muitos percursos estão cada vez mais talhados para bicicletas de suspensão total, com bons componentes e para pessoal com técnica apurada. São percursos, na minha opinião, exageradamente exigentes e potencialmente perigosos, já que é de perigo que fala este tópico.
Concordo contigo quando dizes que os estradões são perigosos, já que se atingem altas velocidades e basta uma vala aberta pela água ou uma pedra solta maior e é a "morte do artista". Mas lá está, parte mais uma vez da consciência de cada um conhecer os seus limites, avaliar a sua confiança e ponderar até que ponto pretende arriscar num passeio de BTT que devia ser de lazer. A maioria dos acidentes acontecem por excesso de confiança!
No meu caso atrai-me muito mais coisas deste género: http://www.forumbtt.net/showthread.php/13089-[Crnica]-Travessia-do-Sul-Um-aventura-em-solitrio e é nesta filosofia que me sinto bem no BTT, se aquilo que te preenche são singltracks e descidas técnicas (que também gosto, embora q.b.) pois muito bem, como dizes, há espaço para tudo e para todos!
 
Boas,
Eu e na minha modéstia, acho que o vírus que está a atacar o BTT, é certas organizações de eventos só nestarem a pensar nos €€€, descurando a segurança que cada amante deste puro desporto deve te, etalvez pensem que quantos mais perigos haver melhorr. Além disso nós acabamos por não medir o perigo (umas vezes por desconhecimento dos rigos que alguns percursos escondem, outras porque vamos preparados para desfrutar tudo aquilo que o BTT nos oferece e não para depararmos com pricípicios e outras tantan armadilhas que nos esperam).

O BTT é desporto saudável, mas assim temos que ter muito cuidado.
 

Pedro Silveira

New Member
Boas...

Quando se vai para qualquer passeio de BTT, quer seja domingueiro, não organizado, organizado ou altamente organizado, temos que ter consciencia dos riscos que corremos, porque de facto, corremos o risco da queda, aliando-se a sorte ou azar de esta, ser tornar ou não perigosa...

Agora, tem que estar na consciencia de cada um, o risco que está a correr a todo o momento. E é claro que esse risco está associado em primeiro lugar à nossa competencia em cima da bina e depois à segurança e conforto que a bina nos transmite a ultrapassar obstáculos, no poder de travagem, etc, em qualquer tipo de trilho...

Posso concordar que cada vez mais aparecem percursos técnicos, cada vez mais exageramos nos andamentos, e são essas duas combinações, normalmente resultam em quedas perigosas...

Mas não está o BTT em evolução? Cada dia que passa as binas, não estão mais evoluidas? não estamos nós em constante evolução fisica e técnica? Certamente é por isso também que os percursos são cada vez mais técnicos, mais exigentes fisicamente para os podermos superar!!!

Pedro
 

indy

Member
Então segundo esse ponto de vista a minha bike já é bem decente e não foi por isso que deixou de ter de ir para o mecânico após uma meia maratona mais dura. Isto só para concluir que muitos percursos estão cada vez mais talhados para bicicletas de suspensão total, com bons componentes e para pessoal com técnica apurada.

Não percebo o que tem de extraordinário uma bicicleta de BTT necessitar de manutenção depois de uma qualquer utilização. Isso é intrínseco ao BTT. Então se for Inverno nem se fala. Se calhar devias começar a fazer tu a manutenção. Além do prazer que dá termos a máquina cuidada por nós, é muito bom para a carteira.

Sobre as suspensões totais: experimenta pegar numa e vê lá se a bicicleta, só por si, te vai resolver os problemas de técnica ;)

Pessoalmente também gosto de percursos que tenham zonas técnicas. E até considero que sou desajeitado mas, aos poucos, gosto de ir evoluindo. E se vejo um parceiro conseguir passar um obstáculo e eu passo a pé, fico lixado e a cismar naquilo. Para a próxima... :mad: Agora gastar um dia para ir pedalar numa região qualquer e só me serem oferecidos estradões e convívios gastronómicos, não contem comigo, considero isso tempo perdido.

PS1: tal como diz o Nozes, antes de comparar algo a um percurso de DH convém primeiro dar uma vista de olhos em percursos de DH a sério.

PS2: antes que digam que estou a falar de barriga cheia porque tenho uma boa bicicleta, desde já adianto que tenho uma bicicleta barata, pesadona (nunca a pesei mas custa-me quando a carrego às costas :D) e velha (a suspensão, por exemplo, está de parabéns: faz este mês 8 anos :D).
 

VilhenaLeitao

New Member
Boas.
Vamos imaginar quando a malta se junta na zona de meta de uma qualquer prova. Olhando à nossa volta, vemos os parceiros da manhã em cima das respectivas bikes e está tudo muito parecido: capacete enfiado, um quadro com duas rodas, dois pedais, luvas, um guiador... Vontade de pedalar...
Acontece que na realidade somos muito diferentes em termos de gostos, preferências e capacidades! As "gazelas" estão lá mais para a frente, à espera do sinal de partida e à medida que recuamos na fila de malta, a vontade de chegar nos primeiros lugares vai-se diluindo, transformando-se na mera vontade de pedalar, até chegar à somente vontade de conseguir percorrer aqueles 45km sentida pelo último participante a passar pela meta no momento da partida.
Depois há as expectativas que podem ser mais altas ou mais baixas... Para uns "era só areia"; outros dizem: "dei-me melhor em toda aquela areia, do que nas partes de lama"; depois há os que na lama passam a abrir porque gostam mesmo é de sentir a sujidade e os "não me toques que desafinas, aqui vou a pé para não sujar/(cair)"...

Voltando ao tema do tópico:
Há quem organiza os eventos que tanto pode amar o BTT como estar a experimentar um negócio... Aí pode diferir a preocupação em termos de segurança, logística, etc.
Mas aquilo que uns consideram "perigoso" pode ser o que outros acham "monótono". A segurança depende em muito da velocidade que se atinge. Se sou mais cauteloso, ando mais devagar, se gosto de extremos vou a ripar até onde der. Há quem goste de descer, quem prefira subir, quem queira pedra, ou água, mato ou descampado, sol ou chuva, dia, noite, tarde... Gostos não se discutem. Não estou à espera que haja eventos que agradem a TODOS os betetistas. Há, isso sim, que saber escolher.
Se considero que as pedras são muito perigosas, não vou fazer aquele trilho da Serra tal.
Quem quer participar em eventos (sejam provas, maratonas, passeios...) deve informar-se sobre aquilo para que vai. Aborrece-me quem vai a um passeio e depois fala mal porque a zona era assim ou assado. Não fosse. Consultasse a net, ou quem participou no ano anterior, sei lá!
(Não vou alugar um filme qualquer só porque gosto de cinema, vou escolher um filme que ache que me vai dar prazer ver, isso sim).
Em relação aos estragos de alguns percursos nas bikes, acho que são ossos do ofício. Nada é eterno. Uns são mais poupados que outros, ou têm menos azar...
Se quero melhorar o meu desempenho em cima da minha bicicleta, não é num estradão a direito sem qualquer obstáculo (já passei essa fase :)). Por isso considero normalíssimo haver quem queira mais porque gosta de desafios e de se por à prova. Cada um ao seu nível. Eu posso achar que DownHill é um risco, mas não vou censurar quem o faz!

...se fossemos todos iguais isto não tinha piada nenhuma!

Saudações biciclinas
 

MRocha

New Member
...
Sobre as suspensões totais: experimenta pegar numa e vê lá se a bicicleta, só por si, te vai resolver os problemas de técnica ;)
...

:bompost:

O problema aqui não é a bicicleta... Vê-se pilotos em provas de downtown a mandar grandes drops para escadas e coisas do género em rígidas com 80mm de curso à frente. Não é nada soft para a máquina nem para o piloto, mas quem anda à chuva molha-se.

Se a prova é dura ou tem zonas muito técnicas... só vai quem quer, não é? Desde que a organização divulgue as características do percurso não vejo problemas, até porque há quem prefira assim. Uma maratona não tem que ser, obrigatoriamente, fácil tecnicamente. Quem não está em boa forma física, mas tem um kit de unhas razoável, pode até divertir-se mais.

Acredito que não seja agradável fazer muitos quilómetros de carro e deparar-se com um percurso de que não se gosta, mas quem participa deve estar informado.

P.S.: Não tinha reparado no post antes do meu... já estava tudo dito:D
 
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