Li o site da fpcub e o que lá está escrito não me pareceu muito afastado do que tinha dito. Pelo menos são muito explícitos a dizer que os ciclistas envolvidos num acidente devem de ser cobertos pelo seguro do automóvel independentemente da culpa, e muito pouco claros e até algo dúbios a dizer que caso haja culpa do ciclista este terá que indemnizar quem sofreu danos se for considerado culpado. Só isso já me cheira a esturro porque é como os partidos políticos agem na apresentação de leis...
Até diz que o fundo de garantia automóvel deverá de arcar com as despesas caso se considere que o ciclista não tem forma de pagar os danos. Isto é, se eu como condutor mandar outro carro para a sucata por culpa de um acidente que provoquei terei que arcar com as despesas mesmo não tendo dinheiro. Eu último caso terei a casa penhorada e ficarei a viver na rua, ou irei para à cadeia. Se estou enganado corrijam-me.
Num caso semelhante o ciclista seria coberto pelo fundo de garantia automóvel. Não posso concordar com isto e nem sequer se afasta muito do que afirmei antes.
O site da Mubi é um pouco mais claro mas alinha pela mesma tónica dizendo que : "Posteriormente, se for provado que o utente vulnerável foi culpado pela colisão, a seguradora terá sempre a possibilidade de reaver o montante indemnizatório, ou parte dele, dependendo do tipo de vítima e das circunstâncias da colisão."
Isto é, o seguro poderá reaver o dinheiro dependendo das circunstâncias. Eu como condutor tenho as mesmas benesses?
Depois no site da MUBI fazem uma afirmação que para mim soa-me a típica demagogia tuga: (...)De referir que a generalidade dos países europeus que adoptaram o Principio da Responsabilidade Objetiva registam actualmente índices de sinistralidade inferiores aos de Portugal, (...)
Ora, esses países registam um milhão de coisas melhor que Portugal, não por causa de simples aprovação de leis. Mas sim porque o nível de civismo está num nível diferente, apesar de haver ou não leis.
Já os portugueses, simplesmente fazem o que lhes apetece independentemente do prejuízo que causem a outros. Quantas e quantas vezes ouvi pessoal a usar coisas emprestadas e quando lhes estão a dar mau uso e são chamados à atenção respondem: Não é meu, quero lá saber!
E se um tuga tiver o azar de ser apanhado tenta por todas as formas desresponsabilizar-se. É esta a verdadeira razão porque há menos sinistralidade lá fora. Há mais civismo independentemente das leis.
Para mim, a aprovação de leis que tirem responsabilidade das pessoas sobre actos que cometem, apenas vai levar a mais bandalheira e não a melhoria alguma.
Ainda ontem eu e a minha mulher ia-mos sendo vítimas desta mentalidade, quando um corredor se recusou até ao últissimo momento a dar um passo ao lado para sair da estrada e andar dois ou três metros numa berma de terra plana com 10 metros de largura. Ainda ouvi insultos da besta, que na mente dele devia de ser mais complicado dar esse passo ao lado que eu ter que me mandar para o meio de uma estrada onde mal passa um camião e onde até tinha a visibilidade reduzida para trás por causa da minha mulher que tapava parte da estrada. E não foi a primeira vez que isto me aconteceu!
É com este tipo de pessoas com que nós lidamos em Portugal, sejam condutores, ciclistas ou peões. Se houvesse um acidente tenho a certeza que aquela besta diria todo o tipo de mentiras e em último caso eu é que ainda me lixava.
Para mim, a culpa deve cair de forma igual sobre todos que têm responsabilidades nos seus actos. Se as leis que
existem fossem respeitadas e punidas quando não o são (especialmente no que toca aos automobilistas) não havia necessidade de andar a criar leis que apenas irão agravar as divisões que já existem e a aumentar o ódio que se sente contra os ciclistas.