Bem,
finalmente acho que arranjei coragem para me pronunciar sobre a maratona de S.Brás.
Pensava eu que depois do "passeio" em Mafra no fim de semana anterior,
já não havia nada realmente dificil...Oh! como eu estava enganado. [-o<
Aquilo foi o Inferno :twisted: ao vivo, principalmente devido ao calor (houve Polares a registar 40 graus).
Quanto ao percurso foi mesmo muito duro. Estava seco, com muito pó e muitas pedras soltas o que nas subidas era mesmo para acabar com o pessoal e obrigar a subir com ela a mão
(mesmo os prós).
Quanto a mim, a coisa não correu lá muito bem. Principalmente no início.
Já estava-mos todo alinhados dentro da escola e a partida ficticia dada, quando eu me lembrei que tinha deixado o carro aberto que, como cheguei atrasado, estava longe pra xu-xu. #-o
Conclusão, quando voltei ja não vi ninguém. Por sorte uma das moto 4 da organizção tinha ficado para trás e esperou por mim. Entretanto lá fui eu a dar o litro, seguindo as indicações da população (gente simpática por ali), até apanhar a cauda do pelotão. Isto, claro, já com os bofes de fora.
Na partida "oficial" junto ao campo de futebol lá furei entre alguns participantes, conquistando assim mais alguns lugaritos.
Isto tudo para tentar evitar aquilo que acabou por acontecer: os primeiros 5 km foram um autêntico engarrafamento com paragens de 100 em 100 metros. É sempre assim.
Aqui o vosso amigo, armado em esperto, foi sempre dar o maximo para tentar ir lá para a frente onde não houvesse tantas paragens e tanto pó (é que, ir atrás de 600 rodas e cá uma poeirada).
Claro que isto teve um preço. A partir do segundo abastecimento, no cimo daquela generosa subida de 4 Km e com uns 300% de inclinação, foi sempre a penar. E como se penou dai para a frente!
Eu vi pessoal a descer a pé caminhos sem nada de especial, era mesmo o cansaço (isto para quem lá não esteve poder imaginar o estado das pessoas).
O golpe fatal deu-se mesmo no final, na famosa subida das pedras antes do ultimo controle.
Ia eu a pé, claro, quando comecei a sentir a cabeça à roda e uns suores frios muito estranhos.
Sentei-me, coloquei a cabeça entre os joelhos, e fiquei ali uns bons 15 min. Por momentos pensei que fosse ali ficar, mas felizmente lá me consegui levantar e arrastar-me até ao controle onde uns rapazes simpaticos me deram a melhor noticia do dia:
"Força, só falta 1Km e é sempre a descer"
E realmente assim foi, passadas 06h e 15m de sofrimento lá estava eu a descer os dois lanços de escadas antes da chegada que mais pareciam um terramoto.
Uns estiramentos com muitas câimbras e uns Powerades e ai vai ele dirreiro ao banho e a seguir à bela da feijoada e da sopinha.
O balanço foi positivo embora eu tenha uma opinião muito própria em relação ao que se tem verificado ultimamente neste tipo de "passeios"/maratonas.
Para além de se estarem a tornar autênticas competições para os bttistas (Grandôla vem ai para comprovar isto), existe outra competição levada a cabo pelas organizações para ver quem é que consegue escolher o pior percurso. Já se sabe que a organização de Portalegre
está a preparar para a próxima edição, umas belas surpresas, com o acomulado de subidas
a aumentar em relação ás edições anteriores.
A minha questao é: onde e que isto vai parar?
Será quando apenas o pessoal da competição conseguir terminar?
Ou quando acontecer uma tragédia a sério a algum participante, que como todos sabemos e fazemos ás vezes, passou dos seus limites só para ter o (grande) prazer de poder dizer "Eu acabei".
Em S. Bras foram para o Hospital perto de 10 atletas. Dá que pensar.
Há outro factor aqui a ter em conta, será que o numero de participantes vai continuar a aumentar como se verificou em Portalegre?
Ou será que os entusiastas do BTT, aqueles que começam a entrar nestas coisas vão ficando assustados e vão ficar pelos passeios de 30/40 Km ao domingo?
As organizações que pensem bem o que e que esperam do futuro.
Até lá, e enquanto eu tiver forças, vou participando naquelas que puder. :mrgreen: