Vou falar curto e grosso!
O problema do nosso país (que é adorável!!) é o clientelismo, o querer subir ao céu sem escada, a incompetência e a cegueira total da realidade!
Há quem queira usurpar lugares a que não tem direito, nem competência, por não ter estudado, por não ter aprendido uma profissão, por ter tido a vida facilitada e a leste da realidade! Não se pode permitir vaidades absurdas de exigências de automóveis com espaço para crianças, com malas grandes, porque se tem um filho! Esta é a justificação para se pavonearem com BMW, Audi, Passat e afins, sem necessidade, transportando no tejadilho suportes para bikes, meses a fio, quando aquilo se tira em cinco minutos! É ir passar férias para as Caraíbas, queixando-se do preço da creche dos filhos, é comprar bikes acima das posses, ligar ao supérfluo, falando de casas com chão xpto e apartamentos com as características yzw, de comesainas no restaurante da moda e dissertarem sobre o vinho klpt, do qual eu nunca ouvi falar e não me faz falta!
Quando conseguirmos distinguir o essencial do acessório, o necessário do supérfluo, o racional do onírico e colocarmos os pés no chão, talvez estejamos a caminho da paz e da concórdia!
Há dias, na Mealhada, vi um senhor com uma brutal bike, mas com aspecto de a ter para equilibrar a luta permanente entre a gula e a necessidade de parecer elegante. Viu-me, eu o velho parolo, e começou a pedalar para me deixar colado ao chão, com a minha simples Corratec! Ostensivamente, continuou...o velho deu duas sapatadas e fez-lhe perceber que cada macaco no seu galho!
Este pequeno exemplo, para mim a esteriotipação da ambição desmedida e irracional, passa-se nas auto-estradas, onde se coloca a virilidade que se não tem, no pedal do acelerador do carro com os 143 cavalos e meio, com ar condicionado automático, sensores de aviso de sandes de leitão a quinhentos metros e gps com as coordenadas do resort com um task-force (desculpem, tomei isto por uma tasca moderna...), com as coordenadas do resort com as últimas e desconhecidas do vizinho!
Falta, talvez, olhar para a população idosa deste nosso país e pensar que muitos têm, em seis meses, para comer, pagar a renda da casa, a água, a luz, a roupa, os medicamentos e...o que alguns gastam em duas semanas em Punta Cana, ou em São Domingo, ou em Porto Galinhas, em turismo sexual, muitas das vezes!
E, afirmo, que não há crise! Há a reposição das coisas no seu lugar!
O BALÃO SUBIU, AVARIOU, MAS A OFICINA É CÁ EM BAIXO! AGORA, ESTÁ A REPARAR...
NÃO O DEIXEM SUBIR TANTO OUTRA VEZ!