Artigos de Opinião do Sr. António Malvar

Ludos

Benevolent dictator for life
Staff member
Viva, estava aqui numa visita à página da Ciclonatur] quando me lembrei de seguir o link Artigos de Opinião, e isso leva-me a abrir este tópico.

O Sr. António Malvar (AM), creio eu, que é daquelas pessoas que dispensam apresentações para qualquer pessoa que esteja a par do btt em Portugal, não vou escrever acerca dos feitos, ou das aventuras deste homem, ainda para aí dizem que a ciclonatur pagou um extra para publicidade neste tópico (mas para publicidade já está o banner da supertravessia :p), vou sim falar do fascinio e respeito que tenho por este senhor.

É inegável o facto de ser um dos gurus do btt, pelo menos para mim e para outros tantos, muitos são os que dizem mal do AM e do seu feitio, pessoalmente nunca tive oportunidade de socializar nem de conhecer a pessoa, mas alguém que escreve de uma forma tão eloquente e profunda sobre a paixão por o BTT, merece logo à partida imensa admiração (pelo menos da minha parte).

Ora bem, deixando os elogios de parte, (às tantas ainda me chamam engraxador), gostava de partilhar convosco, neste tópico dois, dos artigos de opinião do AM, já escritos ha algum tempo, mas sempre actuais, que de vez em quando leio e que gostava de mostrar a muitos dos que não compreendem esta minha paixão.

Resolvi copiar estes artigos, porque não ha maneira de fazer link directo para a pagina de origem, e o tamanho reduzido da fonte dificulta um pouco a leitura (sim, estou a ficar pitosga!), como referi no inicio do tópico os artigos são retirados do site da Ciclonatur] e são da autoria do António Malvar, aqui ficam estas pérolas, e a recomendação de visita do site, e de leitura dos outros artigos de opinião do AM, espero que gostem :)



10/09/1996 - Felicidade é....

Os ciclistas de montanha, ou melhor, os utilizadores de Bicicletas de Montanha neste país, são uma minoria numa sociedade de costas viradas para os interesses óbvios da expansão deste movimento e que teimosamente ignora ou evita reconhecer as vantagens sociais que advêm duma maior profusão desta modalidade desportiva e ou forma de ocupação dos tempos livres.

Mas não é minha pretensão hoje e aqui aprofundar o lamento procurando as razões e apontar as culpas para este estado das coisas, até porque culpas temos nós também e as razões são bem mais ancestrais do que o que conseguimos apurar.

É sim o meu intento analisar esta minoria que cresce todos os dias e que vai abraçando o movimento das formas mais variadas, algumas até peculiares.
A bicicleta é o elemento comum de entre todos mas a forma de estar é tão diversificada que chego à conclusão que para além da bicicleta o único que é ainda igual em todos é o “ser feliz”.


- Felicidade para uns é poder pegar na bicicleta e desbravar esses trilhos e caminhos do Portugal esquecido, sozinhos ou na companhia de amigos, contactando as simpáticas e hospitaleiras gentes dessas nossas aldeias mais remotas e ignoradas, num fim de semana ou ao longo das férias, em total esquecimento e numa profunda paz interior.
- Felicidade para uns é poder participar em competições, para conquistar um lugar entre os primeiros, daí: fama, reconhecimento, taças medalhas e dinheiro.
- Felicidade para uns é participar nos passeios que se organizam aos fins de semana em diversos locais do país e assim fazer novas amizades, conhecer outros espaços, outros caminhos, ou simplesmente estar entre os que gostam de andar de bicicleta.
- Felicidade para uns é entrar em competições muito simplesmente para participar sem pretensões a pódios, estar no evento, ao lado dos campeões à partida, competindo consigo próprio, fazer-se chegar ao fim, entrar na mesma volta do primeiro ou ficar à frente do vizinho ou do amigo.
- Felicidade para uns é treinar sem outro objectivo que não seja o de manter-se em forma, pegar na bicicleta e fazer o “ritual” do treino: 1 hora hoje, 2 horas amanhã, todas as manhãs de domingo, etc.
- Felicidade para uns é pegar numas cartas militares e com a bicicleta tentar chegar e passar por onde se planeia sem se perderem, saudavelmente obstinados em se localizarem no mapa a todo o momento e assim passarem horas e dias complemente absortos.
- Felicidade para uns é enfiarem-se por esses caminhos desconhecidos e reconhecê-los para futuramente guiar os amigos e os amigos dos amigos por essas paisagens por eles antes descobertas e preparar guias e roteiros desses trilhos para que muitos outros venham por si só a conhecer esses maravilhosos recantos.
- Felicidade para uns é pegar na bicicleta e com ela aprender e fazer as maiores acrobacias: cavalos, éguas, “bunny hops”, subir pedras, descer escadas, subir escadas, saltos com “tables”, etc.
- Felicidade para uns é domar a bicicleta naquelas descidas técnicas cheias de pedras quase verticais sem pôr o pé no chão, complemente embriagados de adrenalina.
- Felicidade para uns é subir de bicicleta sem desmontar aquela “parede” de piso escorregadio que durante tanto tempo parecia impossível de se fazer, ou fazê-la à frente dos outros do grupo com os pulmões a queimarem e o coração a explodir dentro do peito, mas saboreando o êxtase do sucesso.
- Felicidade para uns é rolar passeando calmamente de bicicleta ao longo das estradas marginais ou das estradas florestais e beber do prazer da brisa da manhã de Domingo na cara, exibindo ou não aquela nova colorida blusa de lycra, ou aquele novo capacete com pala.
- Felicidade para uns é levar toda a família a andar de bicicleta e com eles descobrir uma nova vida em convívio, uma forma mais nobre de ocupar os tempos livres em alternativa à volta saloia de carro, aos centros comerciais, às praias apinhadas de gente e às frustrantes tardes televisivas.
- Felicidade para uns é Ter uma bicicleta de montanha e com isso poder ser reconhecido como um aventureiro, um radical do desporto, um atleta ou como tendo uma forma física invejável..
- Felicidade para uns é comprar a bicicleta mais exótica, construir a bicicleta mais leve, montar a bicicleta mais “high tech” e tê-la imaculada sob uma redoma na sala de estar lá de casa, contemplando-a dias a fio, devorando todas as revistas da especialidade na busca da última criação tecnológica do mais avançado e futurista possível, para montar na sua bem amada. Andar nela não é o mais importante até porque se vai sujar, só se estiver seco, for em bom piso e houver muita gente para a admirá-la.
- Felicidade para uns é pedalar nos grandes charcos e lamaçais destes invernos rigorosos, enterrando-se em lama até à alma num total desprezo pela bicicleta, borrifando-se para centros de pedaleira, cubos, correntes e tanta outra tralha que parece incomodar os outros, e chegar a casa e esquecer-se da bicicleta num qualquer canto da garagem, varanda ou arrecadação.
- Felicidade para uns é poder transportar-se de bicicleta para o trabalho e com uma cara de satisfação ultrapassar os que escolheram ir de carro e que num total desespero esperam impacientes que aquela fila de carros parados na sua frente se mexa, acumulando stress e levando o dobro do tempo a lá chegar.
- Felicidade para uns é saber tudo o que há para saber sobre bicicletas e passar tardes a discutir sobre qual a melhor suspensão, o melhor material de quadro, o futuro das bicicletas de suspensão total ou a actual forma do Tomac, da doença da Furtado e da loucura do Palmer.
- Felicidade para uns é ter uma bicicleta dita barata e levá-la a fazer o que os que as têm ditas caras e sofisticadas não conseguem, e poderem provar que o que verdadeiramente interessa é ter pulmão e pernas.
- Felicidade para uns é ter uma bicicleta dita cara mas que não pareça, sem peças coloridas ou exuberantes mas poder secretamente confidencial com alguns (não assim tão poucos) que aquela bicicleta está avaliada em centenas ou milhares, e daí tirar um imenso gozo.
- Felicidades para uns é viajar de bicicleta indiferentemente de ser em estrada ou em terra em total auto-suficiência durante semanas expedicionando vários países ou regiões engrandecendo o seu conhecimento de outros horizontes, de outros povos e de si próprio.
Felicidade para outros é poder escrever sobre assuntos relacionados com a bicicleta e fazer testes e análises de produtos, de competições e passeios, e recrear em todos uma vontade férrea de pegar na bicicleta e com ela gozar uma ou diversas daquelas formas de felicidade.
Felicidade para mim, e quem sabe, não só para mim, são todas aquelas formas de ser feliz com a bicicleta, um pouco de todas ou um muito de todas.

Neste mundo tão variado da BTT há lugar para todos, sendo cada um feliz à sua maneira, e é errado não respeitar todas aquelas formas de estar porque todas elas são um espelho da felicidade interior de cada um. É errado escarnecer desta ou daquela postura pois isso é ofensivo e não cabe a ninguém julgar sobre qual deve ser o padrão de felicidade que se deva ter com a nossa bicicleta.

Pena é, reconhecer que esta nossa felicidade nem sempre é bem recebida e parece até por vezes ofensiva para quem nas estradas nos dificulta a circulação e não nos respeita, para quem no planeamento urbanístico das vilas e cidades nos esquece, para quem nos dificulta o acesso aos parques naturais sem procurar antes criar condições e formas de coexistência de mútuo interesse, nos rejeita quer directa quer indirectamente em locais públicos só porque nos vestimos e calçamos de forma diferente, que não nos deixa estacionar a bicicleta à porta do café ou restaurante, nos ignora nos meios de comunicação social não fazendo qualquer alusão às nossas actividades, autoridades que querem regulamentar o transporte das nossas bicicletas no nosso carro, Federação de Ciclismo retrograda que não só não protege os nossos interesses como até parece promover esta imerecida marginalização, etc.

Mas afinal quem pode ainda ignorar que não será o veículo de duas rodas sem motor o meio de locomoção por excelência do futuro das nossas cidades e grandes vilas.
Animem-se pois, estamos aqui para ficar e sejam felizes, cada um à sua maneira, claro está.
António Malvar


12/08/1997 - Neste nosso mundo do BTT


Neste nosso mundo do BTT, existem muitas formas de estar, ou seja, muitas maneiras de se encontrar felicidade. No entanto, o sentimento de que há algo de comum em todos os praticantes e que vai fomentando esta enorme paixão que muitos exibem pelo tema, nunca deixou de me aguçar a curiosidade e de me fazer observar mais analiticamente aqueles amantes do BTT com quem tenho oportunidade de acamaradar nas passeatas de fim de semana pelos mais belos trilhos deste nosso admirável país fora-de-estrada.

Em 1987 tínhamos uma empresa de Desporto Aventura que entre outras coisas fazia passeios de jipe para turistas na Serra da Arrábida e aos fins de semana competia-me a mim a tarefa de deambular com um UMM carregado de ´´aventureiros´´ pelos caminhos sulcados de valas atravessando ribeiras, subindo e descendo trilhos elameados na Arrábida que todos tão bem conhecemos. Ora, foi aí que tomei o primeiro contacto com a BTT. Quase sempre na zona da Comenda, fizesse sol ou chuva, encontrava-me com um punhado de (seriam ciclistas?) tipos vestidos com lycras muito coloridas, com um pedaço de esferovite atada à cabeça e montados numas estranhas bicicletas com umas rodas grossíssimas. Ao cruzar-me com eles acenavam-me um adeus com um sorriso na cara toda salpicada de lama e durante momentos ficava a pensar como poderiam aquelas criaturas estar tão felizes apesar de completamente molhados e sujos de lama até à alma. Estas imagens ficaram-me permanentemente gravadas na memória e foi sem surpresas que três anos depois dei por mim a negociar a minha primeira bicicleta de montanha e ao montar nela pela primeira vez (na Arrábida, claro!) percebi como era maravilhoso desbravar aqueles trilhos por entre vegetação luxuriante com a brisa da manhã na cara, rolando em silêncio, sem o barulho dos motores à minha volta.

Confesso que desde então fiquei apanhado pela BTT, deixei os jipes e dediquei-me de corpo e alma. Tinha descoberto uma nova paixão e dela contagiei todos os meus amigos.

Mas o que faz verdadeiramente um empresário, quadro superior duma empresa, professor, advogado, médico, levantar-se de madrugada ao Domingo, vestir umas roupas justas enfiar um capacete na cabeça e montado na sua BTT passar o resto do dia a chafurdar em lama, ou esvair-se de suor serra acima, ou ainda fazer apostas com os amigos em como é hoje que se vai mandar na tal descida íngreme ?

O que faz verdadeiramente famílias inteiras pegar no carro numa sexta-feira à noite, montar bicicletas no tejadilho e fazer centenas de kms par um qualquer lugar remoto e passar o fim-de-semana a deambular pelos campos, perdidos o tempo e no espaço, atrás de uma centena de outros que se juntaram no mesmo local para um passeio BTT por “não sei onde”, regressando exaustos com as bicicletas imundas ?

Muito dizem-me que é para se manterem em forma, mas quando os vejo frequentar ginásios, piscinas e fazerem o seu jogging a meio da semana, sinto que à uma outra força estranha que os faz sonhar com o fim-de-semana para pegarem nas bicicletas.

Muitos dizem-me que é pela camaradagem, mas quando os encontro na Marginal bem cedo a treinar sózinhos para que no próximo fim-de-semana subam ao Monge e cheguem primeiro que os colegas, sinto que há algo mais que os impulsiona para cima da bicicleta.

Muitos outros dizem-me que é pelas paisagens, pelo desfrutar da Natureza, para conhecer outros locais, mas quando os vejo guinchando de alegria a saltar por cima de valas ou raízes, descendo vertiginosamente pelos caminhos pedregosos, sinto que há uma outra razão para os levar a não perder um passeio de fim-de-semana ou a dar uma volta com os amigos ao fim da tarde.

Outros ainda dizem-me que o fazem pela competição, correndo o país de lés a lés, treinando afincadamente todos os dias para puderem aspirar àquele lugar no pódio, mas quando os vejo a ´´sacarem cavalo´´ e ´´égua´´ ´´saltos em table´´ ´´bunny hops´´ e a fazerem outros truques enquanto aquecem para a prova, sinto que há dentro deles algo mais que os leva a montar naquelas super BTT´s.

Há os que me dizem que é por os outros os desafiaram e que foi um pretexto para se livrarem lá de casa ao fim do dia ou ao fim de semana, mas quando os vejo a escolherem as poças mais fundas do caminho para as atravessar a toda a velocidade com um ar de gozo e prazer sem fim, sinto que há uma outra verdade escondida que os leva a sujarem todos daquela maneira.

Também há os que me dizem que não é por que seja moda, mas sim porque o médico os aconselhou a fazer qualquer coisa, a mexerem-se, a fazer desporto, mas quando os vejo a comprar um capacete a condizer com a cor da bicicleta, e apresentarem-se aos amigos ao fim-de-semana equipados a rigor com um sorrisinho de prazer nos lábios, sinto que pode ter sido o médico, mas há algo mais que os leva a fazer BTT.

E há ainda muitos (mais do que se possa pensar) que me dizem que o fazem porque sempre fizeram desporto, mas que começaram com aquela dor nas costas, foram ao médico e este lhes disse que tinham de parar de andar de bicicleta por causa daquele “princípio” de hérnia discal a menos que comprassem uma suspensão total. Mas quando os vejo exibirem o ´´último grito da moda´´ em tecnologia de BTT´s, e passearem-se secretamente de loja em loja na busca da última invenção fruto duma qualquer chafarica americana que produz acessórios de ´´indiscutível´´ qualidade, para pendurarem na sua BTT, sinto que algo mais os leva a perderem o seu tempo devorando as revistas e as lojas da especialidade.

Todos me dizem que o que gostam é de andar de bicicleta, mas quando os me acompanham nos passeios que fazemos e os vejo a sprintar à minha frente, saltar as pedras no meio do caminho, subir às bermas ´´rélévés´´ dos caminhos, descer escadas, lançarem-se a todo o gás pelas descidas rápidas, puxarem o rabo todo para trás nas descidas mais arrojadas, puxar a bicicleta para cima em qualquer pequena lomba, tirar o pé de apoio, ´´à campeão´´, em todas as curvas. Quando me pedem conselhos sobre suspensões de dupla coroa, quadros em titânio, suspensões totais, rodas em carbono, travões de disco, oito ou nove velocidades, sobre aquele exótico desviador que viram na MBA ou na NET ou aquela barra energética do ´´outro mundo´´ que substitui todas as refeições até ao final da semana. Quando me procuram para que lhes ensine a saltar para subir passeios, usar pedais de encaixe, descer pequenos degraus ou para que serve e como se usa um monitor de frequência cardíaca, sinto que há algo mais por detrás de toda aquela vontade de fazer BTT, há uma força renovada que os atrai e me atrai à BTT, há em nós um frenesim imparável para montar a bicicleta, há em todos nós uma criança que nunca deixámos de ser e ao voltarmos a senti-la redescobrimos que ainda não vivemos toda a nossa infância e como é bom sentir aqueles pequenos prazeres.
É a criança que há em nós que se solta e ao recreá-la sentimo-nos bem e deixamos de lado todas os pergaminhos e mais não somos que um grupo de crianças divertidas.

Na procura dos porquês mais metafísicos fui ignorando o que é tão simples…
Todos fazemos BTT porque isso liberta a criança que há em nós.
 

Joao Narciso

New Member
Boas,

Eu infelizmente nunca ouvi falar do dito senhor, pois sou muito novo nestas andanças.
Ou se ouvi não sabia que se referiam a ele.

Uma coisa eu digo, excelente artigo.
Nota-se a paixão nas linhas que escreveu.
Obrigado Ludos pelo acesso a este artigo.

Boas pedaladas
 

ruim

New Member
Bons dias

Por acaso já conheci pessoalmente o Antonio Malvar , fui lá comprar o gps , e posteriormente a acção de formação , e a opinião que fiquei do Antonio e a melhor , apesar de o ter conhecido comercialmente , a paixão o entusiasmo e experiência que ele transmite pelo BTT , assim se compreende a sua participação em diversos eventos nacionais e internacionais .
um bem haja ao Antonio que tem a capacidade de participar , quando a maioria de nos não tem condiçoes para o fazer .
 

Best

Member
Boas...

Textos escritos por quem sente o "Andar de bicicleta"...

Eu vejo-me ali no que foi escrito!

Abraço
 

Xure

New Member
boas!

Não encontraria melhores palavras para descrever o que sinto quando ando de bike ou mesmo o que sinto durante a semana, quando desejo que o fim de semana chegue para voltar a rolar pelos trilhos novamente.
O senhor em causa revela um paixão pura por este deporto.
Obrigado por partilhares estes artigos com a malta.

Abraços

Xure
 

Sergio B.

New Member
Bom artigo. Vou partilhar convosco o que me atrai nas bicicletas:

* contacto com a natureza
* pratica de exercicio e fundamentalmente-

* superar-me a mim próprio. Pedalar cada vez mais longe e mais rápido. Marcar um destino cada vez mais distante, cumpri-lo e regressar a casa com a satisfação de ter conseguido. Marcar um tempo, lutar contra o cromometro e chegar mais cedo que o previsto.

Pois é meus amigos, estou "agarrado" a isto...
 

Bruno Barcelos

New Member
Eh pá... Até fiquei arrepiado!

Sou desde há anos (quase 10, amigos) um fã incondicional do António!

Fiz duas travessias de Portugal completas, corri quase todos os passeios da ciclonatur pelo país e pelo estrangeiro, e embora não seja do "núcleo duro", considero-me um amigo assíduo. É incrível como ele consegue arranjar sempre o percurso mais "Malvado", como faz de uma pedra uma ferramenta salvadora, e como desafia o McGyver e o Sport Billy com aquele Camelbak milagroso!

Já agora, não é só o António! A Berta, o Pedro e o resto da família acrescentam mística ao BTT nacional. Ainda ia falar nas famosas tartes de tomate, mas já me estou a "esticar" :)

De facto, a forma como ele vive, e permite viver através das suas organizações, o BTT é inspirante!

Agradeço-te Ludos, em nome da admiração que tenho por ele, esta homenagem!

Abraço!
BB
 

Carolina

New Member
Mais uma fã de António Malvar! :mrgreen:

Desde que o conheci que sempre me tratou da melhor forma e me inspirou não só no BTT, mas também na forma de encarar a vida. Ele, e como bem disse o Bruno, a família dele.

Já fiz muitos passeios com Ciclonatur, que apesar das subidas "Malvadas" são sempre óptimos! Para a Travessia, já não falta muito... 2 dias! :wink:

E o Portalegre, devo-o a ele que esteve sempre ao meu lado a apoiar-me! Não é qualquer pessoa que demora mais de 9 horas para fazer o Portalegre, quando o poderia ter feito em metade do tempo, apenas para dar apoio a alguém que tem menos pernas... e não posso também deixar de referir que várias vezes ele parou para ajudar completos desconhecidos com problemas mecânicos.

E a técnica da pedra fez com que o meu cubo traseiro ainda resistisse mais 40kms (estragou-se ao km 60)!

Quanto aos artigos deles, o que mais me tocou é aquele sobre a Ruta dos Conquistadores.

Carolina
 

atlasman

New Member
Olá. Conheço o Sr. António Malvar há cerca de doze ou treze anos quando comecei a participar nos passeios organizados pela Ciclonatur, sobretudo, aqueles perto da minha morada, Arrábida e Cabo Espichel que infelizmente, nos últimos anos e por razões profissionais, não tenho podido ir. :( Embora o conheça mal pessoalmente, pois, durante estes anos não me foi possível participar com muita frequência nos passeios que organizam e aprofundar esse conhecimento, devo dizer que me impressiona e muito admiro a sua forma de estar no BTT, pois, ao longo destes anos tem mantido uma vontade sempre enorme em praticar BTT e fazer os outros praticarem, tendo sido responsável ao longo destes anos pela organização de inúmeros eventos que valorizam o BTT nacional, o incentivam e que ombreiam com muitos outros que lá fora se fazem. Vejam o site ...
Do ponto de vista humano e tendo em conta o que referi anteriormente, é das pessoas mais sinceras e frontais que conheci. Isto valores são, naturalmente, aplicáveis à sua atitude comercial, pois ao contrário de muitos, aconselha os clientes sempre da melhor maneira, mesmo que isso lhe faça perder dinheiro - aconteceu comigo! Por isso comprei lá o meu quadro Atlas de titânio e a suspensão Pace, bem como muito equipamente e sonho ainda um dia fazer a Travessia de Portugal - se o raio do trabalho me deixar !!
Boas pedaladas.
 
Y

yz3btt

Guest
é sem dúvida uma pessoa que aprendi a admirar.
a minha primeira "maratona" foi uma prova criada por este sr. O troia-sagres. Que apesar de ser um prova 100% em estrada... é 100% gratuita tem como o único objectivo é desafiar um grupo de amigos a fazerem mais de 200KM

e depois de ler uma reportagem do Antonio Malvar publicada na bike magazine de janeiro de 2004 La ruta de los conquistadores na costa rica. por mais odios ou paixões que possam existir é dificil não admirar deste sr.
 

José Martins

Administrator
Excelente a possibilidade que o Ludos nos deu de acedermos a estes textos.
Ao ler cada parágrafo, é engraçado a sensação de estarmos a viver o que vamos lendo, ou não fosse esta uma paixão global, pelo menos da nossa parte.
Este tópico estava adormecido à quase três meses, mas face ao seu conteúdo, parece-me que era merecedor de mais atenção da nossa parte.
Lembrei-me que, caso esteja a tentar aliciar alguém para começar nestas andanças, estes textos serão certamente referidos para servirem para dar uma ideia do que se sente, para funcionarem como uma motivação inicial.
Resumindo, simplesmente excelente.
 

Jalabai

New Member
Caro LUDOS, o meu muito OBRIGADO por estes textos... é impressionante a facilidade com que me identifiquei com todas as letras, como diz o colega Cristovão, "ao ler cada parágrafo, é engraçado a sensação de estarmos a viver o que vamos lendo" talvez devido a familiaridade das sensações, talvez devido à paixão pelo desposto, ou pela amor ao BTT...

De todo o conteudo, vou deixar uma frase que identifica bem o que sinto"Felicidade para mim, e quem sabe, não só para mim, são todas aquelas formas de ser feliz com a bicicleta, um pouco de todas ou um muito de todas."

A todos, 1 abraço.

:bompost:
 

HardSpeed

New Member
Ludos,

Obrigado por partilhares estes artigos com o pessoal do fórum.

O Sr.António Malvar partilha com os outros o gosto por uma actividade que vai além do desporto, tornando parte da sua própria vida.

Aquele que gosta muito de uma determinada modalidade tem amor incondicional e uma enorme entrega pela mesma. Partilham, ajudam, motivam e alargam os horizontes dos outros ao mesmo tempo que se enriquecem por dentro.

O caminho para a felicidade é este, seja nas mais variadas formas e meios.
 

ig9981

New Member
Um óptimo.. oppps... um ótimo texto! :wink:

Basicamente, em relação à felicidade que se tem ao fazer btt, esse senhor resume que o essencial é cada um ser feliz à sua maneira, sendo respeitado e respeitando todos os outros... Essa é uma excelente postura, quer para o btt, quer para a vida.


Todos fazemos BTT porque isso liberta a criança que há em nós.

Não poderia estar mais de acordo!! :mrgreen:


Abraços...
 

pirilampo

Member
Tenho este tópico nos meus favoritos e quando a vida me corre um pouco mal, costumo vir lê-lo. Desta vez achei melhor pôr o tópico outra vez em movimento....talvez alguém precise de incentivo ou "outra coisa qualquer".
E depois de o ler os problemas parecem que deixam de ser tão grandes...
Cumps a todos e boas leituras e pedaladas.
 

i_mendes

New Member
Moro em Carnaxide, e já fui várias vezes à Ciclonatur, que fica ali a 300 metros da minha casa. Tenho comprado lá umas peças, pedido conselhos, etc. Não sabia da importância deste senhor no mundo do BTT. Umas vezes falo com ele, outras com o mecânico.

Não fiquei com boa impressão nas primeiras vezes que falei com ele. Ar carrancudo e de poucas falas. Mas podia ser minha impressão. Nas últimas vezes já o achei mais simpático, já metia mais conversa às perguntas que lhe fazia.

Inclusive uma vez um amigo meu estava com um problema, penso que na corrente, e fomos à loja, mas esta já estava fechada. Vimos o Sr. António ali perto, na rua a falar com outra pessoa. Falámos com ele e prontamente tentou saber o que se passava com a bike do meu amigo, e logo ali lhe deu a solução para o problema, mostrando-se bastante prestável.

De vez em quando lá o vejo montado na sua bike. A propósito já viram a bike dele? Quem olha para aquilo parece que a foi buscar a um ferro velho. Mas se olharmos mais de perto, vemos que o material que lá está, embora já velho, é de excelente qualidade.

Quanto aos serviço da loja: excelente. Enviei um email a solicitar uns pneus, e prontamente tinha a resposta no meu email.
 

José Martins

Administrator
Pirilampo, colocas um link para este mesmo tópico ???

Com ou sem o link, ele ficará posicionado mais acima ou mais abaixo, consoante tenha novas mensagens, pelo que o link se torna desnecessário.
Mas já valeu por teres voltado a dar destaque ao mesmo.
 

vdarc

New Member
Cristovao Martins said:
Pirilampo, colocas um link para este mesmo tópico ???

Com ou sem o link, ele ficará posicionado mais acima ou mais abaixo, consoante tenha novas mensagens, pelo que o link se torna desnecessário.
Mas já valeu por teres voltado a dar destaque ao mesmo.

Exactamente.
Só por isso consegui ler os óptimos artigos.

Abraços
 

TA

New Member
Espetacular... como artigos de opinião escritos à cerca de 13 anos atrás e que estão actuais...

Revejo-me, e de certeza que qualquer um de nós, nos traços de felicidade descritos nos artigos.

Parabéns AM.

Boas pedaladas

TA
 
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