Depois da parvoíce aqui fica o prometido...
Os esteróides (e não só os anabolizantes) são hormonas produzidas essencialmente nas gónadas. No caso do homem, estas são representadas pelos testículos. Outros tecidos têm igualmente capacidade de produção de esteróides, como por exemplo as glândulas supra-renais, mas para o caso não são determinantes. O cortisol, como verão mais à frente é um destes exemplos, apesar de não ser um anabolizante (ainda assim tem alguma capacidade anabolizante).
As hormonas esteróides resultam do metabolismo da molécula do colesterol. A molécula é alterada e origina, entre outras a testosterona.
No esquema seguinte apresento sucintamente o processo:
Como podem ver, a testosterona é apenas uma das hormonas sintetizadas. Há que realçar que apesar do esquema o dar a entender, nem todas são sintetizadas em quantidades iguais, sendo que podem variar, por exemplo com o sexo ou até mesmo com os estado geral do organismo.
A título de curiosidade, as moléculas como o cortisol, que é muito semelhante à famosa cortisona, também são oriundos do colesterol, como podem constatar.
Estados de doença podem, por exemplo levar ao aumento do cortisol.
A dihidrotestosterona, que se encontra também neste esquema, é a forma mais activa da testosterona tendo uma potência bem superior a esta última. Entre os efeitos destas hormonas, registam-se o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários (barba, pêlos, mais peso, voz mais grave, etc...), bem como uma capacidade anabólica responsável pelo aumento da massa muscular. O termo anabolismo significa, a grosso modo, "contrucção" ou "deposição". Por outro lado, o termo catabolismo, que é o antónimo do primeiro, refere-se à "destruição" ou "remoção". Estes termos são usados frequentemente em expressões como catabolismo proteico que, como podem calcular significa redução da massa muscular, entre outros mecanismos.
A síntese hormonal a nível do testículo é regulada por outras hormonas que induzem os tecidos a produzir os esteróides. No caso da testosterona, já referida anteriormente, que representa um esteróide anabolizante de origem endógena (origem no próprio organismo), a hormona que regula a sua síntese é a LH, também conhecida como hormona luteinizante, pois é responsável por exemplo, pela ovulação na mulher.
Neste esquema podem ver como esse controlo é feito.
Um dos problemas de aumentar os níveis de esteróides anabolizantes no nosso organismo, é que este controlo efectuado a nível interno fica desiquilibrado. O nosso corpo irá reconhecer as moléculas exógenas (de origem externa) como endógenas e irá reduzir a sua própria produção, podendo criar um síndrome de privação quando se interrompe a toma ou injecção. Em casos mais complicados pode ainda conduzir à atrofia testicular, pois o tecido não tem estímulo hormonal da LH para se desenvolver e produzir, entre outras, a testosterona.
Outros problemas que estes medicamentos podem ter são: a insuficiência hepática, pois estas hormonas são degradadas no fígado e aumentam assim o trabalho deste órgão; tumores hepáticos nomeadamente hepatomas, insuficiência renal; desenvolvimento descontrolado da massa muscular cardíaca, policitémia, que basicamente é o aumento do hematócrito; o colesterol pode estar aumentado, bem como as enzimas marcadoras de lesão hepática – AST, ALT, GGT, FAS.
Por tudo isto desaconselho a toma, excepto em caso de indicação médica.
Na minha área usa-se por exemplo o decadubolin, cuja hormona veiculado é a nandrolona em casos de anemias graves e fraqueza geral.
Alguma dúvida, avisem!
Espero ter sido explícito. Caso não seja sucedido, desde já peço desculpa pois muitos dos termos são simples para mim, apesar de técnicos, e posso sem querer, empregá-los e não os explicar correctamente.
Qeuro ainda realçar que nenhum deste conhecimento é retirado de sites brasileiros de credibilidade desconhecida. O que disse aqui é fruto de estudo e trabalho, por isso pensem duas vezes antes de irem "à net" procurar parvoíces e adicionarem a este tópico :google:
Abraço a todos.