Tenham juizo

whiplashh

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Este fim de semana, fiz pela terceira vez o Caminho de Santiago, e pela primeira vez apanhei muitas gente de bicicleta, e apercebi-me de coisas muito desagradáveis. Não tenho nada contra as pessoas levarem carro de apoio, embora pessoalmente não sei qual o merito que terá alguem em fazer os caminhos, com um motorista que lhe leva as coisinhas todas.
O caminho é tambem espirito de sacrificio e superação. Não são férias nem turismo.
Sou é totalmente contra e acho vergonhoso e inqualificável essas pessoas levarem motoristas de carros pernoitar albergues, ficando peregrinos a serio, ou á porta, ou a dormir no chão, como presenciei eu.
Essa gente devia ter bom senso e pensar que secalhar um peregrino a sério que está a fazer o caminho porque perdeu um familiar, ou tem um cancro, ou outra coisa qualquer, e vem exausto, e em tanto sofrimento de tanto caminhar,ou pedalar ( pq tb há peregrinos a serio que vão de bike) e tem de ficar fora de uma camarata, enquanto motoristas e turigrinos estão confortavelmente instalados em suas camas.
Qualquer dia encerram os albergues a peregrinos de bicicleta, e com razão.
Tenham bom senso.
 

abelha2

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"Não tenho nada contra as pessoas levarem carro de apoio, embora pessoalmente não sei qual o merito que terá alguem em fazer os caminhos, com um motorista que lhe leva as coisinhas todas.
O caminho é tambem espirito de sacrificio e superação. Não são férias nem turismo."


Isso é a opinião de cada um. Eu espero um dia vir a fazer o caminho, mas em jeito de férias e turismo, até porque sou ateu. No entanto não deixa de ser uma viagem divertida para quem gosta de BTT e da natureza. Quanto ao levarem motorista depende de cada um, para mim sofrer não faz parte do divertimento de andar de bicicleta.

"Sou é totalmente contra e acho vergonhoso e inqualificável essas pessoas levarem motoristas de carros pernoitar albergues, ficando peregrinos a serio, ou á porta, ou a dormir no chão, como presenciei eu."


Aqui já concordo contigo, mas isso não será também culpa de quem os explora? Pelos relatos que por aqui li (nunca fiz o caminho) até davam prioridade as pessoas a pé em relação aos ciclistas. Não deviam permitir que estes ocupassem um lugar até determinada hora.
 

whiplashh

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Abelha2 , é a opinião minha e de muitos que sentem e amam o caminho.
Acho não me entendes-te bem, ou então fui eu que me expliquei mal. Não tenho nada contra quem está em turismo, mas os albergues existem para PEREGRINOS e não para turistas!
 

whiplashh

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E claro que cada um faz o caminho da maneira que quiser e como quiser, desde que o respeite.As motivações só dizem respeito a cada um e o caminho está aberto a todos nós. Sou o primeiro a achar que o caminho é acima de tudo um prazer.
Não consigo é entender pq quem assumidamente vai em férias, turismo, etc se instala em albergues de peregrinos. Qual a logica? Será por ser mais barato?
Para turistas existem pensões e hoteis, para peregrinos existem albergues. Repara que todos os albergues se chamam albergue de peregrinos de ...
Bom caminho
 
Olá amigos, penso que todas as opiniões são para serem respeitadas e nenhuma das nossas está correcta, pois a partir do momento em que imponho a minha opinião sobre as demais deixa de ser opinião e passa a ser uma regra..
Em relação a fazer os caminhos de santiago seja com apoio, seja em bicicleta eletrica, seja como for, o que interessa é o que vai no interior da cabeça da pessoa e não o meio de locomoção ou como o está a fazer..
Eu sou adepto de não carregar as coisas ás costas, no entanto respeito e dou valor a quem faz tudo por autonomia total, mas eu não faria uma viajem de 5 ou mais dias sem apoio, são opiniões..
Eu por exemplo raramente rezo e vou a igrejas e isso faz de mim uma pessoa não crente em deus? A meu ver não, pois é mais importante o que me vai no interior e as minhas acções praticadas diariamente do que as pessoas que vão á igreja todos os dias e depois são como são( não com isto estar a criticar quem quer que seja).
Eu fiz os caminhos de fatima em 2 dias e ficamos num hotel, não levamos carro, não achei necessidade disso..
Mas um dia quando for fazer a GR24 sem sombra de duvidas que tentarei levar um apoio como é logico, o btt é para ser vivido e não para sofrer.. È a minha opinião..
Um abraço e boas voltas amigos!!
 

whiplashh

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João Maia penso que não entendes-te o que eu quiz dizer. Volto a dizer que respeito todas as mptivações e razões que levam alguem a percorrer os caminhos e cada um faz o caminho da maneira que entender. Mas os albergues são para peregrinos e não para motoristas de carros de apoio, nem familiares que vão dentro desses carros e não andam um metro a pé. Isto foi-me dito por um hospitaleiro de um albergue! E isto não é uma opinião, é um facto!
 

Richard Bachman

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Ola,
Que caminho fizeste ?
Fiz no inicio deste mês o caminho Porto - Santiago há uma semana, e pernoitei no albergue de Ponte de Lima e Pontevedra, bicicletas apenas a minha e a do meu camarada de pedalada o albergue de Ponte de Lima estava meia casa e o de Pontevedra três/ quartos. Não tive nenhuma má experiência desse género, penso que o caminho é algo que deve ser feito da maneira que se quiser ele está lá à nossa espera.
Não entendo alguém solicitar credenciais de peregrinação para depois ir de carro, essas atitudes ficam com quem as praticam. Quero acreditar que não é esse o espirito da peregrinação, tb acho que existem milhares de trilhos para se fazer turismo, e se calhar quem faz os caminhos de Santiago não é assim tão ateu como pensa.
Eu neste momento só penso quando terei possibilidades de fazer o próximo.
Bo Camiño.
 

whiplashh

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Richard, o central. Pois, vá-se lá entender.. Conheço pessoalmente algumas pessoas ligadas a Albergues e já tinha ouvido essas coisas. Estes dias pude comprovar pessoalmente.. Bom caminho!
 

Joseelias

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whiplash

Concordo plenamente que os peregrinos deveriam de ter a prioridade máxima no acesso ao alojamento dos albergues. E digo isto sendo eu próprio agnóstico/ateu pois se a origem (e actualidade) do caminho é religiosa deve ser esta característica principal a manter apesar de obviamente ser aberto a todos. Até te digo que não me sentiria bem a ficar em albergues para peregrinos sendo eu não crente e estando a fazê-lo pela aventura.

Mas penso que estás a julgar levianamente os outros.

Fazendo de "advogado do diabo" quem te diz a ti que a pessoa que vai a acompanhar de carro não está ela própria a fazer sacrificios para ali estar? Quem te diz a ti que a pessoa não está a perder dias de trabalho ou a arriscar meter uns dias de férias nesta altura tão complicada a nível de emprego e despedimentos, ou a gastar dinheiro que a fará privar-se de coisas, para poder acompanhar a outra? Ou o sacrifício só pode ser físico? É que se é assim até escusavam sair de casa e chicoteavam-se com um chicote de lâminas...

Também não sabes nada da condição da pessoa que vai a pedalar. Será que ela leva um carro de apoio porque não pode carregar nada nas costas, e só o pedalar essa distância mesmo sem carga já é para ela maior sacrifício que para uma pessoa saudável carregar 30 quilos de bagagens? Quem te diz a ti que ela não tem um cancro e está enfraquecida e necessita desse apoio? Quem te diz a ti que não tem um problema de saúde e que esta é a última oportunidade de fazer algo de bom na vida?

E será que quem a acompanha perde o direito a descansar? Não terá valor quem ajuda outra pessoa numa situação difícil da sua vida?

A verdade é que não sabes nada dessas pessoas, e mesmo que fales com eles isso não significa que eles tenham que expor a sua situação pessoal a ti, e podem passar perfeitamente por turistas. Afinal não te devem satisfações.

E se o caminho é sacrifício, porque não encaras essas provações e obstáculos como mais uma prova de fé? Como mais uma oportunidade para superares o sofrimento da viagem. Ou o sofrimento e sacrifício só estão limitados às subidas, aos furos e aos quilómetros? E que tal aproveitares essas situações e oportunidades para perdoares quem comete esses actos e aproximares-te assim da mensagem cristã?

Tens mais que direito em discordar com o que se passa, mas se o que trazes de um peregrinação cristã é essa amargura que expressas na tua mensagem então acho que perdeste um bocado o espírito da coisa. Não diria nada se a tua mensagem fosse feita em espírito de apelo e de divulgação e consciencialização de algo que pode estar errado em caso de simples turistas. Mas a verdade é que tu partes de ideias pré-concebidas e preconceitos sobre pessoas de quem nada sabes.
 

belhinho

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whiplash

Fazendo de "advogado do diabo" quem te diz a ti que a pessoa que vai a acompanhar de carro não está ela própria a fazer sacrificios para ali estar? Quem te diz a ti que a pessoa não está a perder dias de trabalho ou a arriscar meter uns dias de férias nesta altura tão complicada a nível de emprego e despedimentos, ou a gastar dinheiro que a fará privar-se de coisas, para poder acompanhar a outra? Ou o sacrifício só pode ser físico? É que se é assim até escusavam sair de casa e chicoteavam-se com um chicote de lâminas...

Para mim é um sacrifício maior ir de carro do que de bike...:D

Acho que está na hora de as pessoas deixarem os "caminhos de Santiago" para os verdadeiros peregrinos que sentem cada passo que dão e não para os betetistas que considerem esse sacrifício como uma forma de se diferenciarem de outros......"eu fiz o caminho de santiago".....
 

hell_on_wheels

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boas,

como podem ver pela assinatura, já fiz quatro vezes essa peregrinação sempre em autonomia. por norma a prioridade de alojamento está atribuída aos peregrinos que cumprem o caminho a pé e só depois aos que vêm por outro meio de locomoção (cavalo ou btt).

parece-me de má fé ou obsceno considerar, ainda que mentalmente, que os passageiros que sejam acompanhantes, turistas ou como queiram qualificar, passageiros de qualquer viatura, pensem ter realizado qualquer sacrifício que os habilite a ter alojamento naqueles espaços.

pernoitei nos albergues de valença (o único em que pernoitei em portugal), de aguncheiro e padrón (em espanha) e no de padrón num ano tive a necessidade de me alojar numa pensão que ficou pelo triplo do valor, o que despendi sem qualquer problema algum.

repito: comparar ou contemplar qualquer analogia entre peregrinos que cumpram o trajecto com óbvio sacríficio físico com outros que os fazem com outro propósito parece-me bastante deselegante.

julgava até que isso já nem se usava.
 

Joseelias

Well-Known Member
hell_on_wheels

Eu não estou a negar que há os simples turistas que fazem o caminho apenas pela moda e que vão acompanhados de alguém de carro para lhes levar as coisinhas para não se cansarem, coitadinhos... Como também afirmei que não concordo com o uso de albergues para peregrinos por este tipo de viajantes, e eu não o faria pois sentiria que estaria a defraudar o propósito e espírito desses espaços, embora não me reveja na religião e muito em especial nas instituições humanas que falam em nome do divino.

Mas daí presumir que toda a gente que segue de carro a acompanhar um ciclista não é ele próprio merecedor de descansar num albergue é que me parece que é "de má fé ou obsceno". Ou agora a malta do Btt virou omnisciente e sabe das intenções de todos, ou parece-me que se estão a querer substituir a Deus sem saber nada...

Isto porque simplesmente não se sabe, como disse, se o ciclista precisa desse apoio para fazer o percurso por qualquer motivo pessoal e que pode chegar a ser uma doença terminal. Como se pode presumir saber-se as motivações de todos e cada uma das pessoas que entram nesses albergues incluindo os acompanhantes?

E se o objectivo é o sacrifício físico então porquê sair de casa? Compram ou fazem uns cilicios, ou então fazem 300 vezes a subida mais dificil da zona consecutivamente a pão e água e já provaram o que quiseram provar a quem o querem provar. E caso não saibas, há provações muito mais pesadas que o castigo físico...

Penso que se este problema dos turistas existe, cabe aos responsáveis dos albergues garantir forma de saber quem é quem. Em última análise, e dado que é um caminho religioso penso que Deus se encarregará de pesar estes actos no momento devido, e caberá aos fiéis serem tolerantes, aceitar mais essa provação (já que é disso que o caminho se trata pelo que parece), perdoar e tentar educar os outros. Fora disto parecem-me estar tão desenquadrados os turistas que fazem o Caminho pelo divertimento como os auto-proclamados "Cristãos" que se querem substituir a Deus no julgamento e castigo dos outros.

Optem pela tolerância, pela tentativa de educar e formar (este tópico poderia ser escrito noutros moldes), e confiem em Deus (se realmente, mesmo, a sério, acreditam nele) que serão recompensados por esse sacrifício e acções. Para mim fazer o Caminho para se aproximar de Deus e depois trazer raivazinhas... borra um bocado a pintura e é a antítese de tudo o que seria suposto significar.

Mas isto digo eu... que não passo de um agnóstico/ateu, que nunca teve catequese, só sei fragmentos do padre-nosso, via a Eucaristia Dominical na TV na adolescencia só para poder contradizer a partir da sala o que o padre dizia, costumo ver as séries no Natal e Páscoa porque as histórias até são interessantes, e que assisti a meia dúzia de missas na vida porque teve que ser... Mas quando lá estive sei que prestei atenção ao que ouvi.
 

Tellex

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É isso JOSEELIAS!
Já dizia "alguém" conhecido: Bem aventurados os pobres de espirito, que o céu será deles!
 

ricsaraiva

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Caro Whiplashh concordo consigo na questão dos peregrinos terem prioridade face aos acompanhantes/turistas, no resto não concordo.
Eu fiz o Caminho de Santiago uma vez, com um carro de apoio e tenho de lhe dizer que o sr. não sabe o que leva aquela pessoa a ir no carro. Pode ir a apoiar os outros ou não, pode ter imenso gosto de ir a Santiago mas não ter condições para o fazer a pé ou de bicicleta.
Além disso, toda a gente que vai a Santiago a pé, cavalo ou de bicicleta são peregrinos ou verdadeiros peregrinos? Tem a certeza? Mesmo?
Para finalizar, só tenho uma coisa a dizer: lendo o seu post acho que o Caminho lhe deu muito pouco! A mim deu-me 250kms de valentes dores de joelhos e uma lesão... deu-me 230kms de chuva... deu-me a preocupação de uma colega ter caido na primeira curva do percurso, ainda na nossa cidade e ter ficado com um joelho mal tratado... mas encheu-me o coração, deu-me uma maravilhosa viagem ao interior de mim mesmo, ensinou-me ainda mais o significado da partilha e da união... ensinou-me ainda mais a não julgar os outros pelo aspecto... deu-me dos melhores momentos da minha vida os quais ainda hoje agradeço...
Abraço.
 

Jocas22

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Eu não sou religioso, mas pelos vistos aqui não sou o único. Ir lá não devia ter mais a ver com o espirito com que cada um empreende a jornada e menos com o meio de transporte em si mesmo: de pé, joelhos, de burro, jipe, moto 4,....

Jesus ia ficar um pouco desiludido com algumas opiniões.
 

L.Ramos

Super Moderador
:twisted:

Eu sou daqueles que não tem juízo!

Eu e o meu grupo fizemos esta semana o Caminho Interior Português... aquele que passa por Viseu, Lamego, Vila real, Chaves, Ourense e chega a Santiago... são 530km de "Caminho", pois para complicar mais as coisas, saímos da Lousã, ou seja, de casa!

Se o fazia sem carro de apoio... NÃO!
Foram 6 dias de esforço, por trilhos muito complicados, com subidas duras e intermináveis... mas por locais e trilhos maravilhosos que me deram muito prazer a percorrer!

Além do prazer de pedalar, a fé também me move, pois o "chamamento" de Santiago é que me voltou a orientar para uma vida de prática Cristã. Por isso todos os dias parávamos numa igreja para orar... e no final não pudemos faltar à grande missa do peregrino na catedral, desta vez com "bota-fumeiro" e tudo!

O que me parece pela descrição do primeiro tópico é que, os caminhos "habituais" entre o Porto e Santiago se transformaram numa "romaria" de ciclistas que procura fazer uma "festa" na sua deslocação... sim, a maioria "vai" até Santiago, em grande grupos e sem o verdadeiro sentido da realização desta viagem.

Durante esta minha peregrinação (sim... penso que posso lhe chamar assim), encontrei muito poucos peregrinos no percurso e nos albergues também (em Viseu, no quartel militar éramos os únicos, em Vila Pouca de Aguiar estavam mais 3 a pé que iam iniciar um percurso de 2 dias, em Viladerrrei, Galiza, éramos os únicos no albergue).

A 50km de Santiago, no ultimo albergue que ficámos, é que deu para perceber um pouco da confusão que se instala quando um grupo não vai "peregrinar"... mas sim "ir" até Santiago pode fazer... e vou contar a história:
- O grupo tinha mais de 20 ciclistas (Portugueses, claro!!!)... acompanhados por 3, sim, 3 carrinhas de apoio, com algumas 8 ou 10 pessoas, que montaram "arraiais" no albergue.
O jantar... foi feito para aquela gente toda na cozinha do próprio albergue... e para nosso espanto, quando pelas 21:30h nos preparávamos para deitar... começou a refeição tipo casamento, com conversas, risotas e discurso, tudo em alto e bom som para toda a gente ficar a saber que aquele era um grupo alegre, para além do bater de pratos e da lavagem da louça!!!! E lá se prolongou até às 23h... e só porque lá fui apelar ao bom senso e explicar o espírito dos albergues e do descanso de quem está no "caminho"!

Este tipo de coisas é que é INADMISSÍVEL acontecerem, pois a essência dos "Caminhos" é o respeito pelos trilhos e pelas "gentes" que se encontram!

Nestes casos é que eu digo igualmente: Tenham juizo



Outra coisa... realizar os "caminhos" com saída do Porto em alturas de feriados... ui, nem quero pensar!

Experimentem os "outros" caminhos que vão ver a diferença! ;)
 

whiplashh

New Member
Joseelias apenas te digo que hoje me disseram que a hipotese de encerrarem albergues a peregrinos de bicicleta está muito proxima e é bem provável que aconteça. Depois qd isso acontecer, cada um que meta mão á consciencia.
 

Joseelias

Well-Known Member
L.Ramos

Infelizmente o tipo de comportamento que descreves é de lamentar seja em que local for, seja num albergue para peregrinos, numa pousada ou num parque de campismo e também eu já sofri com esta falta de civismo diversas vezes.

No caso de ocorrer num albergue de peregrinos a situação pode ser considerada pior pois está a afectar pessoas que pela natureza da sua viagem se encontram cansadas.

Se apesar de tudo elas acataram os teus apelos já te podes dar por satisfeito, pois se calhar se não fosse o espaço que era ainda te ias ver insultado, gozado e maltratado como é típico dos Tugas.
 

Joseelias

Well-Known Member
whiplashh

Como te disse cabe aos albergues, idealmente junto com a igreja e o contributo dos peregrinos, decidir sobre a resolução destas situações da melhor forma. Se decidirem fechar de todo as portas aos peregrinos de bicicleta é triste e atesta a sua fraca capacidade, ou até vontade, de resolver a situação de forma eficaz. Optam pela opção mais simples e errada no ponto de vista.

Confesso que sei pouco da peregrinação nas rotas de Santiago, mas parece-me que para se ser peregrino "a sério" é necessário, ou pelo menos pode-se pedir, uma espécie de certificado em alguns locais no inicio da peregrinação. Estou errado? E não é esse certificado que dá acesso aos albergues? É que se não dá, devia de ser o que dava esse acesso já que não estaremos a falar de hotéis mas de pontos de apoio ao peregrino. A menos que isto seja também já uma negociata e estes albergues querem é ter casa cheia.

No momento da entrega desse certificado (que penso que existe) o que é feito? É simplesmente dado para as mãos da pessoa que vai fazer o caminho, estilo documento na repartição de finanças, ou é realizada alguma cerimónia religiosa onde se imbui desde logo do inicio o espírito da coisa? Para além de alguns conselhos sobre respeito e civismo, nomeadamente ceder o lugar a quem faz o percurso da forma mais difícil (a pé, bicicleta em autonomia, cavalo, etc.)?

Mais, se para se ser peregrino for/fosse necessário esse documento, o padre - não entenderia outra pessoa a oferecer este estatuto a alguém - deveria de determinar se quem acompanhava o ciclista de carro era também ele merecedor do título de peregrino pelas razões expostas. Até podia ir a conduzir durante os três dias em jejum... Caberia ao padre dar-lhe ou não esse documento de acordo com a sua decisão. Claro que haveria sempre quem mentiria, mas novamente entramos no campo da religião e da crença em Deus, e sobre o que essas pessoas que mentiam iriam ter que responder no momento devido.
 
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