Não querendo levar o tópico para discussões já muito batidas, há que ter em conta algumas coisas.
Primeiro, as SS não são uma questão de moda, mas sim de descoberta. Quem adere por moda, normalmente desiste passado algum tempo.
Depois, ainda sobre as SS, a sua performance está aqui a ser subestimada. Como alguém disse há uns tempos no MTBR:
"Single speeding is easier than it appears to the uninitiated. Humans are a more flexible powertrain than Shimano wants us to think we are, and the more you ss, the broader your rpm and speed range becomes."
Traduzido: Uma singlespeed é mais fácil do que parece para o iniciado. Os humanos são um motor mais flexível do que o que a Shimano nos faz crer. Quando mais andamos de SS, maior a nossa amplitude de rotações aumenta.
Já tenho bastante experiência em SS, e posso dizer que isto é completamente verdade. E vendo o que uma SS consegue, e o tipo de provas em que os seus utilizadores entram, refuta completamente as afirmações que uma bike por ter menos 2 pratos se torna muito menos capaz. Experimenta acompanhar alguém bem adaptado com uma SS ou 1x9 e perceberias isso. Na pratica, consegue-se rodar extremamente depressa com 32-11, senão seria impossível faze-lo com 32-16 ou 32-18. Tal como é possível trepar coisas extremamente inclinadas e com enorme velocidade com 32-32 ou 32-34, senão com 32-16 ou 32-18 seria impossível.
Alias, uma vantagem de se rodar com transmissões limitadas a mudanças não tão leves, é mesmo acabar por se subir tudo a uma velocidade enorme.
Os dois últimos PUF's tiveram uma grande presença de singlespeeders. Quem esteve presente viu o que o conceito é capaz. Digo "conceito", porque quem anda numa SS não é nenhum heroi, mas simplesmente explora as capacidades do corpo.
O Adam Craig é um excelente exemplo disto. Ele participa em provas com uma singlespeed de forma não oficial. Quando corre pela Giant, simplesmente leva os ensinamentos da SS e aplica isso na 1x9.
Sobre o guia de corrente. É essencial para o funcionamento correcto de uma 1x9 qualquer tipo de sistema de controlo da corrente, caso contrario esta pode saltar do prato. Devido à popularidade destas transmissões nos USA, já existem varias soluções, sem que nenhuma delas recorra aos rollers dos guias de FR ou DH.
A mais simples chama-se NGear JumpStop, e é basicamente uma pequena rampa metálica que se monta no tubo vertical. Usado em conjunto com um bashring, mantém a corrente no sitio. Pessoalmente tenho usado isto. Barato, leve, fiável e esteticamente limpo.
Uma solução classica, tornada celebre pelo Jeff Jones, é o guia da Rohloff. Foi originalmente criado para manter a corrente no sitio em FS's com o cubo da marca, mas com alguns ajustes serve que nem uma luva numa 1x9.
A que vemos na imagem do Kabush é o recente MRP 1.X. Tem o mesmo principio do Rohloff, mas é em polímero, sendo mais leve mas também mais discreto.
Outra solução recente é o Paul Comp Chain Keeper. É feito em alumínio e revela-se bastante competente. Peca pelo preço excessivo.
Espero ter ajudado a criar algumas luzes sobre este tema, já que revelou ser uma novidade por aqui.
:wink:
Edit: mais uma vez quero frisar que nem toda a gente se dá bem com estas transmissões, já que exigem alguma capacidade de nos adaptarmos a cadencias de pedalada variadas.