Os perigos iminentes do novo Código da Estrada

[TLouro]

Joseelias,

Percebo a tua linha de pensamento quando afirmas que não existe caça à multa.

Contudo, existem situações em que a sinalização está incorreta ou pouco clara e as autoridades aproveitam para ficarem à coca da multa! Por exemplo, uma das saídas da minha cidade tem duas faixas em cada sentido, separador central, tem um desenvolvimento reto com excelente visibilidade, não tem cruzamentos nem entradas ou saídas de parques, já está fora da zona urbanizada, apresenta o perfil de uma via rápida e nunca me lembro de lá ter havido qualquer acidente. No entanto,como formalmente ainda está dentro da cidade, o limite é de 50km/h. Claro que me dirás que o limite é para ser cumprido, mas se passares lá a 50km/h até te sentes a atrapalhar o transito... Claro que lá costuma estar um radar escondido! Isto não é caça à multa?

Outra situação frequente é numa estrada nacional aparecer um sinal de limitação de velocidade para 50km/h por causa de um cruzamento ou de outra situação, mas depois faltar o sinal de fim dessa limitação! Se as autoridades tirarem partido disso para multar, não é caça à multa?

Cumprimentos

 

[Joseelias]

TLouro

Se não há sinalização que autorize andar a mais de 50km/h, e especialmente se há, então não é caça à multa. A menos que a policia tenha tirado ou tapado de propósito os sinais de velocidade.

Não quero com isto dizer que nesse troço não pudesse haver um limite de velocidade superior porque as condições assim o permitissem. E muito menos vou contestar a péssima, horrível e até absurda sinalização das nossas estradas. Conheço muitos exemplos como os que dás.

Se alguém passa pela estrada nacional 1 por Leiria com destino ao Norte, e não vive nessa zona para a conhecer bem, sabe o absurdo surreal que lá criaram em termos de sinalização. Entre dezenas de sinais quase sobrepostos para 3 ou 4 auto-estradas e várias zonas comerciais, e outras indicações para terreolas que devem ter três habitantes, cruzamos-nos com um entrelaçado de estradas e viadutos que só com sorte descobrimos qual é a via que nos mantém na N1.

Mas se me enganar (e foram já duas vezes) não vou andar a fazer marcha-atrás em vias rápidas e auto-estradas como já vi inúmeras vezes. Tento sair na saída seguinte e corrigir o erro apesar de não ter sido meu mas de quem prefere sinalizar a entrada de um centro comercial várias vezes e ignora totalmente a N1.

No exemplo que dás, se a malta em vez de andar a infringir se organizasse e pressionasse a Câmara para alterar esses limites de velocidade, ou para que esta pressionasse o IEP conseguiam mais que andar a infringir e a queixar-se das multas nos cafés e noutros locais, como é apanágio dos Portugueses. Erros toda a gente comete. O problema dos portugueses é que perante esses erros não fazem mais nada que resmungar entre-dentes e entre os amigos nada fazendo para mudar a realidade. Ora, se ninguém se mobiliza quem fez mal pensa que fez bem e nada acontece para corrigir o problema.

No caso que contas já alguém da "sociedade civil", como agora é moda chamar, se mobilizou para resolver o assunto? Seja para aumentar os limites de velocidade, seja para pelo menos colocar ou aumentar os sinais com a velocidade correcta de circulação nesse local para que não haja equívocos pelo seu perfil? Posso estar enganado, mas tenho quase a certeza que ainda ninguém se mexeu.

 

[TLouro]

Caro Joseelias,

A tua linha que raciocínio (bastante correta, aliás) é seguir escrupulosamente as regras, e quando as regras não estão bem, há que pressionar para mudá-las. Isto parece-me teoricamente incontestável.

O meu ponto é que enquanto não se conseguem corrigir as regras (leia-se sinalização) incorretas, ninguém tem pachorra para as cumprir, não se estando sequer a gerar qualquer perigo com isso. (Se vieres para o Algarve pela nacional cumprindo escrupulosamente a sinalização arriscas-te a não passar dos 50km/h de Grandola para baixo...)

Do meu ponto de vista, se as autoridades se aproveitarem dessas situações para multar, estão a fazer caça à multa.

Abraço

 

[Lockheed]

Caça à multa foi em Nova Iorque...!

http://www.youtube.com/watch?v=bzE-IMaegzQ

 

[Xuixo]

acho que uma leitura atenta a este site é capaz de dissipar algumas duvidas apesar de ainda não constarem nele a revisão de julho.

Cumps,
Rui

 

[Nuno Costa]

caça à multa em Portugal, loooool até dá vontade de rir.na Suiça, numa autoestrada, estava um sinal de transito a dizer que só se podia circular a 60km... eu como bom Portugues que sou, abrandei para os 100km porque não vi perigo nenhum... não havia carros, não havia acidentes, nada.Mais à frente estava um carro da policia que me mandou parar e multou-me por excesso de velocidade... eu perguntei porque tinham colocado um sinal a limitar a velocidade se não havia nada... eles responderam "o sinal está lá para avisar que há perigo mais à frente, neste caso não havia mas se houvesse voçê tambem não tinha abrandado porque não via o perigo, só abrandava quando o perigo estivesse visivel para si"isto sim é caça à multa...em França, multaram um camião porque pisou o traço continuo com o ultimo rodado do camião, é perciso ver que o camião tem 12m de comprimento, é muito dificil ver o ultimo rodado, ainda por cima se não houver perigo para ninguem, isto não tem importancia... mas em França temEm França se um carro está estacionado dentro do estacionamento autorizado, mas a ocupar o lugar de 2 carros, alguem que tenta lá estacionar e não conseguir e bata no outro veiculo, o culpado é quem está mal estacionado e não quem está a tentar estacionar, logo o condutor do carro já estacionado paga o arranjo dos 2 carros... em Portugal até podes parar na autoestrada (por avaria) que se alguem bate no teu carro é sempre culpado... podes parar em 2ª fila, se alguem bate no teu carro é culpado... logo podemos interpretar que o melhor condutor Portugues é aquele que está parado, looool, pois nunca é culpado pelos acidentes que causaeu acho que faz muita falta aos Portugueses conduzirem no estrangeiro, principalmente no norte da europa, para aprendem a conduzir e saberem o que é caça à multa...em Itália é precisamente o inverso... numa estrada nacional em que só se pode circular a 80km, os carros atrás de apitam-te se fores a menos de 100km... numa estrada nacional com uma faixa para cada lado, se houver transito os carros formam uma terceira feixa em cima do traço continuo... numa estrada nacional com uma faixa para cada lado, quando existe cruzamentos, abra-se uma 2ª faixa que serve para os veiculos voltarem à esquerda, aí todos ultrapassam pissando o traço continuo...não se queixem do que temos, pois temos muita tolerancia por parte das autoridades, basicamente limitam-se a multar por excesso de alcool e pouco mais... boas pedaladas a todosvamos circular mais de bicicleta e pedir mais ciclovias, principalmente nos acessos a Lisboa, IC19, Marginal, N10, Calçada de Carriche, etc.

 

[makunouchi]

Já que se falam de transgressões, é impossível para mim como condutor de bicicleta não transgredir uma vez que o código da estrada é feito com base no carro.
Vou dar um exemplo do meu trajecto para o trabalho, moro em Lisboa em Santa Isabel, +/- estilo bairro alto a zona, onde para ir em direcção às amoreiras eu teria de descer até ao rato e voltar a subir tudo até campo de Ourique se fosse a cumprir o código da estrada de forma a não andar em contra mão. Eu sei que estou errado também em cumprir pouco com a sinalização, mas se as leis fossem feitas por mim, um sinal vermelho seria equivalente a um sedência de passagem para uma bicicleta. Transíto de bicicleta em cidade à vários anos e nunca tive nenhum acedente nem provoquei nenhum, até porque o ciclista tem uma percepção do transito muito melhor que um carro. Por exemplo um sinal vermelho onde está uma passadeira para peões que se antecede a uma subida, não está a passar ninguém, se eu vou parar vou ter de fazer 4 vezes mais esforço para subir essa subida e demorar 5 vezes mais tempo a subi-la. É como parar numa passadeira numa subida, eu simplesmente peço desculpa a quem está a passar por não parar e nunca ninguém ficou chateado comigo, é uma questão de sensibilidade. Para um carro não custa nada parar numa subida, mas para um velocípede custa imenso. O problema destas regras é que são escritas por pessoas que certamente não transitam de bicicleta. Como é que as regras podem ser tão detalhadas quando andar de bicicleta não obriga a licença...