PedroPadinha
New Member
Enquanto alguns andam pela Africa do sul...outros contentam-se pelo nosso Portugal ;p
Depois de 150kms de puro BTT, por onde começar? Seguramente terá que ser pelo inicio, mas este pode ser onde quiserem pois o percurso é circular. Eu e a Sarah decidimos começar em Torres Novas, simplesmente por ter sido onde começaram as unicas duas equipas ate ao momento a completarem a rota, a equipa do Millenium Bcp e a equipa que criou. Mais tarde viriamos a mudar de opinião quanto ao melhor sitio para partir..mas já lá iremos.
Rota das Cidades Históricas - Triumviratum BTT
O conceito por detrás da Rota surgiu com o intuito de unir três cidades da região centro, Torres Novas, Tomar e Leiria. Para tal juntaram-se três amigos, amantes de BTT e longas distâncias. Paulo Mourão em Torres Novas, Paulo Alípio em Leiria e arredores e Miguel Tolda na região de Tomar, que delinearam e fizeram o levantamento dos percursos que uniram as três cidades.
Existiu um grande cuidado na elaboração do percurso, tendo o cuidado para escolher os melhores e mais interessantes trilhos da zona, como os mais diversos e ricos, tentar evitar o alcatrão ao máximo, e brindar os participantes com passagem nos momentos mais emblemáticos.
A rota em si, esta marcada apenas por GPS, sendo que o track será disponibilizado após contactarem a organização. Como não existe marcações (nem vão existir) a unica maneira de o fazerem é com o recurso ao gps, pelo que as equipas deverão ter pelo menos um, caso não tenham existe maneira de alugar, estando esta opção no blog também.
Quanto á nossa rota especificamente, tivemos conhecimento através de um 3ª elemento, um amigo da sarah que posteriormente me falou do desafio. Como andavámos a treinar há já algum tempo para a Ultramaratona de Serpa (160kms) este seria sem duvida um bom desafio, e nada melhor que duas semanas antes para o fazê-lo. Como foi em cima do tempo não conseguimos cumprir além da Rota, o desafio “Triumviratum”, que consiste entre outras regras descritas no blog a serem 3 elementos a completá-lo. Talvez numa proxima ocasião, fica em aberto..(?). De qualquer das formas isso não era impeditivo e partimos á mesma no dia anterior, tendo em conta que ja aprendi(da pior maneira) diversas vezes que para empenos é obrigatorio partir no dia anterior, caso contrário não se descansa convenientemente e o stress é enorme no próprio dia.
Contactei então a meio da semana o Paulo Mourão de Torres Novas, que desconhecia até á altura, para lhe pedir o track e algumas informações extra. A resposta foi rapida, e foi bastante simpatico, mostrando-se disponivel para um café na noite anterior e inclusive acompanhar-nos nos primeiros 50km’s da rota. Deu a possibilidade de fazer um “briefing” do que nos esperava, ter a noção de alguns pontos chave do percurso, e ainda “descambar” a conversa para outros assuntos que davam pano para mangas..
Embora o percurso seja circular, e optativo por onde começar, a ideia é começar numa das três cidades, como escolhemos Torres Novas a partida iria dar-se junto ás piscinas (ponto oficial).
Eram então cerca das 7:10 quando se deu a partida (custou..mas para quem pode passar até 12h ou mais a pedalar é imprescindivel sair “pelo menos” a esta hora). A metereologia (ciência a que há uns tempos para cá comecei a dar relevancia antes de certos eventos) dizia que iria estar bastante enublado, então levei uma térmica mais um corta vento...errado! O ceu estava totalmente limpo, e já pouco depois de começarmos a pedalar dava sinais que o dia iria estar optimo e o calor iria prevalecer...meu querido jersey..
Bem, mas voltando ao que interessa, em qualquer cidade é complicado fugir ao alcatrão e Torres Novas não é excepção, no entanto o facto da cidade estar muito bem situada geograficamente no que respeita á riqueza natural envolvente, faz com que sem nos dar-mos conta disso, já estamos a rolar por entre trilhos.
Começámos por caminhos bem rolantes logo á saida da cidade, terrenos verdejantes e vales eram predominantes na paisagem, algum sobe e desce com descidas sempre um pouco técnicas, pois pedra é coisa que não falta nestas zonas tornando as descidas sempre perigosas. Um pouco á frente em pontos um pouco mais altos via-se ao longe o enorme maçico da Serra D'Aire.
Após passarmos por pequenas localidades como Adofreire voltamos a entrar no mato, e ai começam algumas subidas de maior relevancia, uma delas bem inclinada e algo tecnica a abrir as hostilidades. Pouco á frente o Paulo avisa-nos que estamos a chegar a um dos pontos mais emblematicos e dignos de paragem para foto, estou-me a referir aos Moinhos da Pena. Lembrou-me logo um pouco dos moinhos em Palmela na serra do Louro, e na realidade não ficam nada atrás deles, quer na sua preservação quer na paisagem envolvente.
Apartir desta altura teria que começar a olhar para o Gps pois daqui em diante o troço já não dizia respeito ao Paulo, e este, já não se recordava dos trilhos todos como é obvio, o que também significava que estariamos próximos de tomar. Após umas descidas rápidas (para não me tornar repetitivo mas para não deixar de ser minucioso, acrescentem sempre “..e com muita pedra”) e cruzar a estrada nacional, passariamos pela Quinta da Anunciada, e após esta começariamos a ver já não muito longe outro ponto de referência - o Aqueduto de Pegões. Finalmente e após uma singletrack porreirinha, entrariamos em Tomar perto das 10horas com cerca de 35kms,aqui seria a primeira paragem e altura para tirar fotos. Parámos num café que o Paulo conhecia para o pequeno almoço mas o tempo passou a correr e perdemos imenso tempo no total.
Já de barriga cheia, nada como fazer rapidamente a digestão logo a seguir..com uma subida ate ao aqueduto por calçada, passando ao lado do convento de Cristo. Esta parte foi para mim o momento mais marcante do percurso, e se fizerem o percurso compreendem. É preciso de facto ter algum cuidado, pois existe uma parte sem nada a separar-nos da estrada lá em baixo a uns 30 metros, eheh, mas só com alguma imprudência poderia acontecer algo de fatal. De qualquer das formas existe uma passagem alternativa por estrada para quem quiser..mas não aconselho, arriscam-se a perder umas vistas deslumbrantes, no minimo.
Após o aqueduto é altura do Paulo regressar a casa e fazem-se as despedidas com a promessa de dizermos algo quando chegassemos, agora sem o “guia” oficial, seria apenas o gps a guiar-nos, o que fez com que nos enganassemos uma ou outra vez pelo caminho, nada de grave no entanto, embora a sarah ja ralhasse comigo, eheh.
Sucedem-se depois uns trilhos mais tecnicos e varias singletracks, compensadas com subidas de media grandeza que terminam com uma impossibilidade, ultrapassar a linha do comboio, ora aqui surge uma passagem de nivel, com uma particularidade engraçada..subimos de elevador, e saimos directamente para os trilhos. Nesta altura a paisagem muda bastante tendo em conta o que vimos até Tomar, paisagem mais aberta, mais seca, com estradões um pouco mais largos, e assim seria até ao almoço, estavamo neste momento a aproximar-nos das 13horas, mas antes disso, nada como uma subida bastante longa com o Castelo de Ourém lá ao fundo, para abrir o apetite. Parámos então num snackbar junto á estrada para repor energias, comer umas bifanas e coca-cola, algo que durou cerca de 30minutos.
Sem darmos conta disso, ja estavamos em Leiria, digo isto pois desde o almoço até lá foi bastante rolante, praticamente sempre a descer e passou bastante rápido. Esta é para mim, pessoalmente o momento mais “feio” da rota, começando nuns trilhos junto á autoestrada que acabam nuns kilometros de alcatrão mas é inevitavel, e nota-se que existiu um certo cuidado para passar dentro da cidade de leiria, não subindo ao castelo mas visualizando-o da fonte luminosa, mais uns poucos kms de alcatrão e regressamos aos trilhos.
De facto a re-entrada no mato, é uma zona com trilhos bonitos, mas ao inicio enganava, o facto de tar cheia de lama e poças, umas bem grandes já nos faziam rogar pragas, entretanto o oleo ja se tinha ido, a transmissão começava a falhar, a sarah ja sem praticamente pastilhas nos travões(o da frente ja tinha desaparecido há muito) não era algo que a gente desejava agora com cerca de 100kms e ainda 40 e alguns pela frente, sabendo que aqui começava talvez o maior desafio da rota, uma subida de 15kms, embora sem grande desnivel que nos levava até aos 410metros de altura. Pessoalmente o pior não foi a subida, foi mesmo o terreno – e aqui compreendi tão bem o porque do Paulo ter uma suspensão total para pedalar na zona – seja a subir, a descer, ou a rolar, o terreno tinha sempre pedras pelo caminho, grandes, pequenas, medias que começavam a fazer mossa pelo corpo fora, costas e pescoço principalmente..
Atingindo o topo, pensava eu ‘agora é canja, sempre a descer!” pelo que me lembrava de uma imagem ja algo ofuscada da altimetria do percurso...ao que a sarah me contrariava, e eu a pensar ‘”pessimista..”. Resta dizer que eu estava errado, praticamente nunca baixámos do topo, mantivemo-nos sempre entre os 300 e muitos e os 410metros, com muito sobe e desce por entre o mato. Entretanto cruzámo-nos com bastantes peregrinos e escuteiros que provavelmente se deslocariam para Fátima com intenções de chegar no domingo, alguns com grupos bastante numerosos.
Só após os 120 e muitos kilometros é que realmente descemos, primeiro por estrada e depois por estradões muito bonitos ao lado da serra D’Aire. O pior nem foi o terreno que continuou agora ainda pior...mas o ter ficado sem pilhas. Imaginem estradões rodeados de olivais com o sol a esconder-se atrás do topo da serra oferecendo-nos um momento unico, e eu sem pilhas para o fotografar..
Por esta altura passariamos noutro ponto de referencia, o local das famosas pegadas dos Dinossáurios, embora já sem grande folego apreciar o que quer que seja. Para finalizar, seguem-se uns trilhos com algum sobe e desce e já alguma estrada, onde começamos a avistar Torres Novas. O alento aumentou e com ele o ritmo, aproveitámos e fomos a rolar bastante bem até entrar por Torres Novas, começavamos a reconhecer as ruas, até que nos aproximamos da subida ao Castelo, é uma pequena rampa, e finalmente embora sem faixas nem metas para cortar, o mérito e satisfação é completamente e totalmente pessoal.
Conclusões...
O percurso está mesmo espetacular, apesar dos receios do Paulo, os trilhos são do mais variado, desde subidas longas, a singletracks, a estradões, com todo o tipo de paisagem, e passando por cidades com bastante historia com bastante para ver e tirar fotos. Passamos por muitos pontos obrigatorios de passagem, e aquela passagem no aqueduto de pegões é mesmo obrigatoro (para quem n tiver medo de alturas ;p)
Penso no entanto que contrariamente ás equipas anteriores, muito sinceramente que se deverá começar por Leiria, começar em Torres Novas, é chegar com 110kms a Leiria onde começa a subida de 15kms, e onde terão pela frente quase 40kms sempre com pedra no percurso ate ao final, e após 110kms ja vamos um pouco moidos para tal. Começando em Leiria começamos frescos, pelo mais dificil pela frente, mas no final não existem subidas tão longas, e todo o percurso passa por trilhos em melhor estado.
O track está bastante rico, com varias informações, nota-se um cuidado especial para os perigos, especialmente no que toca a passagens por nacionais e outras estradas, e outro cuidado em ter constantemente sitios onde encher agua, bem como cafés, e snackbares, essencial num percurso tão longo.
Os km’s de alcatrão rondam os 15 a 20kms, mas a grande parte esta na parte final a regressar á torres novas, e a chegar e sair de Leiria.
Para finalizar, agora compreendo o porque do Paulo ter uma FS (suspensão total)..nós sofremos imenso, costas ou pescoço, pois a pedra é a palavra de ordem neste percurso, especialmente antes, durante e depois da subida(ainda que soft) de 15kms.
Aqui têm um excelente desafio para se testarem a vocês mesmos
Depois de 150kms de puro BTT, por onde começar? Seguramente terá que ser pelo inicio, mas este pode ser onde quiserem pois o percurso é circular. Eu e a Sarah decidimos começar em Torres Novas, simplesmente por ter sido onde começaram as unicas duas equipas ate ao momento a completarem a rota, a equipa do Millenium Bcp e a equipa que criou. Mais tarde viriamos a mudar de opinião quanto ao melhor sitio para partir..mas já lá iremos.
Rota das Cidades Históricas - Triumviratum BTT
O conceito por detrás da Rota surgiu com o intuito de unir três cidades da região centro, Torres Novas, Tomar e Leiria. Para tal juntaram-se três amigos, amantes de BTT e longas distâncias. Paulo Mourão em Torres Novas, Paulo Alípio em Leiria e arredores e Miguel Tolda na região de Tomar, que delinearam e fizeram o levantamento dos percursos que uniram as três cidades.
Existiu um grande cuidado na elaboração do percurso, tendo o cuidado para escolher os melhores e mais interessantes trilhos da zona, como os mais diversos e ricos, tentar evitar o alcatrão ao máximo, e brindar os participantes com passagem nos momentos mais emblemáticos.
A rota em si, esta marcada apenas por GPS, sendo que o track será disponibilizado após contactarem a organização. Como não existe marcações (nem vão existir) a unica maneira de o fazerem é com o recurso ao gps, pelo que as equipas deverão ter pelo menos um, caso não tenham existe maneira de alugar, estando esta opção no blog também.
Quanto á nossa rota especificamente, tivemos conhecimento através de um 3ª elemento, um amigo da sarah que posteriormente me falou do desafio. Como andavámos a treinar há já algum tempo para a Ultramaratona de Serpa (160kms) este seria sem duvida um bom desafio, e nada melhor que duas semanas antes para o fazê-lo. Como foi em cima do tempo não conseguimos cumprir além da Rota, o desafio “Triumviratum”, que consiste entre outras regras descritas no blog a serem 3 elementos a completá-lo. Talvez numa proxima ocasião, fica em aberto..(?). De qualquer das formas isso não era impeditivo e partimos á mesma no dia anterior, tendo em conta que ja aprendi(da pior maneira) diversas vezes que para empenos é obrigatorio partir no dia anterior, caso contrário não se descansa convenientemente e o stress é enorme no próprio dia.
Contactei então a meio da semana o Paulo Mourão de Torres Novas, que desconhecia até á altura, para lhe pedir o track e algumas informações extra. A resposta foi rapida, e foi bastante simpatico, mostrando-se disponivel para um café na noite anterior e inclusive acompanhar-nos nos primeiros 50km’s da rota. Deu a possibilidade de fazer um “briefing” do que nos esperava, ter a noção de alguns pontos chave do percurso, e ainda “descambar” a conversa para outros assuntos que davam pano para mangas..
Embora o percurso seja circular, e optativo por onde começar, a ideia é começar numa das três cidades, como escolhemos Torres Novas a partida iria dar-se junto ás piscinas (ponto oficial).
Eram então cerca das 7:10 quando se deu a partida (custou..mas para quem pode passar até 12h ou mais a pedalar é imprescindivel sair “pelo menos” a esta hora). A metereologia (ciência a que há uns tempos para cá comecei a dar relevancia antes de certos eventos) dizia que iria estar bastante enublado, então levei uma térmica mais um corta vento...errado! O ceu estava totalmente limpo, e já pouco depois de começarmos a pedalar dava sinais que o dia iria estar optimo e o calor iria prevalecer...meu querido jersey..
Bem, mas voltando ao que interessa, em qualquer cidade é complicado fugir ao alcatrão e Torres Novas não é excepção, no entanto o facto da cidade estar muito bem situada geograficamente no que respeita á riqueza natural envolvente, faz com que sem nos dar-mos conta disso, já estamos a rolar por entre trilhos.
Começámos por caminhos bem rolantes logo á saida da cidade, terrenos verdejantes e vales eram predominantes na paisagem, algum sobe e desce com descidas sempre um pouco técnicas, pois pedra é coisa que não falta nestas zonas tornando as descidas sempre perigosas. Um pouco á frente em pontos um pouco mais altos via-se ao longe o enorme maçico da Serra D'Aire.
Após passarmos por pequenas localidades como Adofreire voltamos a entrar no mato, e ai começam algumas subidas de maior relevancia, uma delas bem inclinada e algo tecnica a abrir as hostilidades. Pouco á frente o Paulo avisa-nos que estamos a chegar a um dos pontos mais emblematicos e dignos de paragem para foto, estou-me a referir aos Moinhos da Pena. Lembrou-me logo um pouco dos moinhos em Palmela na serra do Louro, e na realidade não ficam nada atrás deles, quer na sua preservação quer na paisagem envolvente.
Apartir desta altura teria que começar a olhar para o Gps pois daqui em diante o troço já não dizia respeito ao Paulo, e este, já não se recordava dos trilhos todos como é obvio, o que também significava que estariamos próximos de tomar. Após umas descidas rápidas (para não me tornar repetitivo mas para não deixar de ser minucioso, acrescentem sempre “..e com muita pedra”) e cruzar a estrada nacional, passariamos pela Quinta da Anunciada, e após esta começariamos a ver já não muito longe outro ponto de referência - o Aqueduto de Pegões. Finalmente e após uma singletrack porreirinha, entrariamos em Tomar perto das 10horas com cerca de 35kms,aqui seria a primeira paragem e altura para tirar fotos. Parámos num café que o Paulo conhecia para o pequeno almoço mas o tempo passou a correr e perdemos imenso tempo no total.
Já de barriga cheia, nada como fazer rapidamente a digestão logo a seguir..com uma subida ate ao aqueduto por calçada, passando ao lado do convento de Cristo. Esta parte foi para mim o momento mais marcante do percurso, e se fizerem o percurso compreendem. É preciso de facto ter algum cuidado, pois existe uma parte sem nada a separar-nos da estrada lá em baixo a uns 30 metros, eheh, mas só com alguma imprudência poderia acontecer algo de fatal. De qualquer das formas existe uma passagem alternativa por estrada para quem quiser..mas não aconselho, arriscam-se a perder umas vistas deslumbrantes, no minimo.
Após o aqueduto é altura do Paulo regressar a casa e fazem-se as despedidas com a promessa de dizermos algo quando chegassemos, agora sem o “guia” oficial, seria apenas o gps a guiar-nos, o que fez com que nos enganassemos uma ou outra vez pelo caminho, nada de grave no entanto, embora a sarah ja ralhasse comigo, eheh.
Sucedem-se depois uns trilhos mais tecnicos e varias singletracks, compensadas com subidas de media grandeza que terminam com uma impossibilidade, ultrapassar a linha do comboio, ora aqui surge uma passagem de nivel, com uma particularidade engraçada..subimos de elevador, e saimos directamente para os trilhos. Nesta altura a paisagem muda bastante tendo em conta o que vimos até Tomar, paisagem mais aberta, mais seca, com estradões um pouco mais largos, e assim seria até ao almoço, estavamo neste momento a aproximar-nos das 13horas, mas antes disso, nada como uma subida bastante longa com o Castelo de Ourém lá ao fundo, para abrir o apetite. Parámos então num snackbar junto á estrada para repor energias, comer umas bifanas e coca-cola, algo que durou cerca de 30minutos.
Sem darmos conta disso, ja estavamos em Leiria, digo isto pois desde o almoço até lá foi bastante rolante, praticamente sempre a descer e passou bastante rápido. Esta é para mim, pessoalmente o momento mais “feio” da rota, começando nuns trilhos junto á autoestrada que acabam nuns kilometros de alcatrão mas é inevitavel, e nota-se que existiu um certo cuidado para passar dentro da cidade de leiria, não subindo ao castelo mas visualizando-o da fonte luminosa, mais uns poucos kms de alcatrão e regressamos aos trilhos.
De facto a re-entrada no mato, é uma zona com trilhos bonitos, mas ao inicio enganava, o facto de tar cheia de lama e poças, umas bem grandes já nos faziam rogar pragas, entretanto o oleo ja se tinha ido, a transmissão começava a falhar, a sarah ja sem praticamente pastilhas nos travões(o da frente ja tinha desaparecido há muito) não era algo que a gente desejava agora com cerca de 100kms e ainda 40 e alguns pela frente, sabendo que aqui começava talvez o maior desafio da rota, uma subida de 15kms, embora sem grande desnivel que nos levava até aos 410metros de altura. Pessoalmente o pior não foi a subida, foi mesmo o terreno – e aqui compreendi tão bem o porque do Paulo ter uma suspensão total para pedalar na zona – seja a subir, a descer, ou a rolar, o terreno tinha sempre pedras pelo caminho, grandes, pequenas, medias que começavam a fazer mossa pelo corpo fora, costas e pescoço principalmente..
Atingindo o topo, pensava eu ‘agora é canja, sempre a descer!” pelo que me lembrava de uma imagem ja algo ofuscada da altimetria do percurso...ao que a sarah me contrariava, e eu a pensar ‘”pessimista..”. Resta dizer que eu estava errado, praticamente nunca baixámos do topo, mantivemo-nos sempre entre os 300 e muitos e os 410metros, com muito sobe e desce por entre o mato. Entretanto cruzámo-nos com bastantes peregrinos e escuteiros que provavelmente se deslocariam para Fátima com intenções de chegar no domingo, alguns com grupos bastante numerosos.
Só após os 120 e muitos kilometros é que realmente descemos, primeiro por estrada e depois por estradões muito bonitos ao lado da serra D’Aire. O pior nem foi o terreno que continuou agora ainda pior...mas o ter ficado sem pilhas. Imaginem estradões rodeados de olivais com o sol a esconder-se atrás do topo da serra oferecendo-nos um momento unico, e eu sem pilhas para o fotografar..
Por esta altura passariamos noutro ponto de referencia, o local das famosas pegadas dos Dinossáurios, embora já sem grande folego apreciar o que quer que seja. Para finalizar, seguem-se uns trilhos com algum sobe e desce e já alguma estrada, onde começamos a avistar Torres Novas. O alento aumentou e com ele o ritmo, aproveitámos e fomos a rolar bastante bem até entrar por Torres Novas, começavamos a reconhecer as ruas, até que nos aproximamos da subida ao Castelo, é uma pequena rampa, e finalmente embora sem faixas nem metas para cortar, o mérito e satisfação é completamente e totalmente pessoal.
Conclusões...
O percurso está mesmo espetacular, apesar dos receios do Paulo, os trilhos são do mais variado, desde subidas longas, a singletracks, a estradões, com todo o tipo de paisagem, e passando por cidades com bastante historia com bastante para ver e tirar fotos. Passamos por muitos pontos obrigatorios de passagem, e aquela passagem no aqueduto de pegões é mesmo obrigatoro (para quem n tiver medo de alturas ;p)
Penso no entanto que contrariamente ás equipas anteriores, muito sinceramente que se deverá começar por Leiria, começar em Torres Novas, é chegar com 110kms a Leiria onde começa a subida de 15kms, e onde terão pela frente quase 40kms sempre com pedra no percurso ate ao final, e após 110kms ja vamos um pouco moidos para tal. Começando em Leiria começamos frescos, pelo mais dificil pela frente, mas no final não existem subidas tão longas, e todo o percurso passa por trilhos em melhor estado.
O track está bastante rico, com varias informações, nota-se um cuidado especial para os perigos, especialmente no que toca a passagens por nacionais e outras estradas, e outro cuidado em ter constantemente sitios onde encher agua, bem como cafés, e snackbares, essencial num percurso tão longo.
Os km’s de alcatrão rondam os 15 a 20kms, mas a grande parte esta na parte final a regressar á torres novas, e a chegar e sair de Leiria.
Para finalizar, agora compreendo o porque do Paulo ter uma FS (suspensão total)..nós sofremos imenso, costas ou pescoço, pois a pedra é a palavra de ordem neste percurso, especialmente antes, durante e depois da subida(ainda que soft) de 15kms.
Aqui têm um excelente desafio para se testarem a vocês mesmos