Mais um acidente - O perigo da contramão

Joana Simoes

New Member
Aqui na ciclovia do Seixal é um espectáculo!! Ia para lá quando estava a aprender a andar de bicicleta, portanto, experiência 0.
Imensa gente a pé, com cães, com miúdos, com carrinhos de bébé, etc etc tanto espaço para andarem, iam por onde supostamente seria das bicicletas, com a agravante de irem aos grupos e porem-se no trólaró de um lado ao outro do espaço, tipo cordão policial. Uma pessoa toca a campaínha e nada! Quando se decidem a olhar para trás, cada um começa a correr em direcções opostas...ou seja....temos que esperar que se decidam para onde vão.
Fui lá 2x...comecei depois a andar na estrada.
 

gcaetano

Member
Circular numa ciclovia é um autêntico berbicacho. Pessoalmente, quando a estrada não é muito movimentada, prefiro circular por ali, de modo a poder "fugir" aos peões. Por vezes quando pedimos para dar um "jeitinho" para passar, ainda olham para o ciclista como se não devesse estar ali... Quando não há alternativas viáveis, admito que seja natural aos peões caminharem pela ciclovia, mas quando há passeio do lado de lá da estrada é quase incompreensível...
 

Jocas22

Active Member
setubal, podiam ir pela esquerda, pela direita, mas não é mesmo pelo meio, a ciclovia



esta tambem em setubal, está afastada do passeio (que é enorme mesmo) e serpenteia. Onde acham que muita gente prefere passear? mesmo por aqui


Laranjeiro. não há como esta, parece que tem mel. 3 lado a lado na amena cavaqueira. Param pra conversar. Com o cão a passear e a trela estendida. Dá pra tudo.
 

Joseelias

Well-Known Member
Este é o mais ou menos o local onde anteontem eu e a minha mulher ia-mos sendo mandados ao chão por um corredor. Ia-mos a pedalar junto à berma do lado direito quando um grupo de 6 ou 7 corredores vinham a correr lado-a-lado. Todos menos 2 iam na berma. Ao começar ao aproximarmos-nos um dos que ia na estrada deu um passo ao lado e ficou a correr na terra, que como se vê é de terra dura e lisa e excelente para correr.

Pois o segundo que ia a correr na estrada manteve-se a correr lá até ao último momento, e sinceramente só se desviou porque já a poucos metros tirei a mão direita do guiador, afastei-a um pouco e com um encolher de ombros perguntei-lhe: "Como é?"

A rasante foi tal que ainda lhe toquei com a ponta dos dedos no braço e como se não bastasse ainda se pôs a insultar-nos aos altos berros!

Isto é, ele tem uma berma enorme e excelente, nós estamos a andar numa estrada muito estreita, onde os carros costumam andar extremamente rápido, mas na cabeça do anormal era eu que teria que olhar para trás para tentar ver através da minha mulher e detectar ou não um carro a 70km/h, e desviar-nos para o meio da faixa porque o senhor não lhe apetecia dar um passo ao lado para correr 2 metros na berma e depois voltar à estrada! A sorte dele foi não ter caído ou a minha mulher por causa dele porque ia ficar muito feio. Aliás, não fosse a minha mulher ir comigo e tinha voltado para trás para lhe pedir explicações...

E já há algum tempo, na mesma estrada quase o mesmo aconteceu com uma corredora. Ela apenas se desviou um pouco antes depois de também a ter questionado sobre se afinal se ia ou não desviador com um gesto.

Resumindo, não podemos andar nos passeios, não podemos andar nas ciclovias, e na estrada já não basta o comportamento dos condutores (hoje um entrou na rotunda e atravessou-se à minha frente ao ponto de ter que travar para não me enfiar pela porta do passageiro de trás quando ia a +-25km/h) agora ainda temos os peões corredores a ocuparem de forma não só abusiva mas com uma atitude dominante a parte direita das faixas de rodagem.

Não imaginam como invejo os sortudos aqui do fórum que bastam sair de casa para entrar num trilho e não ter que aturar estes energumenos, que parece não haver um dia que não me deixam uma história para contar... :mad:


 

Joseelias

Well-Known Member
Um ciclovia na Holanda. E o local escolhido pelos peões andarem, mesmo lá à frente junto a uns tapumes onde quase não há passeio:



 

IvoFirmino

New Member
Do meu ponto de vista quanto aos seguros ficarem restritos a veiculos motorizados é tudo muito relativo. Todos nós ciclistas urbanos (casa trabalho e vice-versa), bttistas ou cicloturistas, corredores em cima de tenis etc.... deveriam equacionar ter um seguro de acidentes pessoais/desportivos que tivessem cobertura contra eventuais danos a terceiros(Danos a terceiros não são só viaturas motorizadas em andamento, pode ser um pessoa que se atravessa numa ciclovia ou nós simplesmente perdemos o controlo e criamos um dano em qualquer objecto). Não é um despesa anual brutal e tem os seus beneficios naturalmente e infelizmente em caso de acidente. Litigios e problemas futuros ficam assegurados e nós tranquilos.

Quanto a nós portugueses não respeitarmos sinais e demais directivas do código da estrada, ainda hoje presenciei um ciclista na 5 de Outubro em que não levou uma panada de um taxi por acaso e se levasse ele também nem notava, ficava-se por ali. Passou um vermelho e de seguida ainda passa outro. Querem menos restrições aos ciclistas, mas como se não há civismo também neles e não só nos automobilistas.

Volta e meia faço a ciclovia existente entre alhandra e Vfx e digo que é bastante interessante faze-la e depois continuar para o carregado e verifico que nesta ciclovia, além dos peões não respeitarem a sinalética vertical e horizontal, os ciclistas também acabam por não ceder de forma alguma. Ia com com o meu miudo, 8 anos, e estava no sentido alhandra VFX e pela sinalética tenho de ir na via da esquerda, pois a da direita é para peões. Ora está que os peões, ocupam parte da via da esquerda pois querem is todos lado a lado na conversa e naturalmente eu não passo mais à vontade. Tenho de gritar!!! Esquerda e lá se desviam, felizmente. A via que eu uso é a mesma que os ciclistas usam em sentido contrário e apesar de fazer fila indiana com o meu filho, quando vejo transito contrário, verifico que os restantes em sentido contrário não o fazem e lá vou ter de ocupar parte da via para peões, se o conseguir fazer.

Não há ninguém perfeito, e no minímo para podemos ser respeitados como automobilistas, ciclistas, peões, etc... temos de respeitar todos os outros. O Cliclista manda vir com o automobilista pq acha que tem direito a tudo, o inverso igualmente. O Peão, tem direito a passar nas passadeiras e mtas vezes fica no passeio junto delas simplesmente a olhar para a morte e não passa, quando o auto ou ciclista param, entre muitos exemplos que todos nós bem conhecemos no nosso dia a dia.

Já prevariquei e sei que ao faze-lo, consigo descer a almirante reis toda em menos de 5 minutos e com os sinais demoro cerca de 15 +/-. Compensa o risco considerando os factores, do meu ponto de vista não!
 

FMCurto

Active Member
Joseelias said:
Não imaginam como invejo os sortudos aqui do fórum que bastam sair de casa para entrar num trilho

Pois, seria de pensar que chegando ao trilho estaria tudo bem...mas quem vai a Monsanto a um domingo (que evito) é bem capaz de já ter tido um encontro imediato com um "trail runner". Ou corre o risco de num pequeno salto aterrar em cima de um canito qualquer como eu ia fazendo à coisa de duas semanas - a dona ainda se deve estar a recompor do susto. :)

No meu caso como tenho pastilhas metalizadas sempre vou dando algum aviso.

Resta abrir bem os olhos, e tentar não entrar em conflito.
 

Joseelias

Well-Known Member
@ FMCurto

Epá, Monsanto não se qualifica bem dentro daquilo a que me referia. Um parque florestal no meio de um cidade de 500 mil habitantes (fora os subúrbios) não é exactamente a Serra da Lousã. :D

Felizmente andei por lá durante a segunda metade dos anos 90 até cerca de 2000 quando era já o único do meu grupo que ainda praticava (cambada de traidores... :D) e a enchente não era assim muito grande, apesar de o Btt nessa altura já ser popular. Numa manhã de domingo cruzavamos-nos talvez com 5 ou 6 Bttistas no total.

E o Trail Running ainda não devia de existir por cá. Nem sequer pessoal a praticar corta-mato (o avôzinho do Trail) quase se via nos trilhos por onde andávamos. Por isso acabava por ser um sitio pacifico.

Acredito que agora deva de ser um sitio apinhado. Já me lembrei de lá ir desde que voltei a praticar mas a ideia de me cruzar com 500 gajos a "ripar" com as suas suspensões totais de 120mm de curso não me atrai muito. Na altura em que lá andei andava quase tudo de rígida, mesmo muitas das bikes de topo. As velocidades acabavam por ser baixas. Excepto alguns afortunados que já tinham brutas suspensões de "longo curso" de 50mm e andavam a velocidades que fariam saltar a dentadura a muitos do "rigidos". :D
 

gcaetano

Member
Não deixa de ser interessante comparar as mudanças aque os espaços de frequência e utilização da bicicleta foram sujeitos ao longodo tempo.

Relativamente a este assunto, o relato do colega joseelias é bastante interessante. Na altura tinha a vantagem de haver pouca malta, mas provavelmentenão existiam ainda os trilhos mais populares e que hoje nenhum dosfrequentadores do Monsanto dispensa. A zona hoje goza também de uma reputaçãoum pouco mais favorável do que aquela que lhe era associada na década de 90 (éa minha impressão, uma vez que nem sequer sou de Lisboa… ).Enfim, um sem númerode mudanças, umas boas outras más! Mas isto ao fim ao cabo é offtopic, embora acriação de um tópico dedicado ao assunto talvez tivesse saída!
 

FMCurto

Active Member
É um pau de dois bicos é verdade, pq se tem muita gente tb é verdade que há seguramente mais trilhos e escolha.

Mas não é propriamente off-topic, com a crescente popularidade do trail-running dou por mim a cruzar-me em sentido contrário em sítios onde não é normal haver gente a passear, aquelas descidas que para alguns até são algo exigentes são muitas vezes tb os sítios onde os trail-runners gostam de descer...ou subir.
 

gcaetano

Member
Bem vistas as coisas, FMCurto, tens razão... Não são raras as vezes que se apanha malta do trail em contra mão... Então o trilho das pontes, em Sintra, deve ter mel... Já lá apanhei famílias inteiras, com animais e crianças que mal sabem andar, a subir aquilo. Às vezes não sei se será desconhecimento ou falta de noção, mas que pode ser desagradável, não há dúvida que sim!
 

Joseelias

Well-Known Member
Eu não quero dar uma de saudosista nem nada que se pareça, mas quando comecei a fazer Btt quase toda a gente parava a olhar para a minha bicicleta, apesar de no inicio não ser fraca. E o uso de capacete era um autêntico chamariz. Quando nos juntávamos em grupo posso garantir que os putos se aproximavam todos para olhar para as bicicletas e os comentários para as que tinham suspensão eram muito engraçados.

Afinal, a maioria das pessoas só tinham visto pasteleiras, bicicletas de "corrida" (estrada) e BMX. Uma bicicleta de pneus largos e cardados e com um guiador plano era novidade para muita gente. Na verdade a bicicleta era então uma coisa muito pouco reputada. Só já os velhotes usavam pasteleiras e nenhum puto queria ser visto numa. As BMX eram engraçadas até certa idade e depois abandonadas, e as bicicletas de estrada pouco práticas e muito especificas para uso desportivo.

O Btt revolucionou completamente isto tudo! Se virem hoje em dia, é a bicicleta utilitária por excelência pela robustez e mudanças. Mesmo o "Chico da Horta" já pouco usa a pasteleira. Anda com uma Btt nem que seja do continente.

Hoje em dia posso afirmar que fico absolutamente estupefacto com a quantidade de pessoal a andar de bicicleta, seja a que hora do dia e dia da semana for e onde for. Não exagero que hoje sou capaz de ver mais gente a andar de bicicleta num dia que antes numa semana inteira. O renascimento das bicicletas de estrada é então fenomenal e atribuo em muito ao facto de a determinada altura terem começado a adoptar uma estética BTT (tubos grossos e com slopping). Tirando as voltas domingueiras dos estradistas era muito raro verem-se bicicletas de estrada até bem para lá do ano 2000.

Os trilhos eram de facto pouco frequentados, ou até mesmo desertos e tirando o Monsanto e às vezes em Sintra nunca nos cruzávamos com ninguém de Btt. Bem como os desportos associados à natureza ainda não tinham a expressão que têm hoje e portanto não haviam praticantes a partilhar o trilhos. Também não havia GPS, e o uso de cartas militares e bússolas faziam com que estivéssemos mais tempo parados que a andar e dois terços do tempo perdidos! :D

Hoje as coisas mudaram muito, e isso faz com que um desporto relativamente restrito e com um certo sentido de comunidade - a malta só cumprimentava quem usava capacete como marca que se era um Bttista a sério :D - muito influenciado pela Bike Magazine e onde era fácil divulgar bons comportamentos, se transformasse em algo massificado onde muita gente passou a usar a bicicleta de forma autónoma e não recebe influências positivas de outros.

Daí os problemas que hoje em dia vão surgindo com determinados comportamentos na estrada e fora dela. Nada de diferente do que se passa com outras coisas que se tornam mais normais e divulgadas, de facto.
 

Rui Pedro Costa

New Member
Há uns tempos atrás apanhei um artista a fazer uma rotunda mesmo no meio da estrada na maior descontração. Não levou com o meu carro em cima por sorte. E pelos vistos não se assustou porque seguiu caminho calmamente. Nem desculpa pediu...
 

Joseelias

Well-Known Member
Há uns tempos atrás apanhei um artista a fazer uma rotunda mesmo no meio da estrada na maior descontração. Não levou com o meu carro em cima por sorte. E pelos vistos não se assustou porque seguiu caminho calmamente. Nem desculpa pediu...

As rotundas são locais extremamente perigosos para os ciclistas. Pessoalmente, e também dependente da rotunda, faço-as de forma geral próximo do centro da faixa. Se fizer muito próximo da berma é quase garantido que algum carro a entrar na rotunda não parará obrigando-me a travar. Indo no meio tomo uma posição mais dominante e visível e os automobilistas contêm-se mais respeitando a nossa prioridade.

Mas pior que isso são os carros que vêm por trás que nos cortarão a saída. Se forem para a mesma saída que nós muitas das vezes acabam por pisar a berma ou aproximar-se muito dos passeios e o ciclista onde fica? É uma situação muito perigosa. Se quiserem sair numa saída anterior é quase garantido que se atravessarão à nossa frente. E como ando com a minha mulher, se por acaso ela se atrasa numa rotunda é garantido que os carros irão passar entre mim e ela obrigando-a a travar muitas das vezes com carros atrás dela!

Todos estes casos aconteceram-me inúmeras vezes. De facto a maioria das vezes que ando.

Tendo em conta que os carros numa rotunda pouco mais rápido vão que uma bicicleta, não perdem muito tempo. Aliás, não acredito que circule mais lento que um furgão ou uma camioneta de caixa aberta na maioria das vezes.

No meu caso, e como disse dependente da rotunda, opto por fazer as rotundas próximo do centro da minha faixa pois acho que a minha vida tem mais valor que 5 segundos da vida do automobilista. Tenham lá paciência mas é mesmo assim.
 

Jocas22

Active Member
pra mim se forem rotundas "lentas" faço pela faixa interior, se forem rotundas "rapidas" pela exterior. O código dá-me a opção de escolha e ninguém tem de ficar mais ou menos ofendido por perder 10 segundos. Sinalizo sempre as saídas.

eu explico as lentas são aquelas em que os condutores de latas não conseguem fazer aquilo em 5ª ;)
 
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gcaetano

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Eu nas rotundas encaro as coisas ao estilo de "cada caso é um caso". Até porque na mesma rotunda, as condições são altamente variáveis consoante a altura do dia em que lá passamos. Creio que o mais importante é conseguir interagir e fazer notar a nossa presença, seja através do posicionamento seja através da sinalização das manobras. O ideal é juntar as 2 coisas numa só e também tentar "adivinhar" os automobilistas que gostam de circular sem piscas (da mesma forma como tento antecipar o que o ciclista fará quando circulo de carro e não sinaliza as suas intenções).
 

Ricardo8

New Member
Muitos dos acidentes podem ocorrer devido ao abuso da parte dos ciclistas, mas não podemos esquecer de que certos condutores se acham superiores por irem num carro e não respeitarem quem vai de bicicleta, como me ocorreu mais ou menos à 1 mês quando eu estava a fazer sinal para virar num cruzamento e a resposta que eu tive foi uma ultrapassagem no momento em que eu estava para virar e um gesto ofensivo com o dedo do meio por parte do pendura ._. , mas o que é que se pode fazer? a ignorância e estupidez de certas pessoas muitas das vezes é a causa de acidentes entre carros e bicicletas.
 
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