De facto, nem me vou alongar muito sobre a Rota dos Melões 2010, evento em que certamente não participarei no próximo ano. Como sempre, a minha visão é pessoal e intransmissível, portanto não deverá ser comparada com "a maioria".
Assim, e em jeito de resumo:
Pontos negativos
(-) Confusão na partida. A direcção da partida era contra-natura À chegada dos participantes e isso criou enorme confusão na colocação dos atletas. deveria ter sido assegurado um corredor e um assistente para orientar as pessoas até à cauda do pelotão.
(-) Demora na partida. Às 8h10 andava eu perdido em Guimarães depois de sair de Valongo ás 7h20 à procura da Vila Seca errada. Fiz a A11 acima do limite de velocidade e super preocupado para estar a horas na partida. Equipei-me levei a bicicleta para a partida, levantei e coloquei o frontal, colocando-me na rua, perto do pórtico, no sentido correcto. Ás 9h50 estava pronto a partir. Pois às 9h15 havia atletas À CIVIL a levantar frontais. O que significava que ainda se iam equipar antes de voltar à meta. Burro fui eu que esperei até às 9h20 pelas vedetas que ainda tinham de mudar uma câmara de ar depois de andarem lá a assobiar para o ar. Se fosse eu ninguém esperaria certamente!
(-) Volta de cortesia. Senti-me um urso a subir e a descer a avenida só para encher chouriço. Além de não haver ninguém a assistir, espertos foram os que ficaram cá em cima e só se integraram no pelotão na segunda passagem na Meta.
(-) Nos primeiros quilómetros fiquei na dúvida se estaria no BikeCamp. Em vários pontos o percurso foi igual, nomeadamente no troço junto ao rio e junto ás portagens, sensivelmente a meio.
(-) A subida à Franqueira justifica plenamente o porquê de eu ter deixado de participar em qualquer coisa que tenha Raid no nome. Anjinho fui desta vez e caí no mesmo erro. Continua a imperar o espírito de que "o meu foi mais duro que o teu" e isso para mim não dá. Não quero saber se a subida era ciclável para os da frente, porque acredito que fosse, com espaço e poucos atletas. Mas eu estava integrado no grupo dos 80 primeiros e aí já toda a gente subiu à pé, portanto não acredito que alguém tenha tido verdadeiro prazer a fazer aquela subida. Se eu quisesse participar num duatlo, inscrevia-me num.
(-) As marcações. Para mim falharam em vários pontos chave. As placas eram minúsculas e pouco visíveis no meio da vegetação. Caminho errado devia estar cortado com uma fita horizontal. Num dos enganos fui com mais 5 companheiros fazer 500 metros a mais porque falhamos um cotovelo minimalisticamente sinalizado, a meio de uma longa descida. Nunca vi tanta fita arrancada como neste evento o que só demonstra que ou andou alguém a passear de noite no monte, ou os meninos da frente são uns artolas da pior espécie.
(-) Percurso. Depois de 20km animados com subidas e boas rampas na zona da Franqueira passamos outros 20 ás voltas a ver os campos de milho. Poucas zonas de interesse, excepção feita a um ou outro troço mais técnico. Como o pessoal se desleixou nestes 20km toca a passear dentro das aldeias a 5km da meta, a fazer rampas de 20% de inclinação. Nada contra e até gosto bastante, mas ao menos que fosse bem distribuído ao longo do percurso. Também me fez confusão ver fitas de outros eventos no chão, o que me levou a pensar que estava a andar em percursos já conhecidos, pelo menos a quem fosse da zona.
(-) Assistência na longa descida de pedra. A dada altura no percurso, havia uma grande descida técnica, com imensa pedra e que exigia muita desenvoltura para descer. Durante as duas secções dessa descida não havia um único assistente nem nenhum meio de socorro. Imagino que em caso de acidente fosse demorada a assistência desde a localização dos meios de socorro até à estrada, e daí, caminho acima, até ao acidentado. Muito menos se esperaria que o acidentado conseguisse comunicar em que zona (de 1 a 10) se encontrava. E os acidentes não acontecem só nas provas dos outros...
Naturalmente nem tudo foram aspectos menos bons.
Aspectos positivos
(+) Existência de vários parques de estacionamento e de assistentes a indicar a melhor zona para estacionar.
(+) Simpatia da organização e oferta do almoço de acompanhante, embora me tivesse predisposto, naturalmente, a pagar pelo mesmo.
(+) Levantamento do frontal rápido, pelo menos no meu caso.
(+) Algumas zonas do percurso, especialmente as que fugiram do fácil e do imediato, sem cair no extremamente complicado ou impossível.
(+) Colocação abundante de assistentes nos cruzamentos, embora tenham faltado nas zonas mais perigosas, como já referi.
(+) Colocação dos postos de controlo em zonas correctas e marcação rápida nos mesmos. Em pelo menos um vi e utilizei as garrafas de água.
(+) Zona de lavagem de bicicletas acessível e relativamente desimpedida.
(+) Banhos em condições óptimas, com água quente, com pressão e em boas instalações.
(+) Almoço muito bem confeccionado, com bebidas à descrição. Melão só mesmo na sobremesa.
Abastecimentos não parei, portanto não posso comentar.
Portanto contas feitas e noves fora nada, naturalmente que não equaciono participar na Rota do Melão do próximo ano. Muito sinceramente vou a uma média de 2 maratonas por mês e por isso tento não cair duas vezes no mesmo erro, já que não faltam eventos novos para descobrir todos os anos. Depois do Luso-Galaico e do BikeCamp, será menos outro evento no Minho em que não participarei em 2011.