A meu ver, o facto da ecopista da responsabilidade da Câmara Municipal de Mora não estar terminada como prometido, nem é uma questão de autoridades permissivas. É uma questão de irresponsabilidade e incompetência por parte da Câmara. Conheço relativamente bem o concelho, os seus orgãos dirigentes e as suas políticas nos últimos anos. Mora é um concelho onde a grande parte da população já se encontra em idade avançada. Como nunca foi capaz de dar resposta às necessidades das camadas mais jovens em termos de emprego ou condições de vida, estes acabaram por, na sua maior parte, abandonar o concelho em busca de melhores paragens. Com isto, a Câmara viu-se a braços com uma quase totalidade de eleitores idosos ou semi-idosos. Como a caça ao voto é o mais importante, foi decidido abandonar-se por completo este tipo de projetos como a ecopista, que iriam beneficiar principalmente os mais jovens, para se apostar em conseguir o maior número de votos possível entre os da terceira idade, com ofertas de viagens turísticas ou ínumeros almoços-convívio. Atenção, que eu não estou a condenar este tipo de iniciativas. Apenas acho que as coisas podiam ser mais equiparadas.
Ainda em relação à ecopista mais em concreto, e o porquê da Câmara não ter avançado mais com o projeto, isso é algo que só mesmo eles o sabem ao certo, pois explicações concretas aos utentes, é coisa que nunca foram dadas. Soube de fonte interna, e oficiosa que, quando o projeto foi iniciado pelas Câmaras de Évora e Arraiolos, a Câmara de Mora desviou os fundos que lhe eram destinados para um outro projeto, o Fluviário que, no entender deles, era prioritário. O que aconteceu entretanto ao espaço onde antes existia a linha férrea, foi que acabou por ser açambarcado pelos proprietários das terras por onde esta passava. Quando mais tarde a Câmara tentou voltar a pegar no projeto, encontrou forte resistência por parte destes proprietários, que alegavam que a terra lhes pertencia. Então, ficou decidido internamente que, mais valia abandonar o projeto, do que estar a entrar em conflitos legais com esses proprietários. É a velha máxima do "abaixa as calças e lá vai disto".
Talvez voltemos a ouvir falar no reínicio do projeto lá mais para próximo das autarquicas, embora seja bem certo que mais uma vez não passe de "areia para os olhos"...