Boas
Desde há muito tempo que desejava voltar às minas dos Carris na nascente do Rio Homem, a pé ou de bicicleta. Então quando lia os tópicos de certos épicos de alguns bravos deste fórum, ainda mais desejoso ficava em empreender tal “passeio”.
Sábado, pelas frescas 7h30 da manhã arrancamos em direcção ao Gerês, até ao parque de campismo de Cerdeira, onde deixamos os carros.
E então, Dibtt, eu, Filipe, Nuno e Vicara, partimos para esta odisseia eram 9h00. Seguimos a estrada até ao cruzamento de Vilarinho das Furnas (Barragem) e estrada da Mata de Albergaria, decidindo meter pela Geira Romana, percurso muito técnico mas também de muita beleza paisagística, pois o mesmo implanta-se junto da albufeira da barragem de Vilarinho das Furnas.
Chegados à Portela do Homem a minha emoção era elevada, pois há muito (a ultima vez foi a pé em Dezembro de 1985) que ansiava tornar a subir aquele trilho, e então agora de bike mais ansioso estava, sabendo antecipadamente que o piso que ia encontrar não era nada daquilo que tinha conhecido.
Ainda com o “fogo todo” começamos a pedalar por entre as primeiras pedras e 300m adiante surge o primeiro contratempo. O Vicara parte o quadro, pela escora esquerda superior, deixando-o literalmente apeado sem hipótese alguma de continuar connosco. Fico naturalmente muito triste, pois éramos os dois, os maiores entusiastas desta volta. Todo resoluto incentiva-nos a continuar, pois a “missão” não podia ficar comprometida, ele voltaria para a “base” com a bike a pé.
Ora pedalando, ora levando a bike à mão lá fomos por aquele trilho de um encanto esmagador da natureza do local.
O trilho começava a confundir-se com o leito do rio, tantas eram as pedras soltas de tamanho considerável. A erosão tinha feito o seu trabalho e o cenário era cada vez mais difícil mas não impossível. Para compensar o esforço, a vista das piscinas naturais, eram autênticos paraísos. As quedas de água cristalina e límpidas eram fabulosas.
A meio do trilho alguns elementos começavam a desanimar (Dibtt e o Filipe) “o quê? Ainda falta uma hora? O trilho é sempre assim e não melhora?” Pois mesmo com muita vontade e força era impossível pedalar em algumas zonas. Eu e o Nuno, “rapazes com experiência da vida”, lá fomos animando aqueles dois jovens “tenrinhos” anunciando que “é já ali”.
O "era já ali" chegou 3h30m depois de passarmos a Portela do Homem. Para mim, e também para os restantes companheiros, subir àquele “altar da Serra do Gerês” foi sublime. Eu, o único que voltava ao local, realizava um “feito”. A sensação de voltar a este altar do mundo e para mais de bike era brutal. O Dibtt e o Filipe diziam que ali tinha acontecido um “Iraque”, referindo-se às ruínas das construções de outrora.
Aqui a expectativa era grande pois eu mesmo não sabia se iríamos conseguir voltar montados nas bikes ou com elas à mão, o que era no mínimo desolador, com alguns “praças” ameaçando uma revolta de nunca mais voltarem a andar comigo, pois sentiam-se enganados, não julgando que o trilho de que eu tanto falava fosse tão pouco ciclavel, enfim, “tenrinhos”.
Reabastecemos, demos umas voltas pela “cidade fantasma” visitamos a lagoa e preparamos-nos para empreender a descida.
Montados nas bikes começamos a descer o trilho, e então verifiquei que era possível regressarmos em cima das nossas “meninas”. Também lembrei-me das caras babadas de um grupo que bikers que regressavam quando estava-mos a chegar aos Carris olhando para as nossas AM: “Ah.. vocês tem suspensões totais!.. “ Pois eles iam de HT, mas eram igualmente ou mais até, uns bravos. Subir aos Carris e descer em tais montadas era obra para o corpo.
A descida foi brutal. 90% do trilho é ciclavel, mas digo que os desviadores traseiros de caixa longa levam cada “coça”… que o diga o Dibtt, pois a passar entre as pedras….
Chegamos à Portela do Homem após 1h45m após termos começado a descer (aprox. 10 km). A sensação de realização do feito era grande, ainda que falta-se a estrada de albergaria até ao campo do Gerês, mas este percurso era rolante e sem historia…
O meu entusiasmo era grande em satisfação mas confesso que havia uma mistura de tristeza, pois o Vicara não conseguia realizar o feito, o que o deixou muito desanimado como constata-mos à chegada à base. Fica a promessa de voltarmos, não sei se todos, mas eu sim, com ele, para que possa sentir estas emoções e com a alternativa de subir pelas Minas das Sombras (Espanha) e descer pelos Carris (Portugal).
Uma palavra para os meus companheiros, Dibtt, Nuno, Filipe e Vicara, é óptimo pedalar convosco…
Boas pedaladas.
:arrow: + fotos http://picasaweb.google.pt/tiagoaraujo2/
Desde há muito tempo que desejava voltar às minas dos Carris na nascente do Rio Homem, a pé ou de bicicleta. Então quando lia os tópicos de certos épicos de alguns bravos deste fórum, ainda mais desejoso ficava em empreender tal “passeio”.
Sábado, pelas frescas 7h30 da manhã arrancamos em direcção ao Gerês, até ao parque de campismo de Cerdeira, onde deixamos os carros.
E então, Dibtt, eu, Filipe, Nuno e Vicara, partimos para esta odisseia eram 9h00. Seguimos a estrada até ao cruzamento de Vilarinho das Furnas (Barragem) e estrada da Mata de Albergaria, decidindo meter pela Geira Romana, percurso muito técnico mas também de muita beleza paisagística, pois o mesmo implanta-se junto da albufeira da barragem de Vilarinho das Furnas.
Chegados à Portela do Homem a minha emoção era elevada, pois há muito (a ultima vez foi a pé em Dezembro de 1985) que ansiava tornar a subir aquele trilho, e então agora de bike mais ansioso estava, sabendo antecipadamente que o piso que ia encontrar não era nada daquilo que tinha conhecido.
Ainda com o “fogo todo” começamos a pedalar por entre as primeiras pedras e 300m adiante surge o primeiro contratempo. O Vicara parte o quadro, pela escora esquerda superior, deixando-o literalmente apeado sem hipótese alguma de continuar connosco. Fico naturalmente muito triste, pois éramos os dois, os maiores entusiastas desta volta. Todo resoluto incentiva-nos a continuar, pois a “missão” não podia ficar comprometida, ele voltaria para a “base” com a bike a pé.
Ora pedalando, ora levando a bike à mão lá fomos por aquele trilho de um encanto esmagador da natureza do local.
O trilho começava a confundir-se com o leito do rio, tantas eram as pedras soltas de tamanho considerável. A erosão tinha feito o seu trabalho e o cenário era cada vez mais difícil mas não impossível. Para compensar o esforço, a vista das piscinas naturais, eram autênticos paraísos. As quedas de água cristalina e límpidas eram fabulosas.
A meio do trilho alguns elementos começavam a desanimar (Dibtt e o Filipe) “o quê? Ainda falta uma hora? O trilho é sempre assim e não melhora?” Pois mesmo com muita vontade e força era impossível pedalar em algumas zonas. Eu e o Nuno, “rapazes com experiência da vida”, lá fomos animando aqueles dois jovens “tenrinhos” anunciando que “é já ali”.
O "era já ali" chegou 3h30m depois de passarmos a Portela do Homem. Para mim, e também para os restantes companheiros, subir àquele “altar da Serra do Gerês” foi sublime. Eu, o único que voltava ao local, realizava um “feito”. A sensação de voltar a este altar do mundo e para mais de bike era brutal. O Dibtt e o Filipe diziam que ali tinha acontecido um “Iraque”, referindo-se às ruínas das construções de outrora.
Aqui a expectativa era grande pois eu mesmo não sabia se iríamos conseguir voltar montados nas bikes ou com elas à mão, o que era no mínimo desolador, com alguns “praças” ameaçando uma revolta de nunca mais voltarem a andar comigo, pois sentiam-se enganados, não julgando que o trilho de que eu tanto falava fosse tão pouco ciclavel, enfim, “tenrinhos”.
Reabastecemos, demos umas voltas pela “cidade fantasma” visitamos a lagoa e preparamos-nos para empreender a descida.
Montados nas bikes começamos a descer o trilho, e então verifiquei que era possível regressarmos em cima das nossas “meninas”. Também lembrei-me das caras babadas de um grupo que bikers que regressavam quando estava-mos a chegar aos Carris olhando para as nossas AM: “Ah.. vocês tem suspensões totais!.. “ Pois eles iam de HT, mas eram igualmente ou mais até, uns bravos. Subir aos Carris e descer em tais montadas era obra para o corpo.
A descida foi brutal. 90% do trilho é ciclavel, mas digo que os desviadores traseiros de caixa longa levam cada “coça”… que o diga o Dibtt, pois a passar entre as pedras….
Chegamos à Portela do Homem após 1h45m após termos começado a descer (aprox. 10 km). A sensação de realização do feito era grande, ainda que falta-se a estrada de albergaria até ao campo do Gerês, mas este percurso era rolante e sem historia…
O meu entusiasmo era grande em satisfação mas confesso que havia uma mistura de tristeza, pois o Vicara não conseguia realizar o feito, o que o deixou muito desanimado como constata-mos à chegada à base. Fica a promessa de voltarmos, não sei se todos, mas eu sim, com ele, para que possa sentir estas emoções e com a alternativa de subir pelas Minas das Sombras (Espanha) e descer pelos Carris (Portugal).
Uma palavra para os meus companheiros, Dibtt, Nuno, Filipe e Vicara, é óptimo pedalar convosco…
Boas pedaladas.
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