Neste momento estamos em Knysna, mesmo em frente ao Oceano...
Vamos partilhar com voçês a nossa aventura até chegar aqui..
A viagem…
Uma viagem transcontinental é um grande desafio e a nossa não podia fugir à regra. Há menos de dois anos quando a viagem foi para Costa Rica conseguimos levar a carga toda numa mochila (menos a bike ) desta vez os mais de 90kg de carga que trouxemos foram distribuídos por 7 malas e 2 caixas para as bikes. A nossa Audi vinha carregadinha e quando chegamos ao aeroporto sabíamos que o check in seria uma dor de cabeça com esta carga toda. Começamos por finalmente acondicionar as caixas das bicicletas enfiando tudo o que conseguimos de forma as malas irem mais libertas. Este processo foi feito com calma até nos apercebermos das horas, o voo era ás 11.20 e eram 10.40 quando chegamos ao balcão. A funcionária ficou com os cabelos em pé. Primeiro por causa das horas e depois por causa da quantidade de malas e respectivo peso. Depois de algumas ‘’negociações’’ lá conseguimos despachar as malas sem pagar mais pelo excesso de peso.
Próximo passo, passar pela segurança e o respectivo raio X, e mais uma complicação. Não se pode transportar líquidos com mais de 100ml (e ainda não sabemos porquê), e esquecemo-nos de retirar uma garrafa que nos tinha custado mais de uma pipa de massa e o segurança queria que a deixássemos lá. Nem pensar!!! Toca a voltar ao balcão da British Airways e manda-la junto com o resto da carga, isto ás 10.55h. Finalmente passamos a segurança e dirigimo-nos ao Gate 18 onde iríamos embarcar no avião que nos levaria a Heathrow, em Londres. Para nosso espanto quando chegamos ao Gate, avião de grilo. Nem passageiros, nem tripulação nem coisa alguma. Começamos a entrar em parafuso e procuramos saber o que se passava, até que alguém nos disse que o embarque tinha mudado para o Gate 24. Nada melhor que fazer os 400metros barreiras para treinar um bocadinho. Para não variar, fomos os últimos a embarcar mas finalmente chegamos ao avião.
As primeiras palavras do comandante do avião foram a indicar que estaria a nevar em Londres, eu de T-Shirt e o Zé de Sweat não estávamos com a vestimenta indicada para temperaturas negativas
O voo demorou cerca de 3h cerca de metade do tempo que esperamos em Londres para embarcar no Boing 747 que nos trouxe até Africa do Sul. Enquanto esperamos deu para contemplar alguns dos trajes usados um pouco por todo o mundo. Eram Indianos, Árabes, Chineses, Africanos, até os dreds lá da zona, foi um “mix” de culturas espectacular.
Por volta das 19h dirigimo-nos ao gigante avião que durante 12 horas nos proporcionou momentos para mais tarde recordar. Aliás, para recordar e saborear são os muitos chocolatinhos que trouxemos connosco…Buonti, Mars, Twix, etc..eheheh
Em 12h de voo muito deu para fazer. Aproveitamos para ver o filme Cidade de Deus com legendas em inglês, o que muitas vezes foi útil para descodificar as expressões Brazucas.
Aterramos eram 08h50, precisamente a hora prevista, a pontualidade inglesa não falha. A ansiedade de receber as nossas malas no tapete rolante era grande mas até foram as primeiras as chegar.
Um amigo nosso avisou-nos que teríamos de dar gorjeta por tudo e os “blaquies” que nos transportaram os carrinhos com as malas foram os primeiros contemplados que nos nossos Rands. Como não tinha cambiado euros, tive de ir propositadamente a uma ATM levantar dinheiro e depois trocar por notas e moedas para lhes ‘’pagar’’ o transporte das malas.
O próximo passo era novamente fazer o Check-In para a o voo que nos levaria a George nas linhas aéreas de Africa do Sul. Receávamos que o avião fosse ainda da segunda guerra mundial , até era pequeno mas tinha boas condições. O clima estava fantástico. Sol, calor e umas quantas boas raparigas a passar a nossa frente… eheheh.
Até agora estava tudo a correr mais ou menos dentro do previsto mas tinha de acontecer algo que nos preocupasse seriamente, algo que receávamos à partida. Chegamos a George…vem uma caixa, vem uma mala e outra e outra e outra e até que pára o tapete e faltava uma caixa com a minha bike… Fonix!!!! Fomos declarar a caixa como perdida, pediram-nos os passaportes a morada do Hotel que iríamos ficar para depois entregar a caixa e….os bilhetes. Não bastava terem ficado com a minha bike e depois esqueceram-se de me entregar novamente os bilhetes, fonix!!!! Como planeado alugamos um carro, enfiamos as malas todas lá dentro, talvez se viessem as duas caixas não caberia tudo no carro.
Cá conduz-se pelo lado esquerdo logo volante do lado direito e logo uma grande confusão. O Zé foi a cobaia e foi o primeiro a conduzir o Toyota. Dirigimo-nos à auto-estrada que ligava a Knysna a Geoge e onde supostamente era proibido andar a pé, de bike entre outros, mas estamos em Africa e ainda existe um longo caminho a percorrer até toda a gente respeitar os sinais. Não só vimos dezenas de pessoas a pé como a andar de bike e inclusive a mudar de faixa como também mamás com carrinhos de bebés, era a loucura.
Qualquer movimento feito pelo volante tinha que ser pensado, fazer ultrapassagens, cruzamentos, rotundas era tudo ao contrário e de vez em quando assustávamo-nos e pensávamos que íamos em sentido contrário.
A estrada era feita ao longo da costa, junto ao Oceano Indico, a paisagem era diferente, a vegetação era muito densa e já começávamos a imaginar aos trilhos que iríamos apanhar.
Fiz uma reserva num hotel quase ao calha que encontrei na net em Knysna e até correu bem, o Pumula Lodge era e é muito bom. Já desesperávamos por um banho e por uma cama e foi isso mesmo que fizemos. Depois da cesta e com a preciosa ajuda da simpática dona do hotel, ligamos para o Aeroporto para saber se a mala da bike já tinha sido enviada para o hotel. Aliás quando ela ligou para o aeroporto pediu-nos o numero do voo ..ora o numero do voo está nos bilhetes..ora toca a procurar os bilhetes..ora ir ao carro…ora ir à mala..e…bilhetes de grilo, fonix!!!!!Só aqui é que reparamos que não tínhamos os bilhetes connosco, tinham ficado com a empregada no aeroporto. Bem, sem bike, sem bilhetes, estava a ficar bonito…Nessa mesma noite fizemos novamente a viagem para George e fomos ao aeroporto tentar saber dos bilhetes e da bike, mas quando lá chegamos estava fechado e mandaram-nos vir amanhã, fonix!!!! 140km (ida e volta) para nada, o que vale é que a gasolina é a cerca de 60 centimos por litro.
Já tinha passado muitas horas desde a ultima refeição e procuramos um restaurante, menus em inglês, ingredientes diferentes e 15 minutos só para escolher o que iríamos comer…Salmão fumado com queijo e pão nas entradas, carne de viado com arroz, molho com cogumelos e abóbora e uma cena verde que era bom para caraças e que não sei o nome. Para a sobremesa, Chocolate Brownie com gelado. O nosso estômago estava em paz agora.
Finalmente uma cama, sim uma cama a sério, já era tarde, o dia tinha sido muiiiiiiito longo, aterramos que nem bebés.
Quando acordamos no dia seguinte ás 11h locais com o sol a entrar pelas cortinas do nosso quarto, depressa ligamos para o Aeroporto com a ajuda da dona do hotel para saber da bike e do bilhete. Nada melhor para começar o dia com a noticia de que as duas coisas seriam entregues dentro de hora e meia no hotel
O pequeno almoço bem reforçado com leite iogurtes, muesli, weatabix, tostas, banana, pêssego, maça, sumo de manga que o Zé saliva-se todo..etc, esta terça feira dia 25 estava a correr mesmo bem. Enquanto esperamos pela ‘’encomenda’’ escrevo este relato desta aventura que tem sido em terras africanas.
Não percam o próximo episodio…
Boas pedaladas..
Fotos em breve, estou a ficar sem bateria :S