O que muitos se esquecem é que os Caminhos de Santiago são mantidos e sinalizados por associações que trabalham para os Peregrinos (sejam a pé, a cavalo ou em bicicleta, independentemente se o fazer por motivos religiosos ou outros) e não para empresas que pretendem aproveitar-se das infraestruturas do Caminho para fazerem este tipo de eventos (seja prova desportiva ou "passeio de puro prazer").
Eu entendo que para quem é religioso e trabalha voluntariamente com um objectivo de apoiar, em particular, os peregrinos se sintam usados e até "explorados". Trabalhei voluntariamente e de forma diária durante cerca de 6 anos num projecto desportivo e também não gostaria que alguém andasse a lucrar com o meu trabalho quando eu não recebia nada (nem nunca pedi para receber).
Mas como referi anteriormente porque é que não se movem de igual forma relativamente aos guias turísticos que entram nas igrejas com grupos de turistas, muitas vezes perturbando quem lá está a rezar? Esses guias estão a lucrar de uma forma muito semelhante a este caso.
Ou para todos os negócios que se alimentam à conta desses mesmos peregrinos? Por acaso estes comem de graça, ou apenas ao preço de custo quando entram num restaurante que fica no caminho? Ou pagam um preço com margem de lucro para o estabelecimento? Não estão estas pessoas também a lucrar com os peregrinos, e ainda por cima em algo tão vital como a comida?
É esta disparidade de critérios que me custa a entender. Especialmente se considerar-mos o nível de comentários dos pseudo-cristãos que se lêem naquele e noutros tópicos em que aproveitam todas as oportunidades para espalhar o ódio e não a tolerância, concordância e fraternidade.
Não se lê um único comentário a tentar que os organizadores repensem a sua ideia, ou a integrem de alguma forma no espírito do caminho e das associações que o mantêm. Não, é logo a apedrejar.