Até 15 de Agosto no Relatório Provisório de Incêndios Florestais da Autoridade Florestal Nacional, podiamos ler que ocorreram 2.449 incêndios, dos quais 73 foram grandes incêndios (>100ha) e 12.212 fogachos (< 1ha) que resultaram numa área ardida de 71.687 hectares (ha), entre povoamentos (14.921ha) e matos (56.766ha).
Como todos sabem, um incêndio quando começa é pequenino e depois vai alastrando e alastrando, e à medida que isso vai acontecendo a capacidade de o extinguir começa a reduzir-se.
A questão que todos deviamos colocar não é somente aplicar a pena capital ao incendiário (tipicamente sujeito masculino com graves problemas sociais), mas porquê que arderam mais de 100 ha de uma só vez. Os incendios que vimos na televisão são na ordem dos 3000-5000 ha.
Como calculam, estes número não batem certos com a teoria da conspiração da negociata, ou existem 14.000 incendiários em Portugal?
A ignição pouco importa quando nos referimos ao incêndio florestal, porque ela á uma constante, quer seja dolosa ou negligente, o que importa é capacitar o nosso território de forma a que possa resistir aos fogos de grandes dimensões.
De certa forma o nosso território já o faz, afinal, mais de 70% das ocorrências são inferiores a 1ha, o problema são os 0.4% que são superiores a 100ha.
A origem não interessa, caso contrário estaremos a dizer que vivemos num barril de pólvora e que um desgraçado qualquer têm o poder de influenciar o território com uma lata de gasolina, e isso meus amigos, não é verdade.
A nossa floresta precisa em primeiro lugar de pessoas, e isso só é possivel, se existir uma economia viável através da exploração dos seus recursos, e isso meus caros, não acontece. Portanto da próxima vez que ouvirem o secretário de estado, ou o ministro falar dos incendiários ou do tempo que é excepcionalmente quente, fiquem a saber que ele está a desviar a conversa intencional e propositadamente da essência do problema que é a sua incapacidade politica de agir favoravelmente no mundo rural.