AFP70
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Nunca digo que não à “Bisse du Ro”...
Sempre que planeio uma nova aventura, sinto-me como escreveu Miguel Torga “Eu gosto da paisagem. Mas amo-a duma maneira casta, comovida, sem poder macular a sua intimidade em descrições a vintém por palavra. Chego a uma terra e não resisto: tenho de me meter pelos campos fora, pelas serras, pelos montes, saber das culturas, beber o vinho e provar o pão. E quando anoitece volto, como agora, cheio do enigma que fez cada região do seu feitio, tal e qual como pôs nas costas do dromedário aquela incrível marreca, e no pescoço do leão aquela fantástica juba.”
Desta vez e porque há mais de 2 anos não punha lá os pés, resolvi presentear o meu companheiro Luís com uma ida à “Bisse du Ro”. A útima vez que por lá andei foi em 17.08.2012, ver crónica N°29 ou post 193, pág.20 do Fórum BTT.
Tal como no BTT, sempre que repetimos uma volta, acabamos por descobrir e sentir coisas novas.
Embora a meteorologia no início não ajudasse, acabou com o passar do tempo por melhorar. O Luís agradeceu, já que esqueceu uma máxima fundamental em alta montanha “expect the unexpected” e mesmo tendo a volta sido realizada no final de Agosto 2014, devemos sempre vir munidos de mudas de roupa ou agasalhos. É sempre preferível termos de retirar roupa do que ter falta dela.
Mesmo estando esta volta perfeitamente catalogada, não resisti ao apelo da minha “máquina chapeira”, pois esta encontrava-se sob o efeito hipnótico da “Bisse”
Eis parte dos registos do dia… (restantes encontram-se na página Bravos do Pelotão, ver crónica Nº057).
“Lac de Tseuzier” a 1.777 mts. O tempo nublado, nada tinha a ver com a volta efetuada em 17.08.2012, mas com o passar do tempo, o nevoeiro foi-se dissipando.
As primeiras abertas do dia.
A volta ao lago “comme d’hab”.
A cascata por onde iremos passar.
Luís, o “Indiana Jones” português.
Afinal para chegar à cascata ainda é necessário vencer um desnível de +/- 200 mts.
O homem do leme .
Afinal as abertas foram de pouca dura.
Maldito nevoeiro que não deixa ver os cumes de perto de 3.000 mts.
Belo contraste de cores.
O nosso périplo levar-nos-à aquela montanha ao fundo.
Porque não descer até ao fundo da barragem.
Por vezes mais vale estar quieto. Quisemos fazer uma experiência indo por aquele trilho para atalhar. Contas feitas perdemos 1h30 e muita energia para verificar que o trilho se afastava da rota planeada. “Shit happens”.
Passamos de autocarro além.
Luís em plena contemplação.
Aqui são bem visiveis as marcas do tempo e das forças na construção destas montanhas. A foto não espelha bem o poder da natureza.
A caminho da base da barragem.
Só para comparar, afinal falamos de 156 mts de altura. Tudo corria bem, isto é, íamos descendo impávidos e serenos, aliás, já tinhamos passado por várias placas chamando a atenção para o perigo de queda de pedras até que vimos junto ao trilho uma placa informando que sem hora nem dia marcado a barragem efetuava descargas. Bom, mesmo assim fui insistindo para avançar, mas à medida que avançava, a razão entrou em guerra com a estupidez, acabando a pouca racionalidade que existe em mim por vencer este duelo. Toca a regressar à base. O Luís agradeceu .
O pior foi o regresso ao trilho de base. Aqui o meu companheiro deu-me uma tunda. O objetivo era chegar aquela placa amarela (ver topo da fotografia, parte central).
Iremos passar além, mas ainda faltam uns bons kms.
Mais uma para o enquadramento.
“Bella Lui” a 2.540 mts. Prometo-te que ainda irei pedalar junto a ti no próximo verão.
A partir de agora teremos de redobrar de atenção.
Primeiros obstáculos. “Pas de soucis” diz o meu companheiro, “on nez benu pour sa, on l’atrabesse” (mal escrito propositadamente ).
Mete impressão, não mete Luís!
Só para entenderem o porquê da minha afirmação anterior.
Uma queda ou deslize aqui é a morte certa do artista e acreditem que não faltam cruzes ao longo do caminho. Paz às suas almas! Ámen!
Mais do mesmo, falamos de mais de 500 mts de desnível.
Mais um momento de pura contemplação.
Esta volta é uma boa preparação para o “Caminõ del Rey”. Para quem não conhece, mais informações e fotos em http://fr.wikipedia.org/wiki/Caminito_del_Rey
Uma vez que efetuamos algumas experiências, mal sucedidas diga-se de passagem, acabamos por nos aproximar dos quase 20 kms. Mas o sal da vida é isso mesmo, quem não arrisca, não petisca e assim o meu companheiro já ficou com mais uma história para contar aos filhos e netos vindouros .
Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…
Alexandre Pereira
Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…
Sempre que planeio uma nova aventura, sinto-me como escreveu Miguel Torga “Eu gosto da paisagem. Mas amo-a duma maneira casta, comovida, sem poder macular a sua intimidade em descrições a vintém por palavra. Chego a uma terra e não resisto: tenho de me meter pelos campos fora, pelas serras, pelos montes, saber das culturas, beber o vinho e provar o pão. E quando anoitece volto, como agora, cheio do enigma que fez cada região do seu feitio, tal e qual como pôs nas costas do dromedário aquela incrível marreca, e no pescoço do leão aquela fantástica juba.”
Desta vez e porque há mais de 2 anos não punha lá os pés, resolvi presentear o meu companheiro Luís com uma ida à “Bisse du Ro”. A útima vez que por lá andei foi em 17.08.2012, ver crónica N°29 ou post 193, pág.20 do Fórum BTT.
Tal como no BTT, sempre que repetimos uma volta, acabamos por descobrir e sentir coisas novas.
Embora a meteorologia no início não ajudasse, acabou com o passar do tempo por melhorar. O Luís agradeceu, já que esqueceu uma máxima fundamental em alta montanha “expect the unexpected” e mesmo tendo a volta sido realizada no final de Agosto 2014, devemos sempre vir munidos de mudas de roupa ou agasalhos. É sempre preferível termos de retirar roupa do que ter falta dela.
Mesmo estando esta volta perfeitamente catalogada, não resisti ao apelo da minha “máquina chapeira”, pois esta encontrava-se sob o efeito hipnótico da “Bisse”
Eis parte dos registos do dia… (restantes encontram-se na página Bravos do Pelotão, ver crónica Nº057).
“Lac de Tseuzier” a 1.777 mts. O tempo nublado, nada tinha a ver com a volta efetuada em 17.08.2012, mas com o passar do tempo, o nevoeiro foi-se dissipando.
As primeiras abertas do dia.
A volta ao lago “comme d’hab”.
A cascata por onde iremos passar.
Luís, o “Indiana Jones” português.
Afinal para chegar à cascata ainda é necessário vencer um desnível de +/- 200 mts.
O homem do leme .
Afinal as abertas foram de pouca dura.
Maldito nevoeiro que não deixa ver os cumes de perto de 3.000 mts.
Belo contraste de cores.
O nosso périplo levar-nos-à aquela montanha ao fundo.
Porque não descer até ao fundo da barragem.
Por vezes mais vale estar quieto. Quisemos fazer uma experiência indo por aquele trilho para atalhar. Contas feitas perdemos 1h30 e muita energia para verificar que o trilho se afastava da rota planeada. “Shit happens”.
Passamos de autocarro além.
Luís em plena contemplação.
Aqui são bem visiveis as marcas do tempo e das forças na construção destas montanhas. A foto não espelha bem o poder da natureza.
A caminho da base da barragem.
Só para comparar, afinal falamos de 156 mts de altura. Tudo corria bem, isto é, íamos descendo impávidos e serenos, aliás, já tinhamos passado por várias placas chamando a atenção para o perigo de queda de pedras até que vimos junto ao trilho uma placa informando que sem hora nem dia marcado a barragem efetuava descargas. Bom, mesmo assim fui insistindo para avançar, mas à medida que avançava, a razão entrou em guerra com a estupidez, acabando a pouca racionalidade que existe em mim por vencer este duelo. Toca a regressar à base. O Luís agradeceu .
O pior foi o regresso ao trilho de base. Aqui o meu companheiro deu-me uma tunda. O objetivo era chegar aquela placa amarela (ver topo da fotografia, parte central).
Iremos passar além, mas ainda faltam uns bons kms.
Mais uma para o enquadramento.
“Bella Lui” a 2.540 mts. Prometo-te que ainda irei pedalar junto a ti no próximo verão.
A partir de agora teremos de redobrar de atenção.
Primeiros obstáculos. “Pas de soucis” diz o meu companheiro, “on nez benu pour sa, on l’atrabesse” (mal escrito propositadamente ).
Mete impressão, não mete Luís!
Só para entenderem o porquê da minha afirmação anterior.
Uma queda ou deslize aqui é a morte certa do artista e acreditem que não faltam cruzes ao longo do caminho. Paz às suas almas! Ámen!
Mais do mesmo, falamos de mais de 500 mts de desnível.
Mais um momento de pura contemplação.
Esta volta é uma boa preparação para o “Caminõ del Rey”. Para quem não conhece, mais informações e fotos em http://fr.wikipedia.org/wiki/Caminito_del_Rey
Uma vez que efetuamos algumas experiências, mal sucedidas diga-se de passagem, acabamos por nos aproximar dos quase 20 kms. Mas o sal da vida é isso mesmo, quem não arrisca, não petisca e assim o meu companheiro já ficou com mais uma história para contar aos filhos e netos vindouros .
Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…
Alexandre Pereira
Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…