Mais Um dia Mundial sem carros - 22-9-2007

bikelab

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Na comemoração de mais um dia mundial sem carros lá vem mais uns quantos arraiais e animações de rua para chamar a atenção para os modos de transporte alternativos e mais verdes.
Será esta carnavalada o melhor metodo de introduzir este tema com seriedade na vida das pessoas ?
Ou pelo contrário ao festejar a singularidade do dia reforçamos a nossa dependência dos combustiveis fosseis ?
Que iniciativas deveriam ser implementadas para que ''a moda pegasse'' ?

Abraço
LP
 

100do

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Re: Mais Um dia Mundial sem carros

Eu acho que estas iniciativas não têm qualquer efeito a medio/longo prazo.
Podem-me chamar pessimista mas iniciativas como cortarem a Vasco da Gama por um dia para que umas centenas passeiem de bicicleta, acho uma parvoíce, já para não falar nos transtornos que causa a quem trabalha, e na despesa.

Acho que poderia haver outras iniciativas bem melhores. Por exemplo a construção de ciclovias. Se constroem auto-estradas, porque não construir uma ciclovia, longe das estradas, a ligar um local a outro.
Imaginemos que conseguiam construir uma ciclovia a ligar 2 locais, po rum local onde não há passagem de carros. Acho que era meio caminho andado para as pessoas pegarem na bicicleta e irem experimentar. Quem sabe se quando precisassem de lá ir não iam na bicicleta... E não precisavam de eventos dispendiosos como esses a que temos assistido. Gostava de ver um relatório sobre esses dias sem carros. Aposto que só conseguem concluir que nesse dia houve menos carros (pudera, cortam as estradas).
 

BrunoPereira

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Re: Mais Um dia Mundial sem carros

100do said:
Acho que poderia haver outras iniciativas bem melhores. Por exemplo a construção de ciclovias. Se constroem auto-estradas, porque não construir uma ciclovia, longe das estradas, a ligar um local a outro.

Isso é que acho que seria a medida mais certa a ser tomada, embora que com o crescimento efectivo de bicicletas, os municípios começam a preocupar-se mais com a construção de ciclovias!

à tempos em conversas com o meu irmão discutíamos a possibilidade de ao longo das autoestradas, naqueles caminhos de terra batida, fazer-se ciclovias. Mas talo como estão, ou seja, manter a terra batida mas assegurar a ligação dos caminhos e permitir a utilização dos mesmos!

Se isso acontecesse ia até Fátima ou Lisboa ou Algarve sem grandes dificuldades!
 
Re: Mais Um dia Mundial sem carros

Sinceramente, em termos práticos, estas iniciativas não surtem qualquer efeito.
Por uma questão de comodismo ou de mentalidade, os cidadãos não conseguem libertar-se do seu meio de transporte preferido, o automóvel.
Pessoalmente, considero estas campanhas, no mínimo, patéticas.
No dia seguinte, as filas de trânsito, os engarrafamentos e o som estridente das buzinas regressam em todo o seu esplendor, transformando o “Dia Mundial sem carros” numa jornada que apenas serviu para dificultar a vida às pessoas em termos de locomoção.

No nosso caso concreto (Portugal), invistam noutro tipo de campanhas de sensibilização, melhorem a qualidade e a quantidade dos transportes públicos e talvez os resultados comecem a aparecer.
 

100do

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Re: Mais Um dia Mundial sem carros

Uma atitude que considero um bom exemplo:

Pelo que me contaram, entre Guimarães e Fafe havia uma linha de caminho de ferro desactivada. Foi retirada e no lugar dela construiram uma ciclovia. :clap:
Quem for da zona poderá confirmar e até dizer se resulta ou não. Não conheço, apenas me contaram mas parece uma iniciativa bem melhor do que essas que se lembram de fazer de vez em quando.
 

bbaixo

Member
Re: Mais Um dia Mundial sem carros

100do said:
...
Pelo que me contaram, entre Guimarães e Fafe havia uma linha de caminho de ferro desactivada. Foi retirada e no lugar dela construiram uma ciclovia. :clap:
...

É verdade que a ciclovia existe e tem bastante participantes, mas carece de obras de conservação e infelizmente o opção do alcatrão para piso não foi a mais feliz, além disso é uma via invadida por veiculos com motor de 2 e 4 rodas.

Para mais informação, aconselho a leitura deste documento.

Quanto ao tema em discusão, é óbvio que estas iniciativas não dão frutos a longo médio/longo prazo, as soluções mais interessantes será a construcção de mais ciclovias, a promoção efectiva do uso da bicicleta e/ou veiculos movidos com o esforço humano e aumentar a relevância deste veículos na código da estrada.

Cmpt

Flávio
 

bikelab

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Re: Mais Um dia Mundial sem carros

As ciclovias em portugal estão na sua maioria a ser contruidas não como mais um opção nas habituais vias de comunicação mas como um espaço de lazer e desporto que em alguns casos (felizmente) tb cumpre a função de alternativa á circulação.
Ou seja São feitas para o pessoal ir perder uns quilitos e manter a bomba a funcionar, por vezes o percurso escolhido tb serve para ligar locais de interesse.
Este ano a camara pediu-me para ir ajudar nas festividades... como... deveria ir a uma escola montar a oficina e afinara as bic dos putos que a usassem para se deslocar para a escola.....
Bem fiz isto o ano passado... foi uma perca de tempo !
Até mesmo por parte da camara senti que há mais uma obrigação em deixar a marca do dia do que vontade e interesse em aproveita-lo para iniciar algo que funcione.
É pena.
 

Ludos

Benevolent dictator for life
Staff member
Como sempre... apontar o dedo é tão fácil, tão fácil como mandar abaixo e criticar.

O dia sem carros, é tipo LiveEarth, ou qualquer outra iniciativa do género, ou seja, uma acção feita para descargos de consciências e dizer "nós preocupamo-nos" até porque as ciclovias promovem a deslocação em bicicleta, que é um veículo não poluente, e que leva à principal questão destes dias sem carros, que é o meio ambiente, o resto são apenas "bónus".
Claro que só se lembram disto uma vez por ano, quando os média cobrem a coisa e tal, mas, a vós que são utilizadores de bicicleta, eu pergunto-vos: o que fizeram vocês para a promoção da bicicleta como veículo de deslocação? O que fizeram vocês para dar a entender à vossa autarquia que vale a pena investirem em infra-estruturas para as pessoas que utilizam as bicicletas como meio de locomoção?

:roll:

Eu posso dizer que vivo numa autarquia que investiu nas bicicletas como meio de locomoção, temos alguns quilómetros de ciclovia, temos bicicletas nas Juntas de Freguesia, à disponibilidade de qualquer cidadão, e no entanto, numa cidade de dimensões reduzidas como é esta em que vivo (Serpa) a grande maioria das pessoas contínua a deslocar-se de carro, alguns só para fazer um ou 2km, de casa para o trabalho e vice versa.

O que é que nós podemos/devemos exigir dos outros, quando nós somos muitas vezes os primeiros a não dar o exemplo ?!

O Bikelab disse que o ano passado foi à escola arranjar as bicicletas aos putos, sentiu que foi um desperdício de tempo, fiquei com a impressão que este ano nem vontade tem de lá voltar. No ano passado houve putos que ficaram todos contentes, com a bicicleta a travar bem e tal... e com a ideia que é um meio válido, este ano os putos vão ficar com o quê ? E não havendo ninguém que lhes transmita a mensagem de promoção de utilização da bicicleta, os miúdos vão assimilar o quê, senão aquilo que vêem no dia-a-dia, a utilização de carros...

É preciso persistência, e força de vontade, e só assim conseguiremos fazer a diferença. É como uma música dos Black Eye Peas com o Sting cujo titulo é Union, e às tantas diz assim:

It takes one, just one
And then one follows the other one
And then another follows the other one
Next thing you know you got a billion
People doing some wonderful things
People doing some powerful things
Let's change and do some powerful things
Unity could be a wonderful thing

Vamos mudar-nos a nós próprios, aos que nos são próximos, e esperemos que o efeito "bola de neve" nos venha a trazer os resultados que queremos ter.

Boas pedaladas.
 

Hugo_BTTejo

Utilizador Banido
Acho muito bem todos os anos haver dia Mundial sem carros.

E se o pessoal nesse dia organizasse um passeio pelas cidades ???
Tipo, quem fosse de Lisboa encontrava-se no local X, os do Porto no local Y e por ai fora.
 

jpsantos

New Member
Eu vou tentar ir para o trabalho de bike nesse dia e vais ser uma bela maneira de passar o meu dia de anos também (a parte de ir de bike para o trabalho :s )

João Santos
 
Ludos said:
...
It takes one, just one
And then one follows the other one
And then another follows the other one
Next thing you know you got a billion
People doing some wonderful things
People doing some powerful things
Let's change and do some powerful things
Unity could be a wonderful thing

Vamos mudar-nos a nós próprios, aos que nos são próximos, e esperemos que o efeito "bola de neve" nos venha a trazer os resultados que queremos ter.

Boas pedaladas.

Eis o meu dia a dia como residente e trabalhador na cidade de Coimbra.

Por volta das 8.30 horas saio de casa, sita junto à Quinta das Lágrimas, sigo em direcção à ponte de Santa Clara, atravesso-a, apanho o 7 ou o 24 (nº de autocarro) no Largo da Portagem, apeio-o no Arnado ou na Avenida Fernão de Magalhães e dirijo-me para o meu local de trabalho.
No final do dia (não tenho hora certa de saída) faço o percurso trabalho/casa a pé (Rua da Sofia – Praça 8 de Maio – Rua Visconde da Luz – Rua Ferreira Borges – Largo da Portagem – Parque Dr. Manuel Braga – Parque Verde do Mondego – Ponte Pedonal – Lote 2, 5º Dto.)

Alguns colegas de trabalho, residentes igualmente em Coimbra, não fazem as minhas caminhadas (falta de preparação física :mrgreen: ), mas utilizam os transportes públicos.
Quanto aos outros, tentar demovê-los da utilização do automóvel é uma tarefa hercúlea e praticamente impossível. Por vezes fico com a sensação que não estacionam o carro junto à secretária porque tal não é possível.
Claro que, perante este cenário, não estranho a crescente obesidade daqueles que, não sofrendo de qualquer disfunção metabólica, levam uma vida demasiado sedentária em que há muita comida, muita bebida e nenhum exercício.

Ontem, na RTP 2, assisti a um excelente documentário que retrata a vida de uma hospedeira de bordo que, sensibilizada com a miséria extrema que se abate sobre certas populações do Bangladesh, decidiu, a expensas próprias, criar uma Fundação com o intuito de ajudar e minorar o estado de degradação em que essas gentes vivem.
Um dos objectivos a que se propôs, consiste em tentar incutir-lhes hábitos de higiene e consciencializá-los de que da falta dos mesmos podem advir malefícios muito graves para a saúde pública.
Num certo momento, numa determinada aldeia, a nossa benfeitora decide apanhar o lixo que, tal como a erva daninha, abundava no chão.
A população masculina, perante tal acto, ficou simplesmente atónita e boquiaberta.
Ao ver as suas expressões, radiografei-lhes o pensamento e descobri que a sua estranheza e perplexidade eram fruto da seguinte interiorização: O lixo não presta, não serve para nada, para quê apanhá-lo.
A sua lógica de raciocínio não era de todo destituída de fundamento: Eles sabiam que o lixo não presta, mas não sabiam que o facto de estar no chão, à mercê das crianças, poderia causar-lhes graves problemas.

Mas afinal, para quê todo este palratório e o que é que o mesmo tem a ver com o assunto aqui debatido?
Tem muito.

Os portugueses têm a consciência e já interiorizaram a ideia de que a utilização dos transportes públicos ou de outro qualquer meio de transporte alternativo e não poluente são bons e que o dióxido de carbono em excesso é mau. No entanto, e utilizando uma linguagem litúrgica, nós pecámos e sabemos porque pecámos, logo, o nosso pecado é grave. Aqueles homens, daquela miserável aldeia do Bangladesh, pecaram, mas, por ignorância, não sabem que pecaram, logo, o pecado deles não é grave e talvez nem sequer se possa falar em pecado.

Pois é meus amigos.
O “dia mundial sem carros” é muito bonito, mas, na prática, não tem qualquer efeito.

Torna-se imperiosa uma campanha diária, transmitida no chamado horário nobre e por todas as estações de televisão, que nos faça acordar e reflectir sobre tudo aquilo que já sabemos, mas, por preguiça e comodismo preferimos deixar adormecido num qualquer recanto do nosso cérebro.

Perdoem-me mais uma vez, mas, não é uma iniciativa esporádica, levada a cabo uma vez por ano, que nos vai acordar da nossa letargia colectiva.

“Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”.
Se a água apenas bater uma vez por ano, é capaz de furar, mas vai demorar muitas centenas de anos.

Cumps.
 

brunors

New Member
Hugo_BTTejo said:
Acho muito bem todos os anos haver dia Mundial sem carros.

E se o pessoal nesse dia organizasse um passeio pelas cidades ???
Tipo, quem fosse de Lisboa encontrava-se no local X, os do Porto no local Y e por ai fora.

Ainda por cima calha a um sabado... :wink:

concordo contigo... podemos formar grupos por cada cidade aderente e aproveitar o dia sem carros para andar de bicicleta...

serve tambem como convivio entre os participantes do forum...
Eu sou de Lisboa e em principio alinho...

Claro, se ninguem aparecer então a iniciativa (apesar de eu tambem achar ser de fachada) não tem mesmo nenhum efeito.
 

luguima

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No dia 22 alinho em formar um grupo em Braga! Aproveito e faço o aquecimento para os Trilhos de Sto Antonio... :mrgreen:

No dia a dia eu cá evito ao máximo a utilização do carro. Como não posso ir trabalhar de bike, apanho boleio de colegas e/ou uso transportes públicos.

Abraço
 

ocram

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luguima said:
No dia 22 alinho em formar um grupo em Braga! Aproveito e faço o aquecimento para os Trilhos de Sto Antonio... :mrgreen:

No dia a dia eu cá evito ao máximo a utilização do carro. Como não posso ir trabalhar de bike, apanho boleio de colegas e/ou uso transportes públicos.

Abraço

tb alinho e podemos fazer um percurso por braga de manha :p
 

bikelab

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É verdade que eu sou maioritariamente bom a arranjar desculpas para o facto de não me deslocar de bicicleta.
É verdade que pelo menos moralmente tinha a obrigação de ser um exemplo.
Eu '' não pergunto o que as bicicletas podem fazer por mim mas sim o que eu posso fazer por elas '' (citação distorcida peço perdão ao autor)
è verdade que o ano passado o esforço foi ''de facto'' infrutifero mas este ano lá estarei na esperança de melhor.
A verdade é que as gotas de agua batem, batem, batem e a coisa vai furando, furando, furando.
Mas entre os passeios e o facto de o dia calhar ao fim de semana parece-me que estamos á beira de mais um dia sem grandes consequencias.
A quetão é, como convencer as pessoas (ciclistas e não ciclistas) a apanhar o lixo do chão ?
O que faz com que nós que gostamos tanto do nosso carro passemos a usara a bicicleta??
 

100do

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Coloco uma pergunta:
Porque é que não usamos o comboio?? É um meio de transporte tipo o carro, e porque é que não usamos? É claro que alguns usam, mas eu por exemplo não. Apenas porque não me oferece condições, neste caso horários compatíveis.

Portanto, porque é que não usamos as bicicletas?
Talvez porque não há condições, não acham? Uma delas é o clima que temos mas também faltam outras. Falta também o respeito pelos ciclistas, que os automobilistas não têm. Eu tenho medo de andar na cidade, não é seguro. Enquanto assim for recuso-me a usar a bicicleta no dia a dia. Continuo a usá-la apenas como hobbie e desporto.
 

anabananasplit

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O Dia Sem Carros está integrado numa Semana Europeia da Mobilidade, que geralmente concentra muitas iniciativas, congressos, seminários, etc, relacionados com esta temática. Pode ser usado pelas autarquias como manobras de cosmética, para ficarem bem vistas, enquanto que não procuram tomar medidas verdadeiramente necessárias e de longo-prazo.

No entanto, o Dia Sem Carros não invalida outras medidas de fundo, não é "isto ou aquilo", pode-se ter ambas as coisas.

As ciclovias são pouco necessárias e até pouco recomendáveis (grandes investimentos extra em infraestruturas, quando já temos estradas feitas, problemas de segurança, dificuldades em implementar redes coerentes, etc), excepto em troços específicos, de valor turístico e desportivo, ou por razões de falta de alternativas seguras. O que é necessário é que as estradas e demais vias sejam mantidas em condições, que os limites de velocidade sejam cumpridos e reduzidos dentro das zonas urbanas e residenciais, que o estacionamento ilegal e abusivo seja combatido, e que as pessoas aprendam a andar na estrada de bicicleta, tal como aprendem a andar de carro ou de mota.

O mais importante para que o sistema de mobilidade urbana se foque cada vez mais na bicicleta é cada cidadão, individualmente, tomar a decisão pessoal de usar mais vezes a bicicleta para ir para o trabalho, para o parque ou jardim, para a pria, para ir ter à esplanada para ver uns amigos, para o cinema, à mercearia, etc. Em vez de deixar isso exclusivamente para os "gestos simbólicos" do Dia Sem Carros, dos passeiso tipo Lx Bike Tour, Belém-Trancão, etc, enquanto clama por mais gente a andar de bicicleta e por mais respeito para os ciclistas.

Não é por haver condições por vezes absolutamente inenarráveis para os peões e utilizadores de transportes públicos que as pessoas deixam de andar a pé ou de TP. Não é por os automobilistas não terem respeito uns pelos outros e pelos peões que as pessoas deixam de andar de carro ou a pé.

Para que as condições para o uso da bicicleta melhorem, primeiro tem que começar a haver mais gente a andar de bicicleta, para isso dar um sinal às autarquias e ao Governo de que a população está nessa onda e que os investimentos necessários serão rentabilizados (economicamente e em termos de dividendos políticos).
 

bikelab

New Member
Na parte que me toca, este ano vamos dinamizar o dia convidando a população a vir para a cidade de bicicleta
Vamos criar um parque de estacionamento no meio da cidade e vamos oferecer uma afinação e lubrificação gratis a quem aparecer.
'' venha para a cidade de bicicleta e ganhe uma revisão a borla ''
Confesso que me faltam ideias originais para melhorar o status quo.
É mais uma gota de agua que bate.

LP
 
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