A minha estreia 5
( ... continuação do
post anterior)
Neste andamento mais comedido (segurança acima de tudo, dentro do possível claro), quiçá um pouco ridículo de "
susto-sim susto-não" e várias ameaças do clássico "
já foste!", fui sendo ultrapassado por vários bttistas que, se nas subidas mostravam que
estavam ali para dar ao pedal, nas descidas então parecia que iam atrasados para algum almoço num qq estádio! Cheguei a parar e encostar para não atrapalhar, até dava gosto vê-los passar, cum carago!
Um pequeno aparte sobre isto das ultrapassagens, tive algumas situações ao longo da prova que me suscitam dúvidas, explicando-me melhor:
- nas subidas fiquei a saber que quem desmonta segue pelas laterais deixando o meio para os ainda pedalantes. E se quem segue desmontado estiver a progredir mais rápido do que os que pedalam? A prioridade nas subidas é para quem vai montado ou quem vai mais rápido?
- quem vem de trás para ultrapassar por vezes avisa o lado pelo qual vai passar mas alguns passam a chispar sem dar cavaco. E se o piso me obrigar a desviar a trajectória e levar com desses silenciosos em cima?
Existem regras definidas para isto?
Continuando...
Se antes achava que a coisa ia ficar mais hardcore agora tinha a certeza que
isto ia ser memorável: a bike fod*da e eu a ter um
prazer brutal, eh eh
As
técnicas do sola-brake e
mato-roço serviam na maior parte das situações mas por vezes não eram suficientes, eu tinha de tomar
medidas drásticas, e rápido! Tinha de haver outra solução de recurso...
Pois não é que o
pinheiro é um excelente recurso para travar? Basta apontar direito a ele e no último instante
desviar o suficiente para não lhe acertar com a roda mas ainda assim conseguir abraçá-lo com o braço! Tive de aplicar esta técnica 3 vezes, tendo funcionado em 2 o que dá uma eficácia de 66,7%. Quando funcionava era um alívio e a bike parava apenas uns metros mais à frente, mas quando não funcionava táva tudo fod**o porque o que vinha a seguir não era bonito não senhor (é nesses momentos que aproveito para
recitar rapidamente alguns palavrões do meu dicionário antes do impacto final)...
Apesar de estar a gostar, já estava a achar pouca piada a esta
modalidade do "sem-travões" e de alguns encontros imediatos com pinheiros e outras espécies arbóreas... A continuar assim já era
abusar muito da sorte e eu tive muita no meio disto tudo, mas ela podia esgotar-se a qq momento.
Resolvi fazer uma
vistoria aos travões a ver o que se podia fazer. O de trás além de estar gasto, ainda tinha o cabo estragado fruto de uma "festa" feita a um pinheiro. O da frente estava tão gasto que já não tocava no aro da jante, se conseguisse ajustar os calços mais junto do aro já teria algum travão. Mas não tinha a chave apropriada por isso nada feito.
De repente reparo em algo que
até me gelou os tomates... a roda da frente está completamente desapertada, o pequeno manípulo de aperto rápido até baloiçava para trás e para a frente com a folga que tinha! Cum filh* da pu*a!! Como é que é possível? Isto explica o barulho de algo a roçar que me acompanhou desde antes dos 20km e que eu ainda não tinha descoberto a origem... Andei estes kms todos apenas com a
forqueta pousada em cima do eixo da roda, só a ideia do que poderia ter acontecido deixa-me gelado! Que grande
nabo! Aperto a roda com força e confirmo que está firme.
Está decidido, no próximo abastecimento dos 51km
vou desistir... caso não arranje uma chave para ajustar os calços da frente.
(continua no
post seguinte)