Pergunta técnica....acho

Joana Simoes

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Então é assim....a ver se me consigo explicar :)

Ontem fui pedalar em mato e deparei-me com uma descida. Era algo íngreme, cheia de buracos, e ao meio a terra era super solta, tipo areia da praia.
O mais lógico, dado a minha experiência (mtt pouca), teria sido desmontar e descer a pé, mas resolvi tentar.
Comecei a pensar na teoria da coisa, cheiros de travão atrás, cheiros de travão à frente, devagar, equilibro.... chego a meio, na zona na areia, pior ficou. O desequilibro era mais que muito, a bike a enterrar-se, e eu só tive tempo de empurrar a bike pa direita e eu saltar pa esquerda. Enrolei-me toda, protegi a cara, e fui de rebolão até ao fim da descida :D

Tive a dizer isto tudo para lerem o que fiz, para me dizerem que raio fiz mal e pensando na teoria a minha dúvida é esta:

Se em areia, temos que pôr mudanças leves, e nunca deixar de pedalar para não enterrar, como que raio se desce nestas condições?

Gracias pela ajuda que me possam dar
 

Medroso#78

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Boas,

Antes de mais dexe-me felicita-la pela coragem de se lançar ravina abaixo (que medo)!!! :D

..já agora quem é que lhe disse que em areia se pedala em mudanças leves para não enterrar?! Creio que tenha percebido o contrario.... pois em areia, terra solta como que se fosse areia, ou zona de pedras, deve-se sim, pedalar em mudanças "pesadas" (pesadas qb).. haja pernas, a bike lá vai. ;)

A descer, para descer nessas condições (acredito que seja algo que se desça, senão a Joana nem teria tentado :p ), é preciso ter o mínimo de à vontade para se fazer... não pode haver receio... há uma posição estável/segura para se fazer (puxar o corpo o mais para trás possível), blá blá blá.... esse à vontade/perícia, vai-se conseguindo com o tempo... com os km, enfim, aprende-se com os erros... vá pedalando, verá que em breve TUDO será bem mais fácil. ;)
 

Joana Simoes

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mau.....já tenho aqui infos contraditórias ao que ando a aprender lol

A não esquecer que eu disse que tinha mt pouca experiência...o que é uma mudança leve para mim, é peso pluma para vcs....com mudanças pesadas, enterro-me toda na areia e caio (já tentei por teimosia)

Não era uma ravinaaaaaaaaaaaa, era uma descida, que para mim é o mesmo que descer o Evareste. O grupo que eu ando, acredito que todos desçam aquilo na boa, aliás, uma das pessoas com quem fui, desceu :)

Mas na tua resposta já vi coisas que não fiz, portanto já é ajuda para melhorar :) Obrigada!
 

Jocas22

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O Medroso já disse tudo. As quedas fazem parte da aprendizagem. Pelo menos isso já dominas, separar da bike e rolar... :cool:
 

Medroso#78

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....."ravína", "pesadas" (de modo que consiga mover-se obviamente)!!!! :p

Joana, para além do que ouve, ao pedalar em grupo, concentre-se em alguém! Escolha um "ídolo", um bttista que rola (pedalar em plano), sobe, desce bem. Tente emita-lo... pise os seus rodados... repare, por onde ele passa é o melhor caminho (partindo do princípio que escolherá um ídolo com experiência na coisa ok, e não o tipo mais giro lá do grupo :D ).

Sempre que vê algo que lhe chame atenção, algo que perceba que é diferente, vantajoso, (pedaladas, posições), questione.... ser boa observadora será uma mais valia para a sua evolução.. por vezes por palavras, por mais que nos esforcemos, não conseguimos passar-lhe a mensagem. :)

NUNCA esquecer, a subir, sentar o mais na ponta do selim possível (não é necessário exagerar, nem todas as subidas o exigirão, vá testando variadas posições), descer, precisamente o oposto, mais uma vez sem exageros.... não queremos que não chegue com as maõsitas ao guiador/travões. :D

Muitas e "bouas" pedaladas. ;)
 

Carlosafcosta

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ja tens pedais de encaixe? recentemente fui fazer umas descidas assim um pouco abruptas, para mim claro, e uma das cenas que fiz foi logo desencaixar os pés para me focar só no equilíbrio. Eu acho que é tudo uma questão de confiança/equilibrio.. mudança leve ou mudança pesada só com a experiência é que vamos perceber como nos damos melhor. Mais dificil que escolher a mudança (falo por mim) é mesmo o equilíbrio em single tracks..
 

Medroso#78

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....essa dos pedais de encaixe é uma outra questão não menos importante do que esse "equilibro" necessário que refere o caro camarada Carlosafcosta ! Mas deixemos o tempo passar.. para já ainda é cedo (19:20 :p ) para a nossa camarada Joana pensar nisso.

Já agora deixem-me que vos diga, pés presos, é o melhor que há para se pedalar... seja em que circunstancias for... por mais técnico que seja o trilho. Lá está, mais uma vez é uma questão de confiança.. essa não se compra, adquire-se.... mas com o tempo. :)
 

Joana Simoes

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@Medroso
Já tenho uma pessoa que sigo super atenta e que nunca me larga. É uma mulher cheia de garra e que me transmite tudo de bom. Embora esteja sempre a ser acompanhada por muitas pessoas do grupo, nunca me deixam sozinha, ela realmente é quem está mais comigo em grupo e chama-me para treinar com ela.

Eu absorvo tudo o que os vejo fazer, muitos dos meus desequilíbrios são exactamente por estar sempre a ver como os outros fazem.
Dou por mim dentro do carro a observar ciclistas que passam por mim. Como sentam, como pedalam, como têm as mãos, etc etc
O subir é um problema fisíco, não tenho pernas nem pulmões para grandes coisas, mas as descidas.....não me consigo equilibrar mt bem....ando sempre aos zigszags...

@Carlos
Pedais de encaixe? Aprendi a andar de bicicleta há dois meses...pedais de encaixe é coisa que não me passa pela cabeça usar :)
O equilíbrio realmente é uma das coisas que me falta :(
 

Carlosafcosta

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Joana, nao sabia, dai ter perguntado :p é como diz o Medroso, quando ganhares equilíbrio e os tiveres não vais querer outra coisa, especialmente a subir lol.
Eu acho que o equilíbrio só ganhas mesmo a fazer Km. aqui do nosso lado (margem sul) tens estrada e mais estrada para ires praticando!
 

Joana Simoes

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Durante a semana costumo ir da Torre aos Redondos sempre em estrada....mas assumo, que desde que fui para o mato a primeira vez, a estrada é chata :(
sim as subidas dão-me luta, sim o esforço fisico dá-me luta....mas é naquela....sempre em estrada, sozinha, não dá mt gozo :( mas vou!
 

Medroso#78

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eheheheheh, gostei dessa dos zigszags... curiosamente, é uma "palavra" que nunca tinha escrito! Há coisas fantásticas não há?! :D

Agora mais a sério, para combater o desequilibro e esses MALDITOS zigszags, Joana, NUNCA se pedala olhando para a nossa roda (refiro-me à da frente), mas sim SEMPRE no horizonte (mas sem binóculos ok :p ). Ou seja, vamos a pedalar, e a ver "ao longe" (ao longe qb ok) por onde vamos passar... vemos os buracos, a areia, os troncos, paus... até aquelas pedras que teimam em nos fazer uma rasteira.... tá a ver a lógica da coisa?! Desta forma combaterá o seu próprio equilíbrio..

Vá, eu sei..... eu sei que é fácil, MUITO fácil falar quando se tem umas centenas de milhares de km´s nas pernas. :) mas.... tente por em prática estas "cenas", e não desanimar. Mais 1/2 dúzia de dias temos uma nova Joana a pedalar. ;)

Outro ponto importantíssimo, tipo, vai a rolar, ou até a descer rápido... como passará a olhar bem lá para a frente, quando avistar um dos referidos/comuns obstáculos, não fixar o olhar neles.... muito pelo contrário, rapidamente, em fração de segundos, ver a MELHOR alternativa para passar em segurança.. deu para perceber?! Espero que sim.

Força nisso.
 

Joana Simoes

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Percebi sim!!!!!! E li tudo o que faço hahahhahahahah

Não olho para a roda da frente, mas olhar para o horizonte só de vez em quando, por norma vou a olhar se há buracos ou não :) quando os vejo, não consigo desviar os olhos de lá :( e só penso: calma joana, sem travar bruscamente, roda em frente, não dar guinadas, atenção ao passeio, se caires tentar saltar para a direita por causa dos carros, etc etc :D

Quanto ao qualquer coisa rápido, seja a subir ou a descer, deixa lá isso lol não tenho segurança para andar em excesso de velocidade :D
 

Joseelias

Well-Known Member
@ Joana Simoes

O pedalar leve aplica-se essencialmente a andar em plano em em subidas. Em descidas muitas das vezes nem se pedala, seja pela velocidade que já se leva e não convém arriscar mais, seja porque a descida exige alguma atenção e técnica e estar a pedalar é um factor que pode desconcentrar e criar desequilíbrio. Para um novato então, se a descida apresentar um nível de dificuldade acima do que se está habituado o melhor mesmo é não pedalar para manter o controlo completo sobre a bicicleta. Com o tempo e a experiência essas limitações começaram a ser menores.

Agora, há uma questão importante no que toca a terrenos arenosos e que é a pressão dos pneus. Se se anda em terrenos assim convém trazer uma pressão baixa ou mesmo a mínima que os pneus aceitam e que normalmente é 2.5bar ou 35psi dependendo da escala usada.

Isto ajuda pois os pneus esborracham mais, o que os torna mais largos e isso cria uma maior superfície de contacto o que faz com que o pneu não se enterre tanto e dificulte o controlo da bicicleta. Para alem disso, com os pneus mais esborrachados os tacos que estejam fora do centro do pneu ficam mais em contacto com o chão e isso cria mais resistência ao derrapar. São mais tacos a "morder" o terreno, o que em areia (por ser tão móvel) é muito útil.

Pessoalmente, e quando ando em areia (para quem mora nesta zona falar de areia é falar de algo próximo do que se encontra na praia, mesmo que não tão funda) costumo andar com mudanças bem leves porque muitas das vezes a roda traseira foge completamente mesmo andado em plano e sem obstáculos, e ter uma mudança leve permite compensar rapidamente a perca de velocidade e de trajectória.

Se se andar com mudanças pesadas no tipo de areia que se encontra na margem-sul, se a roda derrapar arriscamos-nos a ficar com um pedal em cima e outro em baixo e aí não há muita forma de os mover especialmente se se não usar pedais de encaixe. E com estes... por vezes quase se cai para o lado.

Agora no ínicio tens que controlar a velocidade a todo o momento nas descidas. Assim que te aproximas e vês que tem um grau de dificuldade acima do normal para ti entras a baixa velocidade e tentas controlar para escolheres as melhores trajectórias. Com o tempo e experiência vais ser capaz de avalair essas trajectórias de forma mais rápida e eficaz e começas a descer mais rápido.

Agora um conselho muito importante: No Btt de forma geral, e nas descidas em particular, não olhes para o pedaço de terra mesmo diante da roda da frente. Tens que olhar sempre um pouco mais afastado para avaliares onde vais passar (as tais trajectórias que mencionei) e guias a bicicleta para lá.

A menos que haja um obstáculo grande que exija olhares para baixo por um curto momento para teres a certeza por onde a roda vai passar, continuas a olhar para a frente e confias que a suspensão fará o trabalho dela para garantir que vais pelo caminho melhor e mais seguro.
 

Joana Simoes

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Mas se eu ando tanto em estrada como em mato, como faço com os pneus?

Eu não pedalei na descida....mantive os pés quietos...mas quando começo a sentir a bike a "dar de cu" (não sei q expressão vcs usam), ainda estar a meio da descida, só ver buracos, só ver areia solta...tentei largar um pouco o travão de trás para ela deixar de derrapar, mas em segundos ela ganhou velocidade e voltei a travar....foi a morte do artista. Queria perceber melhor o que poderia ter feito para não cair.

No meu ver, e o que já me disseram aqui, os problemas foram o equilibrio e o travão a mais.
 

Medroso#78

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Dá para sentir que a ansiedade tomou conta de si... o querer evoluir, o não querer que esperem por si naquela subida, ou até naquela descida.. então tenta pedalar o máximo de vezes possível durante a semana em estrada (na estrada a técnica é zero, o perigo é dobro, ou triplo). Cuidado.. não stress.

Pode sempre fazer uma caminhada.... uma corrida.. ou até fazer as 2 coisas no mesmo treino! Corre enquanto aguenta, entretanto caminha para ganhar um pouco mais de folgo (1 horinha é o quanto basta), mas nunca esquecer de tirar dias para descanso (tão o mais importante que o treino).

Corrida/caminhada é algo que se faz bem, e até por perto de casa, em segurança.. e bem menos chato fazer-se só. Vem o inverno, os dias minúsculos, a chuva, o frio, corrida/caminhada, é um EXCELENTE complemento à pedalada. Não torne as suas pedaladas em rotina... "obrigação". ;)

..bem, a conversinha estava muito agradável, confesso, como se fala de algo que se gosta, dava para falar toda a noite :D mas.... tá na hora do tacho. Depois tenho que começar já hoje a preparar tudo com calma para no próximo sábado fazer 94km em autonomia em pleno Parque Nacional Serra do Gerês (8ª etapa NGPS). Já agora, se alguém quiser aparecer, está convidado. ;)

.."té manhã".
 

Medroso#78

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.....só para terminar por hoje (LOL),

Esse dar de cu (toda a gente percebeu, descanse, é normal que tenha acontecido), deve-se ao excessivo uso do travão de trás.... o excesso de velocidade, deve-se ao não uso do travão da frente (convém que sejam usados em simultâneo), lá está, só com o tempo a coisa lá vai.. com o tempo a malta aprende a perceber o que elas querem... :p
 

Joseelias

Well-Known Member
Mas se eu ando tanto em estrada como em mato, como faço com os pneus?

Eu não pedalei na descida....mantive os pés quietos...mas quando começo a sentir a bike a "dar de cu" (não sei q expressão vcs usam), ainda estar a meio da descida, só ver buracos, só ver areia solta...tentei largar um pouco o travão de trás para ela deixar de derrapar, mas em segundos ela ganhou velocidade e voltei a travar....foi a morte do artista. Queria perceber melhor o que poderia ter feito para não cair.

No meu ver, e o que já me disseram aqui, os problemas foram o equilibrio e o travão a mais.

A areia é uma coisa muito complicada e só mesmo a experiência a e sensibilidade que vais ganhar te ajudarão a controlar a bicicleta.

Mas podes começar também a fazer uma coisa. Se chegares a uma descida que aches ser um pouco complicada, pára no topo dela e observa-a bem. Vê por onde será o melhor local para ir, que obstáculos queres evitar ou terás que ter mais cuidado e no fim por onde queres seguir. Montas-te na bicicleta, e andas um bocado para trás para quando chegares à descida já estares em equilíbrio e em controlo. Depois é tentar fazer o que planeaste. Com a experiência já poderás vir a ser mais espontânea.

Para além disso o principal travão da bicicleta é o da frente pois numa descida o de trás irá começar a derrapar muito depressa. A roda da frente terá pelo contrário o nosso peso em cima dela e o pneu irá manter o contacto com o chão e por isso o travão da frente é mais eficaz. Claro que para se usar o da frente tem que se ter sensibilidade para não bloquear a roda e se saltar por cima do guiador apesar de as suspensões hoje em dia reduzirem muito este risco.

Em relação à pressão dos pneus tens algumas alternativas. Se fazes estrada e Btt separadamente tens a pressão posta para onde andas mais e quando mudas de piso alteras a pressão. As bombas-de-ar das bombas da gasolina dão de forma geral para as bicicletas de Btt e por isso é uma questão de se passar por uma e alterar nuns segundos a pressão.

Se andares de forma alternada, ou misturares os dois pisos numa saída, ou não te queres chatear constantemente com este assunto coloca a pressão para andares no mato. É preferível ganhares controlo no Btt mesmo que a bicicleta não role tanto no alcatrão, que andares mais rápido no alcatrão mas depois chegares a um piso fora de estrada e arriscares uma queda por causa de pressão inadequada.
 

Joana Simoes

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ahhh entendi!!!! vou ver disso amanhã!

Eles dizem-me sempre por que lado descer. Tenho de ganhar mais experiência mesmo! Tenho medo mas não tenho vergonha lol e quero dar passos maiores que as pernas....prefiro tentar e cair, do que não tentar. Claro que algum dia pode-me sair muito caro....espero que não!
 
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