29er A velha história do quadro de Alumínio ou Carbono

[àsvoltas]

Alumínio ou Carbono?

Pois...

De quem sempre gostou de andar, mas é agora que tem a possibilidade de aquirir,
e que seja uma boa (...!), necessito de uma opinião de quem já teve e andou com
ambos os quadros?

A ideia é imaginar o mesmo equipamento (shimano XT, quadro rígido com suspensão fox)
num quadro de Alumínio ou Carbono.

O que se sente de diferente?

Aguardo, e tremo a pensar no XC do primeiro Domingo quando a tiver

Obrigado

 

[ignite]

Viva,
já tens alguns tópicos à volta dessa questão:

http://www.forumbtt.net/showthread....-um-quadro-em-Aluminio-Escandio-ou-em-carbono
http://www.forumbtt.net/showthread.php?361-Vantagens-do-carbono-em-rela%E7%E3o-ao-alum%EDnio
http://www.forumbtt.net/showthread.php?32885-Quadros-HT-Carbono-ou-Alum%EDnio
http://www.forumbtt.net/showthread.php?21253-Duvida-CARBONO-ou-ALUMINIO
etc



Aluminio:
não oxida com a facilidade do aço
mais barato
melhor relação preço vs peso
para ser mais leve é normal que seja mais rigido (menos confortável)

Carbono:
Geralmente mais leves e também mais caros
Menos duradouros face aos metais
Mais dificeis de reparar em situações tipo "bateu um calhau e fez um buraco"
O comportamento depende da forma como tenha sido construído. Podes ter um quadro rigido no pedaleiro, com escoras confortáveis e ao mesmo tempo leve.
Geralmente os preferidos para competição

Escândio:
Pelo que sei é tipo aluminio, mas mais caro, geralmente mais leve e mais rígido.

Ccromoly, aço, etc:
Mais confortável que aluminio
Mais pesado
A qualidade e o comportamento também dependem do fabricante do quadro, do fabricante dos tubos e da forma como tenha sido construido.
Oxida com mais facilidade que o alumínio, embora os tubos tenham tratamentos para que também não sejam assim tão vulneráveis à ferrugem.
Geralmente os preferidos para travessias/bikepacking porque são fáceis de reparar, confortáveis e mais barato q Ti.

Titânio:
Material nobre
Geralmente os mais caros, rivalizando no preço em casos top de carbono.
Mais confortável que Aluminio, e quanto mais andas mais confortável fica
A resistência à fadiga é largamente superior a todos os outros materiais.
Mais dificil de reparar que alu e aço.
Considerados "quadros para a vida"



o melhor para ti depende da tua carteira e do que pretendas da bike, do tratamento que vai levar, etc


Ps: se há alguma bacorada no texto, corrijam sff

 

[SeteGu]

Apenas uma pergunta:

Carbono:
(...)
Menos duradouros face aos metais

Porquê?

Parece-me a mim que essa afirmação é um bocado "perigosa"... o alumínio tem o famoso problema da fadiga.

 

[àsvoltas]

Bom dia,

Antes de colocar este post, tinha já lido sobre as vantagens/desvantagens do AL e CARB.
Mas o que gostava de ter de vossa parte, BTTistas experientes, é a descrição do uso que tiveram.

Ou seja, as sensações, comportamentos, em andar com uma bike de quadro AL ou Carb.

Aquilo que se sente ao usar. Por exemplo:
- alguém que me diz, "troquei o quadro por uma de carbono, e foi uauuu, deixei de sentir o quadro a "ranger", a dureza no estradão.. agora sinto a bike sem abanar tanto"
ou
- alguém que me diz, "troquei o quadro por uma de carbono, e não notei nada de especial. A bike é mais leve, mas no andar, o mesmo tipo de sensação do rolarn no estradão. a suspensão faz e continua a fazer a diferença"

No fundo saber se vale a pena gastar mais 600€ num CARB e senão o fizer, pensar que devia tê-lo feito.

Obrigado e desculpem a paciência.

 

[ignite]

SeteGu, posso ter dito algo errado ou não totalmente certo, mas o carbono e o aço também cedem à fadiga.

O ti também, mas está a anos luz de todos os outros.

 

[SeteGu]

Não estás a dizer nada de errado... o problema é que o alumínio é dos metais com menor resistência à fadiga... Não sei em que te baseias para poder dizer que um quadro de carbono à partida durará menos tempo que um de alumínio.

É verdade que um quadro de alumínio não é só alumínio e, por isso, poderá não ser fácil generalizar. Por vezes, pequenas quantidades de um ou mais dopantes poderão fazer toda a diferença no que ás características do material diz respeito. Daí a existência de milhares de ligas metálicas. Por exemplo: Ferro com 0,01% de carbono já não é ferro... é aço. Com 2 e tal % de C (e silício) é ferro fundido, etc...

Assim como o "carbono"... em que há compósitos e compósitos de carbono... que são de matriz polimérica (como quase todos os compósitos), ou seja, até são mais "plástico" que carbono.

Ou seja... é tudo muito relativo e essa é a beleza dos materiais. Podemos modifica-los de forma a responderem da melhor forma às nossa exigências (ou não).

Um exemplo: nos blocos de motor o "alumínio" substituiu o ferro fundido. Porém agora já há ligas de ferro fundido que prometem substituir os blocos de alumínio porque são ainda mais leves e têm excelentes propriedades mecânicas. E quando digo prometem é no sentido de já começar a haver produção desse tipo de blocos.

Por isso se calhar ainda vamos ver quadros de ferro fundido mais leves e resistentes que o aluminio... ou quem sabe que o carbono. Só o futuro o dirá.

Este vídeo é bastante interessante... principalmente o final.
[video=youtube;xreZdUBqpJs]https://www.youtube.com/watch?v=xreZdUBqpJs[/video]

 

[àsvoltas]

Caros,
para que possa ser ainda mais preciso,
eis duas em que a diferença está apenas no quadro (AL ou CARB)
O equipamento é exactamente igual (apenas a roda é diferente é da mesma marca, mas um pouco mais leve)

- Grand Canyon CF SL 8.9 - 2499
- Grand Canyon AL SLX 9.9 - 1899

A CF tem menos +- 500g.

Qual a vossa escolha?

Será que a de carbono vale a pena?
Sente-se a diferença na condução?

Com o mesmo equipamento?


Obrigado, SeteGu, pelo vídeo.

 

[ignite]

SeteGu: estava a ser generalista, e também a considerar aquelas situações em q deixas cair a bike e o quadro bate numa pedra. é preciso sempre menos cuidado c o alu. de resto, dou o braço a torcer porque tenho noção do quão generalista fui eheh


àsvoltas:
na de carbono presumo que tenhas:
- melhores arranques,
- melhor controle em piso muito irregular, já que o quadro deve ser mais elástico e por isso
- mais conforto ao fim de várias horas a pedalar

 

[Joseelias]

Do que li há muito poucas desvantagens confirmadas relativamente ao carbono tirando a questão do preço elevado, que é um facto.

De resto, não há ainda desvantagens claramente confirmadas, como acontece com outros materiais tais como a fadiga do alumínio, o risco de oxidação do aço, ou o preço e dificuldade de reparação do titânio dada a raridade de encontrar especialistas na área. Destes três, a desvantagem mais certa é mesmo a fadiga do alumínio.

Há quem aponte que o carbono pode sofrer degradação das resinas por causa dos raios UV, mas não está confirmada a escala dessa degradação em particular quando se usam ingredientes específicos para a prevenir (nas resinas ou na pintura). Crê-se que é mínima se existir. Também há a questão do calor, como por exemplo deixar a bicicleta dentro do carro no verão (imaginemos no Baixo-Alentejo). Mas também não há indicações que o calor afecte de forma clara o carbono.

Acho que há no entanto um ponto com relevância no que toca ao carbono, e que é a qualidade de construção.

O carbono é um material que implica que quem o usa saiba o que está a fazer, nomeadamente que tipo de mantas usar, como as usar e o cuidado no fabrico. E também maior dificuldade de avaliar a qualidade de construção dos componentes. Por este motivo corre-se o risco de comprar produtos de menor qualidade sem se saber. Neste aspecto importa comprar de fabricantes que nos inspirem confiança.

Podia ainda argumentar com o valor de revenda de uma bicicleta de carbono. Mas sabe-se lá se uma bicicleta de carbono manterá um valor elevado pelo exclusivo que representa, ou desvalorizará bastante pois ninguém quer pagar muito por um quadro usado sem saber como estão as fibras no seu interior?

A minha opinião relativamente ao assunto é a seguinte. Podes comprar o quadro de carbono sem que isso implique um esforço financeiro excessivo e seja um gasto razoável relativamente aos rendimentos que tens? Se sim, compra carbono. Fazes competição a nível federado e participas em campeonatos nacionais ou aspiras a fazê-lo e tens potencial? Então compra carbono se a redução do peso, melhor absorção das vibrações e impactos te ajudar a aumentar o rendimento e a seguir uma carreira desportiva.

Se pelo contrário, o gasto for pouco razoável em termos económicos, ou fizeres apenas provas sem valor competitivo real nas quais deves na verdade competir principalmente contra ti próprio, acho que podes ficar pelo alumínio. Acho que não te divertirás menos, se ficares atrás de mais um ou dois numa dessas provas de brincadeira também não perdes nada e ficas com dinheiro que te pode servir para muitas outras coisas.

 

[SeteGu]

A nível prático não sei... porque tive ainda pouco contacto com quadros de carbono. Sempre tive bicicletas com quadros de aço ou alumínio.

É verdade que o alumínio tem o tal problema da fadiga mas creio que (felizmente) é raro ouvir aqui pelo fórum que um quadro de alumínio partiu...

Tenho até a sensação que é mais comum ouvir o mesmo relativamente aos quadros de carbono (se bem que, novamente, há carbono e carbono).

Joseelias
Não concordo que o carbono não tenha desvantagens... uma delas é a anisotropia... ou seja, ao contrário dos metais, as propriedades mecânicas tendem a variar conforme a direção. A meu ver é possível que seja uma das razões pela qual muitas vezes quebram. Além disso o processamento é mais complexo e, a meu ver, deverá exigir um controlo de qualidade muito mais apertado (sob pena de também poderem partir).

 

[Joseelias]

@ SeteGu

É por esse motivo que referi que quem o usa na construção de quadros e componentes tem que saber que mantas usa, como as usa e ter cuidado no fabrico. E que, como tal, se deve de comprar de fabricantes que inspirem confiança pois no carbono é mais difícil avaliar a má qualidade. O componente pode estar todo bonito mas ninguém sabe o que lá está por baixo. Falo por experiência própria quando usei material de competição nesse material na canoagem.

Se tudo isso estiver garantido, e não é pouco , não vejo grandes problemas com o carbono.

No caso do metal, em particular nos tubos de marca como a Tange, Reynolds, Columbus, Sandvik temos logo à partida garantia de qualidade do material. Sabemos com que ligas estamos a lidar e aquilo que elas oferecem sem nada escondido. E a má construção de um quadro pode ser mais aparente a olho nu pela má qualidade das soldaduras ou alguma deformação ou mau ajuste das partes.