Olá malta,
à semelhança do companheiro pedromadrugo noutro tópico e copiando a ideia, vou transcrever o texto do relato desta travessia para quem não tem FaceBook poder ler e aproveitar algumas dicas, as fotos é que ficam mesmo só por lá.
Iniciei esta coisa da Rota Vicentina à cerca de 3 anos, comecei nos 2 primeiros pela Rota dos Pescadores (ou algo parecido) nesta rota decidi seguir o conselho de alguns amigos e copiar as alterações por eles efectuadas, pois para se cumprir com rigor só mesmo a pé devido a muitas zonas de areia e algumas arribas onde se torna perigoso andar de bicicleta. À 2 anos ao analisar a Vicentina reparei que tem inicio em Santiago do Cacem o que implicava uma deslocação para este local, ao ler outros relatos reparei que o pessoal normalmente ou vai de carro até Santiago ou de bicicleta por estrada o que me desagradou na altura por isso pedi a pessoal amigo alguns tracks da zona para retirar alcatrão ao percurso entre Tróia e Santiago, o que foi conseguido com relativo êxito mas acresce alguma dificuldade à coisa, tive o mesmo problema para a questão do regresso de Sagres, como a opção comboio me pareceu boa lá tratei de arranjar alternativa à Nacional 125 (Sagres/Lagos) e o que me arranjaram foi um track pedonal, pela costa que viria a mostrar-se muito duro, mas com vistas espectaculares.
Para este ano (2014) decidi percorrer a Vicentina com rigor e para tal optei pelas Aldeias Históricas, que juntamente com os troços Tróia/Santiago do Cacém e Sagres/Lagos dá qualquer coisa como 320Km de comprimento, 6904m de subidas e 6905m de descidas no total.
Como só consigo férias em Agosto o calor iria ser uma dificuldade acrescida mas se é para fazer é para fazer e assim comecei a planear a coisa. O meu companheiro desta travessia foi o meu amigo Joaquim Mateus a quem eu agradeço a excelente companhia, e que teve a paciência de me aturar nestes 4 dias de puro BTT (ganda maluco).
Pela experiencia de outras lides tentei dividir esta travessia em etapas entre os 70Km e os 80Km o que daria um total de 5 dias para finalizar a coisa, não tal foi possível devido à pouca informação e até inexistência de locais para pernoitar, assim tive de inflacionar os Km das etapas e retirar um dia ao projecto o que se revelou excessivo, o ideal são realmente 5 dias e etapas de 70Km no máximo. Mesmo assim não foi fácil arranjar local para dormir no final do 1º dia para tal contei com a simpatia do Sr. Presidente da Junta de Freguesia do Cercal do Alentejo o Sr. António Albino a quem agradeço a simpatia de nos facultar um excelente local para tomar banho e dormir (ver fotos do 1º dia) as restantes noites foram nos parques de Campismo do Serrão em Aljezur, no Parque de Campismo de Sagres e no ultimo dia no Parque de Lagos, mas chega de explicações vamos ao relato da coisa (pelo menos do que me lembrar).
Vicentina 2014 Aldeias Históricas-1ºDia Tróia-Cercal
Primeiro dia 14-08-2014, chegamos à Estação de comboios da Moita pelas 6:15 para apanhar o comboio das 6:37 para Setúbal, chegamos ao porto para o Ferry das 7:30 mas antes fomos matar um café na zona dos restaurantes junto às docas. Devido a avaria só saímos quase ás 8:00, assim que chegamos começamos a bom ritmo entramos nos arrozais até ao Carvalhal onde fomos trincar um bolo e mais um café, passamos pelo Pinheiro da Cruz (estavam cheios, não nos quiseram por lá) e rapidamente chegamos ao ponto de referência o Restaurante da Ti Rosa do Arroz de Pato, referência porque é neste ponto que se abandona a estrada principal para mais à frente entrar nos trilhos a nosso gosto, entramos de raspão em Melides, e logo de seguida um cheirinho do que é a o Alentejo, fomos progredindo passando por várias Aldeias abastecendo sempre que era necessário pois o calor já apertava mesmo a chegar a Santiago tivemos a primeira avaria, o Joaquim partiu a corrente que rapidamente foi resolvida, tendo um companheiro já com alguma idade a assistir à reparação. Entramos em Santiago e fomos comprar fruta para o almoço, comprei 4 pêssegos enormes mas do mais reles que provei até hoje dasssss, subimos (e muito) até ao alto onde se encontra a Igreja Matriz de Santiago do Cacém e tem inicio da Rota propriamente dita, descemos um pouco onde se parou à sombra para entalar uma sandes de presunto e os reles dos pêssegos , depois foi descer e começar comtemplar a Rota que não posso deixar de referir está toda ela muito bem marcada. Foi um sobe e desce habitual nesta zona, mesmo antes de Paiol foi a minha vez de avariar, o Tubless da frente entregou a alma ao criador, mas uma camara de ar resolveu a coisa, depois foi rolar até Vale Seco debaixo de um calor terrível onde bebi a coca-cola mais saborosa de sempre (tal não foi o calor) entramos no Conselho do Cercal, passamos por uma casa onde estava um individuo enorme, já com alguma idade sentado à porta, pedimos água e foi-nos oferecida estadia agradecemos mas fiquei com o contacto para futuras travessias, este indivíduo foi um antigo atleta de Rugby conhecido como o João Campeão, depois de abastecer continuamos, aqui o terreno já nos é familiar do Alvalade-Porto Covo, antes da Barragem de Campilhas ainda nos saiu no trilho uns porcos pretos que por ali andavam à solta, antes do Cercal tivemos a companhia de um companheiro do pedal que ia para S. Luís e foi connosco até ao Campo de Futebol onde terminamos a 1ª etapa, depois foi esperar um pouco pelo nosso anfitrião que nos mostrou os aposentos que nos tinha reservado (Praça de Toiros do Cercal). Á noite fomos jantar ao centro e dormir pois o dia seguinte tinha alguma altimetria e o primeiro foi desgastante.
Dados do primeiro dia:
Distância- 110Km
Acumulado Subida: 2025m
“ “ Descida: 1929m