Boas, pessoal da mono-mudança! :mrgreen:
Após cerca de 4 meses e meio a pedalar quase exclusivamente em Singlespeed (fiz apenas 60 km em multispeed este ano) decidi que era uma boa altura para fazer um pequena análise à minha máquina. Montada totalmente por mim, aprendi algumas lições importantes sobre o que funciona e o que não funciona em SS que penso que podem ser importantes para quem se está a lançar na montagem de uma máquina livre de desviadores.
Na sua primeira encarnação, em 20 de Dezembro de 2007, a SS tinha esta aparência:
Utilizei um quadro de alumínio genérico "Made in Taiwan" vendido pela Famabikes de Famalicão, que já trazia uma caixa de direcção e um espigão de selim.A forqueta rígida de aço é muito genérica também, e embora tenha custado apenas 9 euros não tenho nada de negativo a apontar-lhe. Mantém a roda da frente no sítio e para mim isso chega. :lol:
Na transmissão optei por não facilitar e utilizei um pedaleiro Deore 2008, com rolamentos externos. Já tenho muitos km em pedaleiros de rolamentos externos da Shimano e nunca me deram problemas. Estes Deore não fogem à regra e quando montados nesta configuração SS até são bem leves. Já tiveram que levar uma reparação caseira porque lhes montei um pedal com a rosca danificada. O pedal soltou-se e rapidamente destruiu a rosca interna de alumínio. Felizmente o meu torneiro de serviço aplicou-lhes uma peça roscada de aço montada a frio e sob pressão. Ficou perfeito.
O tensionamento ficou a cargo de um DMR STS. É um sistema muito simples e praticamente infalível. O rolete têm rolamentos selados e é facilmente substituível. A amplitude de trabalho do DMR é bastante razoável e permite um ajuste sem complicações. Inicialmente comecei por usar uma relação de transmissão 32-20, pois desconfiava que ia fazer 80% das subidas a pé. Tal não se veio a verificar, e um belo dia resolvi experimentar o 32-16 e nunca mais olhei para trás. É uma relação que embora exija esforços grandes nas subidas, acaba por compensar em zonas técnicas com subidas e descidas curtas. E o que não se conseguir fazer montado nesta relação consegue-se fazer mais depressa a correr com a bike à mão! :shock:
Na travagem não facilitei e montei a versão mais recente dos meus v-brakes favoritos, os Avid Single Digit 7, controlados por umas manetes Single Dial 7. Eu gosto destes travões porque são extremamente rígidos e com afinação simples e precisa. As rodas que usei na montagem inicial foram umas Vuelta Airline 2, que originalmente vinham montadas na minha BH Sierra Nevada de 2004. Infelizmente, a qualidade destas rodas deixa muito a desejar, tendo sofrido ao longo dos anos vários raios partidos e constantes empenos.
Assim sendo, as Vuelta fora trocadas pouco tempo depois por umas Mavic Crossride UB 2008. As Mavic têm um rolar muito mais livre, e são bem mais rígidas. No entanto, tive já que proceder a um reaperto do cubo da roda da frente após um impacto desviado contra um cepo de uma árvore, que estava estrategicamente colocado no meio do trilho.
Nestas jantes montei uns Hutchinson Alligator comprados em promoção na Decathlon por 15 euros o par. São uns pneus honestos, largos e pesados sem as manhas dos pneus leves de XC a que estava habituado. Parecem ser bastante resistentes a furos mesmo com as baixas pressões que tenho usado.
A seguir ás rodas, houve um investimento grande no cockpit, onde o fraco guiador de alumínio, foi substituído por um Luv Handle da Groovy Cycleworks. Este guiador de aço é extremamente rígido e praticamente indestrutível.A rigidez é extremamente necessária para as subidas mais complicadas, caso contrario o guiador vai flectir assustadoramente. Além do mais, embora à primeira vista pareça ser um guiador de passeio tem uma posição bem racing que permite um controlo excelente em descidas de alta velocidade. Este vai andar nas minhas bikes durante muitos anos.
O selim Fizik e o espigão de selim Race Face Evolve migraram para a minha nova FS que em breve apresentarei por aqui. Nos seu lugares entraram o selim e espigão original da BH Sierra Nevada, os quais embora não tão vistosos cumprem mais que perfeitamente a função pretendida. O produto final, após estas iterações todas é este:
Pesa entre 10,3 e 10,5 kg e sobe como um míssil. Sinto-me tão bem a andar nela que actualmente é a minha bike de "competição" , tendo já feito 2 provas de XC do Campeonato Interfreguesias da Maia e os 90km da Maratona de Esposende. A condução com uma forqueta rígida é responsável por grande parte da diversão e exige constante concentração para a escolha do caminho mais eficiente. Sinto que as minhas fracas capacidades técnicas estão a melhorar consideravelmente com este exercício de destreza. Como podem ver uma singlespeed é uma boa desculpa para meter as mãos na massa e testar os limites das nossas capacidade como mecânico e como atleta. É um hobby interessante. Experimentem fazer uma com gosto e dedicação e depois digam-me se não valeu a pena :yeah:
Para finalizar deixo aqui um action-shot e a lista dos componentes
Após cerca de 4 meses e meio a pedalar quase exclusivamente em Singlespeed (fiz apenas 60 km em multispeed este ano) decidi que era uma boa altura para fazer um pequena análise à minha máquina. Montada totalmente por mim, aprendi algumas lições importantes sobre o que funciona e o que não funciona em SS que penso que podem ser importantes para quem se está a lançar na montagem de uma máquina livre de desviadores.
Na sua primeira encarnação, em 20 de Dezembro de 2007, a SS tinha esta aparência:
Utilizei um quadro de alumínio genérico "Made in Taiwan" vendido pela Famabikes de Famalicão, que já trazia uma caixa de direcção e um espigão de selim.A forqueta rígida de aço é muito genérica também, e embora tenha custado apenas 9 euros não tenho nada de negativo a apontar-lhe. Mantém a roda da frente no sítio e para mim isso chega. :lol:
Na transmissão optei por não facilitar e utilizei um pedaleiro Deore 2008, com rolamentos externos. Já tenho muitos km em pedaleiros de rolamentos externos da Shimano e nunca me deram problemas. Estes Deore não fogem à regra e quando montados nesta configuração SS até são bem leves. Já tiveram que levar uma reparação caseira porque lhes montei um pedal com a rosca danificada. O pedal soltou-se e rapidamente destruiu a rosca interna de alumínio. Felizmente o meu torneiro de serviço aplicou-lhes uma peça roscada de aço montada a frio e sob pressão. Ficou perfeito.
O tensionamento ficou a cargo de um DMR STS. É um sistema muito simples e praticamente infalível. O rolete têm rolamentos selados e é facilmente substituível. A amplitude de trabalho do DMR é bastante razoável e permite um ajuste sem complicações. Inicialmente comecei por usar uma relação de transmissão 32-20, pois desconfiava que ia fazer 80% das subidas a pé. Tal não se veio a verificar, e um belo dia resolvi experimentar o 32-16 e nunca mais olhei para trás. É uma relação que embora exija esforços grandes nas subidas, acaba por compensar em zonas técnicas com subidas e descidas curtas. E o que não se conseguir fazer montado nesta relação consegue-se fazer mais depressa a correr com a bike à mão! :shock:
Na travagem não facilitei e montei a versão mais recente dos meus v-brakes favoritos, os Avid Single Digit 7, controlados por umas manetes Single Dial 7. Eu gosto destes travões porque são extremamente rígidos e com afinação simples e precisa. As rodas que usei na montagem inicial foram umas Vuelta Airline 2, que originalmente vinham montadas na minha BH Sierra Nevada de 2004. Infelizmente, a qualidade destas rodas deixa muito a desejar, tendo sofrido ao longo dos anos vários raios partidos e constantes empenos.
Assim sendo, as Vuelta fora trocadas pouco tempo depois por umas Mavic Crossride UB 2008. As Mavic têm um rolar muito mais livre, e são bem mais rígidas. No entanto, tive já que proceder a um reaperto do cubo da roda da frente após um impacto desviado contra um cepo de uma árvore, que estava estrategicamente colocado no meio do trilho.
Nestas jantes montei uns Hutchinson Alligator comprados em promoção na Decathlon por 15 euros o par. São uns pneus honestos, largos e pesados sem as manhas dos pneus leves de XC a que estava habituado. Parecem ser bastante resistentes a furos mesmo com as baixas pressões que tenho usado.
A seguir ás rodas, houve um investimento grande no cockpit, onde o fraco guiador de alumínio, foi substituído por um Luv Handle da Groovy Cycleworks. Este guiador de aço é extremamente rígido e praticamente indestrutível.A rigidez é extremamente necessária para as subidas mais complicadas, caso contrario o guiador vai flectir assustadoramente. Além do mais, embora à primeira vista pareça ser um guiador de passeio tem uma posição bem racing que permite um controlo excelente em descidas de alta velocidade. Este vai andar nas minhas bikes durante muitos anos.
O selim Fizik e o espigão de selim Race Face Evolve migraram para a minha nova FS que em breve apresentarei por aqui. Nos seu lugares entraram o selim e espigão original da BH Sierra Nevada, os quais embora não tão vistosos cumprem mais que perfeitamente a função pretendida. O produto final, após estas iterações todas é este:
Pesa entre 10,3 e 10,5 kg e sobe como um míssil. Sinto-me tão bem a andar nela que actualmente é a minha bike de "competição" , tendo já feito 2 provas de XC do Campeonato Interfreguesias da Maia e os 90km da Maratona de Esposende. A condução com uma forqueta rígida é responsável por grande parte da diversão e exige constante concentração para a escolha do caminho mais eficiente. Sinto que as minhas fracas capacidades técnicas estão a melhorar consideravelmente com este exercício de destreza. Como podem ver uma singlespeed é uma boa desculpa para meter as mãos na massa e testar os limites das nossas capacidade como mecânico e como atleta. É um hobby interessante. Experimentem fazer uma com gosto e dedicação e depois digam-me se não valeu a pena :yeah:
Para finalizar deixo aqui um action-shot e a lista dos componentes