E lá vou eu de Lisboa a Santiago em autonomia

Carissimo Papá Ró

Ainda bem que o fizeste porque estava perfeitamente convencido que se tratava do de S.Francisco.

Mesmo o documento que apresentaste aqui é também por si precioso. Obrigado.

Agora, como é que altero a legenda da fotografia !!! Alguem sabe. :desconfiado: :desconfiado:

Eu tenho aqui uma borracha, mas não safa através do ecran :D :D :D

1 abraço e um queijo da serra
Miguel K2 Sampaio
 

proque

Member
Queres dizer São Sebastião... :D

Esse é o de Coimbra.

Acho que tu podes editar o teu próprio texto.



Miguel K2 Sampaio said:
Carissimo Papá Ró

Ainda bem que o fizeste porque estava perfeitamente convencido que se tratava do de S.Francisco.

Mesmo o documento que apresentaste aqui é também por si precioso. Obrigado.

Agora, como é que altero a legenda da fotografia !!! Alguem sabe. :desconfiado: :desconfiado:

Eu tenho aqui uma borracha, mas não safa através do ecran :D :D :D

1 abraço e um queijo da serra
Miguel K2 Sampaio
 
Dia 23 Domingo ( Mealhada - Oliveira de Azeméis )

Saída do Resort ás horas combinadas para não interferir com o movimento intenso da caminhada de cada um e quando estou para sair tenho uma “prenda” na roda de trás. Toca a arranjar o furo. Deve ter sido durante a noite que o pneu não deve ter gostado dos roncos.

Lá parti com as minhas calmas apanhando o Amaro na sua caminhada uns bons 12 kms á frente. Meia de conversa e os 3 espanhóis já lá iam.

Este trajecto é maioritariamente feito pela estrada Real, passando por Anadia, Avelãs de Caminho,( que se julga ter sido um dos locais de paragem da comitiva Real aonde se instalava no Paço e que agora só existem alguns vestígios), Aguada de Baixo, Águeda (um dos pontos de apoio fundamentais dos caminhos de Santiago mesmo até albergando a própria Rainha Santa Isabel na sua peregrinação), onde a seguir passo pela ponte medieval do Marnel, pela ponte do Vouga, Serém de Cima, Asseilhó, Albergaria a Velha aonde apanho os 3 espanhóis sentados numa esplanada da churrascaria “ Ilha da Brasa”, a esbracejar com umas cervejolas á minha espera para almoçar. Sim senhor Ballé. Gargalhadas e logo a seguir um deles já tinha uma “Isostar Bock” a caminho da minha mão.

Isto também é o “Caminho”

Diga-se que neste restaurante fomos espectacularmente bem recebidos pois o dono, emigrante na Venezuela, meteu logo ali conversa e que, bem servidos fomos.

Arrancamos para Oliveira de Azeméis com um certo peso nas pernas, mas temos que ir tomar outro café para arrebitar nuestros hermanos pois faltavam cerca de 30 kms

Em Bemposta passa-se por um local com uma vista fabulosa aonde se avista a Ria de Aveiro desde Ovar e em frente o mar. Sigo por Besteiros passando pela Ponte do Srª da Ponte até chegar a Oliveira de Azeméis onde ficamos instalados no Resort local dos Bombeiros e diga-se que com uma bruta sala de pc’s e internet ao dispor.

Avelãs de Caminho
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Igreja Sto Amaro de Aguada
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Agueda
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Ponte do Marnel
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Ponte Marnel
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Ponte sob o Vouga
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Bemposta
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Lugar do Cruzeiro
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Srº da Ponte
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Eu, Javier,Caetano e Raimundo
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Raimundo
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Caetano
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Igreja S.Miguel em Oliveira de Azemeis
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Oliveira de Azemeis
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proque

Member
Miguel,

Deves pensar que sou uma "grande melga", mas corrige lá a legenda das últimas fotos de "Oliveira do Hospital" para "Oliveira de Azemeis" :D
 
Dia 24 2ª Feira ( Oliveira de Azeméis – Porto )

De manhã lá arrancamos com destino ao Porto pois estes 3 espanhóis tinham gosto em ficar para conhecer a Invicta.

Passamos pela Igreja Matriz de Oliveira de Azeméis e de seguida para Santiago Riba Ul por caminhos e muros antigos em direcção a Cucujães. Atravessa-mos a Ponte do Salgueiro e á esquerda o Convento de Cucujães.

Entramos em S.João da Madeira e passamos pela grande fábrica da ex-Oliva, um dos expoentes máximos de fundições, mais conhecido peças suas torneiras. Seguindo por travessas e ruas que se misturam pelo envelhecido casario chegamos a Malaposta onde entramos por uma calçada romana que mais tarde se denominou de estrada Real até Lourosa para um 2º pequeno-almoço. Aqui tive a companhia do meu amigo Júlio Costa
( http://juliocostaartes.blogspot.com/ ) que nos escoltou até ao Porto.
Depois de longa cavaqueira com os espanhóis lá arrancamos para ir visitar o Mosteiro de Grijó (Sec.XIII) aonde pernoitou Juan Bautista Confalonieri em 1594. Convento muito bonito, bem recuperado e com uns claustros fabulosos.
Chegamos á “Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto”, cidade que deu o nome a Portugal ( Portus Calle), mas primeiro fomos ver a lindíssima paisagem da cidade desde a serra do Pilar.

Depois, lá tivemos que ir almoçar ao restaurante Tripeiro entrando neste restaurante com as bicicletas por ele dentro. Eles só me diziam “Só tu Miguel, só tu”, pois nunca tinham entrado num restaurante “chique”, de bicicleta. Grandes gargalhadas.
Então o menu tinha de ser umas boas tripas acompanhadas por um bom vinho verde tinto, daqueles que tinge bem a língua, contar a história das tripas.

Para quem não sabe aqui vai.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tripas_à_moda_do_Porto

Depois de bem aviados fizemos então o reconhecimento pela cidade e depois levei-os ao hotel muito bom e barato que existe no caminho, perto da Loja do PatoCycles e á noite lá fui ter com eles para beber um Cálice de Porto.

Diga-se que estavam encantados com a cidade á noite. Só me diziam “Precioso, mi encanta a tua cidade” Ballé.


Santiago de Riba Ul
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Convento de Grijó
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Claustros
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Altar
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Porto visto desde a Serra do Pilar
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orb2

New Member
Atenta a mais um retalho da aventura do grande guerreiro.
Obrigada Miguel, em nome de todos os que também gostariam de viver algo assim e que ainda não foi possível...

Vamos caminhar passo a passo no que ainda resta de toda esta fantástica e bem verdadeira história. :D

Para todos vós deixo-vos http://www.youtube.com/watch?v=K-7ag2pQxFo
 

jorgegt

New Member
Boas orb2 :wink:
Por acaso já conhecia esse video mas não resisti a vê-lo novamente, é fantástico :wink:
Imagino que o nosso camarada Miguel esteja a planear fazer este caminho....................mas não de monociclo :) :mrgreen:espero que vá na sua bike :D :wink:
 

Xure

New Member
Caro Miguel.

Tive o prazer de trocar algumas impressões consigo durante o almoço de domingo passado. Estive a ler atentamente ontem este post e aguardo a continuação do mesmo, principalmente daquela travessia peculiar que referiu. :D :wink:
O espirito com que escreve traduz, a forma como está nestas coisas, e com a qual me identifico.

Foi um prazer a conversa e o almoço.

Grande abraço.

Ps. orb2, essa do monociclo, deixou-me :shock:
 
Dia 25 3ªfeira ( Porto - Esposende )

Eram 8 horas e avançamos para S.Pedro de Rates. Fiz um desvio em Araújo para passar pelo Mosteiro de Santa Maria de Leça do Balio para evitar a tão perigosa passagem pela estrada nº13 por debaixo da ponte do metro. Ainda não percebi muito bem porque teimam em ir por ali, tendo este trajecto pelo Mosteiro muito mais histórico e mais seguro.
Visitamos o Mosteiro e colocamos mais um carimbo.

Este mosteiro construído no séc.X foi doado posteriormente aos Cavaleiros
Hospitalários da Ordem de Malta por D.Afonso Henriques.
Aqui casou secretamente o rei D. Fernando com D. Leonor de Teles. Foi também onde a Rainha Santa Isabel ficou albergada aquando da sua peregrinação a Santiago de Compostela.

Arrancamos então passando pelo centro da Maia e logo depois entramos no caminho junta á Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho. Passamos pela zona industrial da Maia, Gemunde, Vilar do Pinheiro, Vairão e Vilarinho.

Aqui a paisagem é predominantemente agrícola e campestre.

Chegamos então á ponte romana D.Zameiro sobre o rio Ave, toda ela reconstruída com os seus 130 metros de comprimento do qual tem logo a seguir uma boa subida até ao largo da igreja da Nª Srª da Ajuda ( e que ajuda nós precisamos), logo depois no lugar de Boavista entramos na Calçada da Estalagem onde passamos pela Estalagem das Pulgas.
Esta estalagem ficou conhecida pela novela de Camilo Castelo Branco em “ A filha de Arcediago” onde este teve uma noite de combate com um exército de pulgas que procuravam saciar-se de sangue.

Pertencia ao antigo mosteiro da Junqueira que era um posto de Mala-Posta e que acolhia viajantes e peregrinos.

Passamos então pela ponte romana de Arcos até chegarmos a S.Pedro de Rates.

Aqui levei os 3 espanhóis a visitar o albergue de Rates. Ficaram encantados. Depois foi as despedidas, eles iam seguir o caminho medieval enquanto eu seguiria para o caminho da costa do qual fazia questão de seguir.

Nem 200 metros depois de entrar no caminho tenho o 1º “Cavaleiro” á minha espera, João Maria e mais á frente Manuel Rocha, fizeram a escolta até Barca do Lago aonde me esperava um barco para atravessar o rio Cávado precisamente no sitio onde a Rainha Santa Isabel também o fez.

Este trajecto é muito bonito, está muito bem marcado e com setas ainda frescas pela pincelada do João Maria que fez um belíssimo trabalho na marcação das ditas cujas não havendo qualquer possibilidade de nos perdermos. Parabéns a toda a equipa do núcleo Jacobeano de Esposende.

Passamos por Cristelo, Fonte Boa (onde a junta de freguesia fez um carimbo dos Caminhos de Santiago de propósito pró efeito).

E assim foi a progressão até Esposende com grande cavaqueira e risota mas antes de atravessar o Cávado lá tivemos de ir até ao bar repor os níveis que se pautou com umas sandes, bolinhos de bacalhau e duas canecas de “ Isostar” tinto, cafezinho e um “ cheirinho”, isto enquanto que o barqueiro nos fazia passar as nossas bicicletas para a outra margem.

Chegado á outra margem esperava-nos o Presidente da Junta de Freguesia de Gemeses Sr. José Augusto que se prontificou logo ali para nos ajudar bem como Manuel Miranda Confrade daqui do fórum.

Seguimos para S.Pedro de Fins (aonde se passa pelo Palácio dos Cunhas), cheguei a Esposende fiquei com a minha credencial cheia de carimbos pões todos queriam colocar o seu carimbo. Entretanto fui recebido por uma Directora dos serviços camarários de Esposende que simpaticamente me colocou mais um carimbo mas desta vez o carimbo branco do Município.

Fui levado então á Junta de Freguesia das Marinhas onde fui recebido pelo presidente da junta e que é grande historiador daquele local. Logo depois fui recebido pelo Padre Avelino da Paroquia das Marinhas que se prontificou também para mais um carimbo branco na minha credencial.

Como já era tarde para seguir para Viana fiquei albergado na Cruz Vermelha de Esposende.

José Lima, António Albino coordenador da Cruz vermelha e Manuel Miranda fizeram então companhia num jantar que durou até bem tarde e que resultou numa tertúlia muito engraçada.

Queria agradecer a grande hospitalidade das gentes de Esposende que foram incansáveis comigo.

Este momento de atravessar o rio Cávado é um dos pontos altos desta viagem.
Nunca pensei que mo pudessem realizar

Ao Manuel Miranda, João Maria, Manuel Rocha, José Lima, António Albino, aos Presidentes das Juntas das Marinhas e Gemeses bem como a Directora dos Serviços da Câmara de Esposende o meu muito obrigado pelo vosso esforço e empenho.

Um forte abraço para todos e continuem com o excelente trabalho que fazem.

Bem hajam.

Mosteiro de Leça do Balio
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A caminho de Rates
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Ponte de Zameiro
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Ponte de Arcos
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Albergue de Rates
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S.Pedro de Rates
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Altar
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A escolta D.João Maria e D.Manuel Rocha
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Presidente da Junta das Marinhas
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Caro Confrade tpfernandes

Algumas delas são dos confrades Manuel Miranda, João Maria e do Manuel Rocha, outras minhas e que já estão aqui na cronica aquando da minha viagem, mas agora no contexto da cronica.

1 abraço e um queijo da serra
Miguel K2 Samapio
 

iElysio

New Member
Parabens :clap: :clap: :clap: :clap: :clap:

Deve de ter sido uma viagem fantastica! adorava ter um tempinho porreiro, talvez em janeiro tire ferias e arranje alguem para fazer uma viagem destas :) isto é um exemplo para os que nao usam bicicleta para viajar, uma grande força de vontade as nossas meninas levam-nos para todo o lado!

um abraço e boas pedaladas!
 
Caro Confrade iElysio

Obrigado pelas tuas palavras. Espero tenhas lido tudo.

Efectivamente foi uma viagem/peregrinação espectacular, mas não é para meninos como eu costumo dizer :D :D :D

É preciso estar muito bem preparado fisica e mentalmente para o fazer se é que o vais fazer sozinho. Acompanhado é outro louça.

1 abraço e um queijo da serra
Miguel K2 Sampaio
 
Confraria

Queria-vos dizer aqui uma pequena curiosidade interessante que é o seguinte.

Se repararem numa fotografia acima , eu estou com um terço branco na mão.

Ora este terço, que me foi oferecido pela minha Amiga Lurdes Costa ( mulher do meu Amigo Julio Costa, pintor, que atras já mencionei) é feito em croché e a sua historia é a seguinte.

Durante a perseguição dos cristãos nos países de leste, as pessoas faziam terços em fio, deixando uma ponta para no caso de serem abordadas pela policia, puxarem por essa ponta para poderem rapidamente desmancha-los, fugindo assim ao castigo.

Apos verem que estavam em segurança voltavam a tricotar o fio fazendo novamente o terço.


1 abraço e um queijo da serra
Miguel K2 Sampaio
 

Salvado

New Member
Miguel K2 Sampaio said:
Confraria

Queria-vos dizer aqui uma pequena curiosidade interessante que é o seguinte.

Se repararem numa fotografia acima , eu estou com um terço branco na mão.

Ora este terço, que me foi oferecido pela minha Amiga Lurdes Costa ( mulher do meu Amigo Julio Costa, pintor, que atras já mencionei) é feito em croché e a sua historia é a seguinte.

Durante a perseguição dos cristãos nos países de leste, as pessoas faziam terços em fio, deixando uma ponta para no caso de serem abordadas pela policia, puxarem por essa ponta para poderem rapidamente desmancha-los, fugindo assim ao castigo.

Apos verem que estavam em segurança voltavam a tricotar o fio fazendo novamente o terço.


1 abraço e um queijo da serra
Miguel K2 Sampaio
O ser humano de facto é espantoso,terços de croché :venia:.
 
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