Maratonas - Vencer distâncias ou altitudes?

fg

New Member
Ora aí está uma questão que já foi aflorada em vários tópicos anteriores, mas que, nunca foi suficientemente aprofundada.
Pelo que, acho que este tópico é pertinente.
Deixo à consideração, alguns tópicos lançadores de discussão :

1.Eu acho que, na fase actual, há uma certa tendência da maior parte dos organizadores de maratonas "populares" para acentuar a dificuldade relativa à altimetria ( agravada pela distância, claro).
Tenho a sensação que iremos a pouco e pouco evoluir para uma situação em que se valorizará cada vez mais a distância e se procurará diminuir o acumulado em subida. Se não, a pouco e pouco também, a "moda " irá passar....

2.Penso também que, dentro de relativamente pouco tempo, o número de Maratonas existentes, irá ter tendência para diminuir.
É provável que apareçam outro tipo de eventos que atraiam o pessoal. A história não acaba hoje.
Já aparecem sinais de "novidades" : maratonas com dois dias, provas tipo enduro, tipo rallye, voltas a um concelho ou região; 12 h , 24 h, estafetas, run &bike, etc.... há muito para "inventar" !


3.Claro que irão continuar a existir aquelas maratonas que constituem desafios extremos, mas serão cada vez menos. O que me parece lógico.Há um público-alvo que se irá manter. Mas a grande "massa", quando passar a fase da novidade, não vai eternamente participar em provas muito exigentes.

4.Em termos de provas claramente competitivas ( campeonato nacional, troféu ou taça, etc) acho que a dificuldade conjunta, quer na distância, quer na altimetria, veio para ficar. Quem melhor treinar , vai ganhar. Vida de atleta é mesmo isso.
 

card050

Member
o ratio altimetria/distância é que interessa...podemos ter uma maratona de 100 ou 120km com 2000m d acumulado, o que não representará tão grande desafio como uma volta de 40km com a msm altimetria se calhar...
Não sei se me fiz entender...
Além disso... a dificuldade de uma maratona é muito relativa, e por vezes os factores que mais importam nem são esses dois... O piso, o clima, por vezes influenciam bem mais do que a distancia ou a altimetria...

estes são so meus 5cents, que caso não estivess a cair de sono s podiam facilmente transformar em 5€ d contributo... mas agora não dá msm q tou cansado! later on.... desenvolvo!!

boas pedaladas...
 

CD

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Com o aumento das dificuldades que se encontra nas Maratonas "populares", acabam por se tornarem impopulares.

As Organizações discutem entre si o titulo da melhor e mais dificil maratona, atribuindo quase um nivel de competiçao aos seus participantes, só assim se compreende que a maior parte dos participantes não completem a totalidade dos km´s. Exemplo:

Finalizaram os 50 kms Mafra 499 participantes, nos 100 kms 260 , e os restantes 241 entre os 25 e 75 kms.

Para mim o titulo de melhor maratona seria a que tivesse o maior número de participantes que a completassem e não o número dos que a iniciassem. Criarem Maratonas com um grande desnivel acumulado acaba por afastar muita gente dos eventos, pois as pessoas gostam de terminar, e não ficar a meio.

CD
 

José Martins

Administrator
Excelete tópico. Deixem-me apelidar também de excelentes as intervenções anteriores.
De facto, existem provas para todos os gostos. Mas em certos eventos, as respectivas organizações parecem querer competir pelo titulo da maratona mais dificil ou onde menos participantes terminam, por ser dificil.
Haverão sempre vários publicos alvo para todos os tipos de provas.
Mas para quem quiser estimular a participação de novos elementos neste desporto, sem duvida que tem de pensar duas vezes.
Além disso, existem maratonas que já se afirmaram a nivel nacional e que terão sempre imensos participantes, por mais duras que sejam, tipo Portalegre, Mafra, Grândola, etc.
Mas penso que outras organizações, de menores dimensões e que certamente nunca conseguirão atingir a notoriedade das que mencionei atrás, podem ter um papel inestimável na divulgação e promoção do BTT, se forem dirigidas em especial para um outro tipo de publico alvo, menos duras e nas quais, têm muitos participantes, mas que começam e terminam as mesmas, tal como referiu o companheiro CD.
Neste caso, penso que a altimetria pode e deve ser sacrificada em função da distância e esta, mesmo assim, não deve ser exagerada, ou poderem coexistir dois niveis de distância.
Tenho ouvido a algumas pessoas que gostam de pedalar que não vão a este ou aquele evento porque aquilo tá feito para campeões, que não conseguem terminar e alguns, que nunca participaram em qualquer prova.
A situação desses eventos permitiria que novas pessoas começassem a participar num ou outro e com o tempo, com o bichinho que sabemos que se desenvolve, acabaria por ir até às outras mais conceituadas, por uma questão de uma certa evolução.
O que é mau é nem sequer se começar, por se sentir que não se vai conseguir.
Resumindo, que já me alonguei, há espaço para todos os tipos de eventos e organizações; cabe no entanto a estas terem a humildade suficiente para saberem enquadrar o seu evento na parte mais adequada do BTT nacional.
 

doc

Member
CD said:
Com o aumento das dificuldades que se encontra nas Maratonas "populares", acabam por se tornarem impopulares.

Finalizaram os 50 kms Mafra 499 participantes, nos 100 kms 260 , e os restantes 241 entre os 25 e 75 kms.

Para mim o titulo de melhor maratona seria a que tivesse o maior número de participantes que a completassem e não o número dos que a iniciassem. Criarem Maratonas com um grande desnivel acumulado acaba por afastar muita gente dos eventos, pois as pessoas gostam de terminar, e não ficar a meio.

Não poderia estar mais de acordo.
Aliás,optei que a partir de agora, os meus objectivos nas provas que participarei no futuro, será escolher sempre a mais curta distância, para chegar a horas e a condições físicas para o almoço.
Chegar todo roto e 7/8 horas depois nunca mais, eu não tenho que provar nada a ninguem, nem a mim mesmo; em provas que participei, ouvi bocas de pais que iam com os filhos a interrogarem-se se estoirar com a malta, se serviriam para cativar os jovens para o BTT (estavam a referir-se aos putos que tinham levado com eles).
 

José Martins

Administrator
[/quote]

Não poderia estar mais de acordo.
Aliás,optei que a partir de agora, os meus objectivos nas provas que participarei no futuro, será escolher sempre a mais curta distância, para chegar a horas e a condições físicas para o almoço.
Chegar todo roto e 7/8 horas depois nunca mais, eu não tenho que provar nada a ninguem, nem a mim mesmo.
[/quote]

Nem mais.
Ainda hoje, na maratona de Alcácer, comentava com companheiros que não participaria em nada com quilometragem superior a 60 km, tal como foi o caso de hoje. E isto em resposta a um convite para ir a Grândola, ao G100.
No final, o colega em causa só me dizia que ia alterar a sua inscrição para a meio maratona.
Para mim, andar de bicicleta é um prazer e confesso que gosto de fazer umas voltas mais dificeis, quando se proporciona.
Mas se exagerar, o prazer pode tornar-se um sacrificio, por isso, não havendo nada a provar, simplesmente me testo a mim próprio ou entre a malta para ver quem paga qualquer coisa no final.
 

tlages

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CD said:
Deve a dificuldade de uma maratona basear-se na distância ou no desnível acumulado?

Na minha opinião, deve basear-se no que tiver de ser!!
As maratonas para a maioria dos participantes (eu inclusive) serve para conhecermos outros sitios alem do nosso local mais regular para pedalar. Uma organização deve elaborar um percurso que dê para contemplar bonitas paisagens e bons trilhos. Se para isso for necessário fazer mais uns Kms ou fazer mais umas subidas, venham elas .......

Agora fazer Kms por fazer ou subir por subir acho completamente desnecessário!

Lembro-me por exemplo de uma maratona que se aproximava dos 100 Kms finais a meio da descida para a meta tinhamos uma subida repentina à direita que nos levava praticamente ao mesmo sitio onde tinhamos começado a descer! Para que?!?!? Só mesmo para soltar umas carvalhadas ......
 

Hetfield

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Acho que acima de tudo, as organizações tem que definir o seu público alvo. Tem que optar se querem ter uma maratona acesível ao ciclista de Domingo, que faz 1 ou no máximo 2 treinos por semana com quilometragens a rondar os 40-50km, ou se querem uma prova mais exigente e vocacionada para o pessoal da competição ou para praticantes já com um nível mais elevado. Há também a situação de criar opção de 1/2 maratona, mas aí penso que se torna mais complicado gerir os percursos, abastecimentos e toda a logística inerente.

Não posso dizer que tenha participado em muitas maratonas, mas já fiz algumas e já me deu uma visão razoável daquilo que se faz. Acho que não é só a altimetria e a distância que fazem a diferença. Factores como condições metereológicas, tipo de piso e grau técnico do percurso tem um papel determinante na atribuição do grau de dificuldade duma maratona. Já fiz maratonas de 100Km em que cheguei ao fim em condições de fazer mais 20 (p. ex. Portalegre este ano) e fiz outras de 60 ou menos em que cheguei ao fim verdadeirmente esgotado quer física quer psicológicamente. Isso acontece devido à escolha dos percursos. Por vezes até podemos ter um percurso com 1500 de acumulado, mas com subidas de bom piso que se vencem sem grande dificuldade . Noutros casos temos 800 de acumulado mas em que as subidas são por exemplo cheias de pedra solta, lama, etc... e obrigam a um esforço muito maior e em muitos casos a empurrar a bike pela subida acima, o que no meu caso pessoal causa bastante desgaste.

As organizações de maratonas tem que optar. Ou querem ter muitos participantes à partida e à chegada, ou querem entrar no concurso da maratona mais difícil e ver qual tem mais desistências, quer por incapacidade física, quer por problemas mecânicos... Ainda à pouco tempo e por várias vezes li e ouvi opiniões de jornalistas e pessoas ligadas ao meio, que referiam que a dificuldade das maratonas deveria estar na distância (e também na altimetria claro...) mas nunca no grau de dificuldade técnica do percurso. Para isso há as provas de XC.

O desnível acumulado, normalmente não me assusta. Por não ter grande técnica, até gosto mais de subir do que de descer. :) Mas desde que o faça em cima da bike e não a empurrá-la por um singletrack com a inclinação de uma parede e cheio de pedra solta, em que não consigo equilibrar-me ou passar a força da pedalada para o solo...
 

CD

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Também concordo que a dificuldade técnica das maratonas deveria ser baixa, e o percurso 100% ciclável.

Só assim se consegue ver as paisagens, conversar com os amigos ou seja desfrutar em pleno do passeio.

CD
 

Zepic

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Praticamente tudo foi á dito com os testemunhos anteriores.

Talvez falte dizer que é pena existir alguma anarquia na designação/classificação das provas. Não existe niguém, entidade pública ou associação privada a colocar alguma ordem, normalização ou mesmo estabelecimentos de critérios para a caracterizaçao das provas, por exemplo quanto à designação, níveis de dificuldades física, técnica, distância, etc.
 

indy

Member
Não valho nada em termos fisícos. E em termos técnicos muito menos! :)

Feita esta ressalva, para não pensarem que tenho um pedal dos diabos :), pergunto: mas porque raio é que as maratonas têm de ser acessíveis??? :evil:

Para toda a gente acabar? Quer dizer: há pessoal que não está preparado para os 100km e 2200m de acumulado e portanto faz-se mais fácil para que eles consigam acabar todos? Ou seja, nivela-se por baixo! :choneh: Há pessoal (não é o meu caso :lol: ) que faz uma maratona dessas em cerca de 5h, às vezes nem tanto. Que motivação seria a deles se o percurso fosse mais fácil? :nsei:

A maior parte das organizações disponibiliza 1/2 maratonas ou outras variantes. Porque não se contentam em concluir essas e, se quiserem, em evoluir para nas próximas edições estarem em condições de enfrentar as versões longas? (sim, também já me aconteceu ter de optar por versões mais curtas :oops:)

Ou então a razão seria as pessoas poderem passear nas calmas e disfrutar da paisagem. É claro que qualquer um está no direito de o fazer. Mas ao termo "maratona" não está inerente o conceito de competição? Nem que seja apenas competir com as nossas próprias capacidades... Os percursos não são marcados para que cada qual possa impôr o ritmo que entender? Exclusivamente para passear... existem os passeios!

E a questão das dificuldades técnicas? Tantas vezes já desmontei, tanto a subir como a descer. Mas em todos esses locais houve sempre alguém que conseguiu passar montado. Porque é que não havemos de tentar evoluir e, quem sabe, um dia também conseguiremos vencer esse obstáculo? :hehe:

Acho que as organizações das maratonas (exceptuando as oficiais, que obdecem ao regulamento da UCI) têm o direito de escolher o percurso que bem entenderem para as suas maratonas. Depois os participantes escolhem: pela dificuldade, pela paisagem, pelos abastecimentos, pelo preço... quase de certeza que 90% dos ciclistas acabarão por encontrar uma que lhes agrada. Se pertencerem aos restantes 10% também não há problema pois, primeiro, ninguém é obrigado a participar; segundo, ao contrário de outras modalidades, este desporto tem esta característica que eu pessoalmente adoro: quando não arranjamos parceiro, podemos sempre praticar a solo! :wink:
 

pintainho

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Tudo depende do público-alvo e dos gostos individuais.

Eu gosto de passeios muito duros em altimetria, mas "curtos" (60 Kms com 2.000 a 3.000 de acumulado). :eish:
E se pudesse retirava as descidas, pois é algo que não me agrada muito... :eek:mg:
Mas, o que acho mais importante, é o almoço onde se convive após o evento. E a maioria deles não aposta nisso... :barafustar:
 
Só não gosto é de paredes não cicláveis, de resto podem lá por o que quiserem, que eu lá chegarei, e já agora não esperem por mim para o almoço, porque eu quando vou é mesmo para pedalar. Agora está é tornar-se um pouco caro a questão das maratonas, penso que 25 Euros é exagerado. Mas é como tudo só vai quem quer e depois como diz um companheiro aí atrás pode-se sempre ir sózinho e fazer a sua própria maratona.
 

batman

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Ja nem sei bem porque é que vou as maratonas, ver os amigos, rever ou ver paisagens novas, isto porque muito do btt que tenho feito tem sido em passeios com os amigos, numa maratona temos tendencia sempre a ser mais rapidos (é comum o pessoal começar a abrir ainda a frio e sem estarem preparados e empenarem a meio).
lembro-me que a primeira maratona que fiz a serio foi o primeiro ano de Portalegre em 2001, acabei todo roto no segundo ano já com mais km em cima demorei o mesmo tempo, a dificuldade aumentou de ano para o outro).
penso que cada maratona se deve especializar com mais ou menos dificuldade, e cada um escolhe. Eu pessoalmente gosto de percursos longos com acumulado distribuido, curtos com grandes paredes e descidas nunca recupero.
Ainda me lembro quando dava para ir a todas

um abraço

VL
 

quete

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boas tardes


...como ja foi dito para mim maratona =» competição =» desafio... só participa quem quer, não concordo em nivelar por baixo... existe quase sempre a possibilidadeda meia maratona ..onde normalmente eu participo....


Cumprimentos
 

valium

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Boa tarde !!

Acho que pouco tenho a dizer, depois de tudo o que já foi dito, apenas acrescento que deveriam existir mais "maratonas", com 3 níveis, por ex 25km, 45, 75km, e ai a pessoa optaria por um dos níveis para que estava bem preparada, claro que a escolha depende de cada um !!

Ainda não fui a Portalegre fazer os 100kms, porque não tenho o hábito fazer em 5,6 horas em cima da bicicleta, mas se um dia os conseguir fazer, então farei !!!

Cumprimentos
 

Hetfield

New Member
Tenho verificado que em Espanha optam por essa opção dos 3 níveis. Nas maratonas que tem sido relatadas na Solo Bici, noto que há 3 opções de quilometragem, o que me parece uma boa opção para alargar o número de potenciais participantes. É claro que isto acresce o trabalho de logística, mas como penso também que está na altura de deixar de lado algum amadorismo e começar a apostar na qualidade das maratonas/passeios, esta é para mim uma boa ideia. Em Espanho pelos vistos funciona, porque o que não faltou às maratonas que referi foi participantes.
 
Excelente intervenção FG.
Elucidativa de possiveis variantes nas provas de BTT, algumas bastante interessantes.

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