Trabalho de Ourives – Manípulo SRAM X7.0 – 9 Velocidades
Eu tenho uma Grand Canyon 6.0 desde Janeiro deste ano com 4000km. Até já deixei uma análise da bicicleta no tópico http://www.forumbtt.net/index.php/topic,47181.0.html.
Depois de muita lama e rodagem vem os problemas mais comuns, folgas nos cubos, o atrito das “bichas”, a troca e afinação do conjunto da transmissão… enfim, todos sabem do que falo… Mas existe um problema que levei a uma ou duas lojas – o do manípulo X7.0 da SRAM e modelos superiores e inferiores que também sejam trigger (acho que é assim o termo) e disseram-me que aquilo era trabalho de ourives, que o que pagava para um técnico olhar para aquilo não compensava o preço que iria dar por um novo, até mesmo de gama superior.
Explicando o problema que pelo que li em alguns sites é bastante comum – é o facto de as alavancas do manípulo não virem para a posição inicial.
Vou dar um exemplo:
1. Aproxima-se uma área a descer.
2. Como vamos no prato pedaleiro 2 subimos para o prato 3.
3. A alavanca não volta para a posição inicial.
4. Quando chegamos ao fim da descida precisamos por outra vez no prato 2.
5. A alavanca de soltar o cabo não o vai fazer porque a de puxar o cabo não foi completamente para trás.
6. O betetista terá que puxar a alavanca inferior para trás para poder soltar o cabo e mudar de prato
Isto pode acontecer em vários cenários que são também eles comuns!
O que se passou a seguir?! Armei-me eu ourives e coloquei mãos à obra… A primeira vez que desmontei foi um desânimo – umas 4 horas para perceber o total funcionamento do manípulo – onde as molas deveriam assentar, como as peças encaixam, o que devo colocar primeiro… entre outras coisas.
Então passo a explicar como solucionar o problema.
Este problema resulta de poeiras, lama, pó que se intala nos pontos de rotação das alavancas e entre o metal das molas, provocando assim, grande atrito à rotação – um pouco como acontece nos cabos do sistema de transmissão.
Para tal precisamos das seguintes ferramentas:
1 Conjunto de Chaves Sextavadas (são precisas 2 chaves sextavadas de 5mm)
1 Chave de Cruz
Massa consistente (1 mm quadrado chega)
Material de Limpeza qb.
Instruções
1 – Soltem o cabo e desmontem o manípulo todo (não vou colocar como desmontar – se quiserem invertam o processo de montagem e já sabem como o fazer). Cuidado que no processo molas podem saltar e perder-se por isso acautelem-se de todo o material. O resultado final deve ser este. Devem ter estas peças todas:
2 – Limpar tudo – na minha opinião, vão à cozinha e roubem um pouco de detergente da louça lá da vossa cozinha. Em baixo sinalizo as partes mais importantes das peças que devem limpar.
As molas assinaladas na imagem são as mais sujeitas a trabalhar menos bem e com maior corpo de mola – responsáveis por devolver a alavanca inferior à posição inicial e provocar tensão no manípulo no sentido de baixar a mudança.
3 – Deixar tudo secar muito bem.
4 – Montar o corpo da alavanca inferior.
a) Pegar na peça dourada da imagem e encaixá-la no buraco.
b) Colocar a mola na posição indicada, com o círculo no centro e as pontas atrás da peça previamente montada e a ranhura feita na alavanca própria para o efeito. E colocar a “tampa” como mostra a figura.
5 – Introduzir a alavanca pelo lado interior do suporte do manípulo (parte preta).
6 – Inserir a mola que faz rodar a alavanca para a sua posição inicial. Atentem nos orifícios assignados para o efeito.
7 – Após isto vamos colocar o corpo da alavanca superior em cima da alavanca infeior. Se por acaso esta mola se tiver soltado (o que não acontece com facilidade), recolocá-la conforme nas imagens. A parte circular que fica virada para cima deve levar um pouco (mesmo pouco) de massa, onde vai assentar a outra peça circular metálica.
8 – Depois vamos encaixar as peças superiores, primeiro o objecto circular metálico, sobre o qual assenta o objecto plástico que irá segurar o cabo. Certificar que as partes metálicas ficam bem colocadas. Quer isto dizer, a alavanca inferior deve ter a saliência metálica na base do orifício prolongado da parte metálica de baixo e no topo do orifício prolongado da parte metálica superior (que roda).
9 – Apertar o parafuso – são necessárias 2 chaves sextavadas de 5mm.
10 - Colocar a mola de cima (que vai fazer tensão para o manípulo descer de mudança) – mais uma vez atenção que existem orifícios apropriados para tudo!
11 – Pegar a parte de cima do manípulo e assegurar que a fita está na posição 1 (já explico porquê 1 e não 9).
12 – Antes de apertar a parte de cima, e para facilitar que ao montar a parte de cima a mola de cima não salte fora do sítio deve-se dar a tensão completa ao manípulo (protejam os olhos – não vá o diabo tecê-las e ir uma mola disparada aos olhos). Assim encaixem, apertem os parafusos e verifiquem se a fita ficou a rodar em conformidade com os limites do manípulo.
13 – Peguem numa chave de cruz e apertem o parafuso de mudança de cabos.
E é assim, este nosso problema extingue-se por tempo incerto e as já não precisamos de puxar nós as alavancas para trás para poder mudar a mudança!
Espero que seja útil... Principalmente a quem se tentar armar em ourives... Qualquer coisa perguntem...
Antes que me esqueça - o manípulo do desviador frontal é igual e as instruções de montagem também se aplicam - a única diferença é nos objectos metálicos que apenas estão preparados para 3 posições.
Shiftem e Triggem muito!!! :wink: :wink: :wink:
Eu tenho uma Grand Canyon 6.0 desde Janeiro deste ano com 4000km. Até já deixei uma análise da bicicleta no tópico http://www.forumbtt.net/index.php/topic,47181.0.html.
Depois de muita lama e rodagem vem os problemas mais comuns, folgas nos cubos, o atrito das “bichas”, a troca e afinação do conjunto da transmissão… enfim, todos sabem do que falo… Mas existe um problema que levei a uma ou duas lojas – o do manípulo X7.0 da SRAM e modelos superiores e inferiores que também sejam trigger (acho que é assim o termo) e disseram-me que aquilo era trabalho de ourives, que o que pagava para um técnico olhar para aquilo não compensava o preço que iria dar por um novo, até mesmo de gama superior.
Explicando o problema que pelo que li em alguns sites é bastante comum – é o facto de as alavancas do manípulo não virem para a posição inicial.
Vou dar um exemplo:
1. Aproxima-se uma área a descer.
2. Como vamos no prato pedaleiro 2 subimos para o prato 3.
3. A alavanca não volta para a posição inicial.
4. Quando chegamos ao fim da descida precisamos por outra vez no prato 2.
5. A alavanca de soltar o cabo não o vai fazer porque a de puxar o cabo não foi completamente para trás.
6. O betetista terá que puxar a alavanca inferior para trás para poder soltar o cabo e mudar de prato
Isto pode acontecer em vários cenários que são também eles comuns!
O que se passou a seguir?! Armei-me eu ourives e coloquei mãos à obra… A primeira vez que desmontei foi um desânimo – umas 4 horas para perceber o total funcionamento do manípulo – onde as molas deveriam assentar, como as peças encaixam, o que devo colocar primeiro… entre outras coisas.
Então passo a explicar como solucionar o problema.
Este problema resulta de poeiras, lama, pó que se intala nos pontos de rotação das alavancas e entre o metal das molas, provocando assim, grande atrito à rotação – um pouco como acontece nos cabos do sistema de transmissão.
Para tal precisamos das seguintes ferramentas:
1 Conjunto de Chaves Sextavadas (são precisas 2 chaves sextavadas de 5mm)
1 Chave de Cruz
Massa consistente (1 mm quadrado chega)
Material de Limpeza qb.
Instruções
1 – Soltem o cabo e desmontem o manípulo todo (não vou colocar como desmontar – se quiserem invertam o processo de montagem e já sabem como o fazer). Cuidado que no processo molas podem saltar e perder-se por isso acautelem-se de todo o material. O resultado final deve ser este. Devem ter estas peças todas:
2 – Limpar tudo – na minha opinião, vão à cozinha e roubem um pouco de detergente da louça lá da vossa cozinha. Em baixo sinalizo as partes mais importantes das peças que devem limpar.
As molas assinaladas na imagem são as mais sujeitas a trabalhar menos bem e com maior corpo de mola – responsáveis por devolver a alavanca inferior à posição inicial e provocar tensão no manípulo no sentido de baixar a mudança.
3 – Deixar tudo secar muito bem.
4 – Montar o corpo da alavanca inferior.
a) Pegar na peça dourada da imagem e encaixá-la no buraco.
b) Colocar a mola na posição indicada, com o círculo no centro e as pontas atrás da peça previamente montada e a ranhura feita na alavanca própria para o efeito. E colocar a “tampa” como mostra a figura.
5 – Introduzir a alavanca pelo lado interior do suporte do manípulo (parte preta).
6 – Inserir a mola que faz rodar a alavanca para a sua posição inicial. Atentem nos orifícios assignados para o efeito.
7 – Após isto vamos colocar o corpo da alavanca superior em cima da alavanca infeior. Se por acaso esta mola se tiver soltado (o que não acontece com facilidade), recolocá-la conforme nas imagens. A parte circular que fica virada para cima deve levar um pouco (mesmo pouco) de massa, onde vai assentar a outra peça circular metálica.
8 – Depois vamos encaixar as peças superiores, primeiro o objecto circular metálico, sobre o qual assenta o objecto plástico que irá segurar o cabo. Certificar que as partes metálicas ficam bem colocadas. Quer isto dizer, a alavanca inferior deve ter a saliência metálica na base do orifício prolongado da parte metálica de baixo e no topo do orifício prolongado da parte metálica superior (que roda).
9 – Apertar o parafuso – são necessárias 2 chaves sextavadas de 5mm.
10 - Colocar a mola de cima (que vai fazer tensão para o manípulo descer de mudança) – mais uma vez atenção que existem orifícios apropriados para tudo!
11 – Pegar a parte de cima do manípulo e assegurar que a fita está na posição 1 (já explico porquê 1 e não 9).
12 – Antes de apertar a parte de cima, e para facilitar que ao montar a parte de cima a mola de cima não salte fora do sítio deve-se dar a tensão completa ao manípulo (protejam os olhos – não vá o diabo tecê-las e ir uma mola disparada aos olhos). Assim encaixem, apertem os parafusos e verifiquem se a fita ficou a rodar em conformidade com os limites do manípulo.
13 – Peguem numa chave de cruz e apertem o parafuso de mudança de cabos.
E é assim, este nosso problema extingue-se por tempo incerto e as já não precisamos de puxar nós as alavancas para trás para poder mudar a mudança!
Espero que seja útil... Principalmente a quem se tentar armar em ourives... Qualquer coisa perguntem...
Antes que me esqueça - o manípulo do desviador frontal é igual e as instruções de montagem também se aplicam - a única diferença é nos objectos metálicos que apenas estão preparados para 3 posições.
Shiftem e Triggem muito!!! :wink: :wink: :wink: