Geoff Kabush vence prova com transmissão 1x9

ontem vi a prova do canada na sportv3 e reparei numa coisa a bike do geoff kabush nao tinha mudanças da frente ou eu vi mal mas acho que nao tinha mas confirmem-me issso porque se for verdade mostra que nao e preciso ter uma bike xpto basta ter pernas lol
 

jota

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2009-08-02_Geoff_Kabush_winning.jpg
 

Hetfield

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O que demonstra é que consoante os circuitos assim será ou não preciso ter um, dois ou três pratos na pedaleira. Demonstra também que cada um tem a sua forma de pedalar, uns mais em força outros mais em cadência. :roll:
 

jmserra

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De facto um setup muito "peculiar", só um pratinho na frente e um guiador sobre-elevado com uma largura que nunca mais acaba... :) Mas cada um sabe de si e se funciona... não mexas mais! O que prova que muitas vezes andamos a ver o que usam os outros esquecendo-nos de ver o que melhor nos serve...!

Abraço! Ah, grande vitória do Kabush! Já são muitos anos... já merecia!
 

350plus

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De facto venceu com um setup 1x9.

É um conceito relativamente popular nos States, basta procurar na net por "1x9" que vão ver bastantes bicicletas de XC assim equipadas.

A eficácia desta configuração depende muito do terreno e do estilo de condução, pois vai haver sempre um buraco muito grande nos limites da gama de mudanças que só se podem compensar com uma boa capacidade de pedalar ora pesado e lento, ora muito rápido.

Este setup começa cada vez a fazer mais sentido com as cassetes de grande amplitude que começam a chegar ao mercado. A cassete Sram XX 11-36 (com esta fica 1x10) ou Shimano Deore 12-36 são ambas boas hipóteses para quem quiser experimentar.
 

ze_zaskar

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Boas
De facto nos USA este sistema está a crescer bastante, principalmente com o boom das singlespeeds. Isto porque muita gente se apercebeu que a enorme amplitude de relações numa transmissão 3x9 não era essencial. Muita gente passou do 3x9 para as SS, e daí para uma 1x9.

Já fiz varias experiencias com esta transmissão, alias, actualmente ando assim. Tem algumas vantagens relativamente a uma 3x9:
-menos peso;
-maior distancia ao solo;
-maior fiabilidade;
-menos variaveis na condução podem tornar a pilotagem mais eficaz (um pouco como acontece nas SS, mas em menor escala);
-permite ter uma corrente muito mais curta, diminuindo o chain slap e melhorando as passagens de relação.

A minha experiência com isto já deu para determinar algumas coisas. Em btt vai ser muito, muito difícil sentirmos falta duma relação mais pesada do que 32-11, isto se soubermos dar rotação.
A subir é preciso ter algumas precauções, pelo menos com a cassete de 32t e numa 29er no meu caso. Basicamente, deve-se subir ao estilo SS, sempre de pé, e ir usando os carretos mais leves para suavizar a coisa e também para as zonas mais técnicas.

Os mais atentos já devem ter reparado que ja há um numero considerável de pessoal a andar assim em competição, mesmo nas provas mais duras e longas.
Algo a ter em conta, sem duvida.
 
O homem vem um bocado castanho, realmente parece só ter 1 prato na frente, provavelmente para o percurso da prova era suficiente e ele optou por tirar peso retirando os outros pratos.
 

ze_zaskar

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Não foi por ser o percurso que foi, nem é por causa do peso, como eu já disse. Esse tipo já é conhecido por correr frequentemente assim.
 
existe um atleta americano , que corre pela giant que tambem ja desde o ano passado usa so 1 prato a frente
nao sei o nome dele mas e conhecido , as vezes ate usa oculo ray ban
 

silvioferraz

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Como alguém disse no início, o principal é ter pernas, pois é preciso coragem para enfrentar uma prova com esta configuração. Pouco se ganha em peso e se houver amplitudes grandes de altitude e tecnicidade do terreno, perde-se muito em relação a quem usa 2 ou 3 pratos.

Com certeza, que a prova no Quebec, não tinha paredes, senão quem sobe em 22x34 ganha com certeza absoluta e não se vai para uma prova desta magnitude com este défice. Assim como se o terreno fosse compacto e seco perderia muito com quem usa uma talêga de 44 ou até 46 dentes a rolar.

Ou seja penso que Kabush escolheu a configuração acertada para esta prova, tendo em conta vários factores, sendo que o principal, seja o seu bom estado de forma.

O boom das single speed por lá e por cá, é mais uma questão de moda, pois a maior parte da malta que as usa, mesmo com 27 vel. pede mais algumas em certas situações.

Agora concordo com o que também alguém aqui disse, sem dúvida que o que serve aos outros, nem sempre é o melhor para nós e para quem pode e compete, aí sim, alternar entre as várias configurações, tendo em conta o tipo de prova e clima em que se compete.

Abraço
 

ze_zaskar

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Não querendo levar o tópico para discussões já muito batidas, há que ter em conta algumas coisas.
Primeiro, as SS não são uma questão de moda, mas sim de descoberta. Quem adere por moda, normalmente desiste passado algum tempo.
Depois, ainda sobre as SS, a sua performance está aqui a ser subestimada. Como alguém disse há uns tempos no MTBR:

"Single speeding is easier than it appears to the uninitiated. Humans are a more flexible powertrain than Shimano wants us to think we are, and the more you ss, the broader your rpm and speed range becomes."

Traduzido: Uma singlespeed é mais fácil do que parece para o iniciado. Os humanos são um motor mais flexível do que o que a Shimano nos faz crer. Quando mais andamos de SS, maior a nossa amplitude de rotações aumenta.

Já tenho bastante experiência em SS, e posso dizer que isto é completamente verdade. E vendo o que uma SS consegue, e o tipo de provas em que os seus utilizadores entram, refuta completamente as afirmações que uma bike por ter menos 2 pratos se torna muito menos capaz. Experimenta acompanhar alguém bem adaptado com uma SS ou 1x9 e perceberias isso. Na pratica, consegue-se rodar extremamente depressa com 32-11, senão seria impossível faze-lo com 32-16 ou 32-18. Tal como é possível trepar coisas extremamente inclinadas e com enorme velocidade com 32-32 ou 32-34, senão com 32-16 ou 32-18 seria impossível.
Alias, uma vantagem de se rodar com transmissões limitadas a mudanças não tão leves, é mesmo acabar por se subir tudo a uma velocidade enorme.

Os dois últimos PUF's tiveram uma grande presença de singlespeeders. Quem esteve presente viu o que o conceito é capaz. Digo "conceito", porque quem anda numa SS não é nenhum heroi, mas simplesmente explora as capacidades do corpo.

O Adam Craig é um excelente exemplo disto. Ele participa em provas com uma singlespeed de forma não oficial. Quando corre pela Giant, simplesmente leva os ensinamentos da SS e aplica isso na 1x9.

Sobre o guia de corrente. É essencial para o funcionamento correcto de uma 1x9 qualquer tipo de sistema de controlo da corrente, caso contrario esta pode saltar do prato. Devido à popularidade destas transmissões nos USA, já existem varias soluções, sem que nenhuma delas recorra aos rollers dos guias de FR ou DH.
A mais simples chama-se NGear JumpStop, e é basicamente uma pequena rampa metálica que se monta no tubo vertical. Usado em conjunto com um bashring, mantém a corrente no sitio. Pessoalmente tenho usado isto. Barato, leve, fiável e esteticamente limpo.
Georgia_Gould_Orbea_CX_jump_stop-500-90-500-70.jpg


Uma solução classica, tornada celebre pelo Jeff Jones, é o guia da Rohloff. Foi originalmente criado para manter a corrente no sitio em FS's com o cubo da marca, mas com alguns ajustes serve que nem uma luva numa 1x9.
2791714367_e6fde4e209.jpg


A que vemos na imagem do Kabush é o recente MRP 1.X. Tem o mesmo principio do Rohloff, mas é em polímero, sendo mais leve mas também mais discreto.
MRP1xGuideProduction.jpg


Outra solução recente é o Paul Comp Chain Keeper. É feito em alumínio e revela-se bastante competente. Peca pelo preço excessivo.
paul_component_engineering_chain_keeper.jpg


Espero ter ajudado a criar algumas luzes sobre este tema, já que revelou ser uma novidade por aqui.
:wink:

Edit: mais uma vez quero frisar que nem toda a gente se dá bem com estas transmissões, já que exigem alguma capacidade de nos adaptarmos a cadencias de pedalada variadas.
 

FiCaçador

Elos Rápidos
Ora aqui está algo que já me tinha passado pela cabeça, e que já apareceu à uns tempos em forums internacionais.
Uma boa razão para que quando eu tiver que optar entre 2x9 e 3x9 com cassete de estrada, preferir este último, é a existência do 1x9.
De 3x9 para 2x9 pouco ganho, mudo menos de mudança à frente, a avozinha sai fora e os restantes 2 pratos são mais pequenos logo mais leves. Aqui perde-se peso, mas recupera-se esse peso na cassete, pois com 3x9 posso usar uma cassete 12-17 9v, mais leve e com mudanças mais proximas, uma vantagem do 3x9. De qualquer maneira ambos os sistemas requerem desviador, cabo, bicha, manípulo... para quê mudar se isso continua lá tudo :roll:
Agora com 1x9, isso já era outra coisa... sai a avozinha, sai a talega, sai o desviador, sai o cabo, sai a bicha, sai o manípulo, saiem uns elos da corrente. Entra o guia e uma cassete pouco maior.
Poucas são as mudanças necessárias a fazer para converter 3x9 para 3x1, é só arranjar o guia manter o prato do meio e o resto é mais tirar que outra coisa. Com configurações como 32_11-34 ou 32_11-36 ou 34_11-36... não há subida que meta medo, e mudanças mais leves que estas já entram no "mais vale ir a pé". As pesadas é que talvez possam não chegar nas partes mais rolantes, não sei... mas para BTT chega e sobra.
Alem disso, um guiador recto com apenas 1 gripshift do lado direito deve ficar brutal :drool:
Esse guia da PAUL, até apetece por a nossa bike 1x9 só para por lá aquilo :drool: :drool: :drool:
 

MRocha

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Eu uso 1x8, com uma cassete 11-34 shimano Nexus, com um salto brutal na cassete, de 28 para 34 :mrgreen:, e 38 dentes à frente. Não é exactamente o ideal para mim- :arrow:preferia ter um prato de 36 à frente e uma cassete de 9v 11-34, com os mesmos 7 carretos mais pequenos que tem a minha cassete de 8v e um carreto de 30(idealmente 31) que fizesse a transição para o carreto de 34 mais suave. Julgo que assim não teria limitações.

Com a configuração actual subo quase tudo. Tenho um pedalar bastante redondo e a tendência para ir inclinando a bicicleta para o lado contrário ao pedal que faz força, o que ajuda bastante a subir com uma cadência de pedalada lenta. Cheguei a fazer uma prova do regional, com 40km e subidas mesmo lixadas, com 38 à frente e 11-30 atrás. Desmontei várias vezes, secalhar um pouco mais que o pessoal que ía com pedaleira tripla... mas tambem aconteceu desmontar logo ao início de uma subida com 100metros, bastante inclinada, em que um tipo ía à minha frente em 22-34. Quando ele chegou lá acima estava todo roto :arrow: eu, que vinha a pé, nas calmas, tinha ficado uns 15metros para trás e estava bem menos cansado que ele. Em termos de tempo gasto a subir era mais eficaz subir a correr com a bicicleta à mão :ideia:

Tambem tenho notado que esta moda de usar 22-34 faz com que haja pessoal a "desaprender". Vejo pessoas a usar 22-34 para subir porque "faz-se menos força" como justificam, mas depois não conseguem fazer um pedalar suave à cadência elevada que se exige para que compense ir, nessa relação, a pedalar em vez de desmontar. E, como a cadência é elevada, depois não há hipótese de ir inclinando a bicicleta para um lado e para o outro nem de tirar proveito das vantagens dessa técnica.

A minha primeira btt "a sério", em 95, vinha equipada com deore lx completo 3X7 :arrow:46/36/26 à frente e 12-28 atrás(mesmas relações do XTR, na altura). A relação 26-28 raramente a utilizava. Sempre que desmontei a subir foi por cansaço ou falta de preparação. Sinceramente não sei como é que alguem vê vantagens em usar 22-34. Alguem como o Armstrong, que consegue manter cadências elevadíssimas durante muito tempo, talvez consiga tirar proveito dessa relação, mas a esmagadora maioria dos mortais (e dos pros) não consegue. Se toda a gente se safava, em 95, com 26-28 e ninguem sentia necessidade de uma relação mais leve, não vejo o que mudou para se usar 22-34.


Em relação aos guias de corrente:
Desses que o zé_zascar pôs foto, só conhecia os Rohloff. Esse Paul tem muito bom aspecto e é simples- quase que dá vontade de fazer uma coisa dessas em casa, até pelo dinheiro que se poupa! :lol:
Uso um Truvativ Boxguide, que é bem mais pesado que esses, mas tambem bem mais eficaz e permite fazer DJ e DH sem receios de a corrente sair. Para XC, os 350grs(+ou-) que pesa, e o atrito da roldana inferior que nem rolamento tem, comprometem um pouco a performance. Talvez o melhor compromisso em termos de peso/eficácia fosse usar dois guias :arrow: Um do género do Paul em cima e outro do género do MRP, mas montado invertido, em baixo :ideia:


Em relação a essas cassetes novas com carreto de 36 que falou o 350plus:
Será que não haverá uma versão 11-36 de 9v? E os carretos maiores, quantos são de alumínio? Já se sabe algo de pesos e preços? É que se houvesse uma 11-36 relativamente leve e barata escusava de trocar o prato de 38, que dá jeito para fazer um bocado de estrada, quando é preciso :ideia:
 

350plus

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MRocha, 11-36 não há. A Shimano está a lançar ao mercado agora a Deore HG-61 na versão 12-36. Pela informação que encontro chega no próximo mês ás lojas online e vai custar perto de 35 euros.

shimanodeore6399x600.jpg


Segundo uma ideia do Ze_Zaskar, a conversão de 12-36 para 11-36 deve ser perfeitamente possível reutilizando um carreto de 11 de uma cassete Shimano mais ou menos usada.

A configuração original é 12, 14, 16, 18, 21, 24, 28, 32, 36T. Para uma utilização em estrada, se calhar trocar o 12 por um 11 resulta num salto muito grande na base de 11 para 14, onde mudanças mais próximas são normalmente preferíveis
 
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