Maratona Gouveia 2011 - A primeira de muitas!
Além do Campeonato Up and Down, o meu principal objectivo de 2011 é passar bem nos 3 dias da Douro Bike Race. Para tal tenho, nos intervalos do Up and Down, apostar em maratonas que sejam extensas e/ou duras...
Depois de estar indeciso entre ir a Amarante fazer o Rotas do Marão ou a Gouveia, estrear a Maratona... decidi ir a Gouveia, e ainda bem que o fiz!
A organização estava mais que excelente. Logo à entrada de Gouveia começaram a aparecer placas para guiar os mais distraídos até ao secretariado. Aqui a entrega dos dorsais era feita muito rapidamente e com a entrega recebiamos um pequeno briefing individual. O que estava dentro do saco, onde eram os banhos, o pequeno almoço, onde levantar o chip, a que kms estavam os reforços... tudo explicadinho a cada um dos participantes.
Com o aproximar da hora, os participantes foram entrando no km0 e à entrada mais uma vez, todos recebiam um pequeno briefing, mediante a distância que iam percorrer. Eu para a maratona recebi a seguinte informação: "Cuidado com a subida inicial, é preciso guardar forças para as outras. Atenção à descida depois do prémio de montanha, pode estar perigosa por causa da humidade dos dias anteriores. Boa sorte!"
A partida simbólica foi dada alguns minutos depois do previsto... e com muita calma todo o pelotão seguiu atrás do carro da organização até à Câmara Municipal, onde se deu a partida real lançada!
A saída de Gouveia era, como não poderia deixar de ser, a subir! Mas a subir forte e feio. Aliás, esta era a marca da Maratona... Subir, subir e subir. Destacam-se então as seguintes subidas: ao km0 (8kms, 400m D+), ao km14 (5kms, 300m D+), ao km26 (2kms, 130m D+), km36 (2.5kms, 200 D+) seguida logo da do km39.5 (3.5kms, 300 D+) e, finalmente ao km47 (6.6kms, 300 D+). Só aqui já estavam 1600m de acumulado.
O percurso era maioritáriamente em bons estradões, exceptuando a bonita passagem no parque de campismo de Curral do Negro, a descida do prémio de montanha (feita num estradão muitissimo estragado pelas condições climatológicas) e os dois singles já dentro de Gouveia (espetaculares, ainda que curtos!). Ou seja, as subidas só necessitavam de duas coisas: força nas pernas e capacidade de sofrimento! As zonas entre subidas eram curtos períodos de descanso, exceptuando a descida do prémio de montanha, que requeria umas boas unhas e muita condução.
Todo o percurso estava muito bem marcado, com fitas, setas e pinturas no chão! Além disso havia muito pessoal do staff espalhado pelo percurso, para prestar apoio se fosse necessário.
Parei em ambos os reforços para abastecer o bidon. Esteve um dia bastante quente, mesmo àquela altitude, e o sol foi inclemente. Era uma estupidez minha arriscar ficar sem água. Além da água distribuída nos reforços, as fontes existentes ao longo do caminho estavam assinaladas.
Os banhos estiveram bem, quer para mim, quer para a bicicleta! Quando cheguei ao banho já muita gente o havia feito, por isso a água não era a mais quente, mas com o calor que estava o banho tépido só me fez bem. Além disso o balneário estava quase vazio e em muito bom estado, pelo que me pude vestir à minha vontade! A bicicleta foi similar, uma máquina só pra ela!
Não me posso pronunciar quanto ao almoço, pois compromissos familiares, fizeram-me voltar logo a Viseu.
Fiquei contente com a minha prestação! Tinha o objectivo de terminar antes das 4h e consegui lá chegar, ainda que tenha sido atingido pelo homem da marreta na ultima rampa do prémio de montanha (o prémido de montanha era feito em 3 fases, uma subida inicial até à casa dos Serviços Florestais, depois uma zona plana, uma parede até ao marco geodésico, outra zona plana, e uma paredezorra final até ao posto de vigia). Nesta paredezorra fui atingido, acusei o toque, e perdi dois lugares e o contacto com oVitor Costa, que já vinha a ser o meu companheiro de prova desde Folgosinho. Depois na descida é aquela história de sempre: tenho muito medo e poucas unhas e lá se foi mais um lugar... Tirando isto correu bem! Apontava para um TOP20 e consegui!
A minha principal preocupação passava pela máquina. Desde o deslize em Vouzela que não confio a 100% na corrente, por isso, subidas em força nunca mais...! A acrescentar a isso havia o problema dos furos (para os quais me alertou antes da partida o meu colega de equipa Diogo da Silva)... Por isso foi sempre em gestão do material tendo mesmo parado para colocar óleo na corrente. A bicha ainda me pregou um susto no final, onde numa pequena rampa, curta mas inclinada, quando tentei pedalar em potência, desatou aos estalos (não precisei de mais nada, sentei-me no selim, desci para 28D e pedalei em cadência até final)!
As subidas em cima de cascalho e a descida final eram o fim do mundo para braços e mãos. Os meus ESIGrips Chunky, gentilmente cedidos pela Nexplore, provaram todo o seu valor, e mantiveram-me afastado das más vibrações!
Em suma, numa classificação de 1 a 5 estrelas, esta prova recebe da minha parte 6 estrelas!!!
Foi uma prova exemplar (ainda para mais se virmos que é a primeira vez que organizam a Maratona), onde sobressai a organização, a dureza e a beleza, que vai de certeza entrar no meu caléndário anual!
Parabéns à Organização
E pró ano há mais...