Tenham juizo

hell_on_wheels

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"Mas daí presumir que toda a gente que segue de carro a acompanhar um ciclista não é ele próprio merecedor de descansar num albergue..."

portanto, ainda não reflectiste na alarvidade que acabaste de escrever?

tasse bem.
 

Joseelias

Well-Known Member
A única alarvidade que aqui vejo é a tua incrível arrogância e presunção de saberes tudo sobre todos.

Como cristão (que aparentemente queres fazer crer os outros que és) devias cobrir-te de vergonha por estares a julgar TODOS os outros sem saberes caso a caso, e pessoa a pessoa a condição e situação de cada um. Que eu saiba a omnisciência é um atributo exclusivo de Deus, e estares a substituir-te a Ele por simples soberba, arrogância e petulância é de lamentar.

És tu, e só tu quem tem que reflectir sobre as tuas alarvidades e falhas espirituais pois não sou eu que estou a julgar leviana e preconceituosamente os outros.

Se há quem abuse, e não duvido nada disso pois envolve seres humanos de forma geral, e portugueses em particular, também haverá que possa merecer esse descanso. Quem te diz a ti que quem vai a acompanhar um ciclista não pode ir a jejuar por penitência por exemplo? E fazê-lo durante três ou quatro dias? Não se estará esta pessoa a sacrificar tanto como a que pedala e merecer também apoio? E assim sendo, quem te dá o direito de a julgar pelo meio como se desloca?

Agora que a grande maioria até pode abusar não me espanta, mas é para isso que deveriam de ser criadas formas de separar o trigo do joio como escrevi anteriormente, e não cair em atitudes preconceituosas sobre pessoas que não conheces.

E mais uma vez, se Deus existe Ele tomará as medidas certas relativamente às acções dessas pessoas pois Ele sim, saberá de tudo, assim como também tomará em conta os teus preconceitos e presunção de saber o que motiva TODOS, A TOTALIDADE dos outros baseado apenas nas aparências que te chegam ao conhecimento apenas pelos olhos.

Mostras aí no fundo dos teus comentários as tuas viagens até Compostela. Infelizmente, e pelos teus comentários parecem mais um acto de ostentação e vaidade que outra coisa, como uma espécie de "medalhas" espirituais que te convencem dar-te o direito de julgar o espírito dos outros baseado apenas pelo meio em que se deslocam.

E agora reflecte tu sobre isto, e se quiseres até te desafio a consultar um padre para ver se eu disse alguma "alarvidade".
 

ateixeira999

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Não há bons nem maus peregrinos. Cada um enfrenta o caminho da forma que entende e que pode. As motivações podem ser religiosas ou não. As regras de utilização dos albergues são claras. Os prevaricadores (motoristas) vão existir sempre e não há forma de contornar (se têm os carimbos até passam por caminheiros). Não percam tempo com discussões que não levam a lado nenhum. Este tópico é importante para colocar os prevericadores a pensar... Façam o caminho à Vossa maneira e aproveitem!
 

hell_on_wheels

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após nova leitura do tópico, ainda estou com a ideia de que o mesmo se destinou a manifestar a discordância acerca da frequência dos albergues por passageiros de viaturas de apoio.

mas, entre as respostas, e com o objectivo de as fundamentar, já se discorreu sobre orientações religiosas, motivações várias, etc. etc.

ora, a única limitação que se prende ao uso dos albergues (que penso que seja de fácil compreensão e de máximo respeito) é o meio de locumoção de todo e qualquer peregrino, seja cristão, muçulmano, budista, ateu, agnóstico, seja por aventura (no meu caso), devoção, etc.

já se adiantaram cenários ou situações várias acerca de sacrifícios que exigem e merecem todo o respeito alheio mas... lamento discordar, mas em nada se relaciona com o âmago da questão.

para finalizar, não sou omnisciente, nem tenho a "(...) presunção de saberes tudo sobre todos. (...)". simplesmente parece-me algo que muito prosaicamente não se coaduna com a questão em si!

p.s.: o que está na minha assinatura nada tem de ostentação. sou um bttista de fim-de-semana, com poucos quilómetros, nunca participei em provas e as idas a santiago foram por mero desafio de amigos. mas querer urdir uma imagem de alguém num (des)encontro de opiniões, só por ter exposto as experiências, não me parece correcto nem válido.
 
E que para aqui vai.
Faço parte da equipa que preza pelos Caminhos de Santiago,no concelho de Barcelos,já fiz umas quantas vezes os Caminhos,e penso que anda aqui uma ideia errado,do que são verdadeiramente os Caminhos.

Cabe a cada um sentir da forma,que faz o caminho,por Fé,comprimento de promessa,busca de calma pessoal e espiritual,ou até porque está na moda,para fazer os Caminhos não é preciso ter relegião,ou fé.
Não existem mais, nem menos peregrinos,existe respeito,e aqui sim é o que infelizmente cada vez se vê menos no Caminho,pois para muitos grupos o Caminho tornou-se uma autentica pista de treinos,onde grupos enormes fazem dos Caminhos de Santiago,autenticas maratonas,não respeitando quem vai com sacrífio,principalmente quem vai a pé.
Como em tudo na vida,os nossos semelhantes,mereçem-nos respeito,seja nos Caminhos de Santiago,ou numa estrada qualquer,e penso que se passar por pessoas que caminham ao longo de muitos dias,e que de repente levam com grupos de ciclistas em cima sem qualquer tipo de civismo,muitas vezes pondo a sua condição fisíca em risco.
E penso que é a estes grupos que o nosso companheiro se quer referir.

Como em tudo na vida há regras,e nos Caminhos de Santiago não é diferente,as regras são mais que claras,os peregrinos apeados tem total prioridade sobre os demais,depois da hora marcada pelo albergue tem prioridade os peregrinos em bicicleta de autonomia,e só depois os restantes.
O que se tem visto é que grupos enormes,mandam o metorista há frente,meter os sacos camas a marcar lugar,e quando chegam os peregrinos a pé,ficam há rasca,já por várias vezes este acto foi detido no albergue de Barcelos,e dado prioridade a quem realmente a tem.
Infelizmente,nem todos os albergues tem condições para ter sempre um hospitaleiro,que consiga controlar este facto.
As regras,dos albergues,que são claras,e podem ser consultadas no Portal do Peregrino,indicam que grupos organizados com mais de 5 pessoas,tem que escolher dormidas alternativas,que aliás já há vários sítios pelo Caminho que tem locais já pensados para este efeito.
Aqui não se trata de fé,trata-se de respeito e de regras,um grupo grande que viaja com carrinhas de apoio,não pode simplesmente tirar a vez,a quem não tem qualquer tipo de ajuda,e aqui nem sequer é um tema de debate,mas sim de compreenção.
O Caminho é mesmo isto,o respeito,o encontro de culturas,o encontro com a história,a entreajuda,tudo menos,uma pista de treinos para muitos onde não se respeita nada nem ninguém.
 
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desbravar mato

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Xiiiii.... e a pensar que o que motivava a malta era juntar o prazer de andar de bicicleta com o cumprir alguns desafios (sejam por fé, missão ou simples lazer).
No início de Maio tive a oportunidade de realizar pela 1ª vez os Caminhos de Santiago com saída do Porto. Fizemos em autonomia total em 2 dias e, sinceramente, a questão de ter carro de apoio ou não depende do idealizado por cada grupo e do tipo de andamento de cada um (cada indivíduo tem uma condição física).
No meu grupo eramos simplesmente 3 e assim optámos para podermos pernoitar em Hotel/Residencial. O custo é diferente dos albergues mas podemos descansar bem e ter as bikes guardadas convenientemente. Na 1ª noite já fomos dormir a Valença e sinceramente dormir no Hotel soube muito bem após os 138 km´s desse dia. No 2º dia dormimos no Hostal La Salle em Santiago Compostela e também pagamos um quarto pelos 3 para descansarmos após os 127 km´s finais desse dia.
Parece-me que a forma de fazer de cada grupo ou indivíduo nada tem a ver com crenças religiosas ou os demais que têm referido. As opiniões de todos são válidas e devem ser respeitadas.
Fiz por lazer e voltaria a fazer novamente hoje se tivesse oportunidade.
Pedalem e "discutam" menos.
 

salgado52

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Boas José Figueiredo,cada um entenda como quiser os Caminhos de Santiago,mas a tua explicação quanto a mim é a mais correta,e é lamentável utilizarem os Caminhos como dizes e bem como de uma maratona se tratasse........
 

Hmbrites

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Eu cheguei hoje de Santiago de Compostela tendo terminado ontem o CPI e sim em grupo 12 elementos e sim com carros de apoio! As razões de cada um leva para percorrer os Caminhos poderão ser de vários motivos, no princípio pode ser só pelo prazer de pedalar e superar desafios mas no nosso interior enquanto pedalamos naquele momento "sozinhos" há sempre um momento de reflexão e com isto quero dizer o quê? Que não vou em Fé ? Não acho que há melhores ou piores peregrinos ou será que há? Se eu for em autonomia com uma bike de carbono sou melhor do que aquele que leva um chaço de ferro com um carro de assistência? Ou então serei mais devoto ao Santo se percorrer o caminho descalço ou com um bom par de botas e que vá dormir ao hotel?
Os estatutos de Alberguista deviam ser lidos antes ! Os que vem a pé TEM SEMPRE prioridade! Inclusive tu que vais em autonomia de bike podes ser posto na rua, sabes disso? Podes estar deitado e ser te pedido para saires, porque tu tens meios para te deslocares! Até um gajo a cavalo te pode fazer sair! Não digo que não aconteceu o caso que contas mas se assim é não culpes quem vai mas sim quem recebe, pois esse sim tem a responsabilidade de informar e fazer cumprir o que está estabelecido !
 

nfh

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Creio que a questão de fundo que despoletou esta discussão é muito simples: bicigrinos que se fazem deslocar com viatura de apoio deveriam pura e simplesmente abster-se de recorrer aos albergues de peregrinos para se alojarem.
Muito honestamente, sou solidário com esta opinião. Não quero com isso dizer que repudio a realização de um Caminho com viatura de apoio (eu próprio fiz o meu primeiro Caminho num grupo que levou uma viatura de apoio), mas assumo que nesses casos se deverá recorrer a alojamentos "normais", sejam hotéis, pensões ou equivalentes. Digo isto por uma razão muito simples: podem alegar que qualquer ciclista tem mobilidade suficiente para se deslocar a uma próxima localidade para se alojar. Não me parece que essa premissa seja de todo correta, pois mais 15 ou 20km podem ser demasiados quilómetros para quem já fez uma jornada inteira a pedalar. No caso dos peregrinos pedestres nem se fala. Já quem se faz acompanhar de viatura de apoio tem toda a mobilidade do mundo só para si.
E que me perdoe quem acha que é legítimo assumir que o "espírito de sacrifício" de quem conduz uma viatura lhe pode conferir em algum momento o direito a uma estadia num albergue de peregrino. Acredito que essa pessoa possa estar a fazer um esforço pessoal (longe da família, dias de férias consumidos, etc), mas entender isso como uma peregrinação parece-me forçar demasiado a barra. De qualquer modo, enquadrando esta situação nos Caminhos de Santiago, facilmente descartamos essa hipótese, dado que as únicas formas reconhecidas de peregrinação nestes Caminhos são mesmo a pé, a cavalo ou em bicicleta (dificilmente encontrarão "a conduzir viatura automóvel" como categoria válida :) ).

A questão dos grupos grandes hospedados em albergues é outra questão muito sensível. É do conhecimento geral que as "boas práticas" da realização de um Caminho dizem que os grupos organizados se devem abster de recorrer aos albergues e que devem programar o seu alojamento doutra forma. Tendo em conta que muitos albergues têm 20-25 camas, é fácil perceber que um grupo de 12 pessoas (tomando o exemplo do número de pessoas do grupo do Hmbrites) absorve logo a maior parte dos alojamentos dum albergue sabendo isso em antemão, podendo agir de forma mais solidária aquando da preparação da viagem.

Alguns de vós referiram que nunca fariam um Caminho sem levar viatura de apoio, para não terem de carregar com a vossa tralha às costas. Eu então digo-vos que, a não ser que tenham alguma condição física que vos impeça de fazer esse esforço, provavelmente a vossa opinião mudará no primeiro Caminho que fizerem em autonomia. Falo por experiência própria: em 2010 fiz o Caminho Central Português com viatura de apoio e em 2011 fiz o Francês desde SJPP em autonomia. Cheguei a Santiago e jurei nunca mais levar viatura de apoio, a autonomia é uma experiência muito mais elevada, libertadora e enriquecedora. Além disso, a sensação de fazer umas quantas centenas de quilómetros sem depender de terceiros nada tem a ver. A própria experiência dos albergues, mesmo com o relativo menor conforto e condições face a um hotel, é absolutamente fantástica.
 

whiplashh

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Bem, penso que houve aqui muitos mal entendidos. O que eu pretendia, com este topico era alertar o pessoal, para uma situação, que quer queiram quer não existe e está a prejudicar o caminho em si, e não enaltecer, ou diminuir as capacidades de uns, e outros, nem muito menos chamar para aqui questões religiosas.
O que está aqui em causa, como disse o nfh,e muito bem, são as boas práticas da realização de um caminho e a defesa do caminho, e sinceramente motoristas, e familiares que nem vão em peregrinação, pois estão simplesmente a acompanhar, e pernoitam em albergues para mim não é uma boa prática. Assim como não é boa prática não respeitar o descanso dos outros! E não estou a dizer que o pessoal que traz apoio faz mais ou menos barulho. Para que fique claro. Mas não posso deixar de dizer que assisti a comportamentos lamentáveis. Um albergue não é um hotel privado, e o descanso do peregrino é sagrado.
Joseelias dizes que não sei nada sobre essas pessoas. Obvio que não. Mas sei, por exemplo que alguns estão a ser pagos para irem acompanhar e dar apoio. Se calhar não sabias.
Quanto á amargura de que falas, deixa-me que te diga que qualquer pessoa que goste, sinta e respeite o caminho fica pior que amargurado com certos comportamentos. Cumprimentos
 
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camaleao

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Relativamente ao assunto principal; acompanhantes de bicigrinos dormirem em albergues:

No dia 25 de Abril no Albergue de Redondela, onde cheguei de bici por volta das 18:00h apesar de ainda haver lugares não pude entrar porque os peregrinos a pé têm prioridade. Só podia entrar a partir das 20h se claro está ainda houvessem lugares vagos. Fui para um albergue particular recomendado pelo alberguista (10€)

Pelas 19:30h passei por lá só para ver melhor o albergue e ainda tinham 5 ou 6 lugares vagos. À porta estava um grupo de peregrinos portugueses que como tinham viatura de apoio nem sequer os deixaram dormir lá. Nem a eles e muito menos aos condutores ou acompanhantes.

Acho que esta regra é transversal à maior parte do albergues e deve ser reclamada em situações como esta relatada aqui.
 

P7

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se o pessoal que "faz os Caminhos" não quer/pode ir carregado com a mochila as costas que comprem alforges ou um atrelado.
Eu tambem já fiz o Caminho Central Portugues 3 vezes , o ano passado o Caminho Primitivo, e o Caminho para Fatima 2 vezes, este ano será o Português pela costa e no próximo o C.P. Interior, e SEMPRE em autonomia e de mochila as costas, mas como sempre fui em grupos (o +pequeno era de 4 elementos) optamos sempre por pernoitar em pensões mas se tivesse que ficar num albergue e quando lá chegasse depois de apanhar vento , sol, chuva , frio e até neve como aconteceu no Primitivo, não tivesse vaga porque um outro grupo que levava carrinho de apoio para que os que vão a pedalar não irem tão carregados e o condutor foi a "fazer o sacrificio" de os acompanhar no carro com a sofagem/a.c. ligados e até dormiu uma sesta enquanto os esperava .......acreditem que ia ficar muito chateado para não dizer outra palavra(f......)

obs; já há outra maneira de fazer os caminhos ...... de trotineta..... no terceiro ano encontramos uns rapazes espanhóis de mochila as costas e com as trotinetas em cima e só depois é que vimos que em plano e a descer é que as utilizavam
 

P7

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aqui está o que eu falava;
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