Bem, tendo participado nas 3 edições da Maratona do Cabo Espichel, vou tentar ser construtivo e objectivo.
Tendo em conta que escrevi uma mensagem extensa dias antes de se realizar a maratona, lamento não terem tido em consideração alguns dos pontos referidos no mesmo.
Partida: para quem pratica maratonas de lazer com alguma frequência, questiono-me porque não estava indicado no sítio da prova o local de entrega de dorsais de forma explícita?
Porque razão não estavam os dorsais disponíveis para entrega na véspera? Tinha sido útil, não só na gestão de recursos humanos que podiam ter sido encaminhados para outras funções no dia da prova, além de que se podia, em meu entender diluir um factor de stress sempre presente neste tipo de eventos, e fazer um trabalho muito mais adequado. Pedir o B.I. aos participantes para que não existisse enganos na entrega, para que não houvesse quem tivesse que esperar que o seu dorsal fosse feito no momento, por este ter sido trocado, perdido ou roubado.
Speaker sem megafone ou sistema de som para comunicar informações importantíssimas aos participantes, não ajuda.
A partida não se realizou há hora prevista, para mim não é importante, porque para mim nas maratonas de lazer o mais importante é desfrutar do prazer de participar numa prova onde me sinta em segurança, num percurso bem montado, bem sinalizado, limpo, onde as zonas de abastecimento estão bem localizadas e onde os abastecimentos são adequados ao tipo de esforço realizado. É o mínimo que eu posso pedir à uma organização de uma maratona de BTT.
Percurso: ao km 5 eu e uma boa quantidade de participantes perdeu-se, tentei ligar para um dos números do SOS, mais do que uma vez, ninguém atendeu, considero este o erro mais grave desta organização. Não estava ferido mas e se estivesse? Para mim o factor mais importante quando se organiza um evento desportivo ou de lazer é a segurança. Se os nossos “clientes” não se sentirem seguros, o que acontecerá à minha empresa? De referir que eu tentei ligar para alertar o que se estava a passar, para ajudar, tal como fiz dias antes da prova.
Não foi só aí que me perdi, eu e os que vinham comigo, outros locais: na Lagoa de Albufeira, na lagoa pequena e junto ao farol onde estava situado o segundo posto de controlo, onde ainda me disseram que tinha cortado caminho… Nós não cortamos caminho, nós perdemo-nos porque não existiam indicações, o cortar caminho foi involuntário, atenção ao que se diz aos atletas que além da fadiga física (muscular) também estão em grande stress mental.
Para mim os enganos no percurso deveram-se todos devido ao mesmo erro. Depois de uma fase de aceleração colocar uma fita a 180°, sem tinta no chão a sinalizar corte de estrada, sem sinalização vertical a indicar a mudança de direcção o natural é seguir em frente. Em muitos locais faltou este tipo de sinalização e sinalização de perigo!
Houve sítios que necessitavam de ser limpos, de ramos de árvores, pinhas, cepos (localizados no meio do percurso em locais rápidos), etc. Evitam-se quedas, evitam-se chatices (furos, pneus rasgados, etc) aos praticantes e torna-se mais agradável o percurso.
Se bem me lembro passamos por uma ponte de madeira, a única do percurso, porque razão não existia uma ponte no local que antecedia esta? Este local era uma autêntica vala, não tinha sinalização de perigo e ainda por cima só podia ser ultrapassado desmontando da bike, um local em que também teria sido boa ideia sinalizar atempadamente com sinais de perigoso e até ser vigiado por alguns membros da organização.
Zona de abastecimento ao KM 32???? Num percurso com este grau de dificuldade? Eu sei que existiram ao longo do mesmo pontos intermédios com membros da organização a cortar a estrada e a fornecer água mas uma ZA ao Km 32 (pelo menos no meu km) acho que é muito mal localizado. De referir que farinha torrada nem vê-la, um ex-líbris desta região, uma oportunidade perdida para marcar pela diferença (positiva) esta maratona. A zona de abastecimento estava muito muito mal abastecida.
Postos de controlo: Identifiquei dois. Perto da praia do meco e perto do farol do cabo Espichel. Para mim irrelevantes, lá diz o ditado: “cada um sabe com as linhas que se coze”, se querem cortar caminho, cortem, é irrelevante (para mim) esta é uma maratona de lazer e não uma maratona sob a tutela da Federação Portuguesa de Ciclismo, aqui ninguém está a disputar nenhum título de campeão nacional, participa quem quer, federados e não federados. Cortar caminho numa maratona organizada pela tutela aí sim faz sentido fazer uma reclamação, é a minha opinião, cada um tem a sua.
Por fim, o que se passou com o(s) desafio(s) das aguncheiras? Irão todos os participantes ter direito ao prémio? Outra oportunidade perdida de marcar pela positiva a maratona.
Lavagem de bicicletas não utilizei, assim como os banhos.
Concluindo, se vou participar na próxima maratona por vocês organizada? VOU (mesmo achando que a II maratona foi a melhor), porquê?
Porque sei as dificuldades que a organização de um evento desportivo desta envergadura implica, porque sei que não é com o dinheiro das inscrições da maratona que se ganha dinheiro, porque sei que uma maratona deste género se não tiver a ajuda, colaboração, trabalho de muitos voluntários, benévolos não corre bem e quando escasseiam os recursos humanos, as pessoas corre sempre mal. A Uma maratona de BTT necessita de muito trabalho, conhecimento na área, planeamento, muitos recursos humanos, financeiros, temporais, etc.
Fiquei contente com o percurso dos 60 km, riscaram a pior parte do percurso do ano passado. Acho que é um percurso que sofrendo algumas alterações e sendo bem sinalizado potencia o que de melhor têm, quanto a mim, esta maratona, a sua localização, as suas paisagens. Espero não ter estado a perder tempo a escrever estas linhas, coloquem no Projecto toda a informação relevante que vos transmitiram e para a próxima façam uma boa análise S.O.W.T. para que tudo corra pelo melhor.
ATENÇÃO à informação disponível no vosso sítio, já dava uma indicação do que se iria passar no dia da prova.