Há sítios que, queiramos ou não, têm qualquer coisa de especial.
É, quase sempre, difícil explicar essa ou essas características, utilizando apenas as palavras. Há impressões que ficam, memórias que perduram, sem sabermos bem porquê. Algo que nos incita a revisitá-los e a querer partilhar, com quem nos acompanhe, as sensações que nos proporcionam.
A Serra de Sintra é um desses locais.
Visitá-la e usufruir da sua beleza e de todo o envolvimento que a caracteriza, é realmente um privilégio. Especialmente se tivermos oportunidade de o fazer a pé ou de bicicleta.
O grande poeta, e entusiasta das bicicletas, Alexandre O’Neil escrevia que “...o homem que pedala, que ped’alma, com o passado a tira-colo, ao ar vivaz abre as narinas, tem o por vir na pedaleira...”. Para quem rola no seu “tubular engonço” pelos trilhos da serra de Sintra, estas palavras fazem sentido.....não me perguntem porquê: venham vocês experimentar!
A serra nem sempre teve o aspecto que hoje apresenta. Nos longínquos tempos das ocupações árabe e romana e da efémera passagem dos vikings, a vegetação era escassa e predominavam os grandes pedregulhos de granito.
Foi com eles que há mais de 4000 anos os nossos antepassados lá construíram o tholos do Monge e depois a capela de S.Saturnino, a Peninha, o Convento dos Capuchos, etc. São essas pedras que dão forma ao belíssimo e místico Adrenunes, local de ancestrais e iniciáticas cerimónias.
Mas a grande mudança dá-se em meados do Séc.XIX quando o rei D.Fernando II mandou construir o Palácio da Pena e o seu magnífico parque, e começou a florestar a serra. À sua iniciativa devemos a luxuriosa vegetação que cobre a zona. Pena é que hoje pouco se faça para combater a praga de acácias que a parasita.
Quando nos embrenhamos no interior da floresta, podemos , de facto, começar a sentir melhor o “pulsar” da Serra de Sintra. Há locais de onde, não nos surpreenderia que aparecessem duendes indicando-nos o melhor caminho....
Misteriosas lendas e exóticas teorias é o que por aqui não falta, desde os tempos em que se prestava (... e parece que alguns ainda o fazem...) culto ao Sol e à Lua nestas paragens.
A serra é Paisagem Protegida com 23725 hectares, de acordo com um decreto-lei de 15 de Outubro de 1981, e está classificada pela UNESCO, juntamente com a vila, como Paisagem Cultural e Património da Humanidade desde 6 de Dezembro de 1995.
A orientação geral da serra é de nordeste-sudoeste e tem cerca de 12km de extensão por 6km de largura, com um perímetro próximo dos 30km.
Na sua extremidade ocidental encontra-se o Cabo da Roca.
Mais um local lindíssimo, carregado de simbolismo. Os trilhos que o circundam, e que passam, por exemplo, na zona da Ursa, seguem junto à falésia e transportam-nos a recantos de extraordinária beleza.
A brisa marítima, a mistura dos odores da maresia com o cheiro das plantas e da terra, o silêncio apenas quebrado pelos sons provenientes da nossa respiração e dos mecanismos da bicicleta, contribuem para que um passeio em BTT nesta zona seja um extraordinário momento de encontro de cada um consigo próprio.
Mas chega de conversa. Vocês sabem do que estou a falar....
fotos : FG e PM
É, quase sempre, difícil explicar essa ou essas características, utilizando apenas as palavras. Há impressões que ficam, memórias que perduram, sem sabermos bem porquê. Algo que nos incita a revisitá-los e a querer partilhar, com quem nos acompanhe, as sensações que nos proporcionam.
A Serra de Sintra é um desses locais.
Visitá-la e usufruir da sua beleza e de todo o envolvimento que a caracteriza, é realmente um privilégio. Especialmente se tivermos oportunidade de o fazer a pé ou de bicicleta.
O grande poeta, e entusiasta das bicicletas, Alexandre O’Neil escrevia que “...o homem que pedala, que ped’alma, com o passado a tira-colo, ao ar vivaz abre as narinas, tem o por vir na pedaleira...”. Para quem rola no seu “tubular engonço” pelos trilhos da serra de Sintra, estas palavras fazem sentido.....não me perguntem porquê: venham vocês experimentar!
A serra nem sempre teve o aspecto que hoje apresenta. Nos longínquos tempos das ocupações árabe e romana e da efémera passagem dos vikings, a vegetação era escassa e predominavam os grandes pedregulhos de granito.
Foi com eles que há mais de 4000 anos os nossos antepassados lá construíram o tholos do Monge e depois a capela de S.Saturnino, a Peninha, o Convento dos Capuchos, etc. São essas pedras que dão forma ao belíssimo e místico Adrenunes, local de ancestrais e iniciáticas cerimónias.
Mas a grande mudança dá-se em meados do Séc.XIX quando o rei D.Fernando II mandou construir o Palácio da Pena e o seu magnífico parque, e começou a florestar a serra. À sua iniciativa devemos a luxuriosa vegetação que cobre a zona. Pena é que hoje pouco se faça para combater a praga de acácias que a parasita.
Quando nos embrenhamos no interior da floresta, podemos , de facto, começar a sentir melhor o “pulsar” da Serra de Sintra. Há locais de onde, não nos surpreenderia que aparecessem duendes indicando-nos o melhor caminho....
Misteriosas lendas e exóticas teorias é o que por aqui não falta, desde os tempos em que se prestava (... e parece que alguns ainda o fazem...) culto ao Sol e à Lua nestas paragens.
A serra é Paisagem Protegida com 23725 hectares, de acordo com um decreto-lei de 15 de Outubro de 1981, e está classificada pela UNESCO, juntamente com a vila, como Paisagem Cultural e Património da Humanidade desde 6 de Dezembro de 1995.
A orientação geral da serra é de nordeste-sudoeste e tem cerca de 12km de extensão por 6km de largura, com um perímetro próximo dos 30km.
Na sua extremidade ocidental encontra-se o Cabo da Roca.
Mais um local lindíssimo, carregado de simbolismo. Os trilhos que o circundam, e que passam, por exemplo, na zona da Ursa, seguem junto à falésia e transportam-nos a recantos de extraordinária beleza.
A brisa marítima, a mistura dos odores da maresia com o cheiro das plantas e da terra, o silêncio apenas quebrado pelos sons provenientes da nossa respiração e dos mecanismos da bicicleta, contribuem para que um passeio em BTT nesta zona seja um extraordinário momento de encontro de cada um consigo próprio.
Mas chega de conversa. Vocês sabem do que estou a falar....
fotos : FG e PM