Crónicas de um Bravo do Pelotão por Terras Helvéticas

AFP70

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No Gerês, quando sobe, sobe e quando desce, desce…

Quem vier pedalar para o Gerês e pensar o contrário, está perfeitamente equivocado, e o melhor que tem a fazer é regressar à Terra Madre evitando desta forma muitos dissabores.

Tal como prometido nas anteriores crónicas, desloquei-me ao Gerês (moro mesmo ao lado, ehehehe…) com vista a participar na 2ª Maratona, neste caso ½ maratona +/- 40 kms.

Ainda antes do regresso a Portugal já tinha combinado com dois queridos amigos, um que conheço há mais de 40 anos (Pereira de nome) e outro (JAndrade ou se preferirem Salgado52), que conheci desde que me deslocalizei por intermédio das Crónicas de um Bravo do Pelotão por Terras Helvéticas.

Confesso que troquei várias PMs no Fórum BTT com o JAndrade e tinha um certo feeling quando à pessoa, eheheh… Acreditem que a encomenda saiu melhor do que o desejado, pois este revelou-se um autêntico Gentleman do BTT, sempre bem-disposto, com aquele olhar de quem sabe muito bem o que quer, sempre pronto a ajudar, sempre a indicar o caminho, qual timoneiro e sobretudo com uma humildade que muito aprecio.

Quanto ao Pereira e porque a nossa relação já é de longa data, por mais que rebusque, nunca encontrarei epítetos à altura. Homens como ele já não se fabricam, são os últimos de uma geração cujos valores foram forjados à custa de experiências de vida.

Como já devem ter depreendido quando inicio uma volta, o fator tempo é algo a que não ligo a mínima, isto é, tiro o dia para realizar o percurso, sem stress, sem tempo, sem pressão de classificação, etc…, aproveitando todos os momentos para saborear a plenitude dos locais por onde vou passando.

Sorte a minha pois os meus dois companheiros, acreditam e defendem o mesmo credo.

Andar no Gerês não é novidade para os Bravos do Pelotão, aliás, temos na nossa página cerca de 11 voltas catalogadas (tracks, fotos e altimetrias online), das quais destacava as voltas nº07, 14 e 46, uma vez que passam em algumas zonas desta 2ª Maratona do Gerês.

Sendo um dos meus terrenos de eleição sempre que rolo em Portugal, sabia de antemão o que me aguardava, pelo que acumulados de +/- 1.800 mts em 40 kms não me faziam “mossa”; aliás e só para aguçar o apetite, posso-vos adiantar que uma das próximas crónicas a postar, relatará uma aventura em que em apenas 22 kms realizei perto de 1.900 mts de acumulado de subida (como sempre, vale o que vale).

Claro que como trepador tenho uma apetência maior pela subida (adoro a sensação de sofrimento), mas como digo, isso sou eu…

Quando analisei o “roadbook” e vi o sentido de deslocação das 2 provas, percebi logo que a subida desde a ponte do Rio Caldo até à estrada que dá acesso ao caminho (+/- 6 kms) que nos conduziria à Pedra Bela iria ser mortal, uma vez que nas voltas que efetuo nessa zona (volta 14 e 46), costumo efetuar esse trilho a descer, mas é como em tudo na vida, “estamos sempre a aprender” e sendo um ávido de saber, deixei-me conduzir “with no more worries”.

Ao longo das diferentes subidas fui vendo muita gente a maldizer tudo e todos, mas aqui, nesta zona e porque o calor não perdoava, a grande maioria dos betetistas ia ao lado da bicla. Mal sabiam eles o que os aguardava (Pedra Bela rules). Nesta zona a única escapatória era a estrada que nos conduzia ao Gerês. Acredito que muita boa gente “à bout de forces et de nerfs” acabou por desistir aqui e não chegou a provar a “cherry on top of the cake”, ou seja a subida para a Pedra Bela, eheheh…

Desta estrada até à outra que dá acesso ao miradouro da Pedra Bela, temos de percorrer cerca de 3 kms para um desnível de 350 mts. Como veem é coisa pouca, mas no final de uma prova, isto foi a gota de água para muitos.

Para os amantes de downhill e se porventura aguentaram este desafio, logo após a chegada à Pedra Bela, era-lhes oferecido um super single, digno de algumas provas (mesmo para marados, eheheh…).

Eis parte dos registos do dia… (restantes encontram-se na página Bravos do Pelotão, ver crónica Nº032).

“Os três da Vigairada”. Pereira (595), JAndrade (501) e o “Je” (596).
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Uma das primeiras descidas (longa Q.B) e no final como não podia deixar de ser, uma bela de uma subida. Dizer que a partida ficou além na vila do Gerês e que no final, teríamos de subir até à Pedra Bela (Topo das montanhas do lado direito da foto).
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Deste miradouro é possível ver outros trilhos possíveis a altitudes menores. O dia estava um espetáculo e sabíamos que o calor não ia dar tréguas, aliás iria ser o nosso pior inimigo em parceria com a desidratação.
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Algumas das voltas do cardápio dos Bravos do Pelotão (volta Nº07 e Nº46), passam exatamente nestes trilhos aqui documentados.
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Aqui uma pequena amostra do que nos aguardava. Acreditem que o pior estava para vir, nada a que não esteja habituado, eheheh…
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Já perdi a conta às vezes em que fui feliz naquela conduta ao fundo da foto. Meus amigos, isto é apenas um acepipe, o prato principal vem já a seguir…
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Como já muita gente referiu: “No Gerês, quando sobe, sobe e quando desce, desce, ou seja não há meio-termo”
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Um dos poucos momentos em que rolamos na horizontal, neste caso um “berdadeiro” oásis.
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Para chegar aquela encosta é necessário atravessar um vale o que pressupõe descer para depois voltar a subir (um autêntico carrossel). Imagino a cara de alguns, eheheh…
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A volta Nº07 dos Bravos do Pelotão, passa por ali.
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O Santuário de São Bento da Porta Aberta. Iremos passar junto aquela floresta no topo da foto.
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A primeira subida emblemática. Na foto talvez não se note, mas todo o trajeto até aquela casa (assinalada a vermelho) está pejado de betetistas em fila indiana (um autêntico carreiro de formigas).
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Aqui uma descida rápida. Por pouco perdia-me dos meus companheiros, mas estes souberam refrear os instintos, eheheh…
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Do outro lado do vale, isto é, na tal subida das formiguinhas. Daqui é visível a vermelho o local de onde iniciamos a nossa descida e lá ao fundo a azul está assinalado o miradouro da Pedra Bela, local onde iremos passar (muito perto). Acredito que aqui, muita boa gente atou as mãos à cabeça. O calor aqui não dava tréguas.
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Força companheiros, foi pela vossa companhia e amizade que para aqui vim.
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Ao longe uma das pontes que teremos de atravessar com vista a aceder à última parte do track (a famosa subida à Pedra Bela).
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Alguém se lembra. Nos anos 80, a Yazz cantava “The Only Way is Up” (MCMLXXXVIII)
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Do outro lado desta montanha também existem excelentes tracks.
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Pois é, viemos d’além (a descer todos os santos ajudam).
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A subida aos Zig-Zags lá prosseguia. O companheiro Jandrade a abrir caminho e o Pereira a fechar.
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“São Bento da Porta Aberta” visto de um outro ângulo e a ponte a piscar-nos o olho como que a gozar connosco (nem sabeis o que vos espera, eheheh…)
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Em outras voltas já percorri queles trilhos.
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Aldeia de Freitas. Em tempos que já lá vão, eu e o Pereira fomos perseguidos por uns amigos de 4 patas, pastores de profissão que juraram provar os nossos presuntos (Queriam, não queriam, eheheh…)
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Pouco antes de atingir o primeiro reforço. Zona muito bonita.
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Após o primeiro reforço, início de uma longa descida. Aliás, as descidas à exceção do single após a Pedra Bela, estavam ao alcance de qualquer participante.
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Mais uma zona com muita sombra, aproveitada por muitos para retemperar energias e ânimo.
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Ao fundo temos o miradouro de São Mamède (Póvoa de Lanhoso). Em tempo limpo como hoje conseguimos daqui ver o santuário do Sameiro (+/- 25 kms em linha reta)
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A esta altura do campeonato o que a malta queria era descer, não importava se eram singles ou estradões, desde que fosse a descer e acreditem que descemos, descemos, desc…
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Adoro este azul. Pena os incêndios nos últimos 30 anos terem delapidado as frondosas florestas do Gerês.
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As famosas pontes do Rio Caldo. A da direita conduz-nos a Vieira do Minho, Póvoa de Lanhoso, etc… A da esquerda conduz-nos à vila do Gerês e ao nosso último suplício. Antes da ponte encontrava-se o segundo abastecimento. Ao fundo da foto é visível a barragem de Salamonde com os seus 75 mts.
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Para os amantes de singles houve de tudo um pouco, se bem que neste tipo de eventos não se consegue agradar a “gregos e troianos”.
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Dizer que há umas horas atrás estávamos lá em cima.
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A vila do Gerês fica mesmo lá ao fundo (isto para quem não sabe) e do lado direito (aquelas pedrinhas em cima da mancha verde) a famosa Pedra Bela.
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Pedra Bela me aguarde estou chegando, né!!!
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Os primeiros kms após a ponte feitos junto à água.
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Viemos d’além e desde a ponte até à Pedra Bela, será sempre a subir.
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Esta foto foi tirada junto ao único tanque de água a caminho da Pedra Bela.
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Lembram-se do depósito de água (visível no canto esquerdo superior da foto).
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Tanto sofrimento para chegar à Pedra Bela e afinal passamos mesmo ao lado, neste caso 80 mts abaixo desse ex-libris do Gerês.
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JAndrade, para um “gajo” (não leves a mal, mas no Norte, esta palavra só se usa para os amigos, sem qualquer sentido pejorativo, aliás ofendias-me se assim não me tratasses e optasses por tipo, eheheh…), quase a fazer 59 “primaberas” estás numa forma do cara…. Meus amigos rolei ao lado ou sempre atrás deste senhor e acreditem que o homem nunca desmontou.

Considero isto um feito e tenho de o enaltecer aqui isto porque por cima do seu avatar diz o seguinte “Se pedalares como falas…” (nem de propósito), pois este senhor não pedala, ele simplesmente voa e mostrou a muita malta nova como se faz. Continua assim, nunca mudes e obrigado pela companhia e simpatia.

Ao amigo Pereira, quero agradecer a paciência demonstrada sempre que parava para fixar um momento (vida de repórter é assim mesmo), por vezes nos piores locais, subidas ou descidas íngremes.

Bem sei que chegamos quase nos últimos, isto é 4h35 depois do 1º classificado (2h19), mas este é o BTT em que me revejo. Duro, puro e sem hora de chegada.

Esta prova fez-me recordar tempos que já lá vão em que participei com o amigo Pereira por 2 anos consecutivos no EXTREME XURÉS que se realizava do outro lado da fronteira, mas que por ser uma prova demasiado exigente, acabou por morrer naturalmente (falta de inscrições).

Tratando-se de uma crónica que narra os factos tal como os vivenciei, não emitirei aqui qualquer juízo de valor sobre o evento, uma vez que para isso existe o tópico (Rescaldos), para além de que sempre que recorro a um prestador de serviços, utilizo sempre o velho critério (se gostei, repito, se não gostei, mudo; tão simples quanto isso).

Para quem não pode participar e ficou cheio de vontade para o próximo ano, eis o link que melhor retrata os momentos vividos, by Mr. C.de.Scott dos Rocket Riders em http://player.vimeo.com/video/51005002 .

Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira
Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…
 

salgado52

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Apesar de ser "suspeito" um obrigado por tão gratas e honrosas palavras para com a minha pessoa.Como cita o Alexandre existe um local para os rescaldos e a liberdade de expressão existe para isso mesmo,cada um manifestar a sua opinião,mas neste aspecto sou bem mais apologista desta teoria do Alexandre (se gostei, repito, se não gostei, mudo; tão simples quanto isso).

Abraço amigo
 

AFP70

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Boa noite JAndrade,

Não tem que agradecer, foi realmente uma honra tê-lo conhecido pessoalmente uma vez que só nos conhecíamos das mensagens que íamos trocando aqui no Fórum BTT, assim como ter pedalado consigo (haja saúde porque vontade não lhe falta).

Quanto ao resto, bom, já me conhece…

Aquele abraço,
Alexandre Pereira
 

AFP70

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Caros (as) followers “(as)”,

Já de regresso às Terras Helvéticas lamento informar, eheheh… que em virtude da minha ausência por Terras Lusas, neste momento encontro-me a limpar a secretária (como se tivesse uma, eheheh…), assim sendo, irei tentar postar antes do fim-de-semana a nova crónica alusiva à última aventura realizada em Portugal antes do meu regresso.

Esta aventura passou-se para os lados do Santuário de Nossa Senhora da Abadia (Santa Maria do Bouro) e contou com a presença de dois membros fundadores do grupo Bravos do Pelotão.

Um deles é já um “habitué” em acompanhar-me (dispensa apresentações, vejam a foto respetiva) o outro de nome Viegas é um companheiro que nestes últimos dois anos “se perdeu” (paternidade (entre outras cousas) a quanto obrigas, eheheh…).

Sendo o grupo Bravos do Pelotão uma “quadrindade” (na sua origem), temos ainda um elemento desaparecido em combate (vai para mais de 3 anos), pelo que talvez vá recorrer aos serviços de sua Exª. o “mighty” Chuck Norris alias James Braddock com vista a chamá-lo “à razão”.

Para atrasar ainda mais a escrita soube que na próxima semana cai neve, portanto amanhã vou realizar uma volta que me ficou atravessada “na goela” antes da minha partida para Portugal (caiu nessa altura chuva durante 15 dias consecutivos). Segundo a informação meteorológica, o dia promete com sol e temperaturas entre os 3ºC e os 8ºC, mas só amanhã terei a firme certeza “in loco”.

Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…
Alexandre Pereira
 

BikeTrepaTudo

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Venham daí a crónica e as belas fotos.
Já criámos o "mau" hábito de gostar de lê-las e de vê-las. Esperemos que este não seja um "mau" hábito que se perca.
Boa saúde e boa sorte para quem faz gosto em partilhar.
 

AFP70

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Boas BikeTrepaTudo,

Obrigado pelas palavras de apreço.

Se este for considerado um “mau” hábito pela comunidade que segue estas crónicas então sinto que a minha missão está a causar o efeito pretendido, eheheh…

Claro que continuo a apostar em encontrar um novo “patrocinador” e para tal como referi em posts anteriores, apostei em formação, que termina em finais do próximo mês.

A título meramente informativo e porque segundo as “más-línguas” nacionais e internacionais alguns consideram que os portugueses tem falta de produtividade e outras coisas mais, pois uns dias antes de ir para Portugal realizei um exame de 3 horas (complicado Q.B.) cujo resultado foi positivo (taxa de sucesso de 40% no total de alunos candidatos a exame). Fiquei com um “certificat me conférant le titre Certified Project Management Associate IPMA Level D”, válido em qualquer parte do mundo e por um período de 5 anos.
Sendo o único estrangeiro no meio de (n) Suíços, deu-me ainda mais prazer ter conseguido onde outros falharam (nativos).

Quem achar útil ou pretender fazer essa certificação pode obter mais informações em www.vzpm.ch .

Claro que candidatei-me a exame para provar a mim próprio e à família que apesar do meu infortúnio ainda estou para aqui para “as curvas”, embora desde o início do ano a “sorte” parece não querer nada aqui com este “Bravo”.

Sinceramente não sei se esta nova ferramenta irá dar algum fruto antes do final do ano, but we never know…

Enquanto tiver disponibilidade de tempo e por cá andar irei continuar a partilhar, pois está-me no sangue, a não ser que motivos de saúde ou outro “pépin” me impeçam de prosseguir.

Um abraço ;),
Alexandre Pereira
 

jackyl

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Boas.
apenas escrevo estas palavras para te agradecer pela magnifica cronica e maravilhosas fotografias.
um muito obrigado pela partilha.
 

AFP70

Active Member
Boa noite Jackyl,

Obrigado por seguir e acredite, não tem que agradecer, é um prazer partilhar…

Um abraço ;),
Alexandre Pereira
 

AFP70

Active Member
Boas BikeTrepaTudo e JAndrade,

Onde quer que esteja ou onde quer que participe, tento sempre defender a honra deste “muy nobre pobo”, eheheh…

Abraços :p,
Alexandre Pereira
 

AFP70

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Se for à Nossa Senhora da Abadia, não deixe de passar em Ventuzelo…

Quem segue o grupo Bravos do Pelotão sabe que as nossas zonas de excelência são o Gerês, Vieira do Minho, Fafe, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro e Amares; assim sendo resolvi aproveitar a minha estadia em Portugal para realizar mais uma aventura.

Há já bastante tempo (desde que me encontro deslocalizado) que não visitava o santuário de Nossa Senhora da Abadia e a aldeia de Ventuzelo.

Tal qual um peregrino ansioso por pagar uma promessa em falta, resolvi contactar os membros fundadores deste grupo no sentido de lhes propor uma ida para essas bandas.

Para reunir a “quadrindade” tinha de realizar três chamadas. O primeiro a dar o seu aval foi o amigo Pereira (sempre disponível às minhas solicitações, pudera é tão ou mais viciado que eu nestas aventuras) e prontificou-se de imediato em idealizar um track à altura. O segundo a quem liguei foi ao amigo Viegas (homem que devido a questões de paternidade e outras cousas mais “se perdeu” e segundo fontes próximas sabia que nos últimos dois anos rolou esporadicamente). Como já era de esperar e sendo um “Bravo” dos sete costados (antes partir do que dobrar) respondeu positivamente à chamada. Bem, a terceira chamada e contra a minha natureza, não a cheguei a realizar, isto porque esse amigo simplesmente anda desaparecido em combate vai para mais de três anos, desconhecendo neste momento se o mesmo ainda é deste mundo. Em relação a este último “Bravo fundador” apenas desejo que o mesmo ao ler esta crónica sinta um pouco d’aquilo que tem perdido, pois a vida (na minha singela opinião) passa pela relação que mantemos com o BTT e o resto ou se preferirem em inglês macarrónico (first comes MTB and after the rest), eheheh…

A volta iniciou em Amares e daí passamos por São Pedro de Fins, parque de merendas de Possoiro, santuário de Nossa Senhora da Abadia, finalizando na aldeia de Ventuzelo. Como sabem idealizamos sempre voltas circulares (percurso com início e fim no mesmo local mas utilizando caminhos diferenciados), pelo que o Pereira criou um track com cerca de 46,5 kms.

Na prática acabamos por realizar cerca de 52 kms e +/- 1.900 mts de acumulado de subida.

Eis parte dos registos do dia… (restantes encontram-se na página Bravos do Pelotão, ver crónica Nº033).

Em Portugal tenho o privilégio de todos os dias ser saudado por este monumento. Quando me levantei ainda era noite e como o dia estava a clarear, nada como captar o momento.
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A volta inicia em Amares (97 mts) e passa pela capela de São Pedro de Fins a 553 mts, marco divisório entre as freguesias de Caldelas e Caires.
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Para alcançar São Pedro de Fins tivemos de passar algumas calçadas em bom e péssimo estado.
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Ao fundo do lado direito da foto o santuário do Sameiro (Braga) a 567 mts e a cerca de 13 kms em linha reta.
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Em modo relaxe a caminho de São Pedro de Fins. São cerca de 3 kms para vencer quase 300 mts de desnível.
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“1º Challenge” superado venha o próximo. A avó da minha mulher que em nova era doceira, vinha da Póvoa de Lanhoso (à la patte) para aqui vender no dia da romaria os seus famosos doces típicos (cavacas, cigarros, etc…).
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A aldeia de Ventuzelo (708 mts na encosta do último conjunto de montanhas da foto) nosso objetivo final, mas antes disso teríamos de visitar o santuário de Nossa Senhora da Abadia.
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A cerca de 22 kms (linha reta) a Serra Amarela e as suas famosas antenas da Louriça (1.355 mts). O dia estava maravilhoso pelo que permitia uma ampla e profunda visão em nosso redor. Já fui muito feliz nesse local [ver todas as informações (track, fotos, altimetria, análise) alusivas à volta Nº41 no site do costume].
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Como a minha Merida ficou por Terras Helvéticas, quando rolo em Portugal, o meu fiel amigo e “patrocinador” empresta-me a sua Mondraker Podium Pro e toda a indumentária. Esta bicla é simplesmente fantástica.
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Trilhos para todos os gostos são o que não falta nesta zona.
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E claro, subidas também há para todos os gostos.
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Alguns dos trilhos tornavam-se mais técnicos devido à erosão provocada pelas enxurradas.
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We must cross to the other side.
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No inverno e com neve, uma boa rampa (cerca de 200 mts).
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Algumas das construções que podemos encontrar na aldeia de Urjal. Gosto destas pontes de união. Nesta aldeia encontram-se várias opções de alojamento em turismo de habitação.
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Não sei se foi colocado por um privado ou pela junta de freguesia, mas encontrei este e outros com indicação de declives. Não percebo a ideia subjacente, mas talvez seja para afastar os “amantes da natureza”, eheheh…
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A caminho dos 687 mts.
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Onde está a capela de São Pedro de Fins? Claro, lá ao fundo do lado direito da foto.
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Lá longe o miradouro de São Mamede (715 mts). Daqui a 300 mts entramos num single fantástico.
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No single a caminho do parque de merendas de Possoiro. Encontramos lá cerca de 30 “marmanjos” sim, somente homens a realizarem atividades de homens (cerveja, churrascada e a jogar à malha ou como se diz aqui no Norte “o fito”). No Norte as malhas são em ferro e pesam entre 500 e 1000 grs, mas podem ser em pedra. Para mais infos sobre o jogo, clicar no seguinte link: http://www.cm-braganca.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=973
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O trilho de cima é o que nos conduz diretamente ao santuário de Nossa Senhora da Abadia (360 mts) “2º Challenge”. O trilho de baixo já o utilizei por diversas vezes em outras voltas realizadas (ver cardápio de voltas no site Bravos do Pelotão).
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Daqui ao santuário de Nossa Senhora da Abadia são cerca de 5 kms sempre a descer através de uma floresta e com vistas de “à couper le souffle”.
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Falta o 4º elemento (desaparecido em combate) da “quadrindade” fundadora do grupo Bravos do Pelotão. Alguém por acaso tem o contacto do Chuck Norris alias James Braddock, é que preciso dos seus serviços com vista a chamar este companheiro “à razão”.
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A Nossa Senhora da Abadia é um local mágico (na foto o museu). Quem puder visite. Em pequeno costumava vir aqui com a minha avó e restante família (boas recordações “indeed”).
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O nosso destino final “3º e último Challenge” a aldeia de Ventuzelo (708 mts). Foram cerca de 350 mts de desnível em 3,5 kms, isto desde a Abadia.
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Dizer que ainda há bem pouco tempo estávamos acolá!!!
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Em Ventuzelo o tempo parou. Aqui não sentimos o peso da crise. Paz total.
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Ventuzelo fica numa das encostas do monte de Stª Isabel pelo que é banhada em permanência pelo sol e protegida do vento.
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Esta é apenas uma aldeia igual a tantas outras existentes no nosso Portugal rural e por quem me apaixonei desde que a vi.
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Um último adeus a Ventuzelo.
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Um dos muitos moinhos de água existentes nas redondezas (29 moinhos de água de Rodízio).
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Well, now it’s time to go back!!!
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Não, não estamos na Ásia e isto não são arrozais. A meio da foto, aquele aglomerado de rochas que se vê depois dos campos e da floresta é São Miguel O’Anjo (550 mts) e que já era habitado no ano de 711. O santuário de Nossa Senhora da Abadia fica mais abaixo no vale.
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Um último adeus também ao miradouro de São Mamede.
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E eis que no meio dum tapete de musgo surge esta verdadeira obra de arte. Só faltava mesmo aparecer “a estrumpfina” ou como dizem os franceses “la smurfine”.
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Este “Amanita Muscaria” é venenoso embora muita gente o procure por ter-se criado o “mito” que possuí propriedades psicotrópicas.
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Where is Robin Hood?
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Ainda fomos prendados com uma fabulosa calçada num single com cerca de 2 kms.
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À nossa passagem, estes carvalhos cumprimentaram-nos com salvas de palmas, neste caso de ramos, eheheh…
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Não estamos na China, nem vimos pandas-gigantes (para os mais eruditos Ailuropoda melanoleuca), mas já perto do lugar de Cabadouços, passamos por uma extensa área (150 mts) junto a um ribeiro, coberta desta vegetação.
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A realização desta volta permitiu-me reatar laços com o meu passado pois em pequeno por diversas vezes vim à Abadia com a minha avó e família. Recordei bons momentos, parece que ainda foi ontem.

Para além disso pude constatar que o companheiro Viegas embora afastado destas andanças está em plena forma (aguentou sem se queixar uma única vez), o que mostra que os treinos do passado à BDP lhe conferiram uma resistência “à toute épreuve”. Oxalá tenhas passado isso geneticamente à descendência, eheheh…

Considero-me um homem paciente ou pelo menos que sabe esperar (há uma certa diferença), pelo que faço votos que o companheiro “missing in action” ao ler esta crónica, desperte da letargia em que se encontra ver mesmo estado catatónico (para sermos mauzinhos a brincar), isto porque enquanto “Bravos” não nos esquecemos dele (we miss you).

Acima de tudo foi um bom dia de BTT, São Pedro ajudou e ficou demonstrado que apesar da distância que nos separa, continuamos a manter uma saudável amizade em torno de um desporto que nos une. Obrigado amigos Pereira e Viegas.

Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira
Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…
 

Nunomlcs

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Boas Alexandre, espero que o regresso tenha sido bom e os meus parabéns pela obtenção do certiifcado, espero que ele sirva para arranjares um bom patrocinador.

Quanto à crónica, mais uma vez 5 estrelas, é sempre um prazer ler a descrição das tuas voltas, e se as crónicas "made in switzerland" são espetaculares e sempre com fotos que retratam uma beleza impar, deixa-me dizer que estas duas voltas têm fotos do nosso Gerês que deixam qualquer um com água na boca...e está aqui tão perto...não fosse a troika e no próximo fim de semana agarrava na burra e na familia e ia dar umas voltas para esses lados, é mesmo o que apetece depois de ler esta crónica, mas infelizmente estamos em tempos de contenção...

Um abraço e boa sorte

Nuno Santos
 

AFP70

Active Member
Olá Nuno Santos,

Obrigado por seguir. O regresso correu com alguma turbulência na passagem pelos Pirenéus.

Realmente Portugal tem muitos bons locais para a prática do BTT e os das Terras Helvéticas são apenas “diferentes”.

Como dizia a minha avó “Não há mal que dure eternamente…”, pelo que com certeza após o episódio pós Troika haverá muitas oportunidades.

Um abraço,
Alexandre Pereira
 

ex-bravo

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Meu grande amigo Alex!
Fizeste-me registar no fórum só para poder responder aos teus carinhosos (!?) comentários acerca da minha presença neste mundo...
Lamento não ter sido honrado com a tua chamada. Como bem fizeste ver, longe vão os meus dias de Mestre, em que desprezava Merouço, Extreme e outros que tal. Agora sou um humilde aprendiz que não vive de glórias passadas mas apenas da nostalgia dos bons momentos vividos junto da natureza e dos amigos.
Não estou em condições de aceitar provocações, porque, como todos sabem os anos passam e a carne esmorece. Provavelmente já não precisaria apenas de 1 mês, como no passado, para recuperar. Talvez um pouco mais... Talvez 2? Seja como for, a roda de trás da minha fiel companheira já fez muitos amigos, como bem sabes.
Quando voltares não deixes de me contactar. Pode ser que me sinta inspirado e apareça.
Isto não é uma promessa, é um desejo...

Grande abraço aos Bravos do Pelotão!
 

salgado52

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Viva Alexandre,mais um foto-report com a qualidade a que já nos habituas-te,gostei muito da 2ª dos cogumelos,aquela da "Sherwood Forest" está muito bem plagiada e para finalizar a dos carvalhos,a maior sorte do mundo para o teu projecto e agora ficamos à espera de qualquer coisa "made by Switzerland"

Ps.Quando regressares novamente a terras de "Maria da Fonte" fico à espera de ir aí curtir esses trilhos contigo e o amigo Pereira.




Grande Abraço
 
Last edited:

AFP70

Active Member
Boas ex-Bravo,

No início ao ler o post não quis acreditar, pensei tratar-se de uma brincadeira, de um plágio à tua pessoa (como sabes hoje tudo é possível na rede), no entanto após uma leitura mais aprofundada e ter lido nas entrelinhas constatei que eras mesmo tu (a forma como um homem escreve ou fala é tão identificativa como as suas próprias impressões digitais).

Após uns breves momentos de autocontrolo respiratório com o intuito de me recompor fiquei supercontente por saber-te ainda vivo e de perfeita saúde. Afinal, apesar do tempo e como dizia aquela publicidade (invertida e transformada neste caso) “Não mudaIceTea” e ainda bem, pois só assim a nossa amizade resiste, eheheh…

Sendo o BTT um desporto essencialmente físico, logo implica movimento, dinâmica, vieram-me ao espírito as 3 leis que Isaac Newton criou para “justificar as minhas provocações”:

Lei I também conhecida por Lei da Inércia.
“Se a resultante de todas as forças aplicadas num corpo for nulo, esse corpo ou está em repouso ou tem um movimento retilíneo uniforme.”
Erradamente julguei-te em estado de repouso quiçá tal como eu a “curtir” um “dolce farniente“, eheheh…

Lei II também conhecida por Lei Fundamental da Dinâmica.
“A força resultante do conjunto das forças que atuam num corpo produz nele uma aceleração com a mesma direção e o mesmo sentido da força resultante, que é tanto maior quanto maior for a intensidade da força resultante.”
Erradamente julguei que as minhas afirmações pudessem conduzir-te a uma mudança de hábitos, eheheh…

Lei III também conhecida por Lei da Ação – Reação
“A ação de um corpo sobre outro corresponde sempre a uma reação igual e oposta que o segundo corpo exerce sobre o primeiro.”
Já nos conhecemos há um bom par de anos e sabes que por vezes tenho esse efeito nas pessoas, daí a tua resposta não me ser totalmente indiferente, aliás se assim não fosse acharia que estava a perder qualidades, eheheh…

Confesso que sempre admirei a tua capacidade de recuperação daí que não acredito num período de convalescença de 2 meses para que voltes a rolar. Eventualmente a carne pode ter esmorecido mas acredito que o espírito esteja sempre lá e é isso que mantêm um homem rijo e de pé (stand up man).

Regozijo-me por este pequeno episódio servir para mantermos o contacto e ter despertado em ti um desejo de eventualmente rolarmos (a quadrindade), “lors d’une prochaine visite au Portugal”.

Fica bem mein freund and keep following ;),
Alexandre pereira
 

AFP70

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Olá JAndrade,

Realmente esse cogumelo foi um verdadeiro achado e permitiu um bom shot.

Fica combinado, não esquecerei de lhe endereçar um convite para realizarmos esta ou outra volta.

Embora este fim-de-semana tenha nevado em quase toda a Suíça (ver a foto tirada ontem em Lausanne), hoje já esteve um dia soalheiro e a neve pelo menos nesta zona começou a derreter, pelo que talvez se consiga arranjar mais alguma matéria para próximas crónicas.

Um abraço,
Alexandre Pereira

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