Frequencia cardiaca desproporcional ao esforço realizado

Mukankas

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Boa noite, o meu nome é Jorge e quero desde já congratular os membros deste fórum pela qualidade de postagens que tive o prazer de ler, de tal forma que resolvi colocar aqui a questão que me inquieta há cerca de um ano e me está a deixar preocupado com o futuro da minha atividade física. Então é o seguinte:

Há cerca de um ano enquanto percorria o último quilómetro de mais uma "prova" de BTT com cerca 50 Km´s, senti um desconforto no peito e o coração parecia que me ia saltar pela boca batendo forte e bastante rápido ainda que não estivesse a "puxar" nada. O relevante aqui é o facto de já não estar em esforço pois os últimos 10 km´s tinham sido praticamente todos a descer e quando senti isso restava-me uns escaços 400 metros com uma ligeira inclinação. Ao sentir isto verifiquei que o meu cardio-frequencimetro marcava cerca de 200 bpm, frequência esta que nunca cheguei a alcançar nem no pico do esforço. Como já estava a chegar à meta não parei e continuei lentamente a percorrer aqueles 400 metros. Ao parar e sair da bike verifiquei o cardiofrequencimetro a marcar 232 bpm.... Montei-me novamente e andei ali às voltinhas enquanto comia uma banana (ainda assim não fosse uma quebra de tensão). Passado alguns minutos o ritmo cardíaco estabilizou e desceu lentamente para os 90/100 bpm. De referir que não senti qualquer dor ou tontura, apenas aquela sensação de coração aos pulos e muito rápido.

Na altura, até pensei que fosse do cardiofrequencimetro, pois que foi bastante barato, cerca de 20€ no Lidl.

Perante este susto marquei uma consulta com um cardiologista que após uma bateria de exames, nomeadamente prova de esforço, holter, ecocardiografia e eletrocardiograma, concluiu que tenho um coração normal e que devo levar uma vida normal, não vendo motivos para parar com a atividade física. Disse-me que aquele acontecimento pode ter sido um caso isolado e sem relevância.

Acontece que passado uns meses, após uma sessão de corrida continua e depois de ter avagado e mesmo parado para alongamentos, resolvi fazer 3 séries de 30 flexões cada e eis que quando acabo a terceira série e me levanto, toca de o coração acelerar novamente. Na altura desta terceira série já não tinha o cardiofrequêncimetro colocado mas como queria confirmar coloquei-o de novo e lá estava.... 220 bpm agora acompanhadas de pernas trémulas tipo "fraqueza".

Toca de ir novamente ao cardiologista relatar o sucedido e explicar que perdi confiança para fazer exercício físico. O Dr. falou-me que continua a achar que não serão problemas cardíacos a originar tal alteração à frequência mas que, para suprir qualquer ponta de divida, prescreveu-me a realização de uma ressonância magnética cardíaca apontando este exame como o mais sofisticado e completo. Lá a fui fazer um mês depois. Agora imaginem o resultado......:

- Tudo OK!

Quando voltei ao cardiologista com o resultado do exame perguntei..."E agora Dr.?" Se por um lado fiquei descansado por ter um coração sadio, preocupou-me o facto de não ter determinado o que me causou aquela elevação exagerada da frequência cardíaca! Novamente o Dr. me descansou dizendo que anatomicamente está tudo ok, não há nada a apontar mas que deveria para já evitar picos de esforço já que seria após esses picos que surgia aquela taquicardia. Ainda assim caso ocorresse novamente deveria contactá-lo. Ora, tenho 28 anos e quero continuar a fazer desporto sem ter receios! E foi o que fiz..

Retomei a atividade física predominando corridas contínuas. Todas as semanas corria cerca de 5 km´s três a quatro vezes por semana e passado cerca de 3 meses iniciei gradualmente o exercício de ginásio que havia deixado de parte.

Passado algum tempo, é já no passado mês de Dezembro, altura em que já havia recuperado o meu condicionamento físico para valores aproximados aos que tinha antes desta "saga", combinei uma volta de btt com um amigo. Não ia ser nenhuma corrida pois ele também não se encontrava em forma para isso, mas logo nos primeiros quilómetros decidimos subir uma colina, ainda que apeados, para chegar a um miradouro que lá se encontrara. Nessa subida bastante inclinada o meu ritmo cardíaco tocou as 180 bpm, nada que considere desproporcional pois aquilo custou um bocado. Acontece que após chegar ao cimo, e cerca de 3 minutos depois (tempo em que apenas me mantinha de pé e a conversar) notei subitamente a frequência cardíaca a aumentar (para perto das 190 bpm) com batidas fortes e aquele desconforto no peito! Sem dizer nada e já com o ritmo aparentemente restabelecido, descemos a colina e seguimos caminho por um trajeto plano. Nesta altura eu já sabia o que se estava a passar e o que tinha acontecido. Não estava sequer assustado. Não havia o problema da "fraqueza" pois tinha comido uma boa taça de cerais meia hora antes de sair de casa. E por não haver o "susto" continuei calmo e sereno a analisar o comportamento do meu corpo, principalmente do coração. Mas logo nos primeiros 500 metros surge uma pequena subida, uma coisa de nada, pouca inclinação, quase que lhe poderíamos chamar uma "lomba", e logo nos primeiros 20 metros daquela brincadeira, pumba, o gajo a bater nas 175 bpm.... Nessa altura e afastado qualquer problema com o cardiofrequencimetro (eu sentia os batimentos muito rápidos) contei ao meu amigo o que se estava a passar, que estava a ficar extremamente cansado em pequenas subidas e que apesar de apenas termos feito uns escassos 5 km, era melhor eu voltar para trás do que continuar para o meio do campo. E assim fizemos. No percurso para casa (+/- 3 Km´s) em cada subida de fraca inclinação, a circular a10 km´s/hora, o meu ritmo cardíaco subia para valores que só atinjo em subidas extremas feitas a uma boa passada (190/195 bpm).

Nessa mesma manhã liguei para o meu cardiologista mas este estava de férias fora do país. Acabei por ir nesse mesmo dia a um cardiologista do Hospital de Santiago em Setúbal, que me submeteu a uma prova de esforço nessa tarde, onde atingi a minha frequência cardíaca máxima 193 bpm sem qualquer desproporcionalidade ou atipicidade perante o esforço.

Novamente este cardiologista me descansou e me aconselhou a continuar com a minha vida e desporto normal, como sempre fiz. Marcámos um holter de 48 horas e uma consulta com um colega seu, especialista em cardiologia desportiva. Para o holter o Dr. pediu que enquanto o tivesse colocado (48 horas), praticasse o máximo de desporto que conseguisse a fim de detetar algum problema. Bem, coloquei o aparelho pelas 16H00 e às 20H00 já tinha feito uma hora de corrida contínua com picos de 194 bpm, sempre proporcionais ao esforço. No dia seguinte iniciei a manhã com um paseio de Btt (ainda que apenas 20 km pois não arranjei companhia para mais) e à tarde corri 30 minutos e fiz duas horas de ginásio com fartura de agachamentos e exercícios a puxar. No terceiro dia de holter "as perninhas só queria era caminha" e não me dei levantado pelo cansaço potenciado pelos gins tónicos que tinha ingerido na noite. (não é usual beber álcool, apenas o fiz para "registar" a ocorrência de uma noite de copos no holter
C:\Users\ESCALI~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image001.gif
). Entreguei o holter um pouco desanimado confesso, mas agora porque não consegui que aquele sintoma ficasse registado.

Já depois de entregar o holter, e na semana seguinte fiz uma volta de 30 km´s com um amigo onde correu tudo Ok. Ainda assim depois de chegar a casa e fazer uns alongamentos resolvi ir fazer mais uns 5 km´s de btt com dois canídeos cheios de energia que tenho no quintal. Numa das descidas "piquei" com o cão e já no regresso a casa, últimos 2 km´s, adivinhem..... Novamente uma batida regular, forte e muito rápida para o esforço. Toca de olhar para o cardio frequencimetro e este confirmou o que eu estava a sentir pois marcava perto de 190 bpm numa estrada muito pouco inclinada, sendo que nos outros 30 quilómetros que tinha feito há minutos atrás, houve subidas mais ingremes e o máximo de bpm foram as 175..... E esta ?????

Em resumo o que se passa é que após um pico de esforço o ritmo cardíaco fica em "alerta" respondendo excessivamente ao esforço desempenhado. Isto já me aconteceu no início ou no fim de um treino (normalmente BTT). De todas as vezes que me aconteceu, foi sempre após um pequeno abrandamento a seguir a um pico (ex:pico de 185 BPM), nessa altura e já revigorado do pico, inicio nova subida ainda que pouco inclinada e o ritmo cardíaco sobe para 200 BPM. Note-se que antes deste episódio posso já tr feito 30 km nesse mesmo treino e nada ter ocorrido. Já fiz exames cardíacos e tudo está OK.

Tenho 28 anos, sou militar, pratico exercício regular há cerca de 5 anos apesar de nunca ter sido completamente sedentário na infância ou adolescência, não tenho doenças conhecidas, bebo socialmente, fumo menos de 5 cigarros por dia (que parece mais ser "vaidade" do que propriamente vício), peso 76 quilos, todos os exames que fiz são normais.

Estou confuso e inseguro para com a prática de exercício físico, principalmente o btt, tenho consulta em cardiologia desportiva em breve.

Como devem calcular estou faminto por conhecimento acerca destes acontecimentos pelo que vos peço que se souberem de alguém que tenha passado por isto me digam para que eu possa trocar ideias.

Agradeço informações acerca desta sintomatologia pois estou completamente às cegas!!!!!

Desde já o meu obrigado e um bom 2015 para todos ;).
 

wawando

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Percebo a preocupacao...
questao base e fundamental: ja experimentaste varias fitas de medicao de bpm? Ou mediste manualmente qd isso acontece?
 

quileptor

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Três cardiologistas consultados e baterias de exames do mais completo que se poderia requisitar...penso não haver mais nada a ajuizar!! Gestão do esforço...e desejo que lhe corra tudo bem!! ;)
 

gsilvapt

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Uma pergunta parva.
Pelos sintomas que mostras isso parece arritmia cardíaca. Nenhum médico fez algum teste/exame que possa despistar esse problema? Creio que não há grande solução para a arritmia cardíaca, mas pelo menos alguém te podia aconselhar adequadamente para poderes manter a tua vida normal... No entanto, não sou médico nem especialista, portanto não te posso ajudar, muito menos num assunto de arritmia em que se divide a quazimilhões de sub-tipos: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arritmia_cardíaca

Boa sorte e depois vai postando notícias, pf. Já tive episódios em que o meu coração do meio do nada disparou e tive essa sensação estranha no peito de que falas. No entanto, durou 1-2 segundos e depois voltou ao normal. Assim também eu fico informado e, se achar que devo, consultarei um cardiologista.
 

Mukankas

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WAWANDO, Na verdade ainda não experimente outras fitas mas os sintomas não deixam duvidas. Medindo manualmente percebe-se sem duvida a frequencia exagerada para o esforço. como utilizo sempre o cardiofrequêncimetro tenho uma noção bastante aproximada do ritmo cardiaco real. No inicio pensei que fosse do aparelho pois o susto não me deixou auferir manualmente a frequência, mas agora consigo aperceber-me mesmo sem recorrer ao cardiofrequencimetro.
 

Mukankas

New Member
quileptor, quisera eu que fosse assim tão simples ;) mesmo gerindo o esforço julgo não ser normal acontecer como o relatei.
 

quileptor

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O "gerir o esforço" era no sentido de não exagerar no treino até à proxima avaliação...agora arritmias com holter de 48h Normal, apesar desse esforço todo? não me parece!
O melhor é seguir os conselhos dos especialistas da área e não propriamente dos leigos aqui no fórum ;) Analises ao sangue, foram feitas?
- outra ressalva: mais importante que usar e abusar no cardiofrequenciometro, as nossas sensações são mais fidedignas - correr, pedalar sem olhar para o relógio...sem stresses! fico à espera de boas notícias!!! ;)
 

Mukankas

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Obrigado quileptor, percebi mal :fpalm: desde que comecei a sentir isto que não sei o que é um treino "descomprometido e destravado". tento sempre não passar das 180 bpm e ando sempre à cautela. voltas de btt sozinho pelo campo deixaram de existir, e provas.... nem me convidem (não é que não tenha vontade de ir...)
Essa dica das análises de sangue parece-me boa. Como é do conhecimento geral, durante o esforço o corpo libera substâncias que normalmente não liberta, e tambem consome outras que normalmente não consome... vou falar nisso ao médico amanhã.
Obrigado;)
 

Joseelias

Well-Known Member
@ Mukankas

O que vou dizer a seguir é simplesmente a minha opinião e não substitui de forma alguma o acompanhamento médico adequado, e baseia-se na minha experiência pessoal.

Por tudo o que descreveste levar-me-ia a acreditar que tens uma fibrilhação auricular paroxística (arritmia cardíaca) já que tudo o que disseste ocorreu e ocorre comigo. O facto de ser paroxística significa que não é uma arritmia permanente e ocorre ocasionalmente e de forma mais ou menos imprevisível. Isto é, podes ter um caso durante a prática do desporto, ou mesmo estando parado no sofá, ou fazer um treino e nada acontecer.

Mesmo o facto de os teus exames até agora não terem acusado um desses eventos não significa que não a tenhas pelo que sentes e pelo comportamento do monitor de frequência cardíaca, pois fiz várias provas de esforço e holters 24 horas ao longo dos anos que não assinalaram nada, enquanto outros sim. Hoje em dia já acusa sempre pois evoluiu de forma negativa. Em provas de esforço até cheguei a atingir a frequência máxima no nível mais elevado sem qualquer tipo de problema e na recuperação foi o descalabro.

Também nos ecocardiogramas sempre foi detectado ter um coração normal em toda a sua estrutura sem alterações de volume ou alterações nas válvulas mesmo tendo sido canoista de competição em maratonas, e nas análises sempre esteve tudo em valores óptimos. Nunca fumei e bebo muitíssimo pouco, do tipo um copo de vinho ou uma mini ao almoço e às vezes sobra...

Em relação ao monitor de frequência cardíaca tenta despistar com um outro aparelho a ver se ele também acusa os mesmo resultados. No meu caso troquei com a minha mulher que tinha um modelo igual e o dela em mim teve o mesmo comportamento (bpm até 240!), e o meu aparelho nela comportou-se de forma normal.

Hoje em dia estou em lista de espera para que que me façam uma Ablação de Fibrilhação Auricular por Cateter de forma a resolver o problema e evitar que o coração comece a sofrer consequências desta situação, nomeadamente dilatação das válvulas e que a fibrilhação se possa tornar permanente. No meu caso a medicação não ajudou.

Se tiveres hipótese de pedir isso e ele achar que se justifica fala ao médico se não te podem fazer um exame electrofisiológico ao coração. Eu nunca o fiz mas todos os cardiologistas sempre me falaram nisso quando tinham dúvidas do que tinha. É só uma sugestão.

Isto começou comigo quando tinha pouco mais de 30 anos e foi do nada quando deixei de competir e já fazia apenas Btt. É algo que tem uma incidência superior entre a população que pratica desportos de endurance, em particular a nível competitivo.

Como disse logo no inicio isto não é uma opinião médica. É o meu testemunho baseado em tudo o que descreveste na tua primeira mensagem e onde me revejo na totalidade. Pode acontecer não teres nada ou o teu problema ser diferente, mas com base nisto podes questionar o teu médico levantando hipóteses, sem o tentares substituir, levando-o a pensar mais sobre o assunto e no processo chegar a alguma conclusão.
 
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PowerMAx

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@ Mukankas

Também não sendo médico, mas tal como tu e o Joseelias na minha adolescencia, altura em que praticava tal como hoje desporto continuo-o com treinos diarios e durante bastante tempo, tinha alterações ritmicas sem que nada o justifica-se. Isto é, nunca tal me aconteceu em carga ou pós carga como te acontece a ti, mas sim em periodos de repouso, quando caminhava, ou mesmo sentado no sofá... e de repente o coração disparava para batimentos altissimos, na altura estamos a falar à 15 anos atras não usava qualquer aparelho com o qual consegui-se aferir o pulso, pois no desporto que praticava (basket) esse tipo de aparelhos não eram utilizados.

Consultei um especialista e cheguei a fazer bastantes exames na altura incluido um holter de 24h e o resultado nada apresentou, inclusive o médico na altura disse-me para fazer a minha vida sem receios pois tinha um coração de ferro.
Percebo perfeitamente a tua preocupação pois quando existem estas variações ritmicas é assustador.

Mas no caso e devido a opções de vida, na altura larguei o desporto, e nunca mais registei sintomas identicos, não quero dizer com isto que estivesse associado, pois neste momento não tenho esses mesmos sintomas.

Desde 2009 e já com uns bons kilos a mais, tendo começado a fumar neste periodo de pausa no desporto, recomecei e a fazer btt, durante estes 5 anos mesmo com uma actividade desportiva bastante ativa nunca voltei a sentir tais alterações.

Mas já na altura ouvi falar em arritmias, não soube na altura exactamente o que isto significava, mas tenta junto do teu cardiologista levantar as questões que o Joseelias te sugere.

Que tudo corra pelo melhor.

Vasco
 

Mukankas

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joseelias - Obrigado pelo testemunho ;). Já tinha ouvido falar nesse tipode arritmia, aliás, desde há um ano a esta parte tenho lido sobre o assunto e assunto. A diferênça que noto do teu caso é o facto de a minha "arritmia" ser previsivél, portanto, nunca me aconteceu em outras situações que não aquelas que descrevi, nomeadamente a seguir a um pico de esforço. Sei à partida o tipo de atividade e de esforço que a induz embora ela raramente ocorra. MAs vou colocar essa questão ao médico.

Então e tu continuas a sentir isso muitas veses? tiveste que deixar de praticar desporto até que faças a ablação?
 

Joseelias

Well-Known Member
@ Mukankas

Inicialmente apenas sentia isso quando fazia desporto, mas só depois de ter deixado de treinar de forma competitiva diariamente. Isto é, quando passei a fazer apenas Btt por lazer/desporto e na fase da recuperação. Pelo menos foi quando comecei a detectar (não tinha um MFC na altura) e tornou-se previsível ao ponto de ter sido o principal motivo de ter deixado o desporto durante muito anos.

De resto, também não sentia isso no dia-a-dia. Com o passar do tempo isso alterou-se já que é uma condição que com o passar do tempo pode tornar-se mais frequente e corre o risco de se tornar permanente.

Em Março de 2013 comecei a sentir que não podia continuar sem fazer desporto até porque as sensações de arritmia tinham começado a acentuar-se de forma aleatória e assumi que com o baixar de forma física e o enfraquecer do coração isso potenciava os casos pois cansava-me com mais facilidade. Os médicos também partilharam dessa opinião mas sempre me aconselharam cautela e para não exagerar.

De facto, assim que comecei a voltar a fazer desporto e a ganhar forma física senti que as arritmias reduziram pelo motivo mencionado. Mas de há uns meses para cá que o coração começou a disparar sempre que há um aumento do esforço mesmo em subidas pouco significativas (no dia-a-dia não noto). Muitas vezes até consigo prever que o MFC vai ficar maluco pois começo a sentir falta de força nas pernas e uma sensação nelas quase semelhante ao ácido láctico.

Em consulta com a cardiologista que me viu no hospital e me aconselhou a cirurgia ela disse-me que podia continuar a fazer desporto, mas com moderação pois ficar sem fazer nada até podia ser pior mais que não fosse a nível mental e de stress (também pode causar episódios). Neste momento a operação tem uma hipótese de sucesso de 75% (que é o máximo) pois sou o candidato ideal. Se adiar e as válvulas começarem a sofrer alterações isso baixa para 50% e com o tempo, pior ainda. Mas acabo por sair sempre fazendo médias muito mais baixas que aquilo que podia fazer e em percurso mais simples, tento controlar bem a respiração e beber água apenas em momentos em que não esteja em esforço como numa subida. Se estiver em esforço isso afecta a respiração e noto que potencia os episódios.

Pelo que li, há até muitos atletas de competição que começam a sofrer disto durante a carreira, mas com a operação que estou à espera de fazer voltam à competição de forma normal.

Se o que tens for mesmo uma fibrilhação auricular (continuo a dizer que não sei se é o teu caso) pensa em fazer a cirurgia se a medicação não funcionar em ti. Até porque a FA aumenta em muito o risco de AVC em particular se o nível de colesterol e de triglicerídeos estiverem acima do recomendado.
 

Mukankas

New Member
Boa tarde. Então lá fui ontem à consulta de cardiologia colocar a questão que aqui postei como tema deste tópico. Expliquei ainda mais detalhadamente que aqui e o Dr., depois de ver todos os exames afirmou que já não vale apena fazer ecocardiogramas ou ressonâncias magnéticas porque o meu coração está ótimo. Perante tal afirmação que evidentemente me deixa satisfeito, insisti no assunto que lá me levou e perguntei "...então porque é que o meu coração têm este comportamento?" e ele axplicou que perante determinado tipo de esforço o meu coração têm uma "resposta hipercinética", portanto, a partir do momento em que tenho aquela sintimatologia o coração trabalha em demasia perante o esforço. Descansou-me dizendo para não me preocupar e continuar fazendo desporto para perceber em que altura concreta, em que nivel de esforço ou de exercicio aquilo acontece. O objetivo será realizar exame em que se consiga documentar uma destas ocorrências. Recusou-se a afirmar que se trataria de uma arritmia (do tipo fibrilhação proxistica) pois que se assim o fosse não aconteceria apenas durante o esforço e que quem tem esse tipo de patologias atinge quase sempre frequências cardiacas superiores a 250 bpm.

Bom, receitou-me uma dose baixa de bisoprolol que vou tomar durante 3 semanas e praticar btt várias vezes para ver se estes episódios contunuam. Em caso afirmativo irei fazer exames mais longos para conseguir registar este sintoma.

Em resumo, acho que desvalorizou o problema (o que me deixa contente) mas mostrou interesse em tentar desvendar o que se está a passar (que é o que eu mais anseio).

O resto de um bom fim de semana a todos ;)
 

Joseelias

Well-Known Member
Ainda bem que o médico tenha descartado a questão da arritmia pois é uma "seca"... só para ser educado. :D

E que caso haja alguma coisa (espero que não) seja detectada e não seja nada de mais. Não aconselho um comportamento hipocondríaco, mas devemos sempre procurar conselho médico perante sintomas que nos deixem dúvidas, ainda para mais no que toca ao coração. Há muita gente que desvaloriza as idas ao médico e arrisca, mas assim que ouve um ruidinho na bike não hesitam em leva-la à oficina... Prioridades... :D
 
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