Boas
Como todos sabemos, o conceito da bicicleta singlespeed esta intimamente ligado à utilização de forquetas rígidas. Quer seja pelo desafio, pela simplicidade, pelo peso ou mesmo pela estética, todo o utilizador de uma SS pondera em alguma altura a montagem de um garfo rígido.
No entanto, surgem sempre varias duvidas. Com altura corrigida? Em aço? Em carbono?
Venho assim criar um pequeno tutorial sobre como escolher uma forqueta rígida para as vossas SS.
Vou assumir sempre que já têm o vosso quadro escolhido, pelo que isso vai ser a nossa base.
Quadros pré-suspensão
Uma plataforma sempre popular são quadros do inicio dos anos 90.
São na sua maioria em aço, e precedem a vulgarização das suspensões dianteiras. Assim sendo, vão ter uma geometria que não tem em conta a altura das mesmas. Chamam-se a estas geometrias não corrigidas.
Outro factor a ter em conta é a medida da direcção. Nesta época o standard eram as colunas de 1'' (uma polegada) roscadas.
Reunindo todas estas informações, podemos concluir que uma forqueta para um quadro deste tipo deve ter:
- Uma altura do eixo a coroa (AC) de cerca de 390mm;
- Ser construída em aço cromoly;
- Ter a coluna de direcção de 1'' roscada.
Ou seja, algo como isto:
Quadros do fim dos 90's
Os quadros desta época já vinham adaptados para suspensões de cerca de 80mm. Os sistemas de direcção já eram também threadless (sem rosca), de 1/8 (uma polegada e um oitavo).
Assim vai-se querer:
- À volta de 410mm de AC;
- Coluna de 1/8''.
Exemplos:
- Gusset Jury SL;
- Surly 1x1.
- Salsa Cromoto 26.
Com a maior abundância de opções que cumpram estes requisitos, surge uma questão: qual o melhor material? Isto exige uma resposta complexa, que será abordada mais à frente.
Quadros rígidos contemporâneos
A principal diferença destes para os anteriores esta na geometria, agora corrigida para suspensões de 100mm de curso.
Logo:
- Coluna de direcção de 1/8'';
- Apoios para travões de disco;
- AC corrigido para 100mm de curso, ou seja, com cerca de 440mm.
Exemplos:
- Surly Instigator;
- Salsa Cromoto 26 Disc;
- Mekkem Carbon.
Sobre os materiais
Existem actualmente 4 materiais de construção de forquetas. Ainda não tenho o grau de engenheiro, pelo que existem pessoas mais qualificadas para falar deste tópico do que eu. O que aqui expresso é o que a minha pesquisa e experiência me transmitiram.
Alumínio
É, de forma generalizada, considerado o pior material para constituir uma forqueta rígida. Porque? A sua elevada rigidez torna-o desconfortável. Por outro lado o alumínio está sujeito a um limite de fadiga, que vai limitar a sua vida útil. Ou seja, com o acumular de ciclos, este material tem tendência a abrir fissuras e a falhar.
Fibra de carbono
Material da moda do mundo do btt, encontra na minha opinião a sua utilização mais razoável nas forquetas. Têm boas capacidades de absorção de vibrações, e, quando bem fabricadas e desenhadas, conseguem ser robustas. Continuam no entanto a ter problemas com choques de pedras, etc.
O modelo mais usado é um fabricado pela Mekkem, vendido sob as mais variadas marcas e preços.
Aço
O aço cromoly é o material mais conveniente para uma forqueta rígida. É barato, muito resistente, fácil de reparar, absorve muito bem vibrações, alem de não ser excessivamente pesado. Não está sujeito a limites de fadiga, pelo que é extremamente durável. É no entanto vulnerável à corrosão, pelo que a aplicação de um protector no interior dos tubos é aconselhada (e.g. Frame Saver).
Titânio
O mais nobre de todos, assume-se quase como "perfeito" para esta aplicação. É muito resistente, muito leve, absorve muito bem vibrações, não esta sujeito à corrosão, e não tem os tais limites de fadiga. Apesar de tudo é muito caro, alem de ser difícil de reparar.
Espero com este tutorial ajudar aqueles que querem aventurar-se neste mundo alternativo de sensações e desafios, bem como de vantagens que as forquetas rígidas nos oferecem.
:wink:
Como todos sabemos, o conceito da bicicleta singlespeed esta intimamente ligado à utilização de forquetas rígidas. Quer seja pelo desafio, pela simplicidade, pelo peso ou mesmo pela estética, todo o utilizador de uma SS pondera em alguma altura a montagem de um garfo rígido.
No entanto, surgem sempre varias duvidas. Com altura corrigida? Em aço? Em carbono?
Venho assim criar um pequeno tutorial sobre como escolher uma forqueta rígida para as vossas SS.
Vou assumir sempre que já têm o vosso quadro escolhido, pelo que isso vai ser a nossa base.
Quadros pré-suspensão
Uma plataforma sempre popular são quadros do inicio dos anos 90.
São na sua maioria em aço, e precedem a vulgarização das suspensões dianteiras. Assim sendo, vão ter uma geometria que não tem em conta a altura das mesmas. Chamam-se a estas geometrias não corrigidas.
Outro factor a ter em conta é a medida da direcção. Nesta época o standard eram as colunas de 1'' (uma polegada) roscadas.
Reunindo todas estas informações, podemos concluir que uma forqueta para um quadro deste tipo deve ter:
- Uma altura do eixo a coroa (AC) de cerca de 390mm;
- Ser construída em aço cromoly;
- Ter a coluna de direcção de 1'' roscada.
Ou seja, algo como isto:
Quadros do fim dos 90's
Os quadros desta época já vinham adaptados para suspensões de cerca de 80mm. Os sistemas de direcção já eram também threadless (sem rosca), de 1/8 (uma polegada e um oitavo).
Assim vai-se querer:
- À volta de 410mm de AC;
- Coluna de 1/8''.
Exemplos:
- Gusset Jury SL;
- Surly 1x1.
- Salsa Cromoto 26.
Com a maior abundância de opções que cumpram estes requisitos, surge uma questão: qual o melhor material? Isto exige uma resposta complexa, que será abordada mais à frente.
Quadros rígidos contemporâneos
A principal diferença destes para os anteriores esta na geometria, agora corrigida para suspensões de 100mm de curso.
Logo:
- Coluna de direcção de 1/8'';
- Apoios para travões de disco;
- AC corrigido para 100mm de curso, ou seja, com cerca de 440mm.
Exemplos:
- Surly Instigator;
- Salsa Cromoto 26 Disc;
- Mekkem Carbon.
Sobre os materiais
Existem actualmente 4 materiais de construção de forquetas. Ainda não tenho o grau de engenheiro, pelo que existem pessoas mais qualificadas para falar deste tópico do que eu. O que aqui expresso é o que a minha pesquisa e experiência me transmitiram.
Alumínio
É, de forma generalizada, considerado o pior material para constituir uma forqueta rígida. Porque? A sua elevada rigidez torna-o desconfortável. Por outro lado o alumínio está sujeito a um limite de fadiga, que vai limitar a sua vida útil. Ou seja, com o acumular de ciclos, este material tem tendência a abrir fissuras e a falhar.
Fibra de carbono
Material da moda do mundo do btt, encontra na minha opinião a sua utilização mais razoável nas forquetas. Têm boas capacidades de absorção de vibrações, e, quando bem fabricadas e desenhadas, conseguem ser robustas. Continuam no entanto a ter problemas com choques de pedras, etc.
O modelo mais usado é um fabricado pela Mekkem, vendido sob as mais variadas marcas e preços.
Aço
O aço cromoly é o material mais conveniente para uma forqueta rígida. É barato, muito resistente, fácil de reparar, absorve muito bem vibrações, alem de não ser excessivamente pesado. Não está sujeito a limites de fadiga, pelo que é extremamente durável. É no entanto vulnerável à corrosão, pelo que a aplicação de um protector no interior dos tubos é aconselhada (e.g. Frame Saver).
Titânio
O mais nobre de todos, assume-se quase como "perfeito" para esta aplicação. É muito resistente, muito leve, absorve muito bem vibrações, não esta sujeito à corrosão, e não tem os tais limites de fadiga. Apesar de tudo é muito caro, alem de ser difícil de reparar.
Espero com este tutorial ajudar aqueles que querem aventurar-se neste mundo alternativo de sensações e desafios, bem como de vantagens que as forquetas rígidas nos oferecem.
:wink: