João Marinho
New Member
Olá a todos,
Há muito que queria abrir um tópico para partilhar com vocês a minha nova máquina. Mas queria primeiro ter a certeza do que estava a falar e depois de usar esta bicicleta durante 6 dias ''intensos'' na Claro Brasil Ride, posso falar sem papas na língua!
Esta prova foi considerada por muitos como a prova por etapas mais dura jamais realizada na América do Sul, mas dentro da minha experiência, arrisco-me a dizer do mundo. Para a primeira edição da CBR não estava à espera de tamanha dureza, para ser sincero, mas o factor que veio complicar foi mesmo a chuva.
A prova realizou-se na Bahia, numa zona em que é raro chover, mas por coincidência, choveu durante 6 dias a fio, sem dó nem piedade. Os trilhos transformaram-se em rios de lama, os estradões com muita areia destruíram bastante o material e incrementou bastante o desgaste dos atletas...enfim, um verdadeiro teste há bicicleta.
Rocky Mountain Element Team RSL
Quadro - Rocky Mountain Element Team RSL - 18''
Amortecedor - Fox RP23 Boost Valve, Custom Tuned for Rocky Mountain
Caixa de Direccão - CaneCreek cónica
Suspensão - Rock Shox SID XX World Cup
Travões - Avid Elixir CR
Discos - Avid G3 160mm
Rodas - Mavic Crossmax SLR
Pneus - Maxxis Advantage Kevlar\Crossmark Tubless
Avanço - Truvativ Stylo World Cup Branco 90mm
Guiador - Truvativ Noir World Cup Lowrise
Punhos - ESIgrips Chunky White\Red
Espigão - Hi-Temp 42
Selim - Selle Italia Kit Carbonio White
Pedaleira - SRAM XO 2011 (28\42)
Eixo Pedaleiro - Truvativ press-fit
K7 - SRAM 1070 (10v)
Corrente - SRAM 1070 (10v)
Desviador Fr - SRAM XX
Desviador Tr - SRAM XO 2011
Shifter - SRAM XO Triggers 2011
Pedais - Shimano XTR
Espirais - SRAM Pit-Stop
Apertos - Mavic
Peso - 9,990Kg
Sendo a praticamente primeira suspensão total que utilizo em competição, estava de facto um pouco céptico relativo à sua performance...sempre corri de rígida e defendia que era suficiente, desde que se esteja bem preparado fisicamente. Especialmente, costas, braços e pernas é claro!
Mas queria e tinha de experimentar a grande novidade da marca - o novo quadro Element. A montagem foi a pensar na fiabilidade, como sempre deve ser para quem faz competição e em particular travessias épicas.
Rodeei-me dos patrocinadores da equipa de 2010 que me fornecerem o material - SRAM, AVID, Rock Shox, Truvativ, Mavic, Selle Italia (Ciclocoimbrões), Hi-Temp 42, 4&2 Impact. A eles, agradeço muito a colaboração e o tempo que dedicaram a esta montagem.
A primeira impressão que tive, foi que tinha o pneu traseiro furado! Parava constantemente para verificar a pressão porque parecia mesmo que tinha pouca pressão.
Fiz alguns ajustes na pressão em função do SAG recomendado, troquei o avanço de 110mm para 90mm com inclinação 5º negativos e com uma única anilha de 3mm na direcção. O guiador era o habitual Low Rise Truvativ Noir World Cup.
O pedaleiro passou de 3 pratos para 2, na mesma de 175mm. O Q-Factor é agora mais reduzido, incrementando assim a eficácia da pedalada e os joelhos agradeciam.
A cassete passou de 11-32, para 12-36. Vou alterar no futuro para uma relação mais ''pesada'' porque houve alturas que esgotou. Principalmente nos arranques em rolávamos acima dos 55km\h!
Amortecedor... No que respeita ao conforto, sem duvida que aumentou bastante e chegava ao final das etapas com as costas mais relaxadas. Relativamente ao comportamento no terreno:
# Subida - Em trilhos técnicos, não deixava de pedalar, a bicicleta contornava todos os obstáculos com uma precisão incrível;
# Descida - se já abusava com uma rígida, agora com um FS, só visto! Rigidez torcional bastante boa, para um quadro de 1960grm com amortecedor. A direcção cónica também ajudava.
# Bombear - aquilo que mais me assustava, mas surpreendeu-me! Olhava constantemente para o amortecedor a ver se estava a trabalhar, mas o ''artista'' só trabalhava quando era preciso!
# Altura do eixo pedaleiro - Era mais baixo que o meu Vertex RSL, e como não estava habituado, uma vez ou outra os pedais roçavam quando pedalava em trilhos com pedras. Sendo ligeiramente mais baixo, o centro de gravidade sai beneficiado, aumentando a estabilidade geral da bicicleta e sua agilidade em trilhos mais técnicos!
ABC - Angular Bushing Concept
O quadro não recorre a rolamentos tradicionais, são usados pivots ABC que além de 105% mais rígidos, são 120grm mais leves e o melhor de tudo, não necessita de manutenção! O que para esta prova em especial deu bastante jeito!
Smoth Link
Peça chave para o comportamento da bicicleta. A colocação do pivot traseiro acima do eixo do cubo, a linha da corrente mantém-se paralela ao link inferior (linha imaginaria entre o pivot principal e o pivot traseiro) e assim elimina-se o bombear do amortecedor!
Form Carbon
O carbono utilizado é do tipo monocoque, sendo assim mais leve e rígido que o normal ''tube to tube''. Os engenheiros recorreram ao carbono de 24 toneladas para não sacrificar a rigidez e fiabilidade!
Passagens dos cabos
Agora está muito na moda a passagem pelo interior dos quadros, fica mais bonito, mas em termos funcionais é bem mais complicado e ainda bem que a RM não recorreu a esta tendência. Além de entrar ''porcaria'' para o interior do quadro, complica a manutenção e os mecânicos colam ao tecto quando tem de mexer nos cabos!
Nesta RM, as linhas dos cabos estão discretas, pelo parte inferior do quadro. Aconselho à utilização de um kit de cabos selados para garantir velocidades sempre funcionais em qq que seja a condição do terreno.
Borracha protectora do tubo do espigão de selim
Muitos de vocês já ''armazenaram'' agua no interior do quadro ou já riscaram o espigão por causa de areias que entraram para este tubo. A RM resolveu com uma simples protecção acabar com este problema. Nesta prova deu bastante jeito
Espero que tenham gostado e coloquem todas as vossa duvidas.
Quero só deixar um ultimo agradecimento ao nosso mecânico, Ismael da loja Biciporto, que nos tem aturado pacientemente em todas as nossas montagens!
Love the Ride
Há muito que queria abrir um tópico para partilhar com vocês a minha nova máquina. Mas queria primeiro ter a certeza do que estava a falar e depois de usar esta bicicleta durante 6 dias ''intensos'' na Claro Brasil Ride, posso falar sem papas na língua!
Esta prova foi considerada por muitos como a prova por etapas mais dura jamais realizada na América do Sul, mas dentro da minha experiência, arrisco-me a dizer do mundo. Para a primeira edição da CBR não estava à espera de tamanha dureza, para ser sincero, mas o factor que veio complicar foi mesmo a chuva.
A prova realizou-se na Bahia, numa zona em que é raro chover, mas por coincidência, choveu durante 6 dias a fio, sem dó nem piedade. Os trilhos transformaram-se em rios de lama, os estradões com muita areia destruíram bastante o material e incrementou bastante o desgaste dos atletas...enfim, um verdadeiro teste há bicicleta.
Rocky Mountain Element Team RSL
Quadro - Rocky Mountain Element Team RSL - 18''
Amortecedor - Fox RP23 Boost Valve, Custom Tuned for Rocky Mountain
Caixa de Direccão - CaneCreek cónica
Suspensão - Rock Shox SID XX World Cup
Travões - Avid Elixir CR
Discos - Avid G3 160mm
Rodas - Mavic Crossmax SLR
Pneus - Maxxis Advantage Kevlar\Crossmark Tubless
Avanço - Truvativ Stylo World Cup Branco 90mm
Guiador - Truvativ Noir World Cup Lowrise
Punhos - ESIgrips Chunky White\Red
Espigão - Hi-Temp 42
Selim - Selle Italia Kit Carbonio White
Pedaleira - SRAM XO 2011 (28\42)
Eixo Pedaleiro - Truvativ press-fit
K7 - SRAM 1070 (10v)
Corrente - SRAM 1070 (10v)
Desviador Fr - SRAM XX
Desviador Tr - SRAM XO 2011
Shifter - SRAM XO Triggers 2011
Pedais - Shimano XTR
Espirais - SRAM Pit-Stop
Apertos - Mavic
Peso - 9,990Kg
Sendo a praticamente primeira suspensão total que utilizo em competição, estava de facto um pouco céptico relativo à sua performance...sempre corri de rígida e defendia que era suficiente, desde que se esteja bem preparado fisicamente. Especialmente, costas, braços e pernas é claro!
Mas queria e tinha de experimentar a grande novidade da marca - o novo quadro Element. A montagem foi a pensar na fiabilidade, como sempre deve ser para quem faz competição e em particular travessias épicas.
Rodeei-me dos patrocinadores da equipa de 2010 que me fornecerem o material - SRAM, AVID, Rock Shox, Truvativ, Mavic, Selle Italia (Ciclocoimbrões), Hi-Temp 42, 4&2 Impact. A eles, agradeço muito a colaboração e o tempo que dedicaram a esta montagem.
A primeira impressão que tive, foi que tinha o pneu traseiro furado! Parava constantemente para verificar a pressão porque parecia mesmo que tinha pouca pressão.
Fiz alguns ajustes na pressão em função do SAG recomendado, troquei o avanço de 110mm para 90mm com inclinação 5º negativos e com uma única anilha de 3mm na direcção. O guiador era o habitual Low Rise Truvativ Noir World Cup.
O pedaleiro passou de 3 pratos para 2, na mesma de 175mm. O Q-Factor é agora mais reduzido, incrementando assim a eficácia da pedalada e os joelhos agradeciam.
A cassete passou de 11-32, para 12-36. Vou alterar no futuro para uma relação mais ''pesada'' porque houve alturas que esgotou. Principalmente nos arranques em rolávamos acima dos 55km\h!
Amortecedor... No que respeita ao conforto, sem duvida que aumentou bastante e chegava ao final das etapas com as costas mais relaxadas. Relativamente ao comportamento no terreno:
# Subida - Em trilhos técnicos, não deixava de pedalar, a bicicleta contornava todos os obstáculos com uma precisão incrível;
# Descida - se já abusava com uma rígida, agora com um FS, só visto! Rigidez torcional bastante boa, para um quadro de 1960grm com amortecedor. A direcção cónica também ajudava.
# Bombear - aquilo que mais me assustava, mas surpreendeu-me! Olhava constantemente para o amortecedor a ver se estava a trabalhar, mas o ''artista'' só trabalhava quando era preciso!
# Altura do eixo pedaleiro - Era mais baixo que o meu Vertex RSL, e como não estava habituado, uma vez ou outra os pedais roçavam quando pedalava em trilhos com pedras. Sendo ligeiramente mais baixo, o centro de gravidade sai beneficiado, aumentando a estabilidade geral da bicicleta e sua agilidade em trilhos mais técnicos!
ABC - Angular Bushing Concept
O quadro não recorre a rolamentos tradicionais, são usados pivots ABC que além de 105% mais rígidos, são 120grm mais leves e o melhor de tudo, não necessita de manutenção! O que para esta prova em especial deu bastante jeito!
Smoth Link
Peça chave para o comportamento da bicicleta. A colocação do pivot traseiro acima do eixo do cubo, a linha da corrente mantém-se paralela ao link inferior (linha imaginaria entre o pivot principal e o pivot traseiro) e assim elimina-se o bombear do amortecedor!
Form Carbon
O carbono utilizado é do tipo monocoque, sendo assim mais leve e rígido que o normal ''tube to tube''. Os engenheiros recorreram ao carbono de 24 toneladas para não sacrificar a rigidez e fiabilidade!
Passagens dos cabos
Agora está muito na moda a passagem pelo interior dos quadros, fica mais bonito, mas em termos funcionais é bem mais complicado e ainda bem que a RM não recorreu a esta tendência. Além de entrar ''porcaria'' para o interior do quadro, complica a manutenção e os mecânicos colam ao tecto quando tem de mexer nos cabos!
Nesta RM, as linhas dos cabos estão discretas, pelo parte inferior do quadro. Aconselho à utilização de um kit de cabos selados para garantir velocidades sempre funcionais em qq que seja a condição do terreno.
Borracha protectora do tubo do espigão de selim
Muitos de vocês já ''armazenaram'' agua no interior do quadro ou já riscaram o espigão por causa de areias que entraram para este tubo. A RM resolveu com uma simples protecção acabar com este problema. Nesta prova deu bastante jeito
Espero que tenham gostado e coloquem todas as vossa duvidas.
Quero só deixar um ultimo agradecimento ao nosso mecânico, Ismael da loja Biciporto, que nos tem aturado pacientemente em todas as nossas montagens!
Love the Ride
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