Talvez o Governo Regional tenha razão em limitar a circulação de bttistas a certas zonas da ilha.
Esta minha afirmação é polémica, mas, talvez não destituída de fundamento.
Esta semana li um post que me deixou absolutamente perplexo.
Alguém referiu que, no decorrer de uma prova na paradisíaca Serra de Sicó, as marcações eram desnecessárias atenta a enorme quantidade de porcaria que foi deixada ao longo dos trilhos. Bastava seguir o lixo.
Perante afirmações deste calibre, estamos à espera de quê. Elogios? Palmadinhas nas costas? Menções honrosas? Por amor de deus.
Relembro, que um dos principais mandamentos que deve nortear a nossa conduta, enquanto praticantes de BTT, consiste no respeito e na preservação do meio ambiente. Polui-lo e destrui-lo constitui a antítese do nosso código deontológico.
Recorrendo a um simples copiar/colar, vou colocar neste espaço, um excerto de um texto extraído da Net, alusivo à Floresta Laurissilva, classificada pela UNESCO como património natural da humanidade.
“…A Laurissilva ocupa uma superfície de 15000 hectares, o que representa 20% do total da ilha, nas encostas viradas a Norte, cobrindo de um verde luxuriante as íngremes vertentes e os vales profundos. Constitui, actualmente, a mais extensa e a melhor conservada Laurissilva das ilhas atlânticas. Toda a área da Laurissilva integra o Parque Natural da Madeira, que é objecto de protecção especial. Os critérios que presidiram à atribuição da classificação da UNESCO prendem-se com o facto da Laurissilva constituir "um exemplar eminentemente representativo do processo ecológico e biológico em curso na evolução e desenvolvimento de ecossistemas e comunidades de plantas e animais terrestres, aquáticos, costeiros e marinhos".
Abrange, igualmente, "habitats naturais verdadeiramente representativos e de reconhecida importância para a conservação in situ da diversidade biológica, incluindo aqueles onde sobrevivem espécies ameaçadas de valor universal excepcional sob o ponto de vista da ciência ou da conservação..."
Imaginemos, comportamentos idênticos ao da Serra de Sicó nesta zona protegida e classificada mundialmente.
Imaginemos, atentados constantes ao verde luxuriante de uma área onde existem espécies únicas no mundo e em risco de extinção.
Limitar o nosso acesso a esses locais, talvez seja a melhor forma de preservar e salvar determinadas espécies biológicas.
Custa-me muito dizer isto, mas é a realidade nua e crua.
Este meu comentário vai ser alvo de duras criticas, mas, as verdades devem ser ditas.
Não concordo com uma restrição demasiado abrangente, caso contrário, limitar-nos-emos ao negro do alcatrão.
Concordo com a limitação do nosso acesso a determinadas áreas.
Será que alguém já pensou que talvez sejamos os grandes culpados.
Mudemos a nossa atitude, para que a atitude dos outros perante nós também mude.